Mateus 26 Estudo: O Preço da Traição

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No capítulo 26 de Mateus, veremos que neste ponto da bíblia a vida de Jesus na Terra estava chegando ao fim, pois sua crucificação estava chegando. 

Diante disso, os líderes religiosos e os sacerdotes arquitetam um plano para prender a Jesus por se sentirem ameaçados e em consequência levá-lo a morte. O pior de tudo é que Jesus precisou lidar com a traição, embora ele já soubesse.

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Contexto histórico

De acordo com o contexto, em Mateus 26 do Novo Testamento da Bíblia, começa a Paixão, a traição de Judas Iscariotes a Caifás, e a Última Ceia com os Doze Apóstolos e o cumprimento da profecia de Jesus. Jesus, por sua vez, alerta que até o amanhecer um deles o trairá, e o outro o negará. Acompanhe a seguir o estudo completo de Mateus 26.

(Mateus 26:1-2) A festa de Páscoa

v. 1 E aconteceu que, quando Jesus concluiu todas estas palavras, ele disse aos seus discípulos
v. 2 Sabeis que daqui a dois dias é a festa da Páscoa, e o Filho do homem será traído para ser crucificado.



A Páscoa era uma celebração que comemorava a fuga dos israelitas do Egito nos dias de Moisés (Êx 12). O tempo da morte de Jesus (na Páscoa) confirma a Sua identidade como o novo Moisés que guiará os Seus discípulos em um novo êxodo espiritual. Sobre o Filho do homem, ver nota em Mt 8:20.

A referência temporal quanto a estarem a dois dias da Páscoa significa que a profecia de Jesus foi apresentada na terça-feira.

(Mateus 26:3-4) A reunião dos sacerdotes

v. 3 Então se reuniram os principais sacerdotes, e os escribas, e os anciãos do povo, no palácio do sumo sacerdote, o qual se chamava Caifás,

v. 4 e consultaram-se entre eles para que pudessem prender Jesus com astúcia para matá-lo.

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 José Caifás serviu como sumo sacerdote de 18 a 36 d.C., depois que ele substituiu a Anás, seu sogro. Sua cova fúnebre foi descoberta em 1990 ao sul de Abu Tor.

(Mateus 26:5) O planejamento da morte de Jesus

v. 5 Mas eles disseram: Não durante o dia da festa, para que não haja alvoroço entre o povo.

O receio de alvoroço durante a Páscoa era plenamente justificado, pois balbúrdias haviam ocorrido anterior mente.

Um alvoroço faria com que os romanos reforçassem ainda mais o seu controle sobre Jerusalém e a liderança judaica.


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(Mateus 26:6) Jesus estava em Betânia operando seus milagres

v. 6 Ora, estando Jesus em Betânia, na casa de Simão, o leproso,

Aparentemente, Jesus havia curado Simão, o leproso, de sua grave doença de pele em uma data anterior, pois ele agora vivia numa casa (e não em uma colônia de leprosos) e hospedava convidados judeus antes da Páscoa.

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(Mateus 26:7-10) Jesus é ungido

v. 7 aproximou-se dele uma mulher com um vaso de alabastro com unguento muito precioso, e derramou-o sobre a sua cabeça, estando ele reclinado à mesa.

v. 8 Mas, vendo isto, os seus discípulos indignaram-se, dizendo: Qual o propósito deste desperdício?

v. 9 Pois este unguento podia ter sido vendido por muito, e dado aos pobres.
v. 10 Entendendo isto, Jesus lhes disse: Por que afligis esta mulher? Pois ela fez uma boa obra para mim.

A mulher cujo nome não foi mencionado era Maria (Jo 12:3). Seu unguento era muito precioso, equivalente ao salário de um ano de trabalho.

Visto que Jesus era o Messias (um título que significa “Ungido”), ungir a Sua cabeça era particularmente significativo. Isso lembrava a unção dos reis do antigo testamento (1Sm 10:1 – 2Rs 9:3).


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(Mateus 26:11-12) Um ato de preparação

v. 11 Porquanto tendes os pobres sempre convosco; mas a mim nem sempre tendes.
v. 12 Pois derramando ela este unguento sobre o meu corpo, ela o fez para o meu sepultamento.

Cadáveres eram perfumados na Palestina do primeiro século para disfarçar o odor da putrefação. Jesus interpretou o ato de Maria como uma preparação para o Seu sepultamento.

O Messias estava iniciando o Seu reinado, porém, para surpresa de Seus discípulos, o Seu trono seria uma cruz e o Seu diadema uma coroa de espinhos.

(Mateus 26:13-16) Judas negocia sua traição

v. 13 Na verdade eu vos digo que, onde quer que este evangelho for pregado em todo o mundo, também será contado o que esta mulher fez, para memória sua.

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v. 14 Então um dos doze, chamado Judas Iscariotes, foi até os principais sacerdotes,
v. 15 e disse-lhes: O que me dareis, e eu lho entregarei? E eles concordaram em trinta moedas de prata.

 Se as trinta moedas de prata são 30 shekels, a quantia equivalia ao salário de 120 dias de trabalho. Assim, por seu ato de traição, Judas ganhou uma quantia de dinheiro que equivalia somente a um terço do valor do generoso presente de Maria (ver nota no v. 7). Sobre o significado desta quantia, ver nota em Mt 27:9.

(Mateus 26:16-17) A festa dos pães

v. 16 E desde esse momento, ele buscou oportunidade para traí-lo.
v. 17 E, no primeiro dia da festa dos pães ázimos, os discípulos vieram até Jesus, dizendo: Onde queres que preparemos para comeres a Páscoa?

A festa dos pães ázimos era uma celebração de sete ou oito dias associada à da Páscoa, de apenas um dia.

Durante esta festa, os judeus deixavam de comer qualquer coisa que incluísse fermento a fim de comemorar a rapidez com que Deus os libertará do Egito (Êx 13:7-8 – Dt 16:3-4). A festa começava no dia anterior à Páscoa, na quinta-feira da Semana da Paixão.

(Mateus 26:18-19) As instruções de Jesus

v. 18 E ele disse: Ide à cidade, ao tal homem, e dizei-lhe: O Mestre diz: O meu tempo está próximo; em tua casa celebrarei a Páscoa com os meus discípulos.

v. 19 E os discípulos fizeram como Jesus lhes ordenara, e prepararam a Páscoa.
v. 20 Ao anoitecer, ele assentou-se com os doze.

O relato de Marcos sobre este evento sugere mais claramente que as instruções de Jesus a Seus discípulos indicam que Ele fizera uso de conhecimento sobrenatural (Mc 14:13-16).

(Mateus 26:21-24) Jesus anuncia que será traído

v. 21 E enquanto eles comiam, disse: Na verdade eu vos digo que um de vós me trairá.
v. 22 E eles, demasiadamente tristes, começaram cada um a perguntar-lhe: Senhor, sou eu?
v. 23 E ele, respondendo, disse: O que põe sua mão comigo no prato, esse me trairá.

v. 24 O Filho do homem vai, conforme está escrito a seu respeito; mas ai daquele homem por quem o Filho do homem é traído! Bom seria para esse homem se não tivesse nascido.

Conforme está escrito indica que os sofrimentos de Jesus foram preditos no antigo testamento. Jesus provavelmente tinha em mente textos tais como Isaías 53 e Salmo 22.

(Mateus 26:25-26) A refeição pascal

v. 25 Então Judas, que o traía, respondeu e disse: Mestre, sou eu? Ele disse: Tu o disseste.
v. 26 E, enquanto comiam, Jesus tomou o pão, e abençoando-oo partiu, e o deu aos discípulos, e disse: Tomai, comei, isto é o meu corpo.

A refeição pascal era rica de significado simbólico. Os judeus comiam um cordeiro para comemorar o cordeiro cujo sangue protegeu os primogênitos israelitas da praga da morte antes do êxodo.

Ervas amargas serviam para recordar sua escravidão. O pão ázimo simbolizava a pressa de sua saída do Egito (Êx 12).

Jesus investiu na rejeição de um novo simbolismo; o pão ázimo simbolizava o Seu próprio corpo que seria dilacerado pela flagelação é crucificação. Seu sacrifício iniciaria um novo êxodo no qual as pessoas seriam libertadas do cativeiro do pecado.

(Mateus 26:27-28) O sangue de Jesus

v. 27 E tomando o cálice, deu graças e deu-lho, dizendo: Bebei todos dele;
v. 28 porque isto é o meu sangue do novo testamento, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados.

O estabelecimento de um novo testamento era normalmente acompanhado por um ato de sacrifício. A matança do animal significava as consequências que sobrevieram à pessoa que violasse o pacto.

O antigo pacto foi selado por um tal sacrifício (Êx 24:8). Agora, o sacrifício de Jesus implementava o novo pacto que tinha sido prometido no antigo testamento (Jr 31:31-34).

Neste novo pacto, Deus prometeu perdoar e esquecer os pecados de Seu povo. Ele também prometeu escrever Sua lei no coração de Seu povo para que ele viesse a cumprir as Suas justas exigências.

(Mateus 26:29) O cálice final

v. 29 Mas eu vos digo que, daqui em diante não mais beberei deste fruto da videira até aquele dia em que o beber, novo, convosco no reino de meu Pai.

Muitos judeus esperavam que o Messias iniciasse o Seu reinado por meio da participação com os Seus súditos em um grande banquete.

O cálice final da refeição antecipava essa grande festa messiânica e encorajava os discípulos de Jesus a esperar com todo o zelo “até que ele venha” (1Co 11:26).

(Mateus 26:30) Os cânticos no monte das Oliveiras

v. 30 E, tendo cantado um hino, eles saíram para o monte das Oliveiras.

Os judeus normalmente cantavam porções de salmos como Sl 113-118 durante a refeição pascal. 

(Mateus 26:31-33) O pastor das ovelhas

v. 31  Então Jesus lhes disse: Todos vós vos escandalizareis por minha causa esta noite; pois está escrito: Eu ferirei o pastor, e as ovelhas do rebanho serão espalhadas.
v. 32 Mas, depois de ser eu ressuscitado, irei adiante de vós para a Galileia.

v. 33 Pedro, respondendo, disse-lhe: Ainda que todos os homens se escandalizem em ti, eu nunca me escandalizarei.

Muitos judeus consideravam Zc 13:7, que Jesus aqui citou, como sendo uma profecia acerca do Messias. A citação de Jesus indicava que o próprio Pai O feriria.

Embora a Sua crucificação envolvesse a conspiração de líderes religiosos, oficiais romanos, e a traição de um amigo, Jesus enxergava a Sua morte basicamente como o cumprimento do justo plano de Deus.

(Mateus 26:34) Jesus anuncia novamente que será negado

v. 34 Disse-lhe Jesus: Na verdade eu te digo que, nesta noite, antes do galo cantar, tu me negarás três vezes.

Para o cumprimento da profecia de Jesus, ver os versículos 69-75. 

(Mateus 26:35-38) A tristeza de Jesus

v. 35 Disse-lhe Pedro: Ainda que me seja necessário morrer contigo, eu não te negarei. E o mesmo disseram todos os discípulos.

v. 36 Então chegou Jesus com eles a um lugar chamado Getsêmani, e disse a seus discípulos: Sentai-vos aqui, enquanto eu vou ali orar.

A tristeza de Jesus resultou da Sua expectação de Seu sofrimento físico, emocional e espiritual, em especial a Sua alienação de Seu Pai enquanto carregava na cruz os pecados do mundo.

(Mateus 26:39) Jesus entra em estado de vigília e oração

v. 39 E ele indo um pouco mais adiante, prostrou-se sobre a sua face, orando e dizendo: Ó meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres.

v. 40 E, ele voltando para os seus discípulos, achou-os adormecidos, e disse a Pedro: O que, não pudeste vigiar comigo nem uma hora?

No antigo testamento, o cálice é muitas vezes uma imagem da ira e do julgamento divinos (Sl 75:7-8 – Is 51:17). O cálice que Jesus enfrentou foi a ira de Deus contra o pecado.

Com as palavras -se é possível, passe de mim este cálice, Jesus pediu a Seu Pai que providenciasse perdão por algum outro meio que não fosse a Sua morte sacrifical.

Jesus sabia que o poder de Deus lhe tornava possível escapar do poder de seus executores judeus e romanos (ver nota no v. 53), mas ele não desejava rejeitar o plano do Pai de prover salvação para o Seu povo.

(Mateus 26:41-45) A carne é fraca

v. 41 Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca.

v. 42 Ele se afastou novamente pela segunda vez, e orou, dizendo: Ó meu Pai, se este cálice não pode passar de mim sem eu o beber, faça-se a tua vontade.

v. 43 E, voltando, achou-os outra vez adormecidos; porque os seus olhos estavam pesados.

v. 44 E, ele deixando-os de novo, foi orar pela terceira vez, dizendo as mesmas palavras.

v. 45 Então veio ele aos discípulos, e disse-lhes: Dormi agora, e descansai; eis que é chegada a hora, e o Filho do homem está sendo traído pelas mãos dos pecadores.

A segunda petição de Jesus no Getsêmani admitiu que Sua morte sacrifical era necessária. Mateus 26:54 revela que o Senhor predissera a morte de Jesus no antigo testamento.

As Escrituras, sendo a Palavra de Deus, tinham de ser cumpridas. Esta segunda petição assemelha-se bem de perto da Oração Modelo de Mt 6:9-13. Ambas as orações se dirigem a Deus como Pai e incluem a petição faça-se a tua vontade.

(Mateus 26:46-49) Judas trai a Jesus

v. 46 Levantai-vos, vamo-nos; eis que é chegado aquele que me trai.
v. 47 E, enquanto ele ainda falava, eis que veio Judas, um dos doze, e com ele uma grande multidão com espadas e bastões, da parte dos principais sacerdotes e dos anciãos do povo.

v. 48 Então, o que o traía lhes deu um sinal, dizendo: Aquele que eu beijar é ele; segure-o rapidamente. 
v. 49 E logo, aproximando-se de Jesus, disse: Salve, mestre; e o beijou.

Os homens judeus não davam beijo uns nos outros em público, exceto em ocasiões formais. Esse tipo de beijo expressava respeito e afeição. Deste modo, o beijo de Judas foi um ato de vergonhosa hipocrisia.

(Mateus 26:50-51) Mesmo preso Jesus realiza restaurações

v. 50 E Jesus lhe disse: Amigo, porque tu vieste? Então, aproximando-se eles, lançaram mão de Jesus, e o prenderam.

v. 51 E eis que um dos que estavam com Jesus, estendendo sua mão, puxou sua espada e, ferindo um servo do sumo sacerdote, cortou-lhe sua orelha.

O servo tinha o nome de Malco (Jo 18:10). Jesus lhe restaurou a orelha decepada (Lc 22:51).

(Mateus 26:52-53) Jesus dá a ordem para que não usem a espada

v. 52 Então Jesus disse-lhe: Põe novamente a tua espada em seu lugar; porque todos os que lançarem mão da espada, hão de perecer com a espada.

v. 53 Tu pensas que eu não posso agora orar a meu Pai, e ele imediatamente me daria mais de doze legiões de anjos?

Uma legião romana era composta por 6.000 soldados. Um número aproximadamente igual de tropas auxiliares apoiava cada legião. Deste modo, doze legiões de anjos seriam equivalentes a 72.000 ou mesmo 144.000 anjos, mais que o suficiente para defender Jesus contra o aprisionamento e a crucificação.

(Mateus 26:54-56) O cumprimento da palavra de Deus

v. 54 Mas, nesse caso, como poderia se cumprir aquilo que as escrituras dizem que deve suceder?

v. 55 Naquela mesma hora disse Jesus à multidão: Saístes, como a um ladrão, com espadas e bastões para me prenderes? Todos os dias eu me assentava junto de vós, ensinando no templo, e não me prendestes.

v. 56 Mas tudo isto foi feito para que pudesse se cumprir as escrituras dos profetas. Então todos os discípulos, deixando-o, fugiram.

Jesus expressou a mesma visão das escrituras que Ele ensinara no Sermão do Monte (Mt 5:17-20).

(Mateus 26:57-60) O julgamento

v. 57 E os que seguraram a Jesus conduziram à presença do sumo sacerdote Caifás, onde os escribas e os anciãos estavam reunidos.

v. 58 Mas Pedro o seguiu de longe, até o palácio do sumo sacerdote, e, entrando, sentou-se com os servos, para ver o fim.

v. 59 Ora, os principais sacerdotes, e os anciãos, e todo o concílio, buscavam falso testemunho contra Jesus, para poderem matá-lo,

v. 60 mas não achavam nenhuma; sim, embora viessem muitas falsas testemunhas, não achei nenhuma. Por último, vieram duas falsas testemunhas,

O concílio era obrigado a ouvir em separado as testemunhas e então comparar os testemunhos para determinar se eles eram consistentes (Mc 14:55-59). Testemunhos inconsistentes eram considerados inválidos.

(Mateus 26:61-63) Jesus permanece em silêncio

v. 61  e disseram: Este homem disse: Eu posso destruir o templo de Deus, e reedificá-lo em três dias.
v. 62 E o sumo sacerdote levantou e lhe disse: Nada respondes? O que estes testemunham contra ti?

v. 63 Mas Jesus permanecia em silêncio. E o sumo sacerdote lhe disse: Conjuro-te pelo Deus vivo que nos digas se tu és o Cristo, o Filho de Deus.

O testemunho era baseado em uma compreensão confusa da declaração de Jesus em Jo 2:19. Uma vez que tanto 2Sm 7:13-14 quanto Zc 6:12 retratavam o Messias como aquele que construiria um templo para Deus, o sumo sacerdote considerou a declaração a respeito da edificação do templo em três dias como uma reivindicação do messiado.

O sumo sacerdote parece usar os títulos Cristo e Filho de Deus de maneira intercambiável sugerindo que muitos judeus viam o título Filho de Deus como messiânico à luz de Salmo 2.

(Mateus 26:64) A confissão de Jesus

v. 64 Disse-lhe Jesus: Tu o disseste; contudo, eu vos digo que vereis em breve o Filho do homem assentado à direita do poder, e vindo sobre as nuvens do céu.

A confissão de Jesus reconhecia que Ele é o Messias e o Filho de Deus. Todavia, Ele contrariou interpretações confusas de Seu papel messiânico ao se descrever como o Filho do homem. Tanto “Filho do homem” quanto a expressão vindo sobre as nuvens do céu foram tiradas de Dn 7:13.

As palavras de Jesus confirmaram que Ele pretendia que esse título expressasse não apenas a Sua humanidade, mas a Sua identidade como um Rei de origem celestial que haveria de reinar sobre um reino eterno.

As palavras assentado à direita ecoam o Sl 110:1 (ver nota em Mt 22:43-46). Ao aplicar o Sl 110:1 a si mesmo Jesus deu a impressão de estar reivindicando ser igual a Deus. Os líderes judeus incrédulos consideraram isto uma blasfêmia, um crime digno de morte (Lv 24:10-23).

(Mateus 26:65) Acusação de blasfêmia

v. 56 Então o sumo sacerdote rasgou as suas vestes, dizendo: Ele blasfema falando; para que precisamos ainda de testemunhas? Eis que agora acabais de ouvir a sua blasfêmia.

Rasgar as próprias vestes era uma expressão comum de profunda tristeza e era a resposta judaica costumeira à blasfêmia.

Contudo, em razão das vestes do sumo sacerdote serem sagradas, Lv 21:10 proibia “o sumo sacerdote, aquele entre seus irmãos” de rasgar as próprias vestes.

Deste modo, a ira do sumo sacerdote diante da declaração de Jesus o levou a cometer um ato de sacrilégio.

(Mateus 26:66) Jesus é considerado culpado

v. 66 O que pensais? E eles, respondendo, disseram: Ele é culpado de morte.

A execução por apedrejamento era a penalidade prescrita no antigo testamento  para a blasfêmia (Lv 24:10-23).

(Mateus 26:67-68) Eles humilham a Jesus

v. 67 Então eles cuspiram na sua face, e o espancaram; e outros feriram-no com as palmas das suas mãos,
v. 68 dizendo: Profetiza-nos, Cristo, quem te bateu?

Mc 14:65 mostra que os homens cobriram a face de Jesus antes de agredi-Lo. Desta maneira, esperava-se que Jesus identificasse os Seus agressores pelo nome sem lhes ver a face ou lhes ouvir a voz.

Esse teste zombeteiro do messiado provavelmente se baseava em uma interpretação errônea de Is 11:3, que dizia que o Messias “não julgará de acordo com a visão dos seus olhos, nem reprovará de acordo com o ouvir de seus ouvidos.

Um século mais tarde, Bar Kokhba foi executado depois que sua reivindicação de ser o Messias foi refutada por sua incapacidade de julgar pelo olfato.

(Mateus 26:69-71) Pedro nega a Jesus

v. 69 Ora, Pedro estava sentado do lado de fora do palácio; e, aproximando-se dele uma criada, disse: Tu também estavas com Jesus da Galileia.
v. 70 Mas ele negou diante de todos, dizendo: Eu não sei o que dizes.

v. 71 E ele saindo para o pórtico, outra criada o viu, e disse aos que ali estavam: Este indivíduo também estava com Jesus de Nazaré.

A ênfase na identidade de Jesus como um galileu e um Nazareno podem indicar que um dos argumentos usados para refutar Suas reivindicações messiânicas era que Ele não procedia de Belém, a cidade de Davi.

Esta cidade é identificada como o lugar de nascimento do Messias em Mq 5:2. Deste modo, esse argumento contra o messiado de Jesus confundia a Sua cidade natal com o Seu lugar de nascimento (Mt 2:4-11).

(Mateus 26:72-73) Pedro nega a Jesus pela segunda vez

v. 72 E ele negou outra vez com juramento: Eu não conheço o homem.

v. 73 Pouco depois, aproximando-se os que ali estavam, disseram a Pedro: Certamente tu também és um deles, pois a tua fala te denuncia.

Os galileus se expressavam de um modo de falar que os distinguia dos habitantes de Judá. 

(Mateus 26:74-75) Pedro nega Jesus pela terceira vez

v. 74 Então ele começou a amaldiçoar e a jurar, dizendo: Eu não conheço o homem. E imediatamente o galo cantou.

v. 75 E Pedro lembrou-se das palavras de Jesus, que lhe dissera: Antes do galo cantar, tu me negarás três vezes. E, saindo dali, chorou amargamente.

Este cumpriu a profecia de Jesus no evento versículo 34.

5 importantes lições que podemos aprender em Mateus 26

  1. O Preço da Traição: A traição de Judas contra Jesus, narrada em Mateus 26, nos ensina sobre as consequências devastadoras da deslealdade e da ganância. Isso nos lembra da importância de cultivar relacionamentos baseados na confiança e na integridade.
  2. O Poder da Oração: No jardim do Getsêmani, Jesus exemplifica o poder da oração ao buscar forças do Pai antes de enfrentar sua crucificação. Isso nos lembra da importância da comunhão com Deus em momentos de aflição e desafio.
  3. A Vitória sobre a Tentação: O relato da tentação de Jesus no Getsêmani nos mostra sua perfeita submissão à vontade de Deus, mesmo diante da tentação de desistir. Isso nos inspira a resistir à tentação e a confiar na vontade soberana de Deus em nossas vidas.
  4. A Importância da Vigilância Espiritual: Jesus adverte seus discípulos sobre a necessidade de vigilância espiritual, para não cair em tentação. Isso nos lembra da importância de estarmos alertas e vigilantes em nossa jornada espiritual, evitando sermos pegos desprevenidos pelos ataques do inimigo.
  5. A Redenção através do Sacrifício: A crucificação de Jesus, descrita em Mateus 26, é um lembrete poderoso do sacrifício supremo que Ele fez por nós, para que pudéssemos ser reconciliados com Deus. Isso nos leva a refletir sobre o imenso amor de Deus e a gratidão pela salvação que Ele nos oferece através de Cristo.

Conclusão

Podemos concluir, portanto, que enquanto o Senhor era levado, Simão Pedro o seguia de longe e nega a Jesus após ele ser confrontado em três ocasiões sobre o fato de ser discípulo de Cristo. E ao se dar conta do que Jesus havia profetizado, Pedro chora amargamente.

Mateus 26 estudo.

Sobre o Autor

Olá, me chamo Lázaro Correia, sou Cristão, formado em Teologia e apaixonado pela Bíblia. Aqui no Blog você vai encontrar diversos estudos Bíblicos e muito conteúdo sobre vida Cristã.

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