Eclesiastes 1 Estudo: Sem Deus Nada Faz Sentido

O capítulo 1 de Eclesiastes é dado início a uma série de profundas reflexões trazidas pelo rei Salomão. No capítulo inicial, o sábio dá ênfase a ausência de sentido em algumas frentes da vida e fala como são temporários e cansativos os anseios humanos.

Entretanto, seu intuito principal é reforçar como a vida só tem sentido quando é vivida de forma que adore ao Senhor Deus, porque no fim, todos estarão diante Dele e terão suas obras julgadas.

Contexto histórico

O livro de Eclesiastes foi um dos três escritos pelo rei Salomão e foi produzido na fase final de sua vida. Salomão foi o maior sábio e bem-sucedido do seu tempo, o que deixa muito claro o agir de Deus na sua vida.

Mas conforme ele foi envelhecendo, os seus pensamentos foram ficando cada vez mais distantes do Senhor e esse foi o provável motivo de algumas reflexões trazidas no livro de Eclesiastes parecerem ter sido feitas por alguém descrente.



A narrativa usada pelo sábio, desde o primeiro até o último capítulo, é construída de acordo com sua vivência e sabedoria adquirida ao longo de sua vida. Como também, pela insatisfação encontrada pelo rei nesta vida terrena.

Principais lições de Eclesiastes 1 para os dias atuais

O primeiro capítulo de Eclesiastes apresenta um tema recorrente ao longo do livro: a transitoriedade da vida e a futilidade das buscas humanas por significado e satisfação. Uma das principais lições é sobre a natureza cíclica e repetitiva da vida terrena. O autor, muitas vezes identificado como o sábio rei Salomão, descreve a monotonia das atividades humanas e a futilidade de buscar a felicidade apenas nas realizações terrenas.

Outra lição vital é sobre a constante mudança e transitoriedade de todas as coisas. O autor utiliza metáforas naturais, como o sol, o vento e os rios, para ilustrar a efemeridade da vida humana e das conquistas terrenas. Isso nos leva a refletir sobre a importância de buscar um propósito mais profundo e duradouro além das coisas materiais.

Além disso, o capítulo destaca a busca incessante pela sabedoria e conhecimento como uma busca vã se não estiver acompanhada de um temor a Deus. O autor enfatiza que o verdadeiro significado da vida só pode ser encontrado em um relacionamento correto com o Criador.

Em resumo, Eclesiastes 1 nos ensina sobre a transitoriedade da vida terrena, a futilidade das buscas humanas por significado apenas nas realizações materiais e a importância de um relacionamento correto com Deus para encontrar verdadeiro significado e propósito na vida.

Essas lições nos desafiam a buscar a verdadeira sabedoria e a encontrar contentamento na presença de Deus, além das circunstâncias mutáveis da vida. Acompanhe a seguir, o estudo versículo por versículo de Eclesiastes 1.

(Eclesiastes 1:1) Pregador

¹ Palavras do Pregador, filho de Davi, rei em Jerusalém.

A palavra hebraica qoheleth, traduzida aqui por pregador. Aquele que convoca a assembleia com o propósito de comunicar verdades divinas. Não é a palavra comum para “mestre”.


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Trata-se de uma palavra hebraica rara (encontrada sete vezes em Eclesiastes e em nenhum outro lugar na Bíblia) e poderia significar “orador”.

É a autodesignação do autor ao longo do livro. Por esta razão, com frequência o livro de Eclesiastes é chamado de “Qoheleth”.

As palavras filho de Davi, rei em Jerusalém poderiam se referir a qualquer rei davídico de Judá, mas apenas Salomão foi rei em Jerusalém sobre todo o Israel (v. 12).

(Eclesiastes 1:2) Vaidades

² Vaidade de vaidades, diz o Pregador, vaidade de vaidades; tudo é vaidade.

Hevel, a palavra hebraica para inútil, significa basicamente “sopro” ou “fôlego”, mas passou a significar “vão”, “transitório” e “inútil”.

Ela não quer dizer necessariamente que uma coisa não tenha nenhum valor, mas sugere que, no máximo, seu valor é passageiro.

No contexto de Eclesiastes, significa que as coisas feitas “debaixo do sol” têm apenas importância temporária e por conseguinte, comparadas à eternidade, não têm valor real.


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(Eclesiastes 1:3-7) O Trabalho do homem

³ Que benefício tem o homem de todo o seu trabalho, que faz debaixo do sol?
Uma geração passa, e uma outra geração vem; mas a terra permanece para sempre.
O sol nasce, e o sol se põe, e apressa-se de volta ao seu lugar de onde nasceu.

O vento vai em direção ao sul, e faz o seu giro para o norte; o vento gira continuamente, e retorna novamente de acordo com os seus circuitos.
Todos os rios correm para o mar, contudo, o mar não fica cheio; ao lugar de onde os rios vêm, para ali retornam eles novamente.

A expressão debaixo do sol significa aqui na terra; ela fala da natureza temporal e temporária da humanidade. O sol, vento e águas (rios) estão em constante movimento, mas nunca terminam de fazer nada. É simplesmente um constante ciclo de ir e vir.

Da mesma forma, todas as gerações vêm e vão, mas não mudam o mundo de uma maneira fundamental. Pior ainda, cada geração humana (diferentemente do sol, do vento e das águas) morrem.

(Eclesiastes 1:8) Todas as coisas são trabalhosas

Todas as coisas são trabalhosas; o homem não o pode exprimir; o olho não se satisfaz em ver, nem o ouvido se enche de ouvir.

A expressão todas as coisas são trabalhosas pode ser traduzida por “todas as coisas são enfadonhas”. Ela se refere a nossa incapacidade tanto de encontrar sentido como de encontrar satisfação na criação.

Todos ficam sem fala diante do infindável movimento do sol, do vento e das águas. Isto é, o mundo não pode ser explicado adequadamente nem afetado de forma alguma pelas palavras humanas.

Ficamos mudos diante dele. Semelhantemente, também não vemos nem ouvimos nada que satisfaça plenamente.

(Eclesiastes 1:9-10) Não há coisa nova debaixo do sol

O que aconteceu, isso é o que há de ser; e o que está feito, é o que deverá ser feito; e não há coisa nova debaixo do sol.

¹⁰ Há alguma coisa da qual se possa dizer: Vê, isto é novo? Já era nos velhos tempos, que foram antes de nós.

Quando Eclesiastes diz que não há coisa nova debaixo do sol, isso significa que não há nada que mude as realidades fundamentais da condição humana.

Essa declaração não nega que haja inovações tecnológicas nem novas obras de arte, literatura e arquitetura, mas todas estas coisas são novas variações de algo que já existia e não libertam a humanidade do cativeiro da morte.

O “algo novo” que realmente muda a vida só pode vir de Deus (Jr 31:31-34), (Lc 22:20) e (Hb 9:15).

(Eclesiastes 1:11) Não há lembranças de coisas anteriores

¹¹ Não há lembranças de coisas anteriores; nem haverá nenhuma lembrança das coisas que hão de vir, entre as que hão de vir depois.

Este versículo não alega que nenhum homem é lembrado da história. O ponto é que as pessoas se vão e aquela fama e aquela glória não têm importância duradoura.

(Eclesiastes 1:12-18) A inutilidade da busca pela sabedoria

¹² Eu, o Pregador, fui rei sobre Israel em Jerusalém.
¹³ E dediquei o meu coração a buscar e a procurar pela sabedoria no que diz respeito a todas as coisas que são realizadas debaixo do céu; esta enfadonha ocupação Deus deu aos filhos do homem, para que nela se exercitem.

¹⁴ Tenho visto rodas as obras que se fazem debaixo do sol, e eis que tudo é vaidade e aflição de espírito.
¹⁵ Aquilo que é torto não se pode endireitas; e aquelo que falta não se pode numerar.

¹⁶ Falei eu com o meu próprio coração, dizendo: Eis que adquiri grande riqueza, e superei em sabedoria a todos os que vieram antes de mim em Jerusalém; sim, o meu coração teve uma grande experiência de sabedoria e conhecimento.

¹⁷ E apliquei o meu coração a conhecer a sabedoria e a conhecer a loucura e as tolices, e percebi que isto também é aflição de espírito.

¹⁸ Porque na muita sabedoria há muita angústia; e aquele que aumenta o conhecimento, aumenta a tristeza.

Estes versículos descrevem a inutilidade da busca pela sabedoria. Não se está afirmando que a busca pelo conhecimento seja má; ela é vã e frustrante porque ninguém pode encontrar as respostas para suas questões fundamentais através do estudo.

Explicação de Eclesiastes 1:12

Um rei não deixa de ser rei até morrer. A expressão fui rei não quer dizer que o mestre tenha deixado de ser rei.

Pelo contrário, o ponto é que, em sua vida, o rei esteve numa posição que lhe deu riqueza e liberdade para fazer todas as investigações descritas neste livro.

Explicação de Eclesiastes 1:13

Geralmente a busca pela sabedoria é considerada nobre a algo que traz realização, mas aqui é chamada de enfadonha ocupação, significando que é apenas um trabalho duro.

Explicação de Eclesiastes 1:15

Este versículo é um provérbio. Aquilo que é torto não se pode endireitar se refere a um problema que não pode ser resolvido.

E aquilo que falta não se pode numerar se refere a trabalhar sem informação suficiente. O problema de entender a vida está fora do alcance de meros homens.

Explicação de Eclesiastes 1:18

Em vez de responder todas as nossas perguntas e trazer alegria, o grande aprendizado e sabedoria só leva a mais incerteza e dor.

Conclusão

Por fim, o estudo de Eclesiastes 1 provoca você a rever os seus conceitos e priorizar o Senhor em sua vida.

Os pontos tocados pelo sábio rei Salomão tira o valor insensato que damos para coisas terrenas e o devolve para o Criador.

Salomão não está dizendo que não devemos trabalhar, nem buscar sabedoria, ou fazer outras coisas relevantes para nós mesmos e para aqueles que estão ao nosso redor.

Mas que o Senhor deve ser o principal porquê dessas ações, porque sem ele nada faz sentido algum. Além disso, a insatisfação humana só pode ser suprida pela presença do Senhor Jesus.

Ele é a resposta para essas e outras dúvidas acerca do sentido das nossas vidas. E, buscá-lo em primeiro lugar fará sua vida ser construída na Rocha e contar com um propósito extraordinário.

Eclesiastes 1 estudo

Sobre o Autor

Lázaro é um dedicado estudioso da Bíblia, com 64 anos de vida e uma paixão inabalável pela Palavra de Deus. Formado em Teologia pela Universidade Messiânica e com uma sólida carreira como advogado, ele utiliza seu vasto conhecimento para compartilhar ensinamentos bíblicos de forma acessível e profunda. Pai de três filhos, Lázaro escolheu a internet como sua principal plataforma para disseminar seus estudos e reflexões, dedicando-se a compartilhar estudos bíblicos, mesmo sem estar vinculado a uma congregação específica.

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