Mateus 12 Estudo: Jesus e as Lições sobre o Shabat
Nesta passagem de Mateus 12 estudo, veremos que a maioria dos cristãos e as pessoas em geral dão mais valor à crença religiosa do que o que a religião realmente significa.
Além disso, os advogados questionavam continuamente a cura e o ensino de Jesus no sábado, alegando que a lei o proibia.
Ademais, a lei que proibia não trabalhar no sábado tinha um propósito definido. As pessoas devem parar e ouvir a palavra de Deus, orar e ter intimidade com o Senhor.
Diante disso, o propósito não era transformar o sábado em um “deus” a ser adorado, mas dar às pessoas a oportunidade de estar com seu deus.
Portanto, os mestres da lei nos dias de Jesus e muitos que ainda hoje adoram o sábado não entendem o verdadeiro propósito das proibições da lei. Acompanhe!
Mateus 12 estudo: Contexto histórico
Dado o contexto, Mateus 12 é o décimo segundo capítulo do Evangelho bíblico de Mateus do Novo Testamento, que continua o ministério de Jesus na Galiléia.
Portanto, este capítulo é longo e contém muitos episódios da vida pública de Jesus. Continue lendo!
(Mateus 12:1-2) Jesus caminha pelo campo
v. 1 Naquele tempo, no dia do shabat, Jesus saiu caminhando pelos campos de milho; e os seus discípulos, tendo fome, começaram a colher espigas de milho, e a comer.
v. 2 Os fariseus, vendo isso, disseram-lhe: Eis que os teus discípulos fazem o que não é lícito fazer no dia do shabat.
O trabalho era proibido no shabat. Alguns rabinos do primeiro século dividiram o trabalho em 39 categorias, cada uma delas tendo muitas subcategorias.
Três categorias proibidas eram colher, debulhar, e joeirar. Os discípulos colheram espigas e as esfregaram para remover as casas e assim violaram as leis rabínicas altamente restritivas em três aspectos diferentes.
Colher espigas manualmente de um campo alheio não era considerado furto na cultura judaica (Dt 23:25).
(Mateus 12:3-7) Jesus faz alguns questionamentos
v. 3 Ele, porém, lhes disse: Não tens lido o que fez Davi, quando ele teve fome, e os que estavam com ele?
v. 4 Como ele entrou na casa de Deus, e comeu os pães da proposição, que não lhe era lícito comer, nem aos que com ele estavam, mas só aos sacerdotes?
v. 5 Ou não tens lido na lei, que nos dias do shabat, os sacerdotes no templo profanam o shabat, e são inocentes?
v. 6 Pois eu vos digo que neste lugar está um maior do que o templo.
v. 7 Mas, se vós soubésseis o que isto significa: Eu quero misericórdia, e não sacrifício, não condenaríeis os inocentes.
Jesus ensinou que a lei do shabat era sobrepujada por prioridades tais como:
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- Necessidade humana genuína (1Sm 21:1-6)
- Adoração (Nm 28:9-10)
- Atos de bondade (Os 6:6).
(Mateus 12:8-10) O filho do homem
v. 8 Porque o Filho do homem, até do dia do shabat, é Senhor.
v. 9 E, partindo dali, ele chegou à sinagoga deles.
v. 10 E eis que ali estava um homem que tinha sua mão seca. E eles perguntaram, para o acusarem, dizendo: É lícito curar no dia do shabat?
Filho do homem era a auto designação favorita de Jesus. Senhor do shabat refere-se a Yahweh, já que Ele instituiu o shabat (Gn 2:1-3), ordenou o shabat (Êx 20:10), e era o Senhor para quem o shabat era observado (Lv 23:3). Ao intitular-se “Senhor do shabat”, Jesus claramente pretendeu identificar-se como Deus Todo-Poderoso.
(Mateus 12:11-12) Os ensinamentos sobre fazer o bem
v. 11 E ele lhes disse: Qual homem haverá dentre vós que, tendo uma ovelha, e ela caindo em uma cova no dia do shabat, não lançará mão dela, e a levantará?
v. 12 Pois, quanto mais vale um homem do que uma ovelha? Portanto, é lícito fazer bem nos dias do shabat.
Com exceção dos essênios, a maior parte dos judeus acreditava ser permitido livrar um animal de carga (por exemplo um jumento) no dia de shabat.
Era inconsistente recusar o mesmo privilégio aos seres humanos, uma vez que Deus dá mais valor às pessoas que aos animais. O shabat era para ser guardado santo (Êx 20:8-11), porém proibir boas ações é profano e desonra a Deus.
(Mateus 12:13-14) Deus realiza a restauração
v. 13 Disse ele então ao homem: Estende a tua mão. E ele a estendeu, e lhe foi restaurada, sã como a outra.
v. 14 E os fariseus, tendo saído, realizaram um concílio contra ele, como poderiam destruí-lo.
A mão atrofiada do homem definhara-se pelo desuso. Jesus deixou restaurada a função da mão e também renovou o músculo arruinado.
Portanto, este milagre foi um ato de criação. Visto que o Deus Criador instituiu o shabat (Gn 2:1-3), o milagre confirmou a identidade auto confessada de Jesus como o Senhor do shabat.
(Mateus 12:15-22) Jesus retira-se
v. 15 Mas Jesus, sabendo disso, retirou-se dali; e grandes multidões o seguiam, e ele curou a todos;
v. 16 e os advertiu de que não deveriam fazê-lo conhecido;
v. 17 para que pudesse se cumprir o que fora dito pelo profeta Isaías, dizendo:
v. 18 Eis aqui o meu servo, que eu escolhi; o meu amado, em quem a minha alma se satisfaz; eu colocarei sobre ele o meu Espírito, e ele mostrará aos gentios o juízo.
v. 19 Não contenderá, nem clamará; nenhum homem ouvirá a sua voz nas ruas.
v. 20 Não esmagará a cana quebrada, e não apagará o pavio que fumega, até que ele envie o juízo para a vitória.
v. 21 E no seu nome os gentios confiarão.
v. 22 Então, trouxeram-lhe um possuído por um demônio, cego e mudo; e ele o curou, de tal modo que o cego e mudo falava e via.
Mateus reconheceu Jesus como o cumprimento de Is 42:1-4. Isto implica:
- Ele é Filho/servo de Deus
- Ele é escolhido e amado por Deus
- Ele agrada a Deus com Sua obediência
- Ele possui o Espírito de Deus
- Ele regerá sobre um reino universal que inclui todos os gentios
- Ele é humilde e pacífico, e
- Ele incluirá os gentios em Seu plano redentor.
A identificação que Mateus faz de Jesus como “servo” está estreitamente ligada a sua interpretação de Is 53 (ver nota em Mt 8:17).
(Mateus 12:23) Os questionamentos da multidão
v. 23 E toda a multidão, espantada, dizia: Não é este o filho de Davi?
Sobre filho de Davi, ver nota em Mt 1:1.
(Mateus 12:24) As comparações feitas com os demônios pagãos
v. 24 Mas os fariseus, ouvindo isso, diziam: Este indivíduo não expulsa os demônios senão por Belzebu, príncipe dos demônios.
Belzebu era provavelmente um antigo nome para Baal, um deus cananeu da tempestade/fertilidade. A adoração de Baal competiu com a adoração de Yahweh no antigo testamento.
Embora os deuses fosse inexistentes, espíritos demoníacos estavam em operação nas religiões pagãs (Sl 106:28 – 1Co 10:19-20).
O próprio Satanás era tido como o espírito que atuava no culto a Baal. Por isso, Belzabu tornou-se um nome alternativo para Satanás.
(Mateus 12:25-27) Jesus observa e fala sobre a divisão do reino
v. 25 Jesus, porém, conhecendo-lhe os pensamentos, disse-lhes: Todo o reino dividido contra si mesmo é desolado; e toda a cidade, ou casa, dividida contra si mesma não subsistirá.
v. 26 E, se Satanás expulsa a Satanás, está dividido contra si mesmo; como subsistirá, o seu reino?
v. 27 E, se eu expulso os demônios por Belzebu, por quem os expulsam então vossos filhos? Portanto, eles serão os vossos juízes.
Jesus argumentou que Satanás é muito esperto para enfraquecer o próprio reino. E ainda, a objeção dos fariseus (v. 24) culpava seus próprios discípulos, pois eles também reivindicavam autoridade para expelir os demônios.
(Mateus 12:28-29) Jesus mostra o quão grande é seu poder
v. 28 Mas, se eu expulso os demônios pelo Espírito de Deus, então o reino de Deus é chegado a vós.
v. 29 Ou, como pode alguém entrar na casa de um homem forte e furtar os seus bens sem primeiro amarrá-lo? E então roubará a sua casa.
O poder de Jesus para expulsar demônios mostrava que o reino de Deus estava derrotando o reino de Satanás.
Jesus estava amarrando o homem forte (Satanás) para que Ele pudesse roubar a casa dele, ou reivindicar os cativos de Satanás como cidadãos de Seu próprio reino.
(Mateus 12:30-32) A blasfêmia contra o Espírito Santo
v. 30 Quem não está comigo é contra mim; e quem comigo não ajunta, espalha.
v. 31 Portanto, eu vos digo: Toda espécie de pecado e blasfêmia se perdoará aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito Santo não será perdoada aos homens.
v. 32 E quem falar uma palavra contra o Filho do homem, isso lhe será perdoado; mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste mundo, nem no mundo vindouro.
Jesus reivindicou expulsar os demônios “pelo Espírito de Deus” (.v 28). Ao refutarem isto e atribuírem Seus exorcismos ao poder de Satanás, os oponentes de Jesus se fizeram culpados de blasfêmia contra o Espírito em cujo poder Jesus operava milagres.
Seu intento de rejeitar o poder sobrenatural de Jesus não será perdoado porque expressa uma resoluta e permanente rejeição de Jesus.
(Mateus 12:33-37) Toda árvore é conhecida de acordo com seus frutos
v. 33 Ou fazei a árvore boa, e o seu fruto bom, ou fazei a árvore má, e o seu fruto mau; porque a árvore é conhecida por seu fruto.
v. 34 Ó geração de víboras, como podeis vós dizer boas coisas, sendo maus? Pois do que há em abundância no coração, disso fala a boca.
v. 35 O homem bom traz boas coisas do bom tesouro do seu coração, e o homem mau do mau tesouro traz coisas más.
v. 36 Mas eu vos digo que de toda a palavra ociosa que os homens disserem hão de dar conta no dia do juízo.
v. 37 Porque por tuas palavras serás justificado, e por tuas palavras serás condenado.
As palavras proferidas pelos fariseus revelaram a verdadeira natureza do coração deles.
(Mateus 12:38) O sinal de Jesus
v. 38 Então responderam alguns dos escribas e dos fariseus, dizendo: Mestre, nós queremos ver um sinal de ti.
Os líderes judeus já tinham testemunhados vários milagres de Jesus (Mt 9:1-8).
(Mateus 12:39-40) Jesus contesta para que lembrem do sinal de Jonas
v. 39 Mas ele lhes respondeu, e disse: Uma geração má e adúltera procura um sinal, não se lhe dará outro sinal senão o sinal do profeta Jonas.
v. 40 Pois, como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da baleia, assim estará o Filho do homem três dias e três noites no coração da terra.
A palavra adúltera refere-se ao adultério espiritual dos escribas e fariseus revelado por sua rejeição a Jesus. A menção do sinal do profeta Jonas é a primeira predição explícita de Jesus, em Mateus, a respeito de Sua morte.
Jonas esteve quase morto por três dias e três noites (Jn 1:17). Sua oração comparou sua experiência a uma estada na sepultura.
Deste modo, a experiência de Jonas era análoga á experiência de Jesus de ficar sepultado por três dias.
Uma vez que a ressurreição de Jesus ocorreu no domingo, alguns têm argumentado que á referência aos três dias e três noites requer uma crucificação na quinta ou na quarta-feira.
Todavia, (1Sm 30:12-13) sugere que “três dias e três noites” podia ser uma expressão idiomática para um período de tempo que cobria todo um dia e partes de outros dois.
Assim, o sepultamento de Jesus na sexta-feira e Sua ressurreição na manhã de domingo conta como três dias.
(Mateus 12:41-42) A pregação de Jonas
v. 41 Os homens de Nínive se levantarão no juízo com esta geração, e a condenarão, porque se arrependeram com a pregação de Jonas. E eis que está aqui um que é maior do que Jonas.
v. 42 A rainha do sul se levantará no dia do juízo com esta geração, e a condenará; porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão. E eis que está aqui um que é maior do que Salomão.
Os ninivitas e a rainha de Sabá eram gentios pagãos que se arrependeram e buscaram a verdade. Jesus é maior que Jonas e Salomão a quem estes pagãos ouviram e obedeceram.
(Mateus 12:43-46) Os espíritos imundos
v. 43 Quando um espírito imundo sai de um homem, anda por lugares áridos, buscando repouso, e não o encontra.
v. 44 Então ele diz: Eu voltarei para a minha casa, de onde saí. E voltando, a encontra vazia, varrida e adornada.
v. 45 Então ele vai, e leva consigo outros sete espíritos piores do que ele, e, eles entrando, habitam ali; e o último estado desse homem vem a ser pior do que o primeiro. Assim também há de acontecer a esta geração perversa.
v. 46 Enquanto ele falava à multidão, eis que sua mãe e seus irmãos estavam fora, desejando falar com ele.
As palavras assim também há de acontecer a esta geração perversa mostram que esta argumentação funcionava como uma parábola.
Jesus expulsa espíritos malignos de pessoas atormentadas, mas os líderes judeus as desencorajam de aceitar a ajuda e o governo de Deus por meio da pessoa de Jesus.
Isto as deixa vazias e vulneráveis a um mal ainda maior.
(Mateus 12:47-50) Jesus preza por seu relacionamento espiritual
v. 47 Então alguém lhe disse: Eis que tua mãe e teus irmãos estão lá fora desejando falar contigo.
v. 48 Mas ele respondeu, e disse ao que lhe falara: Quem é minha mãe? E quem são meus irmãos?
v. 49 E, ele estendendo a sua mão em direção aos seus discípulos, disse: Eis aqui minha mãe e meus irmãos.
v. 50 Porque, qualquer que fizer a vontade de meu Pai que está no céu, este é meu irmão, e irmã e mãe.
Jesus prezou Seu relacionamento espiritual com Seus discípulos acima de Seu relacionamento físico com Sua família.
Mais tarde, tendo a fé raiada em seu coração, os membros de Sua família entenderam e adotaram este sistema de valor (Tg 1:1).
Conclusão
Portanto, é muito importante que entendamos os princípios de Deus e que muitos de nós estamos no caminho da piedade sem entender o verdadeiro propósito e caráter de Deus.
Além disso, as profecias sobre Jesus indicavam que ele não seria um político ou um encrenqueiro.
Ademais, sua escala é muito maior do que isso e todos os servos amados vêm trazer esperança às nações, pois ele tem sido a âncora da fé de bilhões ao longo dos anos e, o mais importante, Jesus não frustrará a esperança de saúde.
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