Levítico 11 Estudo: Alimentos Puros e Impuros
Neste capítulo de Levítico 11 estudo, veremos o Senhor distinguindo alimentos puros de impuros, designando quais seriam adequados para o consumo. Ele determinou que, aqueles animais, quadrúpedes, que tivessem unhas fendidas, em que o casco se dividisse em dois, e ruminasse, poderiam ser comidos.
Aqueles, porém, que tivessem apenas uma dessas características, não poderiam ser ingeridos, vez que seriam imundos. Trouxe, ainda, designação de imundos e puros entre os animais aquáticos, entre as aves, entre os insetos e outros animais, designados enxame de criaturas.
Fora determinado que, qualquer pessoa que tocasse em qualquer animal morto, estaria imundo até a tarde e deveria lavar suas vestes. Também, tudo que, mesmo acidentalmente, fosse tocado pelo animal morto, seria imundo.
Levítico 11 estudo: Contexto histórico
Anteriormente, os filhos de Arão, Nadabe e Abiú, pegaram seus incensários e ofereceram fogo estranho ao Senhor, oportunidade que foram consumidos com fogo, o qual saíra da presença de Deus.
Moisés, então, orientou que Arão e seus outros filhos não rasgassem suas vestes sagradas, para não morrerem.
Após, Moisés reitera os deveres sacerdotais e as orientações quanto às porções das ofertas pertinentes aos sacerdotes.
(Levítico 11:1-15) Obediência
Ao observar as leis de pureza ritual, os israelitas viveriam e prosperariam através da presença e da bênção de Deus.
Levítico 11:1-47 Santidade
Este capítulo inclui duas listas separadas de criaturas puras e impuras (v. 1-23); a identidade de muitos dos animais é incerta.
Se as leis sobre alimentação fossem observadas pelos israelitas, a santidade de Deus se estenderia do santuário até suas casas, garantindo Sua contínua presença.
Embora possa ter havido certo benefício higiênico ao se guardar as leis da alimentação, as criaturas proibidas não eram eternamente prejudiciais para o consumo humano.
É mais provável que estas leis refletissem as diferentes espécies da criação (Gn 1:26) e, por meio disso, ensinassem aos israelitas que havia um padrão de conformidade ordenado.
As instruções mostravam aos israelitas que deviam se conformar com a sua criação como povo santo, evitando associação a seus vizinhos pagãos ao adotar seus costumes domésticos.
As leis de alimentação que um dia separaram os israelitas das outras nações não mais restringe os cristãos modernos (At 10:11-16), mas o princípio implícito permanece verdadeiro: tudo o que um cristão fizer deve ser para a glória de Deus (1Co 10:31).
A vida cristã consagrada surge do interior de uma pessoa redimida, não de coisas físicas (Mc 7:18-23). Os cristãos devem exercitar a maturidade espiritual escolhendo o que comer e o que beber (Rm 14) e se associando com outras pessoas (1Co 5:11).
(Levítico 11:1) Deus fala com Arão
v. 1 E o SENHOR falou a Moisés e a Arão, dizendo-lhes
O Senhor incluiu Arão como receptor das instruções quanto à pureza, porque principalmente eram responsabilidade dos sacerdotes (Lv 10:10-11).
(Levítico 11:9-12) Impureza ritual
v. 9 Isto comereis de tudo o que está nas águas: tudo o que tem barbatanas e escamas nas águas, nos mares e nos rios; aquilo comereis.
v. 10 E tudo o que não tem barbatanas nem escamas, nos mares e nos rios, tudo o que se move nas águas, e qualquer vida que está nas águas, estes serão abominação para vós.
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v. 11 Eles serão uma abominação para vós; não comereis da sua carne, porém tereis suas carcaças como abominação.
v. 12 Tudo o que não tem barbatanas ou escamas nas águas será uma abominação para vós.
As criaturas marinhas inaceitáveis foram consideradas abominação (Heb. sheqets) três vezes (v. 10).
Embora não haja uma proibição específica quanto a tocá-las ou uma advertência de impureza ritual ao consumi-las, por serem criaturas “proibidas,” pode-se subentender isso.
(Levítico 11:13-19) Aves carnívoras
v. 13 E estas são as que abominareis entre as aves; não serão consumidas; são uma abominação: a águia, e o quebrantosso, e o xofrango,
v. 14 e o falcão, e o papagaio segundo a sua espécie;
v. 15 todo corvo segundo a sua espécie,
v. 16 e a coruja, e o falcão da noite, e o cuco, e o gavião segundo a sua espécie,
v. 17 e a pequena coruja, e o corvo-marinho, e a grande coruja,
v. 18 e o cisne, e o pelicano, e o alcatraz,
v. 19 e a cegonha, e a garça segundo a sua espécie, e a poupa, e o morcego.
Estas aves podem ter sido proscritas por se alimentarem de carniça.
(Levítico 11:24-25) Quanto aos cadáveres
v. 24 E por estes sereis impuros; qualquer que tocar a sua carcaça será impuro até a tarde.
v. 25 E qualquer que levar as suas carcaças lavará as suas vestes, e será impuro até a tarde.
A contaminação ocorria ao se tocar os cadáveres ou ao transportá-los. Ao transportá-los, as roupas da pessoa estavam contaminadas pelo contato e precisavam ser lavadas.
Todos os cadáveres transmitiam impureza através do contato (Nm 5:2). Para pessoas consagradas, o simples fato de estar diante de um corpo morto causava contaminação (Lv 21:11). A duração da impureza se estendia até o pôr do sol, que terminava o dia (Dt 22:26).
(Levítico 11:27) Quadrúpedes
v. 27 E tudo o que anda sobre as suas patas, entre todos os tipos de animais que andam de quatro, estes vos são impuros; qualquer que tocar sua carcaça será impuro até a tarde.
Animais de quatro pés que andam sobre as suas patas (lit. “palmas”), como cachorros e gatos, eram considerados impuros.
(Levítico 11:29-38) Contaminações
A carcaça de criaturas que se arrastam sobre a terra (como insetos) transmitia contaminação por contato direto ou indireto (quando pessoas lidavam com coisas inanimadas que tinham estado em contato com criaturas mortas).
Como um vaso de barro absorvia o líquido contaminado pelo cadáver, ele devia ser jogado fora; as comidas ou bebidas que secundariamente tivessem estado em contato com a água contaminada da vasilha eram impuras.
Havia duas exceções quanto à água: a água de um reservatório de onde fosse tirada uma carcaça continuava pura, provavelmente por causa da importância ritual da água para a purificação; e qualquer semente já germinada pela água era impura.
(Levítico 11:39-40) Quanto a forma da morte
v. 39 E se morrer algum animal, do qual vós podeis comer, aquele que tocar na sua carcaça será impuro até a tarde;
v. 40 e aquele que comer da sua carcaça lavará as suas vestes, e será impuro até a tarde; e também quem levar a sua carcaça lavará as suas vestes, e será impuro até a tarde.
Qualquer animal que fosse morto por animais selvagens ou que tivesse morrido por causas naturais, isto é, que não tivesse sido morto para ser comido-poderia ser comido, mas continuava transmitindo impureza (Lv 17:15; eram proibidos para os sacerdotes, Lv 22:8).
O ritual de purificação demandava mais da pessoa que tivesse longo contato com uma carcaça. Isso envolvia a lavagem das roupas daqueles que comeram ou transportaram o animal.
(Levítico 11:44-45) Um povo puro
v. 44 Porque eu sou o SENHOR, vosso Deus; portanto, vós vos santificareis e sereis santos, porque eu sou santo; e não contaminareis a vós mesmos com nenhum tipo de coisa rastejante que se arrasta sobre a terra.
v. 45 Porque eu sou o SENHOR, que vos fiz sair da terra do Egito, para ser vosso Deus; portanto, vós sereis santos, porque eu sou santo.
Como o Senhor tornará os israelitas exclusivamente Seus ao libertá-los da terra do Egito, eles deveriam ser santos como Ele é santo (Êx 19:2).
Era necessário que o povo mantivesse sua pureza ritual nas atividades diárias assim como na adoração no santuário.
A comida oferecida ao Senhor na adoração envolvia o compartilhamento de porções entre os sacerdotes e o povo.
Para que Deus continuasse presente entre o povo, eles deveriam exercer a mesma santidade em seus lares.
Como era inevitável que o povo se tornasse impuro, eles deveriam se consagrar submetendo-se a estes procedimentos de purificação.
(Levítico 11:46-47) Uma conduta santificada
v. 46 Esta é a lei dos animais, e das aves, e de toda criatura vivente que se move nas águas, e de toda criatura que se arrasta sobre a terra,
v. 47 para fazer uma diferença entre o impuro e o limpo, e entre os animais que podem ser comidos e os animais que não podem ser comidos.
O propósito era fazer diferença (Heb. badal) entre o que poderia ser consumido conforme a lei e o que não; a mesma raiz ocorre em Lv 10:10 e significa “separou” em Lv 20:24.
O raciocínio básico era teológico: porque o Senhor é santo, o povo tinha que expressar santidade por meio de sua conduta (Lv 19:2).
Conclusão
As escrituras não revelam, expressamente, a lógica para o estabelecimento de alguns animais como puros e impuros. Não é esclarecido o critério utilizado por Deus para denominar a pureza ou impureza de cada animal.
Existem especulações de que a restrições de determinados animais se dera em decorrência de que seriam utilizados em rituais sacrificiais, pagãos, da época e, também, há considerações de que, o antigo testamento liga o sangue a vida e, portanto, alguns animais, carnívoros, seriam imundos, dentre outros argumentos como higiene, etc.
Contudo, a única e suficiente lógica, que nos cabe considerar, é a de que Deus, em Sua infinita soberania, determinou que houvesse distinção entre os alimentos.
Independentemente de Suas razões, percebe-se que o Senhor estaria ensinando a Seu povo a diferenciar e considerar todas as coisas.
Estas impurezas, trariam impedimentos cerimoniais, trariam consequências em suas vidas espirituais. Então, Ele estabelece um conceito de puro e impuro.
Um Deus Santo, estaria ensinando sobre aquilo que contamina alguém, trazendo separação de Sua presença.
Com isso, de igual forma, Deus estaria ensinando as características do Seu povo, demonstrando, assim, uma distinção, daqueles que o serviam, iluminando o caminho para Ele.
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