Quantos Livros tem a Bíblia Sagrada

Antes de responder a pergunta quantos livros tem a bíblia, precisamos entender que muitas pessoas não creem na bíblia por alegarem que ela fora escrita por homens. De fato, o foi! As próprias escrituras não omitem esta realidade quando aduzem que “homens (santos) falaram da parte de Deus movidos pelo Espírito Santo” (II Pedro 1:21).

Muitos profetas recebiam revelações divinas e registravam essas revelações em manuscritos, isso pela lógica de que, em havendo um Deus, é de se esperar que Ele se revele e se comunique com Suas criaturas. O Criador, então, pelo que podemos constatar, decidiu fazê-lo através do próprio homem, em conformidade com a linguagem e compreensão humana, o que demonstra seu grande amor.

Conforme indica o livro dos recordes, a bíblia sagrada é o livro mais vendido, mais traduzido e mais lido do mundo todo. Trata-se de uma incrível obra, escrita em três continentes. Não é um livro único, mas um agrupamento de diversas obras. Seus autores eram muito diferentes e viveram em diferentes gerações, contudo, observamos harmonia em sua mensagem.

A palavra bíblia pode significar “os livros”. Provém do nome Biblos, cidade conhecida por distribuir materiais de papelaria no mundo antigo. O velho testamento foi escrito em hebraico e aramaico. Posteriormente, foi traduzido para o grego, língua em que o novo testamento foi produzido.

As escrituras contêm mais de seis mil profecias, das quais mais da metade já se cumpriram literalmente! Ela carrega uma mensagem simples, acessível a todos e, ao mesmo tempo, uma complexa doutrina, razão pela qual trata-se de um livro que deve ser estudado e não meramente lido.

Adiante trataremos sobre quantos livros tem a bíblia, bem como diversas outras curiosidades sobre sua atual composição.

Quantos livros tem a Bíblia sagrada?

A bíblia sagrada evangélica, ou protestante, possui sessenta e seis livros, sendo que trinta e nove compõem o velho testamento e vinte e sete compõem o novo. São eles:

  1. Gênesis
  2. Êxodo
  3. Levítico
  4. Números
  5. Deuteronômio
  6. Josué
  7. Juízes
  8. Rute
  9. 1 Samuel
  10. 2 Samuel
  11. 1 Reis
  12. 2 Reis
  13. 1 Crônicas
  14. 2 Crônicas
  15. Esdras
  16. Neemias
  17. Ester
  18. Salmos
  19. Provérbios
  20. Eclesiastes
  21. Cânticos
  22. Isaías
  23. Jeremias
  24. Lamentações
  25. Ezequiel
  26. Daniel
  27. Oséias
  28. Joel
  29. Amós
  30. Obadias
  31. Jonas
  32. Miquéias
  33. Naum
  34. Habacuque
  35. Sofonias
  36. Ageu
  37. Zacarias
  38. Malaquias
  39. Mateus
  40. Marcos
  41. Lucas
  42. João
  43. Atos dos Apóstolos
  44. Romanos
  45. 1 Coríntios
  46. 2 Coríntios
  47. Gálatas
  48. Efésios
  49. Filipenses
  50. Colossenses
  51. 1 Tessalonicenses
  52. 2 Tessalonicenses
  53. 1 Timóteo
  54. 2 Timóteo
  55. Tito
  56. Filemon
  57. Hebreus
  58. Tiago
  59. 1 Pedro
  60. 2 Pedro
  61. 1 João
  62. 2 João
  63. 3 João
  64. Judas
  65. Apocalipse

Já a bíblia católica, possui mais livros, totalizando setenta e três, sendo quarenta e seis do antigo testamento e vinte e sete do novo. De igual forma, a bíblia ortodoxa possui maior número de livros, porém essa quantidade varia conforme a versão.

A diferença entre a bíblia católica e a bíblica evangélica

Conforme visto acima, a bíblia católica possui mais livros que a bíblia evangélica, contabilizando sete a mais. Ela, ainda, contém acréscimos no livro de Ester e de Daniel. Importante ressaltar que tais diferenças concentram-se no velho testamento.

São estes os livros sete livros a mais recepcionados pela igreja católica:

  • Tobias;
  • Judite;
  • Sabedoria de Salomão;
  • Eclesiástico;
  • Baruque;
  • A epistola de Jeremias;
  • I e II Macabeus.

Estes livros são conhecidos como apócrifos, que significa oculto ou, ainda, que possui autoria duvidosa.

Como a bíblia sagrada é dividida?

Em ambos os casos, ela divide-se em velho e novo testamento. A palavra testamento significa aliança. O antigo e velho testamentos marcam o fim da velha aliança e o início da nova.

A antiga aliança se iniciou quando Deus chamou Abraão (então Abrão) e lhe fez uma promessa, segundo a qual dele seria feita uma nação que se distinguiria das demais. Esta nação fora eleita para levar a revelação do Criador a todas as demais nações da terra. Daí surge Israel.

Após, Deus revela Sua Lei, através de Moisés e cumpre a promessa feita a Abraão, levando aquele povo a possuir a terra prometida. Posteriormente, o povo acaba sendo desapossado e exilado por se corromper e transgredir a aliança feita com Deus.

Então, se inicia a nova aliança, quando Jesus Cristo morre e ressuscita, razão pela qual toda a antiga ordem é alterada. O local da habitação divina deixa de ser os templos físicos e passa a ser o próprio homem.

A ele é dado livre acesso a presença de Deus. Determinadas regras cerimoniais deixam de se fazer necessárias, sem, no entanto, perder seu valor conceitual.

Entre os testamentos, ainda, existe o chamado período intertestamentário, conhecido como tempo do silêncio, onde nada fora profetizado durante quatrocentos anos.

Subdivisão bíblica

A bíblia evangélica fora cuidadosamente agrupada em estilos literários diversos, sendo:

  • Pentateuco (Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio);
  • Livros históricos (Josué, Juízes, Rute, I e II Samuel, I e II Reis, I e II Crônicas, Esdras, Neemias e Ester);
  • Livros poéticos (Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Cantares);
  • Profetas maiores (Isaías, Jeremias, Lamentações, Ezequiel e Daniel);
  • Profetas menores (Oseias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miqueias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias);

* Período intertestamentário (400 anos)

  • Evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas e João);
  • História da igreja primitiva (Atos dos Apóstolos);
  • Epistolas/Cartas (Romanos, I e II Coríntios, Gálatas, Efésios, Felipenses, Colossenses, I e II Tessalonicenses, I e II Timóteo, Tito, Filemon, Hebreus, Tiago, I e II Pedro, I, II, III João e Judas);
  • Livro da revelação (Apocalipse).

Quanto aos livros apócrifos e a composição do velho testamento

Os livros apócrifos, anteriormente mencionados, são aqueles livros a mais admitidos pela igreja católica, no velho testamento e que, no entanto, os antigos não haviam admitido, por não os considerar inspirados por Deus, de acordo com critérios que, adiante, serão abordados.

Os judeus, antes de Cristo, haviam elaborado o chamado cânon hebraico. Esta foi a bíblia estudada e mencionada pelo próprio Jesus. Ela não possuía os livros denominados apócrifos, os quais foram recepcionados apenas no século quarto, pela Septuaginta. Nem mesmo constavam os capítulos a mais de Ester e Daniel.

O historiador Flávio Josefo, que viveu na época de Jesus, escreveu sobre a bíblia hebraica, reforçando a informação de que ela possuía apenas vinte e dois livros. Ademais, os registros literários demonstram que os judeus, de um modo geral, confirmam essa quantidade.

Neste ponto é importante esclarecer que a bíblia evangélica possui trinta e nove livros, no antigo testamento, pois realizou mais divisões, no entanto, sem qualquer acréscimo. Os judeus dividiam o velho testamento em três. Na versão mais antiga, da bíblia hebraica, alguns livros eram unificados, como, por exemplo, o livro de Crônicas.

Conforme já mencionado, no quarto século, em Alexandria, no Egito, que era polo cultural do mundo antigo, alguns judeus foram convidados a produzirem a famigerada Septuaginta, uma tradução das escrituras sagradas para o grego.

Importante ressaltar que não há nenhuma evidência de que foram, realmente, setenta judeus que a produziram, como dizem algumas lendas.

Por razões desconhecidas, a Septuaginta começou a acrescentar alguns livros que não constavam no cânon hebraico. São Jerônimo acabou recepcionando, a pedido do papa, aqueles livros, o que foi afirmado por ele em suas próprias anotações. Ele mesmo denominou tais livros como apócrifos.

Antes de 1.546, sequer a igreja católica havia oficializado estes livros universalmente, com exceção de alguns concílios regionais anteriores.

Os critérios para a escolha dos livros do novo testamento

Muitos livros, muita literatura religiosa, foi produzida, tanto antes, quanto depois de Cristo, contudo, conforme já mencionado, a igreja protestante admitiu que apenas sessenta e seis livros foram inspirados por Deus e, portanto, devem compor o cânon bíblico.

No século quarto, a igreja rejeitou livros escritos no período intertestamentário, produzidos por judeus no cativeiro e que não faziam parte da lista de livros já considerados sagrados pelos próprios judeus.

Para o novo testamento, os cristãos estabeleceram três critérios para a admissão de autenticidade dos novos livros que haviam sido escritos, sendo eles:

1) Apostolicidade: Segundo este critério, os livros deveriam ter sido genuinamente escritos pelos apóstolos de Jesus ou alguém próximo, como, por exemplo, Tiago, que não era apóstolo, mas era do circulo apostólico. Os demais eram chamados de pseudoepígrafos, vez que não havia confiabilidade em sua autoria.

2) Doutrina: O segundo critério estabelecia que o livro precisava ser coerente com a doutrina dos apóstolos. Aquilo que não condizia com o que era apostólico, era rejeitado.

3) Universalidade: O terceiro critério estabelecia que o livro precisava ser reconhecido como inspirado por Deus por todas as igrejas que haviam sido estabelecidas, à época, em que a verdade do evangelho era muito conhecida e havia se disseminado.

Portanto, os pais da igreja, após o período apostólico, adotaram o cânon hebraico, usado por Jesus, mais estes vinte e sete livros, levando em conta todos estes critérios. Conforme já dito, a igreja católica, na Septuaginta, passou a recepcionar outros livros, apócrifos, por razões desconhecidas.

Sobre a crítica textual bíblica

A bíblia foi escrita há mais de dois mil anos. Naquela época não haviam impressoras, obviamente, portanto, seus livros foram manuscritos. A crítica textual, portanto, é o método que busca estudar os manuscritos encontrados, a fim de se descobrir o que os livros originais realmente diziam.

Os manuscritos originais se perderam com o tempo, contudo, na antiguidade, existiam os copistas, responsáveis por replicar os textos, visto ser esta a única forma de produzir mais daquele mesmo conteúdo.

As diversas existências de cópias de um mesmo livro, por diferentes agentes e o insignificante espaço de tempo entre uma e outra, levaram muitos intelectuais a atestarem a confiabilidade do conteúdo bíblico, obviamente, no que diz respeito a veracidade da sua produção.

Outros métodos, também, são utilizados, como a observação de fatos internos e externos, como datas, localidades, quantidade de réplica, entre outras.

Assim como diversas obras clássicas antigas, como, por exemplo, de Aristóteles, em que houve perda dos escritos originais, é natural que se busquem meios de resgatar toda contribuição e veracidade histórica por estes métodos.

Portanto, perda dos documentos originais, necessariamente, não invalida a obra.

A confiabilidade da bíblia sagrada

Existem evidências históricas e arqueológicas que ajudam a comprovar grande parte dos relatos bíblicos, como, por exemplo, os famosos manuscritos do Mar Morto. A própria riqueza literária lhe atribui grande confiabilidade.

É bem verdade que, em decorrência do transcurso do tempo, há muitas evidências que se perderam ou, ainda, que sequer foram descobertas, assim como ocorre com, por exemplo, as evidências da existência de civilizações antigas que, no entanto, por não terem sido encontradas, não são tidas como inexistentes, em razão das muitas outras evidências que indicam sua veracidade.

Existem diversas teorias cientificas que não podem ser comprovadas laboratorialmente, no entanto, é inadmissível duvidar delas, vez que a lógica e os indícios as dão legitimidade.

Neste raciocínio, a bíblia sagrada aduz que os atributos divinos são percebidos pela própria criação (Romanos 1:20).

Sem dúvidas, é necessário fé para confiar nas escrituras, contudo, é necessária uma fé ainda maior para duvidar delas, vez que, por seu conteúdo e papel, torna-se ilógico partir do pressuposto de que o universo, todo pensado como o é, seria algo acidental ou, ainda, que “do nada, tudo se fez” e, pior, uma única vez.

Quantos livros tem a bíblia sagrada.

Sobre o Autor

Lázaro é um dedicado estudioso da Bíblia, com 64 anos de vida e uma paixão inabalável pela Palavra de Deus. Formado em Teologia pela Universidade Messiânica e com uma sólida carreira como advogado, ele utiliza seu vasto conhecimento para compartilhar ensinamentos bíblicos de forma acessível e profunda. Pai de três filhos, Lázaro escolheu a internet como sua principal plataforma para disseminar seus estudos e reflexões, dedicando-se a compartilhar estudos bíblicos, mesmo sem estar vinculado a uma congregação específica.

0 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.