Lucas 11 Estudo: O Pai Nosso, a Divisão e a Humildade de Jesus
Em Lucas 11, veremos que os discípulos pedem a Jesus que lhes ensine a orar e ao ver a necessidade e o anseio deles, lhes apresenta a oração do Pai nosso. A intenção de Jesus não é que nós fiquemos repetindo esta oração.
Ele continua ensinando aos seus discípulos sobre a importância da oração e lhes conta a parábola do amigo persistente para ilustrar como a oração deve ser praticada. Jesus é acusado de expulsar demônios com autoridade de Belzebu.
A partir daí ele dá um profundo ensinamento sobre a divisão. O crescimento sadio exige unidade. Em dado momento uma mulher da multidão exclamou: “Feliz é a mulher que te deu à luz e te amamentou”. A resposta de Jesus é extraordinária.
Ele deixa claro que mais feliz é quem ouve a Palavra de Deus e a pratica. O que aprendo? Que Jesus não é um narcisista louco por admiração e prestígio.
Seu principal objetivo é que os verdadeiros adoradores o adorem em espírito e em verdade. Jesus nos mostra que uma vez libertos do poder do pecado e das amarras do Diabo, não podemos baixar a guarda, ele não desiste e ficará ao redor procurando oportunidades para recuperar seu terreno.
Uma vez que caímos, “o último estado se torna pior do que o primeiro”, disse Jesus. Algumas pessoas cercam Jesus e lhe pedem sinais. Ele recusa. Jesus anuncia que os sinais que lhes serão dados será o da palavra de Deus.
Contexto histórico
Lemos sobre o envio dos setenta por Jesus, a famosa parábola do bom Samaritano e a visita de Jesus as irmãs Maria e Marta, em Betânia.
Vimos também no capítulo Jesus amaldiçoar Corazim, Betsaida e Cafarnaum por não receberem os seus discípulos, Jesus agradece pelo sucesso dos discípulos a Deus.
Em uma das parábolas mais conhecidas de toda a Bíblia, vimos a história do bom samaritano, um viajante espancado, roubado e largado quase morto numa estrada. Primeiro um sacerdote e depois um levita passam por ele, mas o evitam.
Então, um samaritano para e o ajuda, apesar rixa entre judeus e samaritanos. Uma resposta à pergunta sobre o “vizinho” que deve ser amado. Jesus entra em uma aldeia e se hospeda na casa de Marta e sua irmã Maria, um local identificado como Betânia.
A primeira, preocupada, pede que Jesus mande a irmã ajudá-la, mas ele ensina que ouvir a mensagem de Jesus é melhor do que as tarefas mundanas. Acompanhe a seguir o estudo de todos os versículos de Lucas 11.
(Lucas 11:1-4) O Pai nosso
v. 1 E aconteceu que, ele estava orando em um certo lugar, e quando acabou, um dos seus discípulos lhe disse: Senhor, ensina-nos a orar, como João também ensinou aos seus discípulos.
v. 2 E ele lhes disse: Quando orardes, dizei: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome. Venha o teu reino. Seja feita a tua vontade, como no céu, assim na terra.
v. 3 O pão nosso de cada dia dai-nos hoje.
v. 4 E perdoai-nos os nossos pecados, assim como nós perdoamos a todo que nos deve. E não nos conduzas à tentação, mas livra-nos do mal.
Esta oração modelo para os discípulos de Jesus é parecida com a do Sermão do Monte (Mt 6:9-13), mas bem mais curta.
Parece que os discípulos estavam motivados para aprender a orar por causa do exemplo de Jesus e de João Batista e seus discípulos. Era incomum os judeus chamarem Deus de Pai. Essa forma de tratamento parecia muito pessoal e familiar.
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Apesar de Lucas ter enfatizado a oferta do Reino de Deus (Lc 4:43) e sua proximidade no ministério de Jesus (Lc 10:9), alguns aspectos do Reino ainda são futuros (Venha o teu reino).
Todas as pessoas dependem do Senhor para suprir suas necessidades diárias, como em o pão nosso de cada dia nos dá hoje.
Nos deve se refere a dívidas espirituais (i.e., pecados praticados contra nós). A expressão não nos conduz à tentação está em contraste com o próprio Jesus, que foi levado pelo Espírito Santo para ser tentado por Satanás.
(Lucas 11:5-8) O amigo
v. 5 E ele disse-lhes: Qual de vós terá um amigo, e for procurá-lo à meia-noite, e lhe disser: Amigo, empresta-me três pães,
v. 6 pois um amigo meu chegou a mim de viagem, e eu não tenho nada para pôr diante dele;
v. 7 e ele de dentro lhe responder, e disser: Não me importunes; já está a porta fechada, e os meus filhos estão comigo na cama; eu não posso levantar-me para te dar.
v. 8 Eu digo-vos: Que ainda que ele não se levante para lhos dar por ser seu amigo, todavia, por causa da sua importunação, ele se levantará e lhe dará quantos pães precisar.
A lição desta história é que a importunidade corajosa vale a pena. Contudo, assim como na história da viúva e o juiz em Lc 18:1-8, não se deve entender que Deus é como esse pai de família hesitante.
Se até alguém que não quer atender nosso pedido recompensa a importunação corajosa, quanto mais Deus, que se importa com Seus filhos, não terá prazer em responder com generosidade nossas orações persistentes?
(Lucas 11:9-10) Pedi e será dado
v. 9 E eu vos digo: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á.
v. 10 Porque todo aquele que pede, recebe; e o que busca, encontra; e ao que bate, se abrirá.
Pedir, buscar e bater ilustram diferentes aspectos da oração, todos igualmente válidos. Pedi… buscai e batei reflete o tema da persistência enfatizado na história dos v. 5-8.
A certeza de que todo aquele que pede, recebe não significa que todas as nossas orações serão respondidas da maneira que desejamos, mas sim que, se persistirmos em oração, cedo ou tarde nossas súplicas serão respondidas de acordo com o melhor de Deus para nós.
(Lucas 11:11-12) Um Pai zeloso
v. 11 Se um filho pedir pão a qualquer um de vós que é pai, acaso lhe dará uma pedra? Ou se ele pedir um peixe, lhe dará por peixe uma serpente?
v. 12 Ou se ele pedir um ovo, lhe dará um escorpião?
Nenhum pai que realmente ama seu filho seria tão insensível a ponto de lhe dar uma serpente em vez de um peixe, ou um escorpião em lugar de um ovo.
(Lucas 11:13) O espírito santo dá
v. 13 Então, se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos; quanto mais o vosso Pai celeste dará o Espírito Santo aos que lhe pedirem?
A passagem paralela em Mt 7:11 diz o seguinte: Dará coisas boas aos que lhe pedirem”. Se essas “coisas boas” estão relacionadas ao Espírito Santo, a expressão indicada pode estar falando de dons espirituais (Romanos 12 – 1Co 12).
Este versículo mostra a ênfase de Lucas no Espírito Santo. Até o dia do Pentecostes, os apóstolos e outros cristãos esperaram em oração (At 1:14) pelo batismo do Espírito. Neste caso, o Pai celeste deu o Espírito Santo aos que lhe pediram.
(Lucas 11:14-16) O poder de Belzebu
v. 14 E ele estava expulsando um demônio, o qual era mudo. E aconteceu que, saindo o demônio, o mudo falou; e as multidões se maravilharam.
v. 15 Mas alguns deles diziam: Ele expulsa os demônios por Belzebu, o chefe dos demônios.
v. 16 E outros, tentando-o, buscavam dele um sinal do céu.
Em vez de louvar a Deus por Jesus ter curado o endemoniado mudo, alguns da multidão O acusaram de expulsar demônios pelo poder de Satanás. Belzebu, deus adorado pelos filisteus em Ecrom, passara a ser um apelido para Satanás.
Outras pessoas tentaram pegar Jesus em uma armadilha pedindo que Ele fizesse um sinal milagroso.
(Lucas 11:17-20) A divisão
v. 17 Mas ele, conhecendo os seus pensamentos, disse-lhes: Todo reino dividido contra si mesmo será assolado; e a casa dividida contra si mesma cairá.
v. 18 Se Satanás também está dividido contra si mesmo, como ficará de pé o seu reino? Pois dizeis que eu expulso os demônios por Belzebu.
v. 19 E, se eu expulso os demônios por Belzebu, por quem os expulsam vossos filhos? Por isso eles serão os vossos juízes.
v. 20 Mas, se eu expulso os demônios pelo dedo de Deus, sem dúvida é chegado a vós o reino de Deus.
Um reino ou casa dividido contra si mesmo é autodestrutivo. Em Sua defesa, Jesus esclareceu dois pontos chave:
- É absurdo pensar que Satanás dividiria sua própria “casa” expulsando seus próprios demônios e
- É improvável que os exorcistas judeus usassem uma fonte de poder diferente da emprega por Jesus.
Portanto, a melhor explicação do que aconteceu é que Jesus expulsava demônios pelo dedo de Deus (pelo poder de Deus em ação no mundo).
(Lucas 11:21-22) O homem mais forte
v. 21 Quando o forte homem, armado, guarda o seu palácio, os seus bens estão em paz;
v. 22 mas, sobrevindo outro mais forte do que ele, e vencendo-o, tira-lhe toda a sua armadura em que ele confiava, e divide os seus despojos.
Geralmente o homem mais forte vence o mais fraco e o desarma. Isso quer dizer que Jesus, sendo mais forte do que Satanás, estava no processo de desarmá-lo.
Divide os seus despojos pode ser o mesmo que o ato de dar dons, relacionado à vitória de Cristo em Ef 4:8.
(Lucas 11:23) Quem será contra mim?
v. 23 Quem não está comigo é contra mim; e quem comigo não ajunta, espalha.
Este é o princípio contrário do que é afirmado em Lc 9:50. Já que o contexto tem a ver com atividade e poder demoníaco, quem não acreditasse que Jesus expulsava demônios pelo poder de Deus era contra Ele.
Quem comigo não ajunta, espalha se refere a um pastor ajuntando ovelhas ou dispersando o rebanho. O rebanho pode ser Israel ou a igreja, visto que Lucas escreveu seu Evangelho após o início da igreja.
(Lucas 11:24-26) Não deixe a casa vazia
v. 24 Quando o espírito imundo tem saído do homem, ele anda por lugares secos, buscando repouso; e, não o achando, ele diz: Eu tornarei para minha casa, de onde saí.
v. 25 E, chegando, acha-a varrida e ornamentada.
v. 26 Então, ele vai e leva consigo outros sete espíritos piores do que ele; e eles entrando, habitam ali; e o último estado desse homem é pior do que o primeiro.
Estes versículos alertam que o exorcismo de um demônio está incompleto se Cristo não entrar pela fé na pessoa curada e passar a habitá-la.
Caso contrário, não há nada que impeça o demônio e outros sete espíritos de entrar de novo na pessoa e possuí-la. Neste caso, o último estado da pessoa é ainda pior do que o primeiro.
(Lucas 11:27-28) Jesus é humilde
v. 27 E aconteceu que, enquanto ele falava essas coisas, uma mulher dentre a multidão, levantando a voz, lhe disse: Abençoado é o ventre que te trouxe, e os seios em que mamaste.
v. 28 Mas ele disse: Antes, abençoados são os que ouvem a palavra de Deus e a guardam.
Jesus não negou que Sua mãe, Maria, era imensamente abençoada. Pelo contrário, Ele disse que a pessoa que ouve a palavra de Deus e com fé a pratica é ainda mais abençoada do que alguém que tem apenas parentesco sanguíneo com Jesus (Ap 1:3).
(Lucas 11:29-32) Lhe pedem um sinal
v. 29 E aglomerando-se as multidões, ele começou a dizer: Esta é uma geração perversa; eles pedem um sinal, mas nenhum sinal lhes será dado, senão o sinal do profeta Jonas.
v. 30 Porque assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, o Filho do homem também o será para esta geração.
v. 31 A rainha do sul se levantará no julgamento com os homens desta geração, e os condenará; porque ela veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão; e eis que um maior que Salomão está aqui.
v. 32 Os homens de Nínive se levantarão no julgamento com esta geração, e a condenarão; porque se arrependeram com a pregação de Jonas; e eis que um maior do que Jonas está aqui.
Há dois significados possíveis para o sinal do profeta Jonas:
- Como a pregação de Jonas levou os ninivitas ao arrependimento (Jn 3), essa pregação seria o único sinal que Israel receberia da parte de Jesus, ou
- Os três dias e três noites que Jonas passou dentro do grande peixe (Jn 1:17) foram uma figura da morte e ressurreição de Jesus, o sinal que seria dado àquela geração perversa.
A rainha de Sabá (a rainha do Sul) deu ouvidos à sabedoria de Salomão, que nem se comparava à sabedoria e salvação oferecidas por Jesus, o Filho do Homem.
Se Nínive se arrependeu com a pregação de Jonas, as multidões que ouviam a pregação de Jesus deveriam ter se arrependido muito mais.
(Lucas 11:33-36) A candeia
v. 33 Nenhum homem, tendo acendido uma candeia, a põe em lugar oculto, nem debaixo do alqueire, mas no castiçal, para que os que entram possam ver a luz.
v. 34 A luz do corpo é o olho. Se, pois, o teu olho for bom, também todo o teu corpo será cheio de luz; mas, se o teu olho for mau, também o teu corpo será cheio de trevas.
v. 35 Toma cuidado, portanto, para que a luz que está em ti não seja trevas.
v. 36 Se, pois, todo o teu corpo for cheio de luz, não tendo parte nas trevas, todo ele será cheio de luz, como quando a candeia te ilumina com a sua luz.
Jesus exibiu a luz do evangelho à vista de todos. Aqueles que rejeitaram Jesus e Sua mensagem tinham olhos espirituais maus, que transformavam a luz de Cristo em trevas. Mas aqueles que receberam Jesus pela fé ficaram cheios de luz.
(Lucas 11:37-38) Jesus janta com um fariseu
v. 37 E enquanto ele falava, um certo fariseu pediu-lhe que fosse jantar com ele; e, entrando, assentou-se à mesa.
v. 38 E quando o fariseu viu isso, admirou-se por ele não ter se lavado antes do jantar.
A lavagem cerimonial antes das refeições era uma antiga tradição judaica, mas não era ordenada pela lei de Moisés (Mc 7:3).
(Lucas 11:39-41) Jesus repreende o fariseu
v. 39 E o Senhor lhe disse: Agora, vós, fariseus, limpais o exterior do copo e do prato, mas o vosso interior está cheio de rapina e maldade.
v. 40 Tolos! Aquele que fez o exterior não fez também o interior?
v. 41 Mas antes, dai esmola das coisas que tiverdes, e eis que todas as coisas vos serão limpas.
Jesus declarou que o problema da impureza interior não é resolvido pela lavagem do exterior (mãos, pés etc.).
O jeito de ter certeza de que tudo está limpo aos olhos de Deus é dar com liberalidade, com um coração consagrado a Deus.
(Lucas 11:42-44) Vocês amam o reconhecimento
v. 42 Mas ai de vós, fariseus, porque dizimais a hortelã, e a arruda, e todo tipo de hortaliça, mas desprezais o juízo e o amor de Deus; estas deveríeis ter feito, sem deixar as outras por fazer.
v. 43 Ai de vós, fariseus, pois amais os assentos mais altos nas sinagogas e as saudações nos mercados!
v. 44 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque sois como as sepulturas que não aparecem, e os homens que sobre elas andam e não o sabem!
O primeiro ai proferido por Jesus contra os fariseus não foi porque eles davam dízimo de tudo, e sim porque não praticavam o juízo e o amor.
O segundo ai foi porque eles amavam os holofotes, e não o Senhor. Quanto ao terceiro ai, se os judeus andassem sobre sepulturas que não aparecem, eles ficariam contaminados.
Ironicamente, Jesus disse que seguir o ensino dos fariseus era como andar sobre túmulos que não são vistos; você ficaria contaminado sem sequer saber.
O ensino dos fariseus parecia genuíno e verdadeiro, mas na verdade eles estavam corrompidos e desviando as pessoas.
(Lucas 11:45-46) O início dos Ais
v. 45 Então, respondendo um dos juristas, disse-lhe: Mestre, quando dizes isso, tu também nos afrontas.
v. 46 E ele lhe disse: Ai de vós também, doutores da lei! Porque carregais os homens com fardos difíceis de suportar, e vós nem ainda com um dos vossos dedos tocais nesses fardos!
Um dos juristas (perito na lei) que estava ali por perto percebeu que os três ais que Jesus acabara de proferir contra os fariseus também tinham influência negativa sobre eles, mestres da lei.
Então Jesus acrescentou um ai para os mestres da lei também; eles sobrecarregavam o judeu comum com fardos que nem eles mesmos carregavam.
Isso significa que os mestres da lei ou escribas eram hipócritas ao guardar a lei ou que não tinham compaixão do povo que tentava viver de acordo com suas regras pesadas de se carregar.
(Lucas 11:47-48) Ai de vós
v. 47 Ai de vós! Porque edificais os sepulcros dos profetas, e vossos pais os mataram.
v. 48 Assim testificais que consentis nas obras de vossos pais; porque eles os mataram, e vós edificais os seus sepulcros.
Nestes versículos, Jesus quis dizer que os fariseus e mestres da lei tinham prazer em honrar os profetas com sepulcros agora que eles estavam mortos e silenciados. Os fariseus e mestres da lei eram como seus pais, que mataram os profetas de Deus.
(Lucas 11:49-51) Profetas perseguidos e mortos
v. 49 Por isso, diz também a sabedoria de Deus: Eu vos enviarei profetas e apóstolos, e a alguns deles matarão e a outros perseguirão,
v. 50 para que o sangue de todos os profetas, derramado desde a fundação do mundo, possa ser requerido desta geração;
v. 51 desde o sangue de Abel até ao sangue de Zacarias, que foi morto entre o altar e o templo; em verdade eu vos digo que isto será cobrado desta geração.
O Senhor não ficou surpreso quando alguns de Seus profetas e apóstolos foram perseguidos e mortos. Em vista da presença de Jesus – que era bem maior do que a dos profetas e apóstolos – aquela geração de Israel era culpada (ver a declaração semelhante acerca da grande Babilônia em Ap 18:20).
O castigo dessa culpa aparentemente foi a destruição de Jerusalém em 70 d.C. Abel foi vítima do primeiro assassinato mencionado nas Escrituras (Gn 4:8), ao passo que o assassinato de Zacarias é registrado em 2Cr 24:20-25.
Como 2 Crônicas era o último livro da Bíblia hebraica, o assassinato de Zacarias foi o último da Bíblia do tempo de Jesus.
(Lucas 11:52) Vocês trancam a entrada
v. 52 Ai de vós, doutores da lei! Porque tirastes a chave do conhecimento; vós mesmos não entrastes e impedistes os que estavam entrando.
Em Mt 23:13, Jesus acusou os juristas de trancar “o Reino dos céus”. Aqui em Lucas, a chave do conhecimento é a Escritura, mal usada pelos mestres da lei e fariseus.
Desta forma, o povo ficava trancado do lado de fora do entendimento das coisas de Deus.
(Lucas 11:53-54) Os fariseus testam Jesus
v. 53 E, dizendo-lhes ele essas coisas, começaram os escribas e os fariseus a induzi-lo com veemência, e a provocá-lo para que falasse acerca de muitas coisas,
v. 54 espreitando e procurando captar algo de sua boca para poder acusá-lo.
Os fariseus e os escribas reagiram com acusações e perguntas hostis a Jesus. A intenção deles era captar algo em alguma frase pela qual pudesse ser preso.
5 principais lições que aprendemos no estudo de Lucas 11
- Importância da Oração: Jesus enfatiza a importância da oração ao ensinar a Oração do Pai Nosso aos discípulos. Ele os encoraja a buscar a comunhão íntima com Deus por meio da oração constante, mostrando que a oração é essencial para a vida espiritual.
- Persistência na Oração: Jesus conta a parábola do amigo importuno para ilustrar a necessidade de persistência na oração. Ele nos ensina a não desistir facilmente, mas a persistir em buscar a Deus em oração, confiando que Ele atenderá às nossas necessidades no tempo certo.
- Atenção à Palavra de Deus: Jesus adverte contra a hipocrisia dos fariseus, que negligenciavam a justiça e o amor enquanto se preocupavam com detalhes externos. Ele destaca a importância de prestar atenção à Palavra de Deus e de cultivar um coração íntegro e cheio de amor, em vez de se preocupar apenas com aparências externas.
- Rejeição de Jesus: Lucas relata a oposição e a rejeição que Jesus enfrenta dos escribas e fariseus, que o desafiam e pedem sinais para testar sua autoridade. Isso nos ensina sobre a importância de reconhecer e aceitar a autoridade de Jesus em nossas vidas, em vez de resistir a Ele por orgulho ou incredulidade.
- Bênçãos da Obediência: Uma mulher na multidão elogia a mãe de Jesus, dizendo: “Bem-aventurado o ventre que te trouxe e os peitos em que mamaste”. Jesus responde, enfatizando que verdadeiramente bem-aventurados são aqueles que ouvem e guardam a Palavra de Deus. Isso destaca as bênçãos que vêm da obediência a Deus e à Sua Palavra, demonstrando que a verdadeira felicidade é encontrada em seguir a vontade de Deus.
Conclusão
Concluindo este capítulo, Jesus ensina-nos sua mais famosa oração, o Pai Nosso. Ainda em resposta ao discípulo, Ele conta a parábola do Amigo Inoportuno, uma história sobre um amigo que é um tanto sem compaixão, mas que, finalmente, concorda em ajudar o próximo devido às suas demandas persistentes.
Lucas relata então mais um exorcismo de Jesus, no qual expulsa um demônio de um cego e mudo. Porém, alguns acusaram-no de fazê-lo com poder de Belzebu e outros pediram-lhe “sinais”.
Jesus os repreende e afirma a chegada do reino de Deus. No trecho seguinte, ainda parte da mesma parábola, é conhecido como a parábola do Homem Valente e nela, Jesus, profere um dos seus mais famosos ditos: “Quem não é por mim, é contra mim; e quem comigo não ajunta, espalha”.
Ele logo em seguida fala sobre o que acontece com o demônio expulso e como ele retorna a casa que não se cuida, tornando o caso ainda pior do que antes.
Em seguida, o evangelho nos revela mais sobre a doutrina de Jesus, que responde que mais bem-aventurado que o ventre de onde nasceu são aqueles que ouvem e observam a palavra de Deus, também discursa para uma multidão, comparando-se a Jonas e Salomão para reforçar que o único sinal que será dado é o “Sinal de Jonas”.
Depois, Jesus compara a luminosidade de uma candeia com a luminosidade de um corpo, contrastando luz e trevas, ensinando sobre pureza e retidão e finalmente, num dos mais longos discursos, critica os fariseus com seis críticas que tratam principalmente da hipocrisia e do perjúrio.
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