1 Reis 14 Estudo: Consequências da Desobediência em Deus
1 Reis 14 descreve os reinados de Jeroboão em Israel e Roboão em Judá. O capítulo começa com a doença do filho de Jeroboão, e ele envia sua esposa disfarçada para consultar o profeta Aías sobre o destino do menino. Aías prediz a morte do menino e descreve os infortúnios que virão sobre a casa de Jeroboão por causa de sua idolatria.
Em Judá, Roboão é rei e continua a seguir os pecados de seu pai, Salomão. O capítulo relata uma guerra entre Roboão e Jeroboão e menciona a captura de cidades e a pilhagem do Templo do Senhor e do palácio real por Sisaque, o rei do Egito.
O capítulo termina com o resumo do reinado de Roboão e sua morte. Ele é sucedido por seu filho Abias.
Contexto histórico
1 Reis 14 faz parte do Antigo Testamento da Bíblia e descreve eventos que ocorreram durante o período dos reis em Israel e Judá. O contexto histórico abrange o século 10 a.C., após a morte do Rei Davi, quando o reino de Israel foi dividido em dois: Israel, ao norte, com a capital em Samaria, e Judá, ao sul, com a capital em Jerusalém.
O capítulo se concentra nos reinados de Jeroboão em Israel e Roboão em Judá. Jeroboão foi o primeiro rei do Reino do Norte, enquanto Roboão foi o filho de Salomão e o rei do Reino do Sul. Este período é marcado por divisões políticas, instabilidade e idolatria, especialmente entre os líderes e o povo de Israel e Judá.
A idolatria e a desobediência a Deus foram problemas constantes durante esse período, levando à intervenção divina por meio de profetas como Aías, cujas palavras são registradas no capítulo 14 de 1 Reis. Os profetas frequentemente confrontavam os reis e o povo com a mensagem de arrependimento e retorno à adoração verdadeira a Deus.
(1 Reis 14:1-3) Jeroboão Busca Respostas
v. 1 Naquele tempo Abias, o filho de Jeroboão, caiu enfermo.
v. 2 E disse Jeroboão à sua esposa: Levanta-te, rogo-te, e disfarça-te, para que não sejas reconhecida como a esposa de Jeroboão; e vai-te a Siló; eis que ali estará Aías, o profeta, o qual me contou que eu deveria ser rei sobre este povo.
v. 3 E leva contigo dez pães, e bolos secos, e um cântaro de mel, e vai-te até ele; ele te contará o que sucederá à criança.
Jeroboão continuou com seu comportamento errático e inconsistente. O rei era de mente dividida e vacilante (Tg 1:8), era desobediente a Deus e, ao mesmo tempo, tentava obter favores de Deus.
(1 Reis 14:4-5) A Tentativa de Jeroboão de Enganar o Profeta
v. 4 E a esposa de Jeroboão assim o fez, e se levantou e se foi até Siló, e chegou à casa de Aías. Porém, Aías não conseguia enxergar; porque os seus olhos estavam escurecidos em função da sua idade.
v. 5 E o SENHOR disse a Aías: Eis que a esposa de Jeroboão vem te consultar sobre o seu filho; porquanto ele está enfermo; assim e assim tu dirás a ela; porque será, quando ela entrar, que fingirá ser uma outra mulher.
Ao lidar com a pergunta da esposa de Jeroboão, Deus novamente operou de maneira sobrenatural. Deus estava se dirigindo às pessoas no nível delas.
(1 Reis 14:6-9) A Mensagem de Condenação e Arrependimento
v. 6 E foi assim, quando Aías ouviu o som dos seus pés, enquanto ela entrava pela porta, que ele disse: Entra, tu, esposa de Jeroboão; por que finges ser outra pessoa? Porque sou enviado a ti com notícias pesadas.
v. 7 Vai e diz a Jeroboão: Assim diz o SENHOR Deus de Israel: Porquanto te exaltei dentre o povo, e fiz de ti príncipe sobre o meu povo Israel,
v. 8 e rasguei o reino da casa de Davi, e o dei a ti; tu, porém, não tens sido como o meu servo Davi, que guardava os meus mandamentos, e que me seguia de todo o seu coração, para fazer somente aquilo que era reto aos meus olhos;
v. 9 mas tens feito o mal sobre tudo o que esteve diante de ti; porque tens ido e feito para ti outros deuses, e imagens derretidas, para me provocar à ira, e tens me lançado nas tuas costas.
Em todos os pactos do antigo testamento, o povo obtinha de Deus bênçãos terrenas mediante a obediência às estipulações dos pactos que tinham com o Senhor.
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O rei deveria liderar mostrando-se obediente e exigindo obediência ao pacto. Davi era um modelo de rei que conduziu o povo em fiel compromisso com a adoração correta do Senhor.
Em suas origens, Davi e Jeroboão eram semelhantes – ambos foram por Deus levantados da obscuridade para o poder (2 Sm 7:8) – mas Jeroboão, diferentemente de Davi, fracassou e deixou de encorajar a adoração apropriada. Ele próprio conduziu o povo à falsa adoração.
(1 Reis 14:10-11) Consequências da Desobediência de Jeroboão
v. 10 Portanto, eis que trarei o mal sobre a casa de Jeroboão, e cortarei de Jeroboão aquele que mija contra a parede, tanto o escravo como o livre em Israel, e lançarei fora o remanescente da casa de Jeroboão, semelhante ao homem que retira o esterco, até que todo se acabe.
v. 11 Aquele que morrer de Jeroboão, na cidade, os cães comerão; e aquele que morrer no campo, as aves do céu comerão; porquanto o SENHOR o falou.
Por essa razão, Deus pronunciou uma terceira declaração de juízo sobre Jeroboão e sua família (ver notas em 1Rs 13:2). Esse juízo era radical. Ele incluía horrores tais como aniquilação da família e vergonha para seus corpos.
(1 Reis 14:13) A Promessa de Preservação para o Futuro
v. 13 E todo Israel pranteará por ele, e o sepultará; pois de Jeroboão, somente ele virá ao sepulcro, porque nele encontrou-se algo bom para com o SENHOR Deus de Israel da casa de Jeroboão.
Uma vez que Deus encontrou algo bom no filho doente de Jeroboão, sua recompensa seria uma morte serena e um sepultamento pacífico. A Bíblia não revela o que seria essa coisa boa.
(1 Reis 14:14-15) Consequências dos Pecados de Jeroboão
v. 14 Além disso, o SENHOR lhe levantará um rei sobre Israel, que cortará a casa de Jeroboão naquele dia; que digo eu? Há de ser já!
v. 15 Porque o SENHOR ferirá Israel, como um junco é sacudido na água, e ele arrancará Israel desta boa terra, a qual ele deu aos seus pais e os espalhará além do rio, porque eles fizeram os seus bosques, provocando o SENHOR à ira.
Como resultado do pecado de Jeroboão, Deus levantaria um novo rei que exterminaria a dinastia de Jeroboão. A extrema seriedade do pecado de Jeroboão e desse juízo foi expressa pela ameaça da perda da terra (Lv 26:33).
Essa é uma das primeiras declarações em 1 Reis que define o local do exílio como além do rio. Enquanto a última parte dessa profecia sucederia quase 190 anos à frente, Deus estava preparando Baasa naquele mesmo dia para eliminar a dinastia de Jeroboão (1Rs 15:29).
(1 Reis 14:19-20) Reinados e Destinos Entrelaçados
O registro de Jeroboão termina com uma conclusão convencional.
(1 Reis 14:21-31) Reinados e Pecados de Jeroboão e Roboão
Roboão, o filho de Salomão, foi o primeiro dentre muitos reis acerca de quem a Bíblia fornece os dados formais completos. O padrão típico incluía: (1) um início formal; (2) uma avaliação de seu reinado, talvez incluindo algumas notas históricas relevantes; e (3) uma conclusão formal.
Alguns dos elementos formais do registro de um rei podiam ser omitidos ou substituídos por outros elementos.
(1 Reis 14:21) O Reinado de Roboão em Judá
v. 21 E Roboão, o filho de Salomão, reinou em Judá. Roboão tinha quarenta e um anos de idade quando começou a reinar, e reinou dezessete anos em Jerusalém, a cidade que o SENHOR escolheu dentre todas as tribos de Israel, para ali colocar o seu nome. E o nome da sua mãe era Naamá, uma amonita.
Cada elemento desse início, com exceção da descrição de Jerusalém como cidade que o Senhor escolheu, é fórmula convencional.
Para os reis de Judá, era comum anotar o nome da mãe. Essa lista de atos perversos é ainda mais infamante do que as ofensas típicas de alguns reis do norte.
Nesse ponto, o norte podia dizer que adorava Yahweh, embora de forma contrária às Suas instruções. Judá tinha decaído em aviltante paganismo. E a responsabilidade por essa degradação passa diretamente pelo trono.
O fracasso de Judá era o fracasso de Roboão. O texto observa que esses vícios eram próprios do povos que os israelitas, com a ajuda do Senhor, tinham expelido da terra prometida.
(1 Reis 14:25) A Invasão Egípcia em Judá
v. 25 E sucedeu no quinto ano do rei Roboão, que Sisaque, rei do Egito, subiu contra Jerusalém;
Juntando dados de registros egípcios com a Bíblia, podemos ver quão fracos os dois reinos israelitas tinham se tornado como resultado da invasão de Sisaque.
O Egito, brevemente renascido, tinha um grande exército, e o Faraó usou esse exército para um ataque de pilhagem à Pales-tina.
Esses invasores, que as carruagens de Salomão em seus auge poderiam facilmente repelir, saquearam tanto Juda quanto Israel – incluindo as prósperas cidades mercantes espalhadas pela planície de Esdraelom.
As tropas inexperientes de Roboão, que tinham parecido tão grandes quando foram mobilizadas para recapturar Israel (1Rs 12:21), foram tão inúteis contra os soldados líbios de Sisaque, que não puderam nem mesmo proteger Jerusalém de um cerco.
O registro egípcio de lugares conquistados incluiu uma lista de fortalezas na Arabá que eram cruciais para defender a rota comercial desde o mar Vermelho.
A razão para se destruir esses postos avançados de proteção era desviar para o Egito o lucrativo comércio marítimo do mar Vermelho.
(1 Reis 14:26-28) A Pilhagem do Templo e do Palácio Real
v. 26 e ele tomou os tesouros da casa do SENHOR, e os tesouros da casa do rei; ele tomou tudo; e ele tomou todos os escudos de ouro que Salomão havia feito.
v. 27 E o rei Roboão fez, no seu lugar, escudos de bronze, e os entregou nas mãos do chefe da guarda, a qual guardava a porta da casa do rei.
v. 28 E assim foi, quando o rei entrou na casa do SENHOR, que a guarda os ergueu, e os trouxe de volta para a câmara da guarda.
A reposição que Roboão fez dos escudos de ouro roubados por escudos de bronze menos valiosos constituía uma figura apropriada do declínio da glória e da riqueza da nação: O fato de estarem sempre disponíveis na câmara da guarda quando não em uso, em vez de em exibição cerimonial, dá a entender a insegurança do período.
(1 Reis 14:29-31) O Resumo do Reinado de Roboão em Judá
v. 29 Ora, o restante dos atos de Roboão, e tudo o que ele fez, não estão escritos no livro das Crônicas dos reis de Judá?
v. 30 E houve guerra entre Roboão e Jeroboão durante todos os seus dias.
v. 31 E Roboão dormiu com os seus pais, e foi sepultado com os seus pais na cidade de Davi. E o nome da sua mãe era Naamá, uma amonita. E Abias, o seu filho, reinou em seu lugar.
Embora não tão claramente formal quanto o inicio, o parágrafo de conclusão do reinado de Roboão seque o formato típico. Ele contém a declaração formular de que os demais atos de Roboão estão registrados no livro das Crônicas dos reis de Judá.
Ele menciona a contínua guerra de fronteira entre os reinos. É provável que isso não passasse de escaramuças ineficazes uma vez que os exércitos de ambos os reinos parecem usualmente ineficientes.
A menção da herança amonita da mãe de Roboão pode sugerir que sua influência pagã (1Rs 15:13) afetou o caráter de seu filho.
Conclusão
Em 1 Reis 14, somos apresentados a um cenário tumultuado nos reinos de Israel e Judá, marcado pela idolatria, instabilidade política e confronto militar. O capítulo destaca a desobediência dos líderes e do povo em relação aos mandamentos de Deus, resultando em consequências devastadoras para ambos os reinos.
O profeta Aías desempenha um papel crucial ao predizer o julgamento divino sobre Jeroboão e sua casa por causa de sua idolatria. A morte do filho de Jeroboão e a captura de cidades por Sisaque, o rei do Egito, servem como punições diretas pelo pecado e desobediência.
Além disso, o reinado de Roboão em Judá também é caracterizado pela idolatria e conflitos militares, como evidenciado pela invasão do Egito. Esses eventos destacam a fragilidade e a instabilidade dos reinos, que são incapazes de manter a segurança e a prosperidade sem a orientação e proteção de Deus.
Em última análise, este capítulo nos oferece uma poderosa lição sobre as consequências da desobediência a Deus e a importância de permanecer fiel aos seus mandamentos. Os líderes e o povo são confrontados com as consequências de suas ações, demonstrando a necessidade de arrependimento e retorno à adoração verdadeira a Deus.
Portanto, a conclusão do estudo de 1 Reis 14 nos lembra da importância de buscar a vontade de Deus em nossas vidas e de permanecer fiéis a Ele, pois somente através da obediência e da devoção podemos encontrar verdadeira segurança e paz, tanto em nível individual quanto coletivo.
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