Livre Arbítrio

O livre arbítrio se trata de um termo que é discutido tanto na bíblia, quanto na roda de conversa, quanto pelo espiritismo, pela ciência, filósofos e sociólogos.

Desse modo, muitos defendem que de fato existe o livre arbítrio, já outros não acreditam que seja real e preferem acreditar que estamos predestinados antes de mesmo de nascer.

É importante deixar claro que, devemos respeitar as visões distintas das nossas, e que muitas vezes parar e tentar entender o argumento do outro pode abrir boas oportunidades de expansão de consciência, sem que seja preciso você revogar sua opinião.

Falaremos sobre todas as visões, baseado na história, obras e escrituras presente atualmente, de modo que você entenda e que acrescente ainda mais conhecimento para você.

Sempre respeitando a visão e opinião de todas as vertentes, preparamos esse post para explicar o real significado segundo o dicionário, e o que cada uma das vertentes mencionadas acima diz a respeito do livre arbítrio. Acompanhe!

O que é Livre Arbítrio

De acordo com o significado, o livre arbítrio é o poder que cada indivíduo tem de escolher suas ações, qual caminho quer seguir, tendo em vista que cada uma dessas ações ou caminhos levará a um determinado resultado.

Além disso, essa expressão é utilizada por diversas religiões, como o cristianismo, o espiritismo, o budismo, e até vertentes não religiosas como a ciência. Cada uma delas defendem e acreditam nos seus próprios ideias de acordo com seus próprios relatos, costumes e culturas.

Diante disso, seu real significado de livre arbítrio tem sentidos religiosos, psicológicos, morais e científicos.

Para muitas pessoas o livre arbítrio significa ter a liberdade de agir conforme o seu próprio entendimento, e muitas vezes confundem com desrespeito e falta de limites, porém, às vezes é o nível evolutivo ou educacional daquela pessoa.

Desse modo, cada pessoa tem realmente o direito de fazer o que quiser com sua vida e escolher qual caminho quer seguir, desde que esse caminho ou ação, não prejudiquem as pessoas ao seu redor.  

O problema é que muitas vezes a pessoa acaba prejudicando a si mesmo, o que acaba se tornando um problema.

Diante disso, a pessoa que faz uma escolha livre pode se basear numa análise relacionada ao meio ou não, e a escolha que é feita pelo agente pode resultar em ações para beneficiá-la, ou prejudica-la.  

Portanto, as ações resultantes das suas decisões são subordinadas somente à vontade e a consciência da pessoa. Essa vontade pode ser guiada pelo próprio entendimento, moral, educação, meio cultural ou por questões religiosas, sendo relativo de indivíduo para indivíduo.

As pessoas que acreditam e defendem o livre arbítrio, necessariamente negam o determinismo, ou seja, de que tudo já está traçado e determinado independentemente de nossas escolhas.

Além disso, há também uma ideia de auto responsabilidade por trás disso, pois o individuo sabe que suas escolhas irão trazer consequências boas ou não de acordo com suas ações.

Livre Arbítrio na Bíblia

A bíblia não se refere à expressão “livre arbítrio”, porém, em diversas passagens podemos ver que Deus dá o poder de escolha ao ser humano em relação a suas próprias ações.

Diante disso, segundo a Bíblia, a vontade de Deus é que as pessoas sigam os seus mandamentos e façam coisas boas, entretanto, o Senhor não irá as obrigar a fazer isso.

Além disso, é possível observar que na Bíblia está escrito que cada pessoa vai prestar contas da forma como usa o livre arbítrio, ou seja, ou seja, irá ser responsabilizada pelos seus atos sejam eles bons ou ruins.

Ademais, as escrituras também falam em predestinação, que significa que algumas pessoas seriam escolhidas por Deus mesmo antes de nascerem.

Sendo então, predestinadas a seguirem o caminho de Deus, ou serem salvas, ou qualquer outra predeterminação feira por Deus, porém elas também têm o poder de mudar isso com suas ações.

Entretanto, para algumas pessoas, isso acaba gerando uma confusão ou um conflito, porque dizem que se uma pessoa foi predestinada a fazer alguma coisa, não tem vontade própria, mas o que não se entende disso, é que a pessoa pode sim mudar isso.

Logo, a Bíblia diz que apesar de ter escolhido algumas pessoas, isso não interfere com o seu livre arbítrio, a escolha da pessoa é livre, mas Deus sabe previamente o que a pessoa vai escolher.

Portanto, digamos que essa escolha de Deus por determinadas pessoas seja uma “facilitação” para ela, mas não estará determinado, pois a pessoa precisa querer e aceitar isso.

De todos os modos então, a bíblia confirma o livre arbítrio e considera que temos o poder de escolher o que iremos fazer e como será feito, assim como, todas as consequências de nossos atos.

Livre Arbítrio e Santo Agostinho

Aurélio Agostinho de Hipona, conhecido mundialmente como Santo Agostinho, foi um dos mais importantes teólogos e filósofos da história nos primeiros séculos do cristianismo.

Ele, assim como, suas obras e suas ideias foram muito influentes no desenvolvimento do cristianismo e filosofia ocidental. Além disso, ele foi bispo de Hipona, uma cidade na província romana da África.

Santo Agostinho é autor da obra Livre Arbítrio, datado do ano de 395, este livro, foi escrito na forma de diálogo do autor com o seu amigo Evódio.

Ademais, nesta obra, Santo Agostinho elabora algumas teses a respeito da liberdade humana em relação a suas ações e ainda aborda a origem do mal moral.

Diante disso, muitas vezes a expressão livre arbítrio, tem o mesmo significado que a expressão liberdade.

Apesar disso, ele conseguiu diferenciar claramente esses dois conceitos vejam: para ele o livre arbítrio é a possibilidade de escolher entre o bem e o mal, já a liberdade seria o bom uso do livre arbítrio.

No entanto, isso significa que nem sempre o homem é livre quando põe em uso o livre arbítrio, pois isso irá depender sempre de como ele irá usar essa característica.

Dessa forma, o livre arbítrio está mais relacionado com a vontade intima e individual de cada um.

Entretanto, o que difere os dois é que a vontade é um ato ou ação, enquanto que o livre arbítrio é uma faculdade.

Concluindo, portanto, que a liberdade é a condição de ser que perdemos desde o pecado original.

Logo, nosso livre arbítrio tornou-se limitado para qualificar virtuosamente nossas ações, e a superação desta condição de nossa natureza não é possível sem a ajuda da graça de Deus.

Livre Arbítrio na Filosofia

No âmbito filosófico, o livre arbítrio se opõe ao determinismo, que defende que todos os acontecimentos são causados por fatos anteriores, ou circunstancias preestabelecida.

Por essa razão, para o determinismo, as ações do ser humano são determinadas por leis da natureza ou por outras causas e, por isso, não o ser humano não pode ser responsabilizado pelos seus atos.

Segundo os filósofos Platão e Aristóteles, uma das dificuldades do livre-arbítrio é que não há apenas um problema, mas sim muitos outros.

Eles consideravam um fenómeno humano que importa esclarecer e compreender melhor, porque é da máxima relevância para o florescimento humano.

Após a Revolução Científica, contudo, o livre-arbítrio tornou-se predominantemente um problema de compatibilidade, ganhando os contornos que hoje tem, apesar de serem já visíveis em alguns filósofos da Antiguidade, nomeadamente os estoicos e os atomistas da época.

Portanto, para que o livre-arbítrio seja exercido em sua plenitude não deve haver impedimentos externos ao movimento, deve ser uma escolha apenas do individuo e sua consciência.  

Dessa forma, essa afirmação é validada tanto para a liberdade de palavra, quanto para a de ação ou de crença, assim como suas consequências.  

Além disso, em certos casos, presume-se que a liberdade não pode ser exercida, em situações onde é fisicamente impossível realizar a ação em perspectiva como, por exemplo, evitar comer quando a fome é incontrolável.

Outro exemplo, é quando o agente é premido por um condicionamento psicológico inevitável, ou seja, nos quadros neuróticos ou psicóticos.

Visão da Ciência sobre o livre arbítrio

Segundo a ciência, o livre arbítrio seria a capacidade de tomar decisões por conta própria, a capacidade de escolher como agir e se comportar.

Entretanto, um famoso e polêmico estudo de neurociência do norte-americano Benjamin Libet, da Universidade da Califórnia, de 1983, defende que o livre arbítrio é uma ilusão. Realmente afirma que, Não existe!

Diante disso, para chegar a essa conclusão, basicamente, os experimentos de Libet consistiam em monitorar a atividade cerebral de voluntários antes e durante a execução de ações simples.

No entanto, tais voluntários eram instruídos a pressionar um botão enquanto assistiam ao ponteiro de um relógio rodando e deveriam executar tal ação quando sentissem vontade, por sua própria iniciativa.

Com isso, os resultados da pesquisa indicaram que havia atividade cerebral inconsciente bem antes da ação motora dos voluntários.

Concluindo para o pesquisador, que isso indicaria que não temos poder de escolha, não temos livre-arbítrio, já que a decisão ocorre antes de termos consciência.

Portanto, decidir, não seria nada mais do que uma interação de moléculas cerebrais sob a qual não temos controle nenhum.

Ele defende então, que somos movidos por duas formas de pensar e que regem as nossas decisões.

Uma dessas formas é subconsciente, automática, sem reflexão, em que somos movidos principalmente pelas emoções, a partir dos estímulos do momento, do agora, sem pensar e seguindo padrões.

Entretanto, a outra maneira de pensar, que é responsável pela decisão consciente, envolve reflexão, ponderação, análise das variáveis, e como consequência, essa segunda maneira envolve tempo e esforço mental para ser executada.

Então, quem nos comanda?

Diante de distintos pontos de vistas, nos perguntamos então, quem nos comanda? Eu mesmo? Ou já nasci com meu destino traçado?

Caso eu seja o determinador na minha história, o que fazer para não agir de uma forma que eu consiga ter domínio sobre minhas ações?

Será que dá para se livrar dessa sensação de que não consegue fazer as coisas que quer e de que não está no comando da sua própria vida?

São muitas dúvidas, e para que você sane as suas é necessário que primeiro você escolha se você acredita que pode escrever a sua história ou se ela já está escrita.

Partindo disso, caso você acredite que pode mudar sua história, saiba que isso é possível segundo a ciência. Mas, como fazer isso?

Primeiramente, a dica é tentar automatizar comportamentos que você racionalmente quer ter, pois muitas vezes por falta de hábito, queremos fazer algo, mas na hora não conseguimos.

Para resolver isso, é necessário muito esforço para adotar o hábito de forma consolidada, mas é claro que isso envolve tempo!

Além disso, através da repetição do comportamento e das ideias desejadas, do treino, proporcionando-se recompensas ao conseguir se mantê-lo, monitorando com a consciência até que esse comportamento se torne realmente automático.

Entretanto, é necessário ter em mente há alguns fatores como cultura, exemplo da família e social que às vezes estão tão enraizados que se torna difícil controlar ou mudar.

Mas, a boa notícia é que é possível sim, com muita força de vontade e esforço você pode ir controlando suas ações.

 E não esqueça jamais: você está no comando!

Por que às vezes parece que não mandamos em nós mesmos?

Isso pode acontecer em várias situações da nossa vida, por exemplo, você se planeja para acordar às 6 horas, mas aperta várias vezes a soneca do despertador e acaba levantando uma hora mais tarde.

Ou ainda, você planeja quer ser educado, calmo e controlado, mas quando vê já te tiraram do sério e respondeu como não deveria.

Outra situação é quando você faz tudo para chegar ao compromisso no horário, mas o telefone toca, o trânsito aperta e acaba se atrasando.

Exemplos não faltam, e a ciência explica que o que está por trás disso é que o nosso cérebro obedece a padrões e hábitos preestabelecidos, e, portanto, por mais que tenhamos o poder de muda-los, isso exige um esforço maior!

Esse esforço, vai muito além de uma decisão, pois quando tudo que decidimos que ia fazer acaba não dando certo, isso não foi totalmente culpa da nossa falta de querer, mas sim de outros fatores internos ao cérebro.

Diante disso, para que cada vez mais tenha autonomia sobre si própria, é necessário buscar isso, com calma, paciência e persistência.

Livre Arbítrio no Espiritismo

De acordo com a Doutrina Espirita, o livre arbítrio é uma das propriedades fundamentais do nosso Espírito.

Diante disso, ela consiste na liberdade de fazer ou não alguma coisa, seguir um determinado caminho ou evitá-lo de acordo com o seu entendimento ou nível evolutivo daquele espírito.

Além disso, no Espiritismo existe a crença que os atos praticados não foram predeterminados e por isso cada pessoa é responsável pelas suas escolhas, sejam dessa vida ou da vida passada, já que para a doutrina reencarnamos para completar nosso nível evolutivo.

Desse modo, o livre-arbítrio é desenvolvido juntamente com o desenvolvimento da inteligência e implica um aumento pela responsabilização dos atos praticados, e para que tenhamos o poder de aprender com as circunstancias e mudar nosso futuro a partir das escolhas das nossas ações.

Diante disso, para a Doutrina não há destino, não há predestinação, não há sorte ou azar, tudo sucede a partir de nossas ações e nosso futuro é construído todos os dias.

Esse futuro é construído através de pensamentos e ações, o espírito e seu grupo cultural escolhem e determinam seus caminhos, exercitando uma característica indissociável do ser inteligente, que é o livre arbítrio.

Portanto, o espírito adquire experiências e conhecimentos novos através das situações, vivências e convivências acumuladas ao longo de sucessivas passagens, tanto no espiritual como no material.

Determinismo X Livre arbítrio

Primeiramente, o livre-arbítrio opõe-se ao determinismo, segundo a qual tudo que acontece com a natureza e o homem já está determinado por uma causa.

No determinismo ligam-se coisas muito importantes, como o destino e a fatalidade, que só existem enquanto carmas e provações oriundas do nosso próprio livre-arbítrio.

O estudioso e filósofo, Huberto Rohden já diz que o nosso livre-arbítrio é a nossa própria consciência.

Porém, segundo a física relativista de Einstein, a quântica de Max Planck, e a Teoria das Incertezas de Heisenberg, há certo indeterminismo ou determinismo relativo nos fenômenos físicos que ocorrem.

Essas duas ideias e conceitos se opõem em essência, e todas as vertentes apresentadas aqui, defendem um dos dois conceitos.

Há ainda um determinismo radical que defendem e tendem a acreditar que a segunda e a terceira das afirmações necessárias para apoiar a sua posição são óbvias que as ações determinadas, digamos, pela hereditariedade e pelo ambiente não podem ser ações livremente escolhidas.

Além disso, para eles é igualmente óbvio que as pessoas são apenas responsáveis pelas ações que escolheram livremente.

Por essa razão, os deterministas radicais concentraram o seu fogo no primeiro princípio, que o determinismo é verdadeiro.

Entretanto, assim como existe essa vertente de pensamento, existe também o oposto que tenta derrubar essas ideias. Mas, e ai, no que você acredita?

Conclusão

Desse modo, podemos concluir que existem diversas vertentes de pensamentos distintos a cerca do livre arbítrio, da filosofia a religião, cada um defende o seu ponto de vista de acordo com os que lhe foi passado e aprendido diante da vida.

Observe que, grande parte dessa visão, ou do que cada um acredita está intimamente relacionado com o meio que aquele determinado ser humano viveu, cresceu e aprendeu.

Fatores como, cultura, época, contexto social e contexto religioso, por exemplo, influenciam muito no que achamos que viemos fazer aqui na terra e de que modo devemos ou podemos nos comportar.

Viver como queremos, e nos auto responsabilizar? Ou simplesmente viver, pois tudo já previamente destinado a nós?

É algo importante de se pensar e decidir, pois a depender de qual dessas ideias você escolhe para sua vida, muita coisa pode mudar, ou não.

Livre arbítrio.

Sobre o Autor

Lázaro é um dedicado estudioso da Bíblia, com 64 anos de vida e uma paixão inabalável pela Palavra de Deus. Formado em Teologia pela Universidade Messiânica e com uma sólida carreira como advogado, ele utiliza seu vasto conhecimento para compartilhar ensinamentos bíblicos de forma acessível e profunda. Pai de três filhos, Lázaro escolheu a internet como sua principal plataforma para disseminar seus estudos e reflexões, dedicando-se a compartilhar estudos bíblicos, mesmo sem estar vinculado a uma congregação específica.

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