Salmo 44 Estudo: O Povo Roga por Livramento
Neste capítulo de Salmo 44 estudo, o Salmista aparenta retratar uma visão profética dos dias de sofrimento da Igreja, e de forma coletiva roga por livramento ao Senhor.
É possível chegar a esta conclusão, porque ele suplica a Deus, diante de tanto sofrimento que o Senhor opere os milagres do passado e livre o seu povo.
Esse sofrimento ao parecer, indica que não é decorrência de desobediência ou idolatria, mas sim por causa da justiça.
Paulo questiona o fato de Deus não agir no passado e suas palavras nos mostram que aparentemente Deus está “dormindo”, e sua intenção é acordá-lo para que ele possa livrar o povo do sofrimento.
Salmo 44 Estudo: Contexto histórico
O contexto do Salmo 44 se trata de uma lamentação da comunidade, um suspiro coletivo do povo de Israel para que o Senhor os ajude.
Esse salmo oferece também a oportunidade de se rever os grandes feitos de Deus no êxodo, a grande ação de livramento do Senhor no período do antigo testamento.
A maravilhosa intervenção de Deus na história humana para libertar os israelitas do Egito foi à pedra angular da fé no antigo testamento.
(Salmo 44:1-3) Ouvimos tua obra Senhor
v. 1 Nós ouvimos com nossos ouvidos, ó Deus, nossos pais nos contaram que obra tu fizeste nos dias deles, nos tempos antigos.
v. 2 Como tu expulsaste os pagãos com tua mão, e os plantaste; como tu afligiste os povos e os expulsaste.
v. 3 Pois eles não conseguiram a posse da terra por sua própria espada, nem seu próprio braço os salvou, mas a tua mão direita, o teu braço e a luz de teu semblante, porque tu os favoreceste.
O salmo começa com uma repetição do que Yahweh havia feito por Israel. Isso lembra as “maravilhas” ou atos salvadores de Deus em favor de Seu povo (Sl 9:1).
A menção de nossos pais e tempos antigos deixa claro que isso se refere a tempos passados, especificamente ao tempo da conquista e assentamento na terra prometida.
Plantastes (2Sm 7:10) é obra de Yahweh como se fosse um lavrador plantando uma árvore em sua terra. Especialmente no v. 3, a ênfase é que foram a mão e o braço de Yahweh que fizeram isso, e não o poder de Israel.
A combinação mão-braço é usada em contextos referentes ao poder de Deus demonstrando no livramento de Israel do Egito (Dt 4:34).
(Salmo 44:4) Tu és o rei Senhor
v. 4 Tu és meu rei, ó Deus; comanda livramentos a Jacó.
Os termos rei e Jacó fazem lembrar o relacionamento único do pacto que Yahweh tinha com Israel (Dt 33:1-50.
(Salmo 44:5) Em nome do Senhor
v. 5 Através de ti empurraremos para baixo nossos inimigos; através de teu nome pisaremos nos que se levantam contra nós.
Quando o povo de Israel era fiel a Yahweh. Ele lutava por eles v. 7 (Sl 18:7-15). Seu nome representa o próprio Yahweh e está intimamente associado a Sua reputação (Sl 20:1).
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(Salmo 44:6-7) O Senhor é quem tem o poder de nos salvar
v. 6 Pois eu não confiarei no meu arco, nem a minha espada me salvará.
v. 7 Mas tu nos salvaste de nossos inimigos, e envergonhaste aqueles que nos odiavam.
Armas humanas não servem para nada se Deus não estiver presente por trás delas (Sl 20:7-8).
(Salmo 44:8) O nome de Deus seja louvado
v. 8 Em Deus nos vangloriamos por todo o dia, e louvamos o teu nome para sempre. Selá.
Gloriar-se em Deus contrasta com gloriar-se em seu próprio poder e capacidade (Sl 34:2).
(Salmo 44:9) Tu nos abandonaste Senhor
v. 9 Mas tu nos abandonaste, e nos envergonhaste; e não vai adiante dos nossos exércitos.
Esta percepção está em marcante contraste com os atos passados de Yahweh, quando Ele lutava em favor de Seu povo (Sl 108:11).
(Salmo 44:10-11) As ovelhas separadas
v 10 Tu nos fazes dar a volta por causa dos inimigos, e aqueles que nos odeiam nos despojam para si.
}v. 11 Tu nos deste como ovelhas separadas para alimento, e nos espalhaste entre os pagãos.
A figura de ovelhas entregues para serem separadas á semelhante ao v. 22, em que elas são “destinadas ao matadouro”.
Deus é o pastor de Israel (Sl 23:1), mas aos olhos do salmista parecia que Ele não estava protegendo Suas ovelhas, e sim entregando-as a outros pagão para serem mortas.
(Salmo 44:12) Tu vendes o teu povo Senhor?
v. 12 Tu vendes o teu povo por nada, e não aumenta a tua riqueza com o seu preço.
Tu vendes era uma maneira comum de descrever Deus entregando Seu povo nas mãos de seus inimigos (Dt 32:30).
Este termo ocorre com mais frequência no contexto da reação de Deus á rebelião de Israel contra Ele.
(Salmo 44:13-16) Nos ajuda Senhor
v. 13 Tu fazes de nós vergonha para os nossos vizinhos, desprezo e escárnio para aqueles que estão ao nosso redor.
v. 14 Tu fazes de nós o provérbio entre os pagãos, um balançar de cabeça entre os povos.
v. 15 Minha confusão está continuamente diante de mim, e a vergonha da minha face me encobriu;
v. 16 pela voz daquele que insulta e blasfema; por causa do inimigo e vingador.
Quase todas as palavras hebraicas correspondentes a desprezo são usadas nestes versículos. A palavra equivalente a “piada” passa a ideia de provérbio ou ditado popular.
A vergonha de Israel era tão grande e durou tanto tempo que os pagãos estavam usando os israelitas como motivo de piada e provérbios.
(Salmo 44:17-18) Não esquecemos de ti Senhor
v. 17 Tudo isso nos sobreveio; contudo não nos temos esquecido de ti, nem lidamos falsamente ao teu pacto.
v. 18 Nosso coração não se voltou, nem os nossos passos se desviaram do teu caminho.
Esta é uma declaração de inocência semelhante aos de salmo de lamentação individual (Salmo 17), mas aqui expressa a inocência da nação. O salmista se queixou de que eles não tinham feito nada para merecer esse tratamento.
Não se voltou lembra a ideia de “desviar-se” referindo-se ao caminho certo de Deus. Esta expressão passa a ideia de rejeitar os mandamentos de Deus (Sl 78:57).
A queixa de que os israelitas não se desviaram do caminho de Deus lembra a queixa de Jó (Jó 23:11) e a do salmista em (Sl 17:5).
(Salmo 44:19-20) A sombra da morte
v. 19 Embora tu tenhas dolorosamente nos quebrado no lugar dos dragões, e nos coberto com a sombra da morte.
v. 20 Se nos esquecemos do nome de nosso Deus, ou esticamos as nossas mãos para um deus estranho,
Estender as mãos era um gesto utilizado no contexto de oração e adoração (Is 1:15).
(Salmo 44:21) O Senhor conhece os segredos do seu coração
v. 21 Deus não esquadrinhará isso? Pois ele conhece os segredos do coração.
Os segredos do coração são os motivos e intenções. A integridade de um homem pode ser provada por Deus para determinar se ele é inocente de motivações falsas (Jr 12:3).
(Salmo 44:22-26) Por que dormes Senhor?
v. 22 Sim, por tua causa somos mortos todo o dia; somos contados como ovelhas para a matança.
v. 23 Desperta, por que dormes, ó Senhor? Levanta-te, não nos rejeites para sempre.
v. 24 Por que escondes a tua face, e esqueces a nossa aflição e a nossa opressão?
v. 25 Pois nossa alma está prostrada sobre o pó, nossa barriga está encostada sobre a terra.
v. 26 Levanta-te por nosso socorro, e redime-nos por causa de tua misericórdia.
Despertar convoca Deus a agir. Levanta-te é semelhante, mas possui conotações militares (Sl 7:6-8). Pó geralmente é usado para representar humilhação pela derrota nas mãos de inimigos (Sl 72:9). O termo também se refere á humildade diante de Yahweh, seja em adoração ou em oração (Dt 9:18).
Conclusão
Concluímos, portanto, que o Salmo 44 se trata de uma lamentação e pedido de auxílio ao Senhor.Pois, aquele povo estava sofrendo muito por diversos motivos, e somente o Senhor poderia os ajudar, mas eles sentiam que o Senhor estava adormecido.
Muitas vezes, isso também acontece em nossas vidas e achamos que o Senhor está dormindo, mas não é assim! Tudo que ocorre ou deixa de acontecer, há algum propósito e o Senhor sabe de todas as coisas.Sendo assim, conserva tua fé e segue adiante.
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