Êxodo 8 Estudo: O Deus que Guarda
Neste capítulo de Êxodo 8 estudo, vemos aqui o Senhor mandando que Moisés falasse a Faraó, novamente, para liberar o povo para servi-lo, sob pena de o Egito ser castigado com rãs, por todo lado. Então Arão estendeu seu bordão sobre as águas, de onde subiram rãs e cobriram a terra.
Os encantadores fizeram o mesmo. Faraó, então, pede que Moisés e Arão intercedesse a Deus que cessasse aquela praga e, então, liberaria o povo para sacrificar ao Senhor.
Então, o Senhor fez morrer todas as rãs, de forma que a terra cheirou mal. Faraó, no entanto, continuou endurecido. Deus, então, envia piolho, de modo que todo pó da terra se transformou em piolho.
Os magos não conseguiram realizar este feito. O Senhor então, envia moscas por todo Egito, livrando a terra de Gósen. Faraó aduz, novamente, que deixaria o povo ir.
Então o Senhor fez com que os enxames de mosca se retirassem. Contudo Faraó, ainda, mantinha o coração endurecido.
Êxodo 8 estudo: Contexto histórico
No sétimo capítulo, de Êxodo, vimos que Deus dá início a Sua atuação sobrenatural. Vemos que, ao ter com Faraó, Arão lança seu bordão em terra, o qual se transformara numa serpente.
Os encantadores do Egito de igual forma fizeram, no entanto, seus bordões foram engolidos pelo de Arão. Após, vimos a primeira praga: a transformação de todas as águas do Egito em sangue.
Outra vez os encantadores conseguiram realizar a mesma demonstração a Faraó, de forma que seu coração se mantinha endurecido. Os egípcios buscam água e não encontram. Assim se passaram sete dias.
(Êxodo 8:1-8) A oração de um profeta
O pedido do Faraó colocou Moisés em uma situação semelhante à de Abraão em Gn 20:7,17; ambos são chamados de profetas, ambos oraram em favor de um governante estrangeiro, e o Senhor a ambos respondeu com alívio (Ex 7:1).
O Fraseado do pedido do Faraó revela que ele entendia o que tinha acontecido e o que ele devia fazer.
(Êxodo 8:9-10) Deus estava no controle
v. 9 E disse Moisés a Faraó: Glória sobre mim; quando devo rogar por ti, e por teus servos, e por teu povo, para destruir as rãs de ti e de tuas casas, para que permaneçam somente no rio?
v. 10 E ele disse: Amanhã. E disse: Seja conforme a tua palavra, para que saibas que não há ninguém como o SENHOR nosso Deus.
A oportunidade para o Faraó escolher a hora revelaria que o fim da praga estava sob o controle do Senhor. A menos que a resposta do Faraó, amanhã, fosse uma expressão idiomática para “imediatamente”, ou “o mais breve possível”, sua escolha adiou o fim da praga até o dia seguinte.
A resposta à oração de Moisés apontava para incomparabilidade do Senhor; Ele podia iniciar e encerrar esta praga quando desejasse.
(Êxodo 8:15) Faraó resiste
v. 15 Mas quando Faraó viu que houve alívio, endureceu o seu coração, e não os ouviu, como o SENHOR havia dito.
Esta é a primeira ocasião em que o Faraó faz “pesado” o próprio coração, entretanto, ela corresponde à observação em Ex 7:23 de que ele fracassou em “levar a sério” [“seu coração foi endurecido”] a primeira praga. Entre as referências ao Faraó endurecendo o próprio coração, no sentido de torná-lo “pesado” e assim inoperante.
(Êxodo 8:16-19) O dedo de Deus
v. 16 E disse o SENHOR a Moisés: Dize a Arão: Estende o teu cajado, e fere o pó da terra, para que se torne em piolhos por toda a terra do Egito.
v. 17 E eles assim fizeram, porque Arão estendeu a sua mão com seu cajado, e feriu o pó da terra, e ele se tornou piolhos nos homens, e nos animais; todo o pó da terra se tornou em piolhos em toda a terra do Egito.
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v. 18 E os magos fizeram o mesmo com seus encantamentos para produzir piolhos, mas não conseguiram. Assim havia piolhos sobre os homens e sobre os animais.
v. 19 Então disseram os magos a Faraó: Este é o dedo de Deus. E o coração de Faraó foi endurecido, e ele não os ouviu, conforme o SENHOR havia dito.
Pesquisadores têm debatido sobre o tipo exato de insetos incômodos que estes seriam: piolhos, pulgas, mosquitos, ou carrapatos.
Quando descobriram que não podiam duplicar a praga, os mágicos do Faraó declararam: Este é o dedo de Deus (cp. Ex 31:18). Contudo, por sua descrição, esse desastre requer a ação de apenas um dedo do Deus que dissera que Ele colocaria a Sua mão no Egito.
Após a admissão dos mágicos, Gósen começou a ser excluída das pragas a começar pela quarta, deixando mais irrefutável que o Deus dos hebreus era o responsável, visto que Ele poupou o Seu próprio povo.
(Êxodo 8:21) O enxame de moscas
v. 21 De outro modo, se não deixares meu povo ir, eis que enviarei enxames de moscas sobre ti, e sobre teus servos, e sobre teu povo, e nas tuas casas. E as casas dos egípcios estarão cheias de enxames de moscas, e também o chão em que eles estão.
O uso de duas formas um tanto rimadas de uma palavra hebraica para enviar assinala a ligação de causa e efeito que o Faraó precisava reconhecer.
Uma ideia do tom pode ser indicada por uma tradução como: “se você não enviar para fora,eu enviarei, para dentro”.
(Êxodo 8:22-23) A terra de Gósen
v. 22 E eu separarei naquele dia a terra de Gósen, em que habita o meu povo, para que lá não haja enxames de moscas, para que ao final saibas que eu sou o SENHOR no meio da terra.
v. 23 E porei uma divisão entre o meu povo e o teu povo. Amanhã será este sinal.
Durante a quarta praga e outras na sequência, o Senhor distinguiria o Seu povo do povo do Faraó a fim de dar a conhecer a Sua soberana presença.
Este novo elemento e o uso das duas formas da palavra “enviar” no versículo 21 ajudam a realçar o conflito e o contraste entre o Senhor e o Faraó.
Ficaria claro que o Faraó era incapaz de proteger o próprio povo. Gósen ficava no nordeste do Egito, possivelmente próximo a Wadi Tumilat, e tinha excelente pasto para ovelhas e cabras (Gn 45:10).
(Êxodo 8:24-28) Autoridade à prova
v. 24 E o SENHOR assim fez, e vieram grandes enxames de moscas para dentro da casa de Faraó, e para dentro das casas de seus servos, e para toda a terra do Egito. A terra estava corrompida por causa desses enxames de moscas.
v. 25 E chamou Faraó a Moisés e a Arão e disse: Ide e sacrificai a vosso Deus nesta terra.
v. 26 E Moisés disse: Não convém fazer assim, pois sacrificaríamos a abominação dos egípcios ao SENHOR nosso Deus. Eis que se sacrificássemos a abominação dos egípcios perante os seus olhos, eles não nos apedrejariam?
v. 27 Nós vamos três dias de jornada no deserto, e sacrificaremos ao SENHOR nosso Deus, conforme ele nos ordenou.
v. 28 E Faraó disse: Eu vos deixarei ir, para que ofereçais sacrifícios ao SENHOR vosso Deus no deserto. Somente não devereis ir muito longe. Suplicai por mim.
A palavra rara traduzida como enxames de moscas não especifica um inseto específico e pode indicar uma mistura. As estipulações do Faraó nos versículos 25 e 28 revelam que ele ainda pensava que estava no comando e que podia afirmar sua autoridade.
Sua expressão não deve ir muito longe, usa uma construção enfática e o tipo de ordem negativa que somente alguém de posição superior podia emitir.
A palavra que Moisés usou para a abominação é a mesma que Gn 43:32 usaram para falar acerca da recusa dos egípcios em comer com os irmãos hebreus de José, ou seja, o desprezo dos egípcios por pastores.
Aparentemente, o Faraó podia admitir que Moisés estava certo a respeito do conflito de culturas. O Faraó deixaria que os israelitas fossem e sacrificassem no deserto, mas sua pronta ordem – suplicai por mim – apenas duas palavras no hebraico, revela o que lhe interessava em primeiro lugar.
(Êxodo 8:29) As advertências divinas
v. 29 E Moisés disse: Eis que sairei da tua presença, e orarei ao SENHOR, para que os enxames de moscas se apartem amanhã de Faraó, dos seus servos, e do seu povo; mas que Faraó não aja mais de forma enganosa não deixando o povo ir e sacrificar ao SENHOR.
Jacó usou a palavra aqui traduzida por “não aja mais de forma enganosa” para descrever como Labão o enganou mudando-lhe o salário dez vezes (Gn 31:7).
O Senhor não ficou devendo nenhuma advertência ou repreensão ao Faraó. Cada censura e cada advertência de praga iminente dava ao Faraó a oportunidade para mudar de rumo.
Conclusão
Neste capítulo, vemos que, mesmo após diversas demonstrações de poder, Faraó se mantem endurecido. A praga das rãs, mais uma vez falaria aos egípcios.
Eles veneravam as rãs pois as associava à fertilidade. No entanto, aquilo que eles tanto reverenciavam, se tornara repugnante.
Após, vemos que, na terceira praga, Faraó não é comunicado. Desta vez, seus encantadores não conseguiram repetir o feito, oportunidade em que admitiram ser o dedo de Deus naquela situação toda.
Pela resistência de Faraó, Deus manda uma quarta praga: um enxame de moscas. Vemos, ainda, que o Senhor preserva a terra de Gósen, local em que habitavam os israelitas, mostrando, assim, mais um sinal de Sua soberania.
Deus ordenava e os animais e insetos o obedeciam. Ele até mesmo delimitava onde poderiam ir. Esse Deus mostrava Seu poder sobre toda criação.
Vemos que em todas as vezes, Faraó tentava enganar Moisés, para se ver livre de alguma praga, contudo, seus métodos torpes não eram capazes de impedir o Senhor.
A narrativa mostra, até mesmo, os sábios atribuindo a Deus todas as coisas, no entanto, o rei não se dobrava e, por sua dureza, todos padeciam. No entanto, os israelitas eram preservados em sua terra.
A palavra de Deus menciona que, quando os perversos estão no poder o povo geme (provérbios 29:2).
Deus estava mostrando que nenhum homem pode se proteger de Deus, nem mesmo uma autoridade. Em contrapartida, Ele revela que Sua liderança traz refúgio mesmo em meio ao caos.
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