1 Coríntios 1 Estudo: A Divisão da Igreja e Suas Consequências

Em 1 Coríntios 1, dando inicio a essa epístola, Paulo começará saudando a igreja em amor e de forma paternal. Expressará a sua imensa alegria por ver a fé dos irmãos confirmada com o passar do tempo.

Abordará também um problema identificado: uma igreja dividida. A comunidade de Corinto, embora possuísse muitos dons do Espírito, tornava-se uma igreja medíocre e extremamente soberba.

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Os seus talentos, ao invés de edifica-los, começaram a serem motivos de divisão e até passaram a dar preferência por ministros, dizendo: “Eu sou de Paulo”; “Eu sou de Apolo”; “Eu sou de Pedro” ou ainda “Eu sou de Cristo”.

Ele os repreenderá firmemente dizendo que, o mais importante é a mensagem contida na cruz. Independentemente de quem pregue, Jesus Cristo é o Senhor da Igreja, nós somos somente servos.



Deus escolheu os rejeitados, os fracos, os vis, os insignificantes para o mundo. E é exatamente isso, Deus quer revelar sua grande obra através dessa pequenez. Aleluia!

Contexto histórico

Os membros da igreja primitiva que viviam em Corinto lidavam com muitos problemas atuais, da nossa época, como falta de união, ensinamentos mentirosos, imoralidade, e como consequência, apostasia.

Nesse livro, aprenderemos que Paulo ensinou-os a promoverem a união entre o povo e a respeito das coisas de Deus, o papel do corpo físico como morada do Espírito, a natureza dos dons espirituais, a importância de se tomar a ceia do Senhor dignamente e a intensa realidade da ressurreição.

Ao estudar estes ensinamentos, você aprenderá doutrinas e princípios que o ajudarão a viver em retidão perante as iniquidades que encontrará.

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Paulo escreveu esta epístola próximo do fim de sua visita de três anos a Éfeso (durante sua terceira viagem), que provavelmente acabou por volta de 55 ou 56 d.C.

(1 Coríntios 1:1) Apóstolo

v. 1 Paulo, chamado para ser um apóstolo de Jesus Cristo pela vontade de Deus, e Sóstenes, nosso irmão, 

Em geral, Paulo fazia uso da designação apóstolo… pela vontade de Deus em duas ocasiões distintas: quando sua autoridade apostólica havia sido questionada ou quando escrevia para corrigir os seus leitores.

(1 Coríntios 1:2) Aos que foram separados

v. 2 à igreja de Deus que está em Corinto, para os que são santificados em Cristo Jesus, chamados para serem santos, com todos os que em todo lugar invocam o nome de Jesus Cristo nosso Senhor, tanto deles como nosso:


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 O apóstolo acrescentou dois epítetos que identificam a igreja em Corinto: santificados em Cristo Jesus, chamados para serem santos.

Estes epítetos e a última locução adjetiva, com todos os que em todo lugar invocam o nome de Jesus Cristo nosso Senhor, tanto deles como “nosso,” sugerem o tema da carta: aqueles que foram separados pertencem ao Senhor e recorrem à autoridade de Jesus. Jesus Cristo é o “Senhor” em toda parte.

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(1 Coríntios 1:3) Pai e Filho

v. 3 Graça seja convosco, e paz, de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.

Após a saudação, o cumprimento padrão de Paulo identificou duas pessoas da Trindade: Deus, o Pai, e o Senhor Jesus Cristo. “Senhor” lembra o “Senhor Deus” do Antigo Testamento, fazendo assim uma evidente declaração acerca da identidade divina de Jesus.

(1 Coríntios 1:4) Graças

v. 4 Eu sempre dou graças ao meu Deus por vós, pela graça de Deus que vos foi dada em Jesus Cristo; 

 Mais adiante, Paulo utilizou a palavra graça para se referir inicialmente aos cristãos de Corinto sendo aceitos como inculpáveis na vinda do Senhor (v. 7-8) e, depois, para designar ao dom espiritual dos crentes, o qual confirmava seu relacionamento com Cristo (v. 6-7).

Tal como é devido, o principal motivo da gratidão de Paulo em relação aos crentes de Corinto era o dom da graça que Deus lhes dera.


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(1 Coríntios 1:5-8) Os dons dos Coríntios

v. 5 pois em todas as coisas fostes enriquecidos por ele, em toda a palavra e em todo o conhecimento. 
v. 6 Assim como o testemunho de Cristo foi confirmado em vós.
v. 7 De maneira que nenhum dom vos falta, esperando pela vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, 
v. 8 o qual vos confirmará também até ao fim, para serdes irrepreensíveis no dia de nosso Senhor Jesus Cristo.

Paulo esclarece a natureza desta graça ao se referir aos dons concedidos aos coríntios. Seu dom espiritual confirmava que eles haviam recebido o testemunho do evangelho.

Ao declarar que eles foram enriquecidos, Paulo apontava não apenas para os dons que testificam da dos crentes coríntios, mas também dos carismas que foram mal utilizados e falsificados dentro da mesma congregação.

Isso inclui diversos dons como, por exemplo, falar em êxtase, motivo de orgulho para a igreja. A congregação coríntia também se ufanava de possuir um conhecimento religioso especial.

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Apesar destes problemas, o fato de terem aceitado genuinamente o testemunho do evangelho foi confirmado por seu dom espiritual.

(1 Coríntios 1:9) A autoridade de Deus

v. 9 Deus é fiel, pelo qual fostes chamados para a comunhão de seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor.

Na introdução a 1 Coríntios, a palavra Senhor aparece mais do que em qualquer outra introdução feita por Paulo em suas cartas (v. 2,3,7,8,9).

Nesta transição para o corpo da carta, o apóstolo mais uma vez enfatizou o seu tema: a autoridade do Senhor sobre Seus súditos.

Ele reconheceu a fidelidade do Pai ao chamar os coríntios a uma comunhão em um só corpo com seu Filho Jesus Cristo, que é o Senhor da igreja.

1 Coríntios 1:10-4:21

A carta inclui as respostas de Paulo a duas notícias. A primeira dizia respeito a grandes divisões dentro da igreja, e a segunda tratava de imoralidade sexual repulsiva (1 Co 5:1-6).

(1 Coríntios 1:10) Sobre serem unidos

v. 10 Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos uma mesma coisa, e que não haja divisões entre vós; antes, sejais perfeitamente unidos, em uma mesma mente e em um mesmo julgamento.

O apelo de Paulo à unidade é manifestado em uma expressão do primeiro século traduzida como que digais todos uma mesma coisa.

A expressão acrescentada, em um mesmo julgamento, refere-se à convicção comum acerca da centralidade e da importância da mensagem do evangelho – Cristo crucificado (v. 17:18-3:4). Na mente de Paulo, esta convicção central era a chave para a unidade da igreja.

(1 Coríntios 1:11-12) Sobre a divisão

v. 11 Pois me tem sido declarado a respeito de vós, irmãos meus, pelos que são da casa de Cloé, que há contendas entre vós.

v. 12 Agora digo isso, a cada um de vós que diz: Eu sou de Paulo, e eu de Apolo, e eu de Cefas, e eu de Cristo.

Paulo revelou a notícia da casa de Cloe acerca do espírito de discussão e divisão que havia na igreja em Corinto.

Com um estilo vívido e irônico, o apóstolo repetiu seus lemas partidários, os quais utilizam o chavão: “Eu sou de fulano”. Escravos faziam uso desta expressão para identificar seus donos.

Além disso, qualquer pessoa que servilmente pertencesse a um partido ou facção política poderia usar esta expressão.

Mesmo que dissessem “Eu sou de Cristo”, os cristãos de Corinto, que imitavam meros homens, estavam demonstrando um espírito de divisão e escravidão contrários ao caminho de Cristo.

(1 Coríntios 1:13-16) Fizemos alguma coisa?

v. 13 Está Cristo dividido? Foi Paulo crucificado por vós? Ou fostes vós batizados em nome de Paulo?

v. 14 Eu agradeço a Deus pois não batizei nenhum de vós, senão a Crispo e a Gaio; 

v. 15 para que ninguém diga que em meu próprio nome fostes batizados.

v. 16 E eu batizei também a família de Estéfanas; além destes, não sei se eu batizei algum outro. 

Paulo respondeu a pergunta retórica Está Cristo dividido? com sua própria vida e ministério. Ele a responde usando dois problemas cruciais relacionados a quem ele era e a que tipo de respeito lhe era devido.

Rapidamente, ele interrogou: Foi Paulo crucificado por vós? Ou fostes vós batizados em nome de Paulo? Obviamente, a resposta para as duas questões é “não”.

Cristo morreu para cada um de nós e foi pela autoridade de Jesus que fomos identificados com Ele em um corpo unido que Lhe pertence (1Co 12:12-13). Logo, é a Cristo que a honra é devida.

(1 Coríntios 1:17) O evangelho é que faz!

v. 17 Porque Cristo enviou-me não para batizar, mas para pregar o evangelho; não com sabedoria de palavras, para que não se faça vã a cruz de Cristo.

Paulo não tentou aumentar seu número de partidários batizando; pelo contrário, ele apenas pregou o evangelho, missão que Deus lhe dera (At 9:15).

Não porém com não com sabedoria de palavras enfatiza o que o mundo enxerga como a loucura do evangelho, a saber, a mensagem de “Cristo crucificado” (v. 18,23; 2:2).

A mensagem da cruz de Cristo jamais deve ser diluída em nosso evangelismo, porque por meio de tal “sabedoria humana” nos arriscamos a invalidar seu poder.

(1 Coríntios 1:18-19) A cruz é poder de Deus

v. 18 Porque a pregação da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus.

v. 19 Porque está escrito: Eu destruirei a sabedoria dos sábios e reduzirei a nada o entendimento do prudente. 

A cruz divide a raça humana. Esta divisão é para aqueles que perecem, para quem a cruz é loucura (lit. “estupidez”, “asneira”), e os que estão sendo salvos, para os quais a cruz é sabedoria e poder.

Paulo defendeu esta verdade citando Is 29:14, texto onde Deus condena a sabedoria e o conhecimento dos líderes incrédulos de Jerusalém que se consideravam sábios e cultos.

O juízo do Senhor vai expor todas as pretensões à sabedoria humana não fundamentada em Cristo.

(1 Coríntios 1:20-21) Onde está a sabedoria deste mundo?

v. 20 Onde está o sábio? Onde está o escriba? Onde está o inquiridor deste mundo? Não tem Deus feito insensata a sabedoria deste mundo?

v. 21 Visto que, na sabedoria de Deus, o mundo não conheceu a Deus pela sua sabedoria, agradou a Deus salvar os que creem pela loucura da pregação.

 O apóstolo introduziu a acusação de Deus contra aqueles que se consideram sábios nesta era. A última pergunta da sequência, Não tem Deus feito insensata a sabedoria deste mundo?, mostra a inutilidade da sabedoria humana sem Deus.

O mundo enxerga o evangelho e sua ênfase na cruz como loucura, mas o Senhor decidiu salvar as pessoas com base em sua fé na loucura da pregação anunciada: Cristo crucificado.

(1 Coríntios 1:22-23) Pedra de tropeço e loucura

v. 22 Porque os judeus requerem um sinal, e os gregos buscam a sabedoria; 

v. 23 mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é pedra de tropeço para os judeus, e para os gregos loucura; 

Para os judeus, a mensagem de Cristo crucificado (“Messias crucificado”) simbolizava fraqueza e indicava que Jesus era um Messias falso. Em vez disso, os judeus buscavam sinais do poder do Messias (Is 35:61).

Logo, a mensagem de Cristo crucificado era uma pedra de tropeço (Gr. skondolon; ou seja, “um insulto”) para suas expectativas.

Para os gentios, que não tinham “expectativas messiânicas”, apenas conceitos gerais do que uma divindade deveria ser, a mensagem de “Cristo crucificado” era tolice.

(1 Coríntios 1:24) Cristo é o poder de Deus

v. 24 mas, para os que são chamados, tanto judeus como gregos, Cristo é o poder de Deus, e a sabedoria de Deus. 

Para os chamados de todas as nações, Cristo é o poder de Deus e a sabedoria de Deus para salvar de Seu juízo (v. 21).

(1 Coríntios 1:25) A loucura é mais sábia e a fraqueza mais forte

v. 25 Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens.

 A loucura de Deus (como o mundo a enxerga) é mais sábia do que a sabedoria do homem. O termo traduzido como “loucura” (lit. “tolice”) se refere ao conteúdo absurdo da mensagem pregada – a mensagem ofensiva de Cristo crucificado (Gr. kerugmo; cp. v. 21).

(1 Coríntios 1:27-28) Deus é quem escolhe e faz

v. 27 mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir os sábios; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as coisas que são poderosas; 

v. 28 e Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as coisas que são desprezíveis, sim, as coisas que nada são, para aniquilar a nada as coisas que são; 

 Paulo explica a razão da composição do povo de Deus. Como o povo do Senhor abraça a mensagem “que “nada é”, o mundo os considera como nada.

Na era vindoura, no entanto. Deus irá confundir os sábios e os poderosos e radas alguma coisa (1Co 2:6).

(1 Coríntios 1:29) Sem soberba

v. 29 para que nenhuma carne se glorie em sua presença.

Deus resolveu escolher os desprezados, isto é, aqueles que abraçam a loucura da cruz, para que ninguém possa se vangloriar de suas realizações e posições humanas em sua presença.

(1 Coríntios 1:30-31) Toda glória ao Pai

v. 30 Mas vós sois dele em Cristo Jesus, o qual por parte de Deus nos foi feito sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção; 

v. 31 para que, como está escrito: Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor.

 Por obra do Pai, os cristãos estão identificados em Cristo (abreviação de “em Cristo crucificado”; cp. v. 23-24).

Por esta razão, os crentes possuem a sabedoria de Deus, a saber: Cristo crucificado, a própria essência da sabedoria.

Por meio desta sabedoria os fiéis são justificados no tribunal de Deus, possuem a santificação que lhes permite entrar na presença do Senhor e ainda adquirem a redenção final.

5 importantes lições que podemos aprender em 1 Coríntios 1

  1. A Importância da Unidade na Igreja: Paulo enfatiza a necessidade da unidade entre os crentes, destacando que devemos evitar divisões e buscar viver em harmonia e amor mútuo, pois somos todos membros do corpo de Cristo.
  2. A Sabedoria de Deus Contrária à Sabedoria Humana: O apóstolo contrasta a sabedoria divina com a sabedoria humana, mostrando que a mensagem da cruz pode parecer loucura para o mundo, mas é o poder de Deus para a salvação daqueles que creem.
  3. A Graça e a Chamada de Deus: Paulo lembra os coríntios de que foram chamados por Deus para serem santificados em Cristo Jesus e receberem a graça de Deus. Isso nos lembra da nossa identidade e chamado em Cristo e da importância de vivermos de acordo com essa realidade.
  4. A Necessidade de Humildade: O apóstolo adverte contra a arrogância e a autoexaltação, lembrando os crentes de que Deus escolheu os fracos e desprezíveis deste mundo para confundir os sábios. Isso nos desafia a cultivar humildade e reconhecer nossa dependência de Deus em todas as coisas.
  5. A Glória Somente em Cristo: Paulo conclui exaltando a obra redentora de Cristo na cruz e enfatizando que devemos nos gloriar apenas no Senhor. Isso nos lembra da centralidade de Cristo em nossa fé e da necessidade de direcionar toda a nossa adoração e devoção a Ele.

Conclusão

Concluindo, o apóstolo Paulo fez questão de enfatizar sua vocação como algo estabelecido por Deus. Devemos viver e sermos dirigidos por Ele e não por nós. Muitas decisões erradas, decisões que parecem ser benção, mas não são.

Paulo escreveu à igreja organizada de Corinto, à um povo que foi chamado para ser separado. Como cristãos, é nossa obrigação ter um estilo de vida como o de Jesus, uma vida que revele a vontade de Deus e santifique seu nome, como na oração modelo que fazemos.

Em contraste, está a infidelidade humana e difíceis de convivência. Os coríntios tinham muitos dons, mas eram divididos, assim como hoje em dia.

Sabendo disso, Paulo se entristece. A divisão entristece o nosso coração e o de Deus. Devemos comportar-nos e tomar decisões que fortaleçam a unidade do corpo ao sermos promotores da paz e da união, sem divisão e ou guerra.

Sem partidarismos, sem lados, sem placas, a mensagem do Reino de Deus, a mensagem da cruz, o evangelho de Jesus é maior do que tudo isso, pertencemos a um só Deus, um só Rei e Senhor, uma só fé, um só Espírito que age em todos nós! Amém!

1 Coríntios 1 estudo.

Sobre o Autor

Olá, me chamo Lázaro Correia, sou Cristão, formado em Teologia e apaixonado pela Bíblia. Aqui no Blog você vai encontrar diversos estudos Bíblicos e muito conteúdo sobre vida Cristã.

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