Marcos 13 Estudo: A Escatologia de Jesus
Neste capítulo de Marcos 13 estudo, veremos que o Sermão escatológico de Jesus, também conhecido como O Sermão do Monte das Oliveiras, pode ser encontrado também nos evangelhos de Mateus e Lucas. Muitos teólogos veem este sermão como um “pequeno Apocalipse”.
Verdade é que, qualquer estudo nesse formato feito hoje, deve ser coerente com as escrituras e, obrigatoriamente, precisa considerar este discurso. Resumidamente, vamos analisar esse importante sermão de Cristo, dividido em 2 partes. Jesus nos alertou sobre muitas coisas neste capítulo.
Marcos 13 estudo: Contexto histórico
Jesus acabara de contar a parábola da vinha, ensinando que Israel é a vinha, os servos maltratados, os profetas e Ele, o próprio filho do dono da vinha. Os fariseus, percebendo a intenção de Jesus, começaram a procurar meios para o prender.
Vimos também que muitas pessoas ricas ofertavam com aquilo que lhes sobrava, a não ser uma viúva pobre que deu duas moedinhas.
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Para Jesus, ela deu muito mais do que todos os outros, pois a pobre viúva, deu tudo o que tinha. Ele, Jesus, também daria tudo o que tinha por todos nós, mas antes, faria um dos seus mais importantes sermões, assentado em frente ao templo, no monte da Oliveiras.
(Marcos 13:1-37) PARTE 1
Com frequência, este capítulo é chamado de Discurso do monte das Oliveiras ( Lc 21). O tema da destruição do templo e de Jerusalém pelos romanos em 70 d.C. parece estar interligado com a tribulação final e a volta de Jesus.
Alguns intérpretes atribuem o conteúdo integral de Mc 13 à destruição do templo e de Jerusalém. A maioria deles acredita que Jesus usou a destruição anterior para prefigurar o fim dos tempos.
Alguns que sustentam esta última visão atribuem os v. 1-13 aos evento do primeiro século e os v. 14-37 aos últimos dias terrenos. Outros atribuem os v. 1-31 ao primeiro século e os v. 32- 37 ao fim dos tempos.
(Marcos 13:1) A magnitude do Templo
v. 1 E, quando ele saía do templo, disse-lhe um dos seus discípulos: Mestre, vê que tipo de pedras e que construções estão aqui!
As pedras e as construções do complexo do templo eram realmente impressionantes. O templo de Herodes esteve em construção por quase 50 anos, e o historiador judeu Josefo disse que algumas das pedras tinham 18 metros de comprimento.
Arqueólogos encontraram pedras de 12 metros de comprimento, 3 de altura e 4 de largura, pesando mais de 450 toneladas. Ver relato paralelo em Mateus.
(Marcos 13:2) Jesus prediz a destruição
v. 2 E, respondendo Jesus, disse-lhe: Vês estas grandes construções? Não se deixará aqui uma pedra sobre outra que não seja derrubada.
Jesus profetizou (anunciou, não apenas predisse) a destruição das grandes construções. Simbolicamente, Ele já havia profetizado o fim delas através da figueira seca (Mc 11:12-14).
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Alguns questionam a precisão de não se deixará aqui uma pedra sobre outra porque algumas pedras permanecem até hoje no Muro Ocidental (Muro das Lamentações), mas ele não fazia parte do templo em si,” e sim do alicerce que sustentava a plataforma onde ficava o templo.
(Marcos 13:3) O monte das Oliveiras
v. 3 E, assentando-se ele no monte das Oliveiras, defronte do templo, Pedro, e Tiago, e João e André lhe perguntaram em particular:
O monte das Oliveiras ficava 91 metros acima de Jerusalém, ao lado do vale do Cedrom. Ele oferecia uma visão panorâmica do templo e de Jerusalém.
(Marcos 13:4) Os discípulos questionam a Jesus
v. 4 Dize-nos, quando serão essas coisas? E qual será o sinal quando todas estas coisas estiverem para se cumprir?
Essas coisas e todas estas coisas se referem ao comentário de Jesus no v. 2 e à destruição do templo. Segundo Marcos e Lucas (Lc 21:7), os discípulos fizeram duas perguntas. A primeira era quando a destruição iria acontecer; a segunda era que sinal a precederia.
(Marcos 13:5-13) PARTE 2
Jesus começou o discurso alertando que Seus seguidores sofreriam perseguição por Sua causa.
(Marcos 13:5) Jesus faz um alerta
v. 5 E Jesus, respondendo-lhes, começou a dizer: Acautelai-vos para que nenhum homem vos engane;
É responsabilidade dos discípulos terem cuidado para não serem enganados.
(Marcos 13:6) Falsos mestres
v. 6 porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos.
Falsos reivindicadores e falsos mestres podem ser populares. A expressão em meu nome pode significar que estes impostores iriam dizer que ensinavam em nome de Jesus ou que eles iriam dizer serem eles o Cristo (cp. Mt 24:5).
(Marcos 13:7) Guerras e rumores de guerras
v. 7 E, quando ouvirdes de guerras e de rumores de guerras, não vos perturbeis; porque todas essas coisas necessitam acontecer, mas ainda não será o fim.
Guerras e rumores de guerras não são sinais do fim, mas caracterizam toda a era. Jesus disse que todas essas coisas necessitam acontecer, indicando que fazem parte do plano de Deus.
(Marcos 13:8) Desastres naturais
v. 8 Pois nação se levantará contra nação, e reino contra reino; e haverá terremotos em vários lugares, e haverá fomes e tribulações; essas coisas são o princípio das dores.
Desastres naturais não são sinais do fim, mas apenas o princípio das tristezas. Apesar de incômodas, essas dores são precursoras de esperança e vida nova.
(Marcos 13:9) O castigo aos seguidores de Cristo
v. 9 Mas fiquem atentos por vós mesmos; porque eles vos entregarão aos conselhos, e nas sinagogas sereis açoitados; e sereis levados perante governadores e reis por minha causa, para um testemunho contra eles.
Vos entregarão se refere à traição. Concílios (cp. Mt 10:17) e sinagogas eram tribunais judaicos locais (e não o Sinédrio em Jerusalém que dirigiu o julgamento de Jesus; Mc 14:53-65).
Sobre serem açoitados, ver 2Co 11:24-25. Governadores e reis indicavam as autoridades políticas romanas.
(Marcos 13:10) Evangelho universal
v. 10 E o evangelho deve ser primeiramente pregado entre todas as nações.
A perseguição é o contexto no qual ocorrerá a proclamação universal das boas-novas.
(Marcos 13:11) Não se distraiam!
v. 11 Mas quando eles vos conduzirem e vos entregarem, não penseis de antemão sobre o que haveis de falar, nem premediteis; mas, o que vos for dado naquela hora, isso falai; porque não sois vós que falais, mas sim o Espírito Santo.
Jesus exortou Seus discípulos contra a preocupação, que iria distraí-los de seu testemunho. Deus daria a resposta adequada através de Seu Espírito Santo.
Esta é a última referência ao Espírito em Marcos (Mc 1:8 – Mc 3:29 – Mc 12:36) e a única que ilustra Seu papel junto aos cristãos. Sobre o Espírito Santo como Conselheiro, ver Jo 14:16 – Jo 15:26 – Jo 16:7 – 1Jo 2:1.
(Marcos 13:12) Traições na própria família
v. 12 Ora, o irmão entregará à morte o irmão, e o pai ao filho; e levantar-se-ão os filhos contra os seus pais, e eles farão com que sejam entregues à morte.
Alguns cristãos serão traídos por membros de sua própria família, e até mesmo chegarão à morte (cp. Mt 10:34-36).
(Marcos 13:13) Sereis odiados
v. 13 E sereis odiados de todos os homens por causa do meu nome; mas aquele que perseverar até ao fim será salvo.
Sereis odiados mostra a hostilidade que os incrédulos muitas vezes têm contra os cristãos por causa de Jesus (cp. 1Pe 4:16).
O Senhor não adverte aos discípulos para que pudessem buscar segurança, mas para que resistis- sem fielmente.
(Marcos 13:14) A visão de Daniel
v. 14 Mas, quando vós virdes a abominação da desolação, predita pelo profeta Daniel, de pé onde não deveria (quem lê, compreenda), então os que estiverem na Judeia fujam para os montes;
Abominação é extraído de Dn 9:27 – Dn 11:31 – Dn 12:11 e foi usado para descrever a profanação do templo por Antíoco Epifânio em 167 a.C.
A referência de Jesus pode ser a algum evento antes de 70 d.C. ou ao “homem do pecado” (Ap 13:1-10 – Ap 14-15).
Marcos não identificou a localização de pé onde não deveria, mas Mateus disse “no Lugar Santo”, isto é, no santuário do templo (cp. 2Ts 2:4).
(Marcos 13:15-16) Não voltem!
v. 15 e não deixai o que estiver sobre o telhado descer para a casa, nem entrar nela, para levar alguma coisa de sua casa;
v. 16 e não deixai voltar o que estiver no campo para buscar o seu manto.
Sobre telhado, ver nota em Mc 2:4.
(Marcos 13:17) Ai das grávidas!
v. 17 Mas ai das grávidas e das que amamentarem naqueles dias!
Mas ai, não é uma condenação, como em Mt 23:13-32,” e sim um lamento pelas grávidas e das que amamentarem, incapazes de andar rapidamente.
(Marcos 13:18) Fuga no inverno
v. 18 E orai para que a vossa fuga não seja no inverno.
O clima de inverno, junto com os rios transbordantes, que não podiam ser atravessados, dificultariam ainda mais a fuga (cp. Mt 24:20).
(Marcos 13:19) Dias de aflição
v. 19 Porque naqueles dias haverá aflição, tal como nunca houve desde o princípio da criação que Deus criou, até agora, nem haverá jamais.
Este versículo é originário de Dn 12:1. A intensidade daqueles dias de aflição (cp. Ap 7:14) excederá o que aconteceu na destruição de Jerusalém em 70 d.C.
(Marcos 13:20) A abreviatura por causa dos eleitos
v. 20 E, se o Senhor não abreviasse aqueles dias, nenhuma carne se salvaria; mas, por causa dos eleitos, que ele escolheu, abreviou aqueles dias.
O Senhor restringirá a tribulação por causa dos eleitos (lit. “os eleitos que Ele escolheu”), enfatizando a escolha soberana de Deus.
(Marcos 13:21-22) Falsos Cristos
v. 21 E então, se algum homem vos disser: Eis que o Cristo está aqui; ou: Ele está ali; não o acrediteis.
v. 22 Porque se levantarão falsos Cristos, e falsos profetas, e farão sinais e maravilhas, para seduzir, se possível fora, até os eleitos.
Muitos farsantes messiânicos e falsos profetas surgirão em toda a era final.
(Marcos 13:23-25) Sinais nos céus
v. 23 Ficai atentos: Eis que eu tenho predito todas as coisas.
v. 24 Mas naqueles dias, após a tribulação, o sol se escurecerá, e a lua não dará a sua luz,
v. 25 e as estrelas cairão do céu, e os poderes que estão no céu serão abalados.
Jesus avisou sobre os sinais terrenos, que aconteceriam antes da tribulação, e falou também dos sinais cósmicos, que se dariam após a tribulação.
Ele declarou que os poderes que estão no céu serão abalados, como se fosse um terremoto celestial (cp. Hb 12:26-29). Sua linguagem vem de Is 13:9-10 – Joel 2:10-11.
(Marcos 13:26) O Filho do Homem nas nuvens
v. 26 E, então verão vir o Filho do homem nas nuvens, com grande poder e glória.
Jesus tirou de Dn 7:13 o fraseado deste versículo. Então verão indica aqueles que estiverem vivos quando estes eventos acontecerem.
As nuvens são uma referência da presença de Deus (Mc 9:7 – Mc 14:62 – Êx 19:9 – 1Rs 8:10-11 – Sl 97:2 – Dn 7:13).
A expressão com grande poder e glória contrasta com a primeira vinda do Filho do homem, em fraqueza e humildade.
(Marcos 13:27) Os anjos enviados
v. 27 E, então ele enviará os seus anjos, e ajuntará os seus eleitos, desde os quatro ventos, da extremidade da terra até a extremidade do céu.
Os anjos são repetidamente retratados acompanhando Cristo em Sua volta (Mc 8:38 – Mt 13:39-41 – Mc 25:31).
(Marcos 13:28) Sobre a parábola da figueira
v. 28 Mas aprendei da parábola da figueira: Quando o seu ramo já está tenro, e brotam folhas, sabeis que está próximo o verão.
Para o uso anterior de uma figueira por Jesus, ver notas em Mc 11:13 e Mc 11:19-20. Quando a figueira começa abrotar, geralmente em março ou abril, perto da Páscoa, está próximo o verão.
(Marcos 13:29) O fim está próximo
v. 29 Assim também vós, quando virdes acontecer estas coisas, sabei que está perto, às portas.
Assim como os seguidores de Jesus sabiam interpretar os sinais do verão que se aproximava, assim também, quando vissem acontecer estas coisas, saberiam que um evento cataclísmico estava próximo.
Não está claro se Jesus estava se referindo à queda de Jerusalém ou ao Seu retorno no fim dos tempos.
(Marcos 13:30) A volta nesta geração
v. 30 Na verdade eu vos digo que não passará esta geração, até que todas essas coisas sejam feitas.
Na verdade eu vos digo era a indicação padrão de Jesus de uma declaração solene. A geração que não passará até que todas essas coisas sejam feitas ou é a geração contemporânea de Jesus, que viveria para ver a destruição do templo e de Jerusalém (cp. Mc 8:12 – Mc 9:19), ou é a geração escatológica, que estará viva quando o fim chegar.
(Marcos 13:31) Minhas palavras não passam!
v. 1 O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão.
O céu e a terra passarão porque são temporários por natureza. As palavras de Jesus, porém, não passarão. Somente Deus pode dizer isso (Is 40:8 – Is 51:6).
As palavras de Jesus são certas e permanentes como a Palavra de Deus (Mt 5:18 – Lc 16:17).
(Marcos 13:32) Ninguém sabe, somente o Pai
v. 32 Mas daquele dia e hora nenhum homem sabe, nem os anjos que estão no céu, nem o Filho, senão o Pai.
Dia e hora indica que Jesus estava falando do futuro escatológico. Nem os anjos nem o Filho sabem quando o fim virá. Só o Pai sabe (At 1:7).
(Marcos 13:33) Vigiai e orai
v. 33 Tomem cuidado, vigiai e orai; porque não sabeis quando chegará o tempo.
Tomem cuidado expressa a ideia de ficar acordado e vigilante. Embora os discípulos de Jesus não soubessem quando viria o tempo, eles deviam se manter fiéis e preparados.
(Marcos 13:34-37) Fiquem alertas!
v. 34 Porque o Filho do homem é como um homem viajando para longe, que deixou a sua casa, e deu autoridade aos seus servos, e a cada homem seu trabalho, e ordenou ao porteiro que vigiasse.
v. 35 Vigiai, portanto; porque não sabeis quando virá o senhor da casa, à tarde, ou à meia-noite, ao cantar do galo, ou pela manhã;
v. 36 para que, vindo ele subitamente, não vos encontre dormindo.
v. 37 E o que eu digo a vós, a todos digo: Vigiai.
Os seguidores de Jesus devem ser como o porteiro (v. 34): sempre alerta para o instante em que o mestre virá.
Conclusão
Jesus passa a falar abertamente sobre sua morte, a destruição do templo, o princípio das dores, a grande tribulação, os falsos Cristos, sobre o sofrimento daqueles que escolherem o seguir, do futuro e sobre o fim dos tempos, sobre a sua segunda vinda para terminar a obra que começou no Éden.
Ele ensina que o seguir acaba se tornando uma vida de renúncias, uma escolha em viver para a vontade dele, afinal, Ele morreu nossa morte para que vivêssemos a sua vida, uma vida de obediência e temor aos mandamentos de Deus, mas alerta que haveriam falsos mestres tentando nos enganar e que até nossa família nos entregaria.
Quando Ele nos alerta sobre o que há de vir, quando fala que veremos o filho do Homem descer dos céus, Ele nos dá uma esperança, de mesmo que haja aflições e dias de angústia, sua vinda será eminente e o fim de tudo, ou seja, sofrimento e dor, é chegado.

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