1 Reis 15 Estudo: Os Segredos dos Reis

Em 1 Reis 15, somos levados a um momento de turbulência política e espiritual na antiga Israel. Este capítulo retrata os reinados de Abias, Asa, Nadabe e Baasa, líderes que governaram tanto Judá quanto Israel em meio a alianças, traições e confrontos.

Abias, filho de Jeroboão, ascende ao trono de Israel, mas seu reinado é manchado pela continuação da idolatria e pela guerra com Asa, rei de Judá.

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Asa, por sua vez, é elogiado por seu compromisso em remover a idolatria e renovar o culto ao Senhor em Judá. No entanto, mesmo com sua devoção, Asa enfrenta desafios militares significativos, especialmente de Baasa, rei de Israel, que continua a lutar pelo poder e território.

Enquanto isso, o reino de Israel enfrenta sua própria instabilidade com a breve liderança de Nadabe, filho de Jeroboão, seguida pela ascensão de Baasa ao trono por meio de conspiração e assassinato.

Este capítulo não apenas narra os eventos políticos desses reinados, mas também destaca as consequências espirituais da desobediência e da busca pelo poder secular sobre a vontade de Deus.

Contexto histórico

Este capítulo ocorre em um período de intensa instabilidade política e espiritual na história de Israel. Após a divisão do reino unificado de Israel em Judá e Israel do Norte, as duas nações competiam constantemente por poder e influência.

As tensões entre as duas dinastias, a de Davi em Judá e a de Jeroboão em Israel, resultaram em conflitos frequentes e alianças voláteis.

Este capítulo se desenrola em um momento em que ambas as nações estão enfrentando desafios internos e externos. Judá, sob o reinado de Asa, está lutando para manter sua identidade religiosa e enfrentando ameaças militares de Israel e dos povos vizinhos.

Enquanto isso, Israel está imerso em uma sucessão de líderes que frequentemente enfrentam conspirações e assassinatos para alcançar e manter o trono.

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Essa turbulência política é acompanhada por uma crise espiritual generalizada, com idolatria e apostasia prevalecendo em ambos os reinos.

O contexto histórico deste capítulo reflete uma era de desordem e conflito, tanto político quanto espiritual, enquanto Israel e Judá tentavam estabelecer sua identidade nacional e religiosa em meio a um cenário tumultuado.

(1 Reis 15:1-2) Os Pecados de Jeroboão e a Vitória de Deus

v. 1 Ora, no décimo oitavo ano do rei Jeroboão, o filho de Nebate, reinou Abias sobre Judá.

v. 2 Três anos reinou ele em Jerusalém. E o nome da sua mãe era Maaca, a filha de Absalão.

O único detalhe revelador no início formal do registro de Abias era que sua mãe Maaca vinha da linhagem de Absalão.

Essa relação podia indicar que a família de Salomão teve de fazer algumas acomodações com a família de Absalão, meio-irmão de Salomão, para manter o governo sobre Judá (ver 2 Sm 15:18).

(1 Reis 15:3-5) O Julgamento Divino sobre a Casa de Jeroboão

v. 3 E ele caminhou em todos os pecados do seu pai, os quais ele havia cometido antes dele; e o seu coração não foi perfeito diante do SENHOR, seu Deus, como o coração de Davi, o seu pai.

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v. 4 Todavia, por causa de Davi, o SENHOR seu Deus deu-lhe uma lâmpada em Jerusalém, para levantar o seu filho depois dele, e estabelecer Jerusalém;

v. 5porque Davi fez aquilo que era reto aos olhos do SENHOR, e não se desviou de nenhuma coisa que ele lhe ordenou todos os dias da sua vida, salvo somente na questão de Urias, o heteu.

Abias era mau, como seu pai (1Rs 14:22-24), com a típica comparação negativa com Davi, mas em seguida esse registro tem uma das várias declarações em 1 Reis no sentido de que Deus poupou Jerusalém e um rei ímpio por causa do rei bom, Davi.

(1 Reis 15:6) O Testemunho da Retidão de Abias

v. 6 E houve guerra entre Roboão e Jeroboão durante todos os dias da sua vida.

A referência à guerra entre Roboão e Jeroboão afasta-se do padrão normal de se tratar apenas do rei atual. Outras traduções seguem textos variantes que trazem “Abias” em lugar de “Roboão”.

Outros consideram que isso seja um erro de escriba. A BKJ 1611 traduz essa declaração como sendo uma referência retrospectiva fatual ao reinado de Roboão.

(1 Reis 15:7-8) O Reinado de Asa: Uma Busca pela Retidão e Renovação

v. 7 Ora, o restante dos atos de Abias, e tudo o que ele fez, não estão escritos no livro das Crônicas dos reis de Judá? E houve guerra entre Abias e Jeroboão.

v. 8 E Abias dormiu com os seus pais; e eles o sepultaram na cidade de Davi; e Asa, o seu filho, reinou em seu lugar.

O único ponto distintivo para se observar nessa conclusão é a referência à guerra entre Abias e Jeroboão, uma referência redundante se o versículo 6 também se refere a Abias. Até esse ponto, ela consistia de escaramuças fronteiriças.

(1 Reis 15:9-24) Reis e Conflitos: Os Reinados de Asa e Baasa

Com os reis Asa de Judá e Nadabe de Israel, dois movimentos paralelos tiveram início. Primeiro, o avivamento religioso começou sob Asa, de modo que Deus teve motivo para restaurar bênçãos aos reis bons do sul.

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Esse avivamento, encabeçado pelos dois reis bons, Asa e Josafá, durou cerca de 60 anos. Nesse tempo, cedo no reinado de Asa, o governo de Nadabe deu início a um sangrento processo de guerra civil e violência, que de fato terminou com a restauração do poder econômico e político sob o governo de Onri e Acabe.

Esses dois movimentos eram inseparáveis porque Deus usou o renovado poder dos reis ímpios do norte para trazer bênção, poder e riqueza renovadas aos reis bons do sul.

Os capítulos 15 e 16 descrevem o avivamento no sul e o ressurgimento do poder político no norte. O avivamento de Asa é registrado primeiro.

(1 Reis 15:9-10) Os Desafios de um Reinado

v. 9 E no vigésimo ano de Jeroboão, rei de Israel, reinou Asa sobre Judá.

v. 10 E quarenta e um anos reinou ele em Jerusalém. E o nome da sua mãe era Maaca, a filha de Absalão.

O único ponto inesperado no início do registro de Asa é que ele era neto de Maaca, da linhagem de Absalão. Dessa forma, Absalão e Salomão eram co-antepassados da linhagem real pactual.

(1 Reis 15:11-12) Justiça e Renovação em Judá

v. 11 E Asa fez aquilo que era reto aos olhos do SENHOR, como fez Davi, o seu pai.

v. 12 E ele retirou os sodomitas da terra, e removeu todos os ídolos que os seus pais haviam feito.

Asa, no entanto, veio a ser um rei piedoso. Ele foi o primeiro rei desde a divisão do reino a fazer aquilo que era reto aos olhos do Senhor.

O que o influenciou a escolher a obediência a Deus? A partir dos dados disponíveis, parece que a presença de levitas piedosos no sul pode ter sido um fator (2Cr 11:13-14).

(1 Reis 15:13) A Rejeição da Mãe de Asa

v. 13 E também Maaca, a sua mãe, ele removeu da posição de rainha, porque ela havia feito um ídolo em um bosque; e Asa destruiu o seu ídolo, e o queimou junto ao ribeiro de Cedrom.

Como rainha-mãe, Maaca, avó de Asa, era um obstáculo à fé em Yahweh. Parte da purificação do reino consistia na remoção de sua má influência.

(1 Reis 15:14) Os Tesouros de Judá sob o Reinado de Asa

v. 14 Os lugares altos, porém, não foram removidos; no entanto, o coração de Asa foi perfeito diante do SENHOR todos os seus dias.

Para todos os reis bons, os lugares altos (ou alteres idólatras) que não tinham sido removidos eram provavelmente santuários ilegais para a adoração do Senhor longe do templo, não para a adoração de deuses pagãos.

A tolerância para com altos pagãos estaria em conflito com o caráter de um rei bom e seria contrária ao seu procedimento geral tal como registrado.

(1 Reis 15:15) As Conquistas Militares de Asa

v. 15 E ele trouxe para dentro as coisas que o seu pai havia consagrado, e as coisas que ele mesmo havia consagrado, para a casa do SENHOR; prata, e ouro e vasos.

Os donativos para o templo, em especial a prata e o ouro, marcavam a volta da prosperidade entre o povo.

(1 Reis 15:16-17) A Conspiração de Baasa contra Asa

v. 16 E houve guerra entre Asa e Baasa, rei de Israel, todos os seus dias.

v. 17 E Baasa, rei de Israel, subiu contra Judá, e edificou Ramá, para que ele não deixasse que ninguém saísse ou entrasse junto a Asa, rei de Judá.

Com Baasa, cujo registro formal vem a seguir, as escaramuças de fronteira tornaram-se guerra. Suas ofensivas envolviam tanto Judá como a planície filisteia. Esses avanços militares foram possíveis provavelmente em virtude dos exércitos de carruagens recentemente restabelecidos.

Aparentemente, Baasa penetrou no território de Benjamim e começou a construir uma fortaleza em Ramá, cerca de dez quilômetros ao norte de Jerusalém. Isso podia ter interrompido todo o comércio por essa via.

Havia duas localidades por nome Ramá logo ao norte de Jerusalém. A primeira, no meio de Benjamim, constituiria uma ameaça maior.

Seria um grave golpe para todo e qualquer benefício limitado que Judá estava obtendo do comércio norte-sul na estrada que passava por Jerusa-lém.

Grande parte do significativo comércio ignorava Jerusalém ao subir pela planície costeira e entao pelo interior por passagens que davam na planície de Esdraelom.

A partir daí, o comércio seguia para pontos a oeste em navios fenícios ou por terra para pontos a nordeste da Palestina.

(1 Reis 15:18-22) As Guerras Entre Asa e Baasa

v. 18 Então, Asa tomou toda a prata e o ouro que foram deixados nos tesouros da casa do SENHOR, e os tesouros da casa do rei, e os entregou na mão dos seus servos; e o rei Asa os enviou para Ben-Hadade, o filho de Tabrimom, o filho de Heziom, rei da Síria, que habitava em Damasco, dizendo:

v. 19 Há um pacto entre mim e ti, e entre o meu pai e o teu pai; eis que tenho enviado a ti um presente de prata e ouro; vem e quebra o teu pacto com Baasa, rei de Israel, para que eles possam partir de mim.

v. 20 Assim, Ben-Hadade atentou ao rei Asa, e enviou os capitães dos exércitos os quais ele tinha contra as cidades de Israel, e feriu Ijom, e Dã, e Abel-Bete-Maaca, e toda a Quinerete, com toda a terra de Naftali.

v. 21 E sucedeu, quando Baasa ouviu isto, que ele abandonou a construção de Ramá, e habitou em Tirza.

v. 22 Então o rei Asa fez uma proclamação por todo o Judá; ninguém estava isento; e eles removeram as pedras de Ramá, e a sua madeira, com a qual Baasa havia edificado; e o rei Asa construiu com elas Geba de Benjamim, e Mispá.

A ameaça era tão grave que Asa comprou uma aliança com os arameus de Damasco. O cronista repreende Asa por ter feito isso em vez de confiar no Senhor (2Cr 16:7-10).

Essa aliança deve ter sido particularmente humilhante, uma vez que o passado foi marcado por alianças nas quais os hebreus eram dominantes e recolhiam tributos. Agora, o rei de Judá tinha de pagar aos arameus para libertá-lo da ameaça de Israel.

À resposta dos arameus foi devastadora para Israel. As regiões ao norte foram saqueadas, e Baasa, a despeito do pequeno renascimento da força hebraica, teve de se refugiar em sua capital, Tirza.

Asa então usou os materiais de construção em Ramá para construir suas próprias defesas ao norte de Jerusalém em Geba e Mispá em Benjamim.

Dependendo da localização escolhida para Ramá, essas fortificações formariam uma linha de defesa imediatamente ao norte de Ramá ou a três quilômetros ou mais ao sul da outra Ramá.

(1 Reis 15:25) Nadabe, o Filho de Jeroboão, Rei de Israel

v. 25 E Nadabe, o filho de Jeroboão, começou a reinar sobre Israel no segundo ano de Asa, rei de Judá, e reinou sobre Israel dois anos.

Essa seção registra o reinado de cinco reis de Israel: Nadabe, Baasa, Elá, Zinri e Onri. Israel possuía
uma localização favorável para cobrar algum controle sobre o trânsito comercial local.

Esse comércio financiou um limitado renascimento da força militar de Israel. A capacidade militar de Israel tinha ressurgido o suficiente para uma guerra agressiva contra os filisteus, tão cedo quanto Nadabe, o filho de Jeroboão.

Esse novo exército era uma força local de carruagens que incluía guerreiros hebreus da região. Assim, eventualmente, um comandante hebreu de carruagens, Onri, pode se tornar rei de Israel (1Rs 16:16).

Apesar das guerras civis e das revoluções palaciana, esse era um tempo de restauração do poder militar de Israel.

(1 Reis 15:26) Baasa Assassina Nadabe e Toma o Trono de Israel

v. 26 E ele fez o mal à vista do SENHOR, e andou no caminho do seu pai, e no seu pecado com o qual fez Israel pecar.

Esses dois versículos seguem a fórmula típicas. Eles falam do início do reinado de Nadabe sobre Israel e emitem o costumeiro julgamento moral negativo. O exemplo de Jeroboão não foi apenas a medida do mal (1Rs 14:9) para Nadabe, mas para quase todos os outros reis de Israel.

(1 Reis 15:27-29) O Julgamento de Deus sobre a Casa de Jeroboão e o Reinado de Baasa

v. 27 E Baasa, o filho de Aías, da casa de Issacar, conspirou contra ele; e Baasa o feriu em Gibetom, a qual pertencia aos filisteus; porque Nadabe e todo o Israel lançaram cerco a Gibetom.

v. 28 Bem no terceiro ano de Asa, rei de Judá, Baasa o matou, e reinou em seu lugar.

v. 29 E sucedeu, quando ele reinava, que feriu toda a casa de Jeroboão; ele não deixou a Jeroboão nada que respirasse, até que lhe destruísse, segundo o dizer do SENHOR, o qual ele falou pelo seu servo Aías, o silonita.

Essa campanha contra Gibetom, imediatamente ao sul de Gezer, demonstrava o ressurgimento da força militar de Israel.

Visto que a arma mais efetiva de qualquer exército ofensivo nessa época era tipicamente a carruagem de guerra (com exceção do exército de Davi), o texto provavelmente se refere a um exército de carruagens.

Nadabe morreu numa revolução no campo de batalha. Baasa, o assassino de Nadabe, cumpriu a profecia de que a casa de Jeroboão seria exterminada (1Rs 14:10-11).

(1 Reis 15:31-32) Os Pecados de Baasa e a Profecia de Judá

v. 31 Ora, o restante dos atos de Nadabe, e tudo o que ele fez, não estão escritos no livro das Crônicas dos reis de Israel?

v. 32 E houve guerra entre Asa e Baasa, rei de Israel, todos os seus dias.

Essa conclusão chama novamente a atenção para a guerra mais ou menos contínua entre os dois reinos. A nota a respeito da guerra entre Asa e Baasa regularmente ficaria melhor na seção de conclusão sobre Baasa.

(1 Reis 15:33-34) O Reinado de Baasa e sua Queda Diante do Julgamento Divino

v. 33 No terceiro ano de Asa, rei de Judá, Baasa, o filho de Aías começou a reinar sobre todo o Israel em Tirza, vinte e quatro anos.

v. 34 E ele fez o mal à vista do SENHOR, e andou no caminho de Jeroboão, e no seu pecado com o qual fez Israel pecar.

Essa introdução nada revela de característico acerca do reinado de Baasa. Ele foi o primeiro de três reis cujo início de reinado e declarações de extensão de reinado se combinam numa única frase. Traduzida literalmente. essa fórmula era: “tornou-se rei… por vinte e quatro anos.

Conclusão

O estudo de 1 Reis 15 nos apresenta um período turbulento na história de Israel e Judá, marcado por uma sucessão de reinados caracterizados por conflitos políticos e espirituais.

Vemos líderes que buscam seguir os caminhos do Senhor, como Asa, que em Judá promoveu reformas religiosas e buscou a aliança com Deus.

No entanto, também testemunhamos a queda de líderes como Jeroboão e Baasa, cujos reinados foram marcados pela desobediência e idolatria, resultando em juízos divinos sobre eles e suas casas.

Este capítulo nos lembra da importância da fidelidade a Deus e dos perigos da apostasia, bem como da necessidade de líderes justos e comprometidos com a vontade de Deus para trazer estabilidade e bênçãos às nações.

É um lembrete poderoso de que, mesmo em tempos de turbulência, a obediência e a confiança em Deus são fundamentais para a prosperidade e a proteção do povo de Deus.

1 Reis 15 estudo.

Sobre o Autor

Olá, me chamo Lázaro Correia, sou Cristão, formado em Teologia e apaixonado pela Bíblia. Aqui no Blog você vai encontrar diversos estudos Bíblicos e muito conteúdo sobre vida Cristã.

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