2 Pedro 1 Estudo: Tudo que Precisamos Procede de Cristo
Em 2 Pedro 1, veremos que o apóstolo Pedro saudar a igreja desejando que a bênção permaneça sobre seu povo, dizendo que tudo o que precisamos procede de Cristo.
Para evitar tropeços, é necessário crescer e isso virá por meio do amor, da fraternidade, da piedade, da perseverança, do domínio próprio, do conhecimento e da virtude.
Pedro citará o seu testemunho presencial do ministério de Jesus para que os cristãos saibam que o seu testemunho é valioso e verdadeiro e que a autoridade das escrituras é completamente divina, sua origem não é humana, ela veio da parte de Deus.
Contexto histórico
Neste primeiro capítulo vemos o apóstolo se apresentando e falando sobre frutos, sua morte e validade da palavra de Deus. É um capítulo com recomendações que valem ser aplicadas em nossas vidas.
O capítulo está organizado da seguinte forma: os frutos que nossa vida deve apresentar, nosso destino, o fim da vida de Pedro, as suas experiências com Cristo e o poder das escrituras.
(2 Pedro 1:1-2) Simão Pedro
v. 1 Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo, àqueles que receberam conosco a preciosa fé, através da justiça de Deus e nosso Salvador Jesus Cristo:
v. 2 Graça e paz vos sejam multiplicadas, por meio do conhecimento de Deus, e de Jesus nosso Senhor.
Pedro se denomina Simão Pedro, nome não usado geralmente para ele (em outra parte só em At 15:14). A forma é semítica e pode ter emprestado autenticidade à sua carta.
Além disso, era mais natural para Pedro usar a forma original de seu nome antes que uma forma posterior. Ele prossegue se identificando como servo e apóstolo de Jesus Cristo.
Ele se via como um servo submisso ao senhorio de Cristo. Como “apóstolo”, ele era um dos representantes divinamente ordenados e designados de Cristo, com plena autoridade na igreja primitiva.
Embora, certamente, tivesse em mente um grupo específico de pessoas, Pedro não menciona nenhum destinatário específico em sua carta, nem a localização exata deles.
Os destinatários originais desta carta são descritos simplesmente como aqueles que receberam conosco a preciosa fé.
A razão para essa igualdade de privilégio entre os leitores e os apóstolos é a justiça de Deus e nosso Salvador Jesus Cristo.
Por meio da justiça, que tem sua origem em Jesus, todos os cristãos têm a mesma posição e participam das mesmas bênçãos.
Pedro descreve Jesus como “Deus e Salvador”, o que não surpreende, uma vez que, em outros lugares, Jesus é chamado de Deus (Jo 1:18; Descrição descrição de Jesus como “Deus” de modo algum nega a Trindade, como se Pedro quisesse dizer que Jesus é tanto o Pai como o Filho.
Pedro deseja aos seus leitores graça e paz multiplicadas. “Graça” é o favor imerecido de Deus demonstrado por pecadores que confiam em Cristo para a salvação.
“Paz” é o sentimento de bem-estar e as bênçãos resultantes experimentadas por uma pessoa em razão de uma relação correta com Cristo.
Pedro enfatiza o conhecimento de Deus, e de Jesus nosso Senhor para recordar a seus leitores que experimentamos graça e paz unicamente pelo conhecimento de Cristo.
(2 Pedro 1:3-4) Os recursos por meio de Cristo
v. 3 Conforme o seu divino poder, deu-nos todas as coisas que dizem respeito à vida e à piedade, pelo conhecimento daquele que nos chamou para a glória e virtude.
v. 4 Pelas quais nos são concedidas grandíssimas e preciosas promessas, para que através destas possais ser participantes da natureza divina, havendo escapado da corrupção que há no mundo, através da concupiscência.
Em seguida, Pedro lembra a seus leitores os recursos que eles possuem por conhecerem a Cristo. Ele provê aos cristãos tudo o que eles necessitam que dizem respeito à vida e à piedade.
“Vida” (Gr. zoe) refere-se à vida eterna, enquanto “piedade” (Gr. eusebeia) é um viver piedoso; o último não pode ser alcançado sem a primeira.
O chamado divino dos cristãos serve de fundamento para o apelo de Pedro a uma vida piedosa. Cristo chama a Si aqueles a quem Deus salvou, e esse chamado é levado a efeito por Sua própria glória e virtude.
A “glória” (Gr. doxa) e a “virtude” (Gr. arete) de Cristo se unem e parecem se referir a excelência moral de Cristo. Pelas quais – pela glória e virtude de Cristo – nos são concedidas grandíssimas e preciosas promessas.
O conteúdo dessas grandiosas promessas inclui a participação na natureza divina. Pedro não quis dizer que os cristãos tornam-se deuses ou que eles participam da natureza divina em todos os aspectos.
Ele quis afirmar que eles participam da excelência moral de Deus e um dia serão moralmente perfeitos. A participação na natureza divina é possível somente depois de se fugir da corrupção do mundo, por causa da concupiscência.
Jesus Cristo oferece o único modo de se fugir da rebelião do sistema deste mundo mau que se opõe a Deus e está alienado dele.
(2 Pedro 1:5-7) Qualidades vindas Espírito
v. 5 E além disto, com toda a diligência, acrescentai virtude à vossa fé, e à virtude o conhecimento,
v. 6 e ao conhecimento a temperança, e à temperança a paciência, e à paciência a piedade,
v. 7 e à piedade a gentileza fraternal, e à gentileza fraternal a caridade.
Em virtude da generosa provisão de Deus em Cristo, Pedro encoraja seus leitores para que edifiquem sobre o fundamento de sua fé – sua aceitação inicial do amor de Deus – com as qualidades cristas de virtude… conhecimento… temperança… paciência… piedade…gentileza fraternal e caridade.
Essas graças, às vezes chamadas de a “escada da fé”, são a consequência da participação na natureza divina. Cada qualidade consecutiva parece proceder da anterior.
(2 Pedro 1:8-9) A cegueira espiritual
v. 8 Porque se em vós houver estas coisas, e com abundância, eles não vos deixarão estéreis e nem infrutíferos no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo.
v. 9 Porém aquele que não tem estas coisas é cego, e não consegue enxergar ao longe, e esqueceu-se de que foi purificado dos seus antigos pecados.
Cristãos operantes e produtivos têm abundância dessas qualidades mencionadas nos versículos 5-7. Por outro lado, o indivíduo que não as possui é cego, e não consegue enxergar ao longe, porque se esqueceu da purificação de seus antigos pecados; ele se esquece deliberadamente do contexto do qual Deus o livrou. “Antigos pecados” se refere a pecados cometidos antes da profissão de fé em Cristo.
(2 Pedro 1:10-11) Entrada no Reino
v. 10 Portanto, irmãos, procurai diligentemente firmar o vosso chamado e eleição; porque, se fizerdes essas coisas, jamais caireis.
v. 11 Porque assim uma entrada vos será amplamente ministrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
Em vista da graça de Deus, dos carismas e do conhecimento de Cristo (v. 3-9), Pedro ordena que seus leitores empenhem-se ainda mais para evidenciarem a realidade de seu chamado e eleição para a salvação; eles fariam isso por meio de uma vida piedosa (v. 5-7).
Seguem dois resultados:
- Eles jamais cairão, ou seja, “serão poupados de experimentar desastrosa tristeza” (Green, 2 Pedro e Judas, 83);
- Eles receberão uma gloriosa entrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
(2 Pedro 1:12-13) Recordações que animam
v. 12 Portanto, não serei negligente em lembrar-vos a respeito destas coisas, embora as saibais, e estejais estabelecidos na presente verdade.
v. 13 E penso que convém, enquanto eu estiver neste tabernáculo, animá-los através de recordações,
Com base na esperança futura de entrada no Reino eterno, Pedro resolveu lembrar continuamente a seus leitores dos ensinamentos que, de outro modo, eles poderiam abandonar, a despeito de sua convicção quanto a eles estarem bem fundamentados nas verdades em que foram ensinados.
(2 Pedro 1:14-15) Pedro fala de sua morte
v. 14 sabendo que brevemente devo deixar este meu tabernáculo, assim como o nosso Senhor Jesus Cristo me mostrou.
v. 15 Além disso, esforçar-me-ei para que, depois da minha morte, tenhais estas coisas sempre em vossa lembrança.
O apóstolo sabia que sua morte estava próxima, e se comprometeu em se esforçar arduamente para que seus leitores tenham em vossa lembrança os seus ensinos.
Isso parece se referir a um testemunho escrito, porquanto podia ser “sempre” consultado. Pedro pode estar se referindo ao Evangelho de Marcos.
No início do segundo século, Papias chamou Marcos de “intérprete de Pedro” (cp. Eusébio), significando que o Evangelho de Marcos estava baseado nas informações testemunhais fornecidas por Pedro.
(2 Pedro 1:16-18) Testemunha dos fatos
v. 16 Porque não seguimos astuciosamente fábulas imaginárias, ao vos anunciar o poder e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, porém fomos testemunhas oculares de sua majestade.
v. 17 Porquanto ele recebeu de Deus o Pai, honra e glória, quando lhe veio uma voz da magnífica glória: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo.
v. 18 E ouvimos esta voz que veio do céu, quando estávamos nós com ele no monte santo.
As palavras de Pedro não se baseavam em fábulas imaginárias. Ele enfatiza que foi testemunha ocular da transfiguração de Jesus (Mt 17:1-7).
(2 Pedro 1:19-21) A confirmação das profecias
v. 19 E temos também uma palavra de profecia mais segura, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que brilha em um lugar escuro, até que o dia amanheça, e a estrela da manhã surja em vossos corações.
v. 20 Sabendo isto primeiramente: Que nenhuma profecia da escritura é de particular interpretação.
v. 21 Porque a profecia não veio no tempo antigo por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram à medida que eram movidos pelo Espírito Santo.
Pedro argumenta que as Escrituras proféticas confirmam o testemunho apostólico. Em essência, ele está dizendo: “Se vocês não acreditam em mim, vão às Escrituras”.
A metáfora das Escrituras proféticas como uma luz que ilumina em um lugar escuro significa que elas atuam como uma tocha que brilha neste mundo escuro, expondo a sujeira e a corrupção do pecado, tornando possível escapar dele.
Os cristãos vivem pela luz de tocha proporcionada pelas Sagradas Escrituras até que o dia amanheça, e a estrela da manhã surja, o que parece se referir à volta de Cristo.
Em vossos corações pode se referir à ardente esperança que ocorre no coração dos cristãos quando eles veem sinais claros da volta de Cristo.
Pedro explica ainda que a Escritura é confiável porque possui uma origem divina; homens movidos pelo Espírito Santo escreveram as declarações proféticas do Antigo Testamento.
5 importantes lições que podemos aprender em 2 Pedro 1
- Crescimento Espiritual: Pedro incentiva os crentes a crescerem em virtude cristã, adicionando à sua fé a moral, o conhecimento, o domínio próprio, a perseverança, a piedade, a bondade fraternal e o amor. Isso nos lembra da importância do desenvolvimento espiritual contínuo.
- Confirmação da Fé: Pedro enfatiza a confirmação da fé dos crentes, encorajando-os a fazerem firmes suas vocações e eleições. Isso nos lembra da importância de fortalecer nossa fé e certeza sobre nossa salvação.
- Testemunho do Evangelho: Pedro destaca a importância de sermos testemunhas eficazes do Evangelho, chamando os crentes a compartilharem a verdade do Evangelho com outros para que também possam conhecer a Cristo.
- Escritura como Fundamento: Pedro ressalta que a profecia das Escrituras é uma luz que brilha em lugar escuro, indicando que devemos confiar na Palavra de Deus como nosso guia e autoridade suprema em todas as áreas da vida.
- Vigilância e Prontidão: Pedro adverte os crentes a estarem vigilantes e prontos para a vinda do Senhor, lembrando-nos de que Jesus Cristo virá novamente e devemos viver em constante preparação e expectativa por esse dia.
Conclusão
Concluindo, Pedro exorta a igreja a caminhar em fé, crendo no poder de Cristo para renovar e transformar todas as coisas através do amor.
Ele lista muitas qualidades que somente o Espírito Santo pode gerar dentro de cada um daqueles que o ouviam, e também de nós hoje, que lemos sobre e imaginamos como foi em seu tempo.
Existe um Reino que veio, em partes, inaugurado por Cristo, que se manifesta rotineiramente em nosso dia-a-dia, quando acessamos a ele por meio das orações, do jejum e, principalmente, através da fé.
Temos acesso a tudo isso, somos coerdeiros com Cristo, e Pedro fala exatamente sobre isso, nos alertando que a cegueira espiritual não nos deixa enxergar as evidências dessa realidade.
Ele nos ensina a lembrar de onde Deus nos tirou, de trazer a memória aquilo que nos dá esperança, uma luz na escuridão e a aguardar a estrela da manhã que brilhará como outrora!
Por fim, ele testemunha sobre tudo o que viu enquanto esteve ao lado de Jesus, em seu ministério de 3 anos, nos deixando o exemplo que tudo o que vivemos com Cristo deve ser lembrado e pertencer a nossa história de vida, afinal, o testemunho é aquilo que nos tornamos após o encontro com Ele.
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