Romanos 7 Estudo: Libertação Pela Lei
No capítulo 7 de Romanos, veremos que Paulo apresenta todos os motivos pelos quais estamos hoje mortos para o pecado. Ele argumenta que a Lei somente tem validade para quem está vivo, entretanto, estando nós mortos para o pecado e vivos em Cristo, a misericórdia nos será concedida. A partir da vinda de Cristo, somos regidos pela Lei do espirito santo através da palavra de Deus.
Sendo assim, Jesus possui a autoridade e poder para nos guiar e fortalecer para esse caminho, e que no final tenhamos vitória em todas as nossas batalhas com o auxílio do pai. Acompanhe a seguir o estudo completo de Romanos 7.
Romanos 7:1-6 – A lei romana
Os cristãos de Roma conheciam a respeito da lei civil romana, e muitos deles (em especial os de origem judaica ou ex-prosélitos) conheciam a lei mosaica.
Evidentemente, nenhuma lei pode controlar uma pessoa morta. Tendo morrido com Cristo, o cristão não está debaixo da lei mosaica (Rm 6:14).
(Romanos 7:1-3) A lei e a união
v. 1 Não sabeis vós, irmãos (pois eu falo aos que conhecem a lei), que a lei tem domínio sobre o homem enquanto ele vive?
v. 2 Porque a mulher que tem marido, está ligada pela lei ao marido, enquanto ele viver; mas se o marido morrer, ela está livre da lei do marido.
v. 3 Então assim, enquanto seu marido viver, se ela se casar com outro homem, será chamada adúltera; mas se seu marido morrer, ela está livre da lei, e assim não será adúltera, mesmo que ela venha a se casar com outro homem.
A mulher que tem marido, ligada pela lei seu marido enquanto ele estivesse vivo, estava legalmente livre para se casar com outro homem se seu marido tivesse morrido.
(Romanos 7:4-5) A morte do velho homem
v. 4 Portanto, meus irmãos, também vós tornastes mortos para a lei pelo corpo de Cristo, para que chegásseis a ser de outro, do que foi ressuscitado dentre os mortos, a fim de que déssemos fruto para Deus.
v. 5 Porque, enquanto estávamos na carne, as paixões dos pecados, que eram pela lei, operavam em nossos membros para trazerem fruto para a morte.
Os cristãos morreram para o “velho homem” (Rm 6:2-6) e estão livres para se casar com outro e dar fruto para Deus. A morte do Messias é o meio pelo qual nós morremos para a Lei mosaica (Gl 3:13-14), (Cl 2:14).
(Romanos 7:6) O poder do Espírito
v. 6 Mas agora temos sido libertos da lei, tendo morrido para aquilo em que estávamos retidos; para que sirvamos em novidade de espírito, e não na velhice da letra.
Como nova criação, os crentes servem como escravos (Gr. douleuein), de um novo modo, com um novo poder que vem do Espírito, não como velhos homens (Rm 6:6), trabalhando em vão sob a letra.
(Romanos 7:7-8) A morte do pecado
v. 7 O que diremos então? A lei é pecado? De forma alguma! Porém, eu não conheci o pecado senão pela lei; porque eu não conheceria o desejo, se a lei não dissesse: Tu não cobiçarás.
v. 8 Mas o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, operou em mim todo tipo de concupiscência; porque sem a lei o pecado está morto.
A lei em si não é má ou pecaminosa, mas uma de suas funções é revelar o pecado. De fato, Paulo fala como se o pecado fosse um aspecto desconhecido á parte da lei quando diz: eu não conheci o pecado senão pela lei.
O pecado, tomando ocasião, usa a lei para incentivar a carne (natureza caída) á ação. Mais uma vez, Paulo personifica o pecado quase como o próprio Satanás.
(Romanos 7:9-10) A ressurreição do pecado
v. 9 Outrora eu estava vivo sem a lei, mas quando o mandamento veio, o pecado reviveu, e eu morri.
v. 10 E o mandamento que era ordenado para vida, eu achei que era para morte.
A expressão Outrora eu estava vivo tem sido interpretada de modo variado como uma referência a:
- Paulo antes de vir a conhecer a Lei como um jovem garoto judeu,
- Paulo antes de sua conversão e da convicção trazida pelo Espírito Santo;
- Paulo falando como Adão no jardim do Éden, antes de vir a ordem; ou
- Algum hebreu antes da entrega da Lei mosaica no mente de Sinai. O ponto básico em cada uma dessas interpretações é o mesmo: A intenção de Deus na Lei era a vida, mas o pecado enganou o homem por meio da Lei e o trouxe morte.
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(Romanos 7:11-12) A bondade dos mandamentos
v. 11 Porque o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, me enganou, e por ele me matou.
v. 12 Portanto, a lei é santa, e o mandamento santo, justo e bom.
Embora a lei torne conhecido o pecado e, na verdade, seja usada pelo pecado para produzir morte, todavia, ela é santa, e o mandamento é santo, justo e bom, refletindo a perfeita e terna santidade de Deus.
(Romanos 7:13) O propósito de vencer o pecado
v. 13 Então, o que me é bom tornou-se em morte? De forma alguma! Mas o pecado, para que se mostrasse pecado, operou a morte em mim pelo que é bom; a fim de que pelo mandamento o pecado se tornasse excessivamente pecaminoso.
Será que a boa Lei causou morte? O entendimento correto é que o pecado usou algo bom para trazer morte ao homem. Deus usou a lei para cumprir o Seu propósito de aclarar e vencer o pecado.
Romanos 7:14-25 – “Eu sou o carnaval”
Essa seção, provavelmente, é a passagem mais difícil e controversa da carta aos Romanos. Em grande parte, a igreja Oriental a interpretou como se referindo a uma pessoa não regenerada (p. ex.., Paulo antes de sua conversão).
A igreja Ocidental seguiu Agostinho. Lutero e Calvino ao considerar que se refere a uma pessoa regenerada (Paulo após sua conversão).
Alguns sugerem uma posição intermediária. Uma opinião desse tipo interpreta o sujeito como um fiel do Antigo Testamento que ama a Lei, mas luta para colocá-la em prática.
Vivendo antes de Cristo e do Pentecoste, essa pessoa não possui o dom permanente e capacitador do Espírito Santo, como os fiéis do novo pacto.
Uma outra opinião defende que o sujeito está quase convertido a Cristo se encontra agora sob a convicção de pecado por meio da Lei.
Por vezes, a opinião aqui delineada assume a posição de que o sujeito é um cristão regenerado, mais obviamente o próprio Paulo, mas genericamente, todo cristão. Paulo descreve o novo homem em relação á lei de Deus e está olhando apenas para um aspecto da pessoa.
O novo homem será considerado em relação ao Espírito Santo na próxima seção, na qual o Espírito Santo é mencionado 21 vezes. A principal razão para a posição aqui oferecida é uma consideração daquilo que é realmente o problema desse homem.
No versículo 14, é dito que eu sou carnaval, (Gr. sarkinos, não sarkikos). Muitas traduções confundem essas duas palavras gregas. A primeira palavra enfatiza composição, enquanto a segunda enfatiza tendência (“feito de carne” contra “carne internamente”).
No versículo 18, em minha carne significa natureza caída como um todo, que necessita do corpo da ressurreição (Fp 3:21). No versículo 24, o miserável homem clama para ser resgatado (“de”, Gr ek) do corpo desta morte.
Como crente em Cristo, Paulo anelava ser libertado da natureza humana caída que ainda é habitado pelo pecado.
(Romanos 7:14-15) A lei celestial de Deus
v. 14 Porque nós sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado.
v. 15 Porque o que eu faço não o permito; pois o que eu quero isso não faço, mas o que odeio isso eu faço.
A lei vem de Deus. É, portanto, espiritual, mas Paulo diz, “eu sou carnal”, uma referência metafórica á condição espiritual caída e, dessa maneira, acha-se em conflito com a Lei celestial de Deus.
(Romanos 7:16-17) O pecado que habita
v. 16 E, se eu faço o que não quero, eu consinto que a lei é boa.
v. 17 Então agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim.
Paulo concordava com a Lei e admitia que ela era boa, mas o pecado é uma força estranha que reside nele e o faz realizar coisas que ele odeia.
(Romanos 7:18-19) O bem do cristão é o espírito santo
v. 18 Porque eu sei que em mim (isto é, na minha carne), não habitam coisas boas; pois o querer está presente em mim, mas o executar do bem eu não encontro.
v. 19 Porque o bem que eu quero fazer, não faço, mas o mal que não quero fazer, esse eu faço.
Mesmo após a conversão, nenhuma parte da pessoa está isenta de pecado, lugar algum está sem a presença do pecado, e o cristão é incapaz de guardar toda a lei.
O único bem no cristão é a presença do Espírito Santo.
(Romanos 7:20-23) Cativos da lei do pecado
v. 20 Ora, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, mas o pecado que habita em mim.
v. 21 Eu acho então esta lei, que, quando quero fazer o bem, o mal está presente comigo.
v. 22 Pois eu tenho prazer na lei de Deus, segundo o homem interior;
v. 23 mas eu vejo outra lei nos meus membros, guerreando contra a lei da minha mente, e me trazendo cativo debaixo da lei do pecado que está nos meus membros.
Em seu interior (Gr. eso anthropos), isto é, em seu âmago mais profundo, o cristão tem prazer na Lei de Deus, mas ele encontra essa força, estranha vivendo lá dentro, guerreando contra ele e tornando-o cativo da lei do pecado.
(Romanos 7:24-25) A libertação do corpo
v. 24 Ó miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte?
v. 25 Eu agradeço a Deus por meio de Jesus Cristo nosso Senhor. Assim, pois, com a mente, eu mesmo sirvo à lei de Deus, mas com a carne à lei do pecado.
Muitos comentaristas e tradutores modernos tentam reordenar esses versículos, no entanto, a ordem faz sentido se a interpretação delineada acima for seguida.
No versículo 24, o sujeito clamor de ação de graças é então oferecido a Deus, porque o sujeito sabe que Jesus o libertará de seu corpo.
O cristão reconhece que em sua mente ele deseja servir a Lei de Deus, uma vez que ela é santa, justa e boa além de espiritual, contudo, ao mesmo tempo, sua natureza caída está a serviço dessa força estranha -o pecado.
5 importantes lições que podemos aprender em Romanos 7
- O conflito interno entre a carne e o espírito: Paulo descreve sua própria luta interna entre fazer o bem e o mal, ilustrando o conflito entre a lei de Deus e a natureza pecaminosa da humanidade. Isso nos ensina sobre a batalha espiritual que enfrentamos diariamente e a necessidade de depender do Espírito Santo para vencer o pecado.
- A impotência da lei para salvar: Paulo explica que a lei revela o pecado, mas não tem poder para libertar do pecado. Isso destaca a necessidade da graça de Deus e da fé em Cristo como único meio de salvação, mostrando que nossa justificação não vem pela observância da lei, mas pela fé em Jesus Cristo.
- A natureza do pecado e sua influência sobre a humanidade: Paulo descreve como o pecado utiliza a lei para provocar desejos pecaminosos e como ele escraviza a humanidade. Isso nos lembra da natureza corrupta do pecado e de sua capacidade de nos dominar se não estivermos em Cristo.
- A libertação em Cristo: Paulo aponta para a libertação do poder do pecado através de Jesus Cristo. Ele enfatiza que, em Cristo, somos livres da condenação da lei e capacitados pelo Espírito Santo a viver uma vida de santidade e obediência a Deus.
- A tensão entre o desejo de fazer o bem e a incapacidade de realizá-lo: Paulo expressa a frustração de querer fazer o bem, mas encontrar dificuldade em fazê-lo por causa da influência do pecado. Isso nos lembra da necessidade contínua de buscar a santificação e depender da graça de Deus para superar as fraquezas humanas.
Conclusão
Portanto, perceba que o Senhor criou o Espírito Santo para que nos guiasse para os caminhos de retidão. Antes disso, o que valia eram as leis, e elas eram boas, pois eram os mandamentos de Deus, mas havia muito pecado e muitos homens com corações duros.
A partir do momento que Deus faz uma nova aliança, o que passa a valer é o poder do espírito santo. Sendo assim, podemos celebrar a liberdade produzida a partir do Espírito por meio da ministração do Senhor Jesus, pois sua intenção é nos dar vida em abundância e salvação!
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