1 Reis 3 Estudo: Explorando a Sabedoria Divina

O livro de 1 Reis, situado no Antigo Testamento da Bíblia, apresenta um registro detalhado da história dos reinos de Israel e Judá após a morte do rei Davi. O capítulo 3 destaca um ponto crucial no reinado de Salomão, filho de Davi, quando ele ascende ao trono após a morte de seu pai.

Salomão, confrontado com o desafio de liderar uma nação, busca a sabedoria de Deus em uma experiência marcante no monte Moriá. A maneira como Salomão lida com essa situação revela não apenas sua própria natureza, mas também a natureza e o caráter de Deus.

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Este capítulo não apenas estabelece o cenário para o reinado de Salomão, mas também oferece lições profundas sobre a importância da sabedoria divina e a busca pela orientação de Deus em nossas vidas.

(1 Reis 3.1) Salomão Busca a Sabedoria Divina

v. 1 E Salomão entrou em afinidade com Faraó, rei do Egito, e tomou a filha de Faraó, e a trouxe para dentro da cidade de Davi, até que ele terminasse de construir a sua própria casa, e a casa do SENHOR, e a muralha de Jerusalém ao redor. 

Recordando o passado glorioso do Egito, alguns entendem que Salomão constituía o membro menor dessa aliança de casamento. Dois pontos contrariam essa interpretação:

  1. Os egípcios normalmente não enviavam princesas nem mesmo para outros grandes reinos. E talvez fosse bastante improvável que o Egito enviasse uma princesa para um aliado inferior.
  2. O fato do Faraó Sionado de Davi capturar e queimar Gezer, talvez durante o reino e então entregá-la de volta a Salomão (ver nota em 9:16) dá a entender a força de Salomão e não a sua fraqueza.

Faraó significa “casa grande” e era um título, não um nome próprio, assim como “a Casa Branca” serve de título popular  para o presidente dos Estados Unidos. Para uma esposa tão prestigiosa, as apertadas dimensões da original cidade de Davi não eram apropriadas.

Alguns sugerem que as esposas em casamentos políticos, como o de Salomão com a filha do Faraó, exerciam funções que, em tempos modernos, são exercidas por embaixadores.

Consequentemente, o fato de Salomão conceder a suas esposas estrangeiras e aos representantes de seus governos o direito de adoração dos próprios deuses quanto em Israel era, a nível humano, uma cortesia diplomática.

Porém, o Senhor considerou tal cortesia para falsos deuses como apostasia. Esse foi o primeiro exemplo de Salomão em que se registrou o conflito entre uma política prudente e a fidelidade para com Yahweh. 

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(1 Reis 3:2) Salomão e a Adoração nos Lugares Altos

v. 2 Somente o povo sacrificava nos lugares altos, porque até aqueles dias não havia casa construída para o nome do SENHOR. 

A arqueologia revela que o sincretismo religioso sempre fez parte da cultura hebraica popular. As evidências arqueológicas de sincretismo religioso são tão abundantes para Judá quanto para Israel.

A adoração nos lugares altos, ou em altares nos altos dos montes, pode ter três tipos: (1) a legítima adoração local de Yahweh antes de algum reconhecimento formal.

As duas regras eram:

  1. Que o equipamento pagão deveria ser destruído (Dt 7:5) e
  2. Que o local deveria ser explicitamente escolhido ou aceito por Deus (Dt 12:5; 1Rs 18:20-38), normalmente por uma epifania ou por um oráculo.

(1 Reis 3:3) A Devoção de Salomão

v. 3 E Salomão amava o SENHOR, andando nos estatutos de seu pai Davi; somente ele sacrificava e queimava incenso nos lugares altos. 

Ainda que um Salomão piedoso sacrificasse a Yahweh nos lugares altos antes da construção do templo, essa adoração pode ter sido apropriada em razão de tudo melhor de Salomão.

Parte da ofensa do rei Saul (Ref. 1Sm 13:9-13) foi uma atitude desobediente. Após a construção da casa do SENHOR, a adoração do Senhor em lugares sagrados era pecado.

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A quantidade de sacrifícios pode indicar que Salomão autorizou a oferta de abundantes sacrifícios por meio de outras pessoas, ou seja, pelo pessoal adequado.

(1 Reis 3:4-5) Salomão e a Busca pela Sabedoria Divina

v. 5 Em Gibeão o SENHOR apareceu para Salomão em um sonho à noite; e Deus disse: Pede o que queres que eu te darei. 

 Gibeão foi o último dos santuários nacionais antes do templo. Essa cidade ficava a aproximadamente 10 quilômetros ao norte de Jerusalém.

Como é que ela se tornou uma cidade sagrada visto ter passado para o controle hebraico por meio de engano (Js 9)? Locais sagrados tendiam a permanecer sagrados através das mudanças do tempo e da população local.

Os hebreus reconheceram sua condição sagrada quando o tabernáculo e o altar de bronze foram ali colocados.

(1 Reis 3:6) A Oração de Salomão

v. 6 E Salomão disse: Tu mostraste ao teu servo Davi, o meu pai, grande misericórdia, segundo ele andou diante de ti em verdade, e em justiça, e em retidão de coração para contigo; e tu tens guardado para ele esta grande bondade, de modo que lhe deste um filho para se assentar no seu trono, e este é o dia.

 A bondade (Heb. chesed) quase sempre se refere à fidelidade pactual. Davi foi fiel em sua obediência a Deus: por sua vez, Deus foi fiel ao conceder e guardar Suas promessas pactuais a Davi. A fidelidade pactual é um conceito chave na teologia do antigo testamento.

(1 Reis 3:9-11) O Pedido Sábio por Sabedoria Divina

v. 9 Dá, portanto, ao teu servo um coração entendido para julgar o teu povo, para que eu possa discernir entre o bem e o mal; por que quem é capaz de julgar este teu povo tão grande? 

v. 10 E o discurso agradou ao Senhor, porque Salomão havia pedido isso. 
v. 11 E disse-lhe Deus: Porque pediste isso, e não pediste para ti vida longa; nem pediste para ti riquezas, nem pediste a vida dos teus inimigos; mas pediste para ti mesmo entendimento para discernir o juízo; 

 A oração de Salomão marcava uma grande mudança cultural na vida hebraica, uma mudança para valores pacíficos que envolviam sabedoria e habilidade antes que destreza militar.

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Salomão refletiu esses novos valores ao pedir um coração que fosse entendido para julgar (quanto ao pacto) para governar a nação. O pedido de Salomão foi para discernir.

O fato de um governante de um grande império desejar um coração obediente e sábio indicava uma mais do que ele havia pedido. Essa passagem é um exemplo do uso de uma mente discernidora dada por Deus.

Antigos reis da Mesopotâmia mantiveram registros de decisões legais excepcionais, as quais era apresentadas a seus deuses para mostrar que eles tinham agido sabiamente. Historiadores de Israel evidentemente conservaram registros similares.

Esses novos valores estão também refletidos no Salmo 72, um salmo real. Os antigos valores estão refletidos no título “homem de guerra” (1Cr 28:3), atribuído a Davi. No passado, a bravura na guerra fazia de um líder político alguém poderoso.

(1 Reis 3:12-13) A Resposta Divina à Oração de Salomão

v. 12 eis que, tenho feito segundo a tua palavra; eis que te dei um coração sábio e entendido; de modo que não houve ninguém como tu antes de ti, nem depois de ti se levantará alguém como tu. 

v. 13 E eu também te dei aquilo que não pediste, tanto riquezas, como honra; de modo que não haverá ninguém entre os reis comparável a ti em todos os teus dias. 

Consequentemente, Salomão obteve o melhor dos dois conjuntos de valores, a sabedoria que marcava o homem sábio ou o homem de negócio eficiente, e também as riquezas, a honra e o poder que marcavam o sucesso nos valores mais antigos.

(1 Reis 3:15) O Julgamento de Salomão

v. 15 E Salomão acordou; e, eis que era um sonho. E ele veio a Jerusalém, e se pôs de pé diante da arca do pacto do SENHOR, e ofereceu ofertas queimadas, e ofereceu ofertas de paz, e fez uma festa para todos os seus servos. 

 Salomão comemorou esse oráculo com um grande sacrifício festivo de ofertas de paz para os seus servos – possivelmente para todos os funcionários do palácio ali residentes.

(1 Reis 3:16) “A Sabedoria de Salomão em Prova

v. 16 Então, chegaram ali ao rei duas mulheres, que eram prostitutas e se puseram de pé diante dele. 

 Embora o reinado de Salomão envolvesse um rei imperial novo e distante, o povo, pelo menos o de Jerusalém, ainda tinha acesso à justiça real.

A falta de tal acesso durante o reinado de Davi foi usada por Absalão para ganhar o coração do povo (2Sm 15:3-6).

5 importantes lições que podemos aprender em 1 Reis 3

  • Valor da Sabedoria Divina: Salomão reconheceu a importância da sabedoria de Deus acima de riquezas e poder terrenos, buscando-a através da oração.
  • Priorização do Bem Comum: A decisão de Salomão em escolher a sabedoria visava ao benefício do povo que ele governava, demonstrando uma preocupação genuína com o bem-estar de seu reino.
  • Humildade Diante de Deus: Ao reconhecer sua própria inexperiência e limitações como líder, Salomão mostrou humildade ao pedir sabedoria a Deus em vez de confiar apenas em sua própria compreensão.
  • Importância da Oração: Salomão nos ensina sobre a eficácia da oração sincera e humilde, que busca a orientação e a sabedoria de Deus em todas as decisões.
  • Priorização das Coisas Eternas: Salomão escolheu a sabedoria divina, algo que transcende as posses materiais e a posição social, mostrando que as coisas eternas devem ter precedência sobre os bens terrenos.

Conclusão

Em 1 Reis 3, somos apresentados a Salomão, que, ao assumir o trono de Israel, demonstra uma atitude notável: ao invés de buscar riquezas ou poder, ele busca a sabedoria de Deus através da oração. Essa escolha não apenas revela a humildade de Salomão diante de Deus, mas também sua preocupação genuína com o bem-estar de seu povo.

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Sobre o Autor

Olá, me chamo Lázaro Correia, sou Cristão, formado em Teologia e apaixonado pela Bíblia. Aqui no Blog você vai encontrar diversos estudos Bíblicos e muito conteúdo sobre vida Cristã.

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