Gálatas 3 Estudo: A Lei e a Fé

No capítulo 3 de Gálatas, veremos que Paulo falará sobre a insensatez, apresentando o recebimento do Espírito Santo, pelo sacrifício de Jesus, como argumento para a justificação pela fé.

Haverá uma descrição da justificação dada a Abraão, consequência da sua fé nas promessas. Essa fé em Cristo nos torna participantes da bênção de Deus prometida a Abraão e da mesma justificação.

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Ele apresentará o propósito original da lei e sua autoridade antes de Jesus, mas nos mostra que o acesso a essa fé nos torna filhos de Deus, em Jesus.

Contexto histórico

Paulo deu os motivos de sua ida a Jerusalém, levando Barnabé e Tito com ele. Após isso, contando como foi o esperado encontro com os outros apóstolos de Jesus que ainda não conhecia e as suas recomendações.



Um momento de tensão entre Paulo e Pedro é relatado aqui. O motivo: a circuncisão. A partir daí, Paulo ensinará que ninguém pode ser justificado pela Lei e que a morte de Jesus na cruz é o único meio de justificação e a essa fé é o único meio aceito por Deus. Acompanhe a seguir o estudo completo de Gálatas 3.

(Gálatas 3:1) Quem vos encantou?

v. 1 Ó insensatos gálatas, quem vos encantou a fim de que não obedecessem à verdade, quando entre vós, diante de vossos olhos, Jesus Cristo foi evidentemente apresentado e crucificado?

A pregação paulina de Cristo… crucificado aos gálatas foi tão clara que ele agora pergunta quem os enfeitiçou, fazendo-os perder a certeza que antes tiveram a respeito da fonte de sua salvação. Insensato o mesmo que tolo, louco.

(Gálatas 3:2-3) Aperfeiçoados pela carne

v. 2 Apenas quero saber de vós isto: Recebestes o Espírito pelas obras da lei ou pela fé naquilo que ouviram?

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v. 3 Sois assim tão tolos? Depois de terdes começado pelo Espírito, quereis agora ser aperfeiçoados pela carne?

Paulo faz perguntas sobre:

  1. Um aspecto fundamental quanto a tornar-se um cristão e
  2. Viver como um cristão. Paulo sabia que os gálatas teriam de admitir que a viram o evangelho e responderam com fé (Rm 10:17).

Sua segunda pergunta era se o Espírito Santo, ou a carne, era o meio de santificação pretendido por Deus.


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(Gálatas 3:4) Se é que foi em vão

v. 4 Padecestes tantas coisas em vão? Se é que foi em vão!

A única outra referência direta a sofrimento (padecestes tantas coisas em vão) em Gálatas é “serem perseguidos por causa da cruz de Cristo” (Gl 6:12).

Paulo apela ao fato de que tudo o que os gálatas sofreram, por causa do evangelho da graça, foi agora tornado inútil. No entanto, se é que foram em vão sugere que Paulo acreditava que seus leitores cairiam em si.

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(Gálatas 3:5-6) Como Abraão

v. 5 Aquele que vos ministra o Espírito e realiza milagres entre vós, o faz pelas obras da lei, ou pela fé naquilo que ouviram?
v. 6 Assim como Abraão creu em Deus, isso lhe foi creditado por justiça.

O exemplo da fé de Abraão e a justificação resultante, neutraliza os argumentos daqueles que estavam ensinando justificação pelas obras da lei (Gl 2:16).

(Gálatas 3:7-9) Abençoados por Abraão

v. 7 Sabei, pois, que aqueles que são da fé são chamados filhos de Abraão.
v. 8 Prevendo a escritura que Deus justificaria os gentios pela fé, pregou o evangelho a Abraão, dizendo: Em ti todas as nações serão abençoadas.
v. 9 De modo que aqueles que são da fé são abençoados com o fiel Abraão.

Aqueles que têm fé são filhos e filhas espirituais de Abraão, quer sejam de linhagem judaica ou gentílica. Paulo associou o exemplo da justificação pela fé de Abraão à promessa pactual de Deus a Abraão em Gn 12:3: Em ti todos os povos serão abençoados.


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Essa bênção (de ser justificado pela fé) está disponível a todas as nações (ver Mt 28:19) por intermédio do evangelho de Jesus, antecipada pela promessa feita a Abraão.

(Gálatas 3:10) Obras da lei

v. 10 Porque todos quantos são das obras da lei estão sob a maldição, pois está escrito: Maldito é todo aquele que não observa todas as coisas escritas no livro da lei para ­cumpri-las.

Não somente é impossível ser justificado pelas “obras da lei”, mas também essa perspectiva realmente traz maldição sobre as pessoas. De acordo com Dt 27:26, todo aquele que não persiste em praticar todos os detalhes da lei é maldito.

(Gálatas 3:11-12) O justo viverá pela fé

v. 11 Que nenhum homem é justificado pela lei perante Deus, isso é evidente, porque o justo viverá pela fé.
v. 12 E a lei não é da fé, mas o homem que fizer estas coisas deverá viver nelas. 

Paulo acrescenta Hc 2:4 ao exemplo de Abraão de ser declarado justo… pela fé (ver notas em v. 6; Rm 1:17). Negativamente, ele cita Lv 18:5 para mostrar que, em virtude da Escritura afirmar que a justificação é pela fé, é impossível ser justo pelo cumprimento da lei.

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(Gálatas 3:13) Pendurado num madeiro

v. 13 Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se por nós uma maldição, porque está escrito: Maldito é todo aquele que for pendurado em um madeiro;

Visto que os leitores de Paulo estavam tentando ser justificados pela “prática da Lei”, eles já se encontravam debaixo da maldição da Lei.

Felizmente, Cristo… redimiu, por Sua crucificação, aqueles que estavam debaixo dessa maldição. Paulo cita Dt 21:23 para mostrar que, ao ser pendurado em um madeiro (ver nota Jo 18:32), Jesus se tornou maldição em nosso lugar.

(Gálatas 3:14) Promessa do Espírito

v. 14 para que a bênção de Abraão pudesse vir sobre os gentios por meio de Jesus Cristo; para que possamos receber a promessa do Espírito através da fé.

Os gentios recebem a bênção de Abraão por intermédio da fé (ver nota nos v. 7-9) em Jesus Cristo. Isso os coloca em uma posição para receber o Espírito Santo prometido.

(Gálatas 3:15) Pacto de homem

v. 15 Irmãos, falo à maneira dos homens. Embora seja apenas um pacto de homem, ainda que isso seja confirmado, nenhum homem pode anulá-lo ou acrescentar a isso.

Paulo continua sua argumentação mediante o uso de uma ilustração (ou falo como homem) de um testamento. Quando executado legalmente, tal documento não pode ser alterado.

(Gálatas 3:16-17) A semente: Cristo

v. 16 Ora, as promessas foram feitas a Abraão e à sua semente. Ele não diz: Às sementes, como se fossem muitos, mas fala de um só: E à tua semente, que é Cristo.

v. 17 E isto digo, que o testamento que foi confirmado diante de Deus em Cristo, a lei, que veio quatrocentos e trinta anos mais tarde, não pode anulá-lo, tornando a promessa sem efeito.

O uso do singular semente (Gr. spermo) constitui a base de Paulo para afirmar que Cristo é aquele que cumpre as promessas… a Abraão.

Entretanto, os judeus ainda são a descendência física de Abraão e aqueles que estão em Cristo são sua descendência espiritual (v. 29).

Em virtude da natureza pactual do testamento (v. 15), a lei mosaica – e “as obras da lei” (Gl 2:16) – não pode anular o papel de Cristo no cumprimento do pacto abraâmico ou do exemplo abraâmico de fé justificadora.

(Gálatas 3:18) Concedida por promessa

v. 18 Porque se a herança fosse obtida pela lei, não viria mais da promessa, mas Deus a concedeu a Abraão por promessa.

A posição exaltada da Lei com os mestres judeus que tinham vindo aos gálatas não estava de acordo com o ensino bíblico.

A promessa anterior de Deus, dada a Abraão, constituía a base apropriada para a herança espiritual dos gálatas.

(Gálatas 3:19-20) O propósito da lei

v. 19 Então, para que serve a lei? A lei foi acrescentada por causa das transgressões, até que viesse a semente para quem a promessa fora feita; e foi ordenada por anjos pelas mãos de um mediador.

v. 20 Ora, um mediador não é um mediador de um apenas, mas Deus é um só.

O propósito divino da lei era evidenciar o pecado até que viesse Cristo (a semente; ver nota nos v. 16-17). Atos 7:38 afirma que um anjo estava envolvido como mediador (um intermediário), o qual foi necessário porque a lei consistia em um acordo bilateral, sendo Deus e Israel os responsáveis por sua manutenção.

O pacto abraâmico era um acordo unilateral, como visto no modo em que o Senhor ratificou o pacto, sendo Ele a única parte ativa (Abrão estava dormindo) em Gn 15:9-12. Esse tipo de pacto é incondicional.

(Gálatas 3:21-23) A lei convence do pecado

v. 21 É então a lei contrária às promessas de Deus? De modo nenhum. Se tivesse existido uma lei que pudesse vivificar, em verdade, a justiça teria vindo pela lei.

v. 22 Mas a escritura concluiu tudo sob o pecado, para que a promessa pela fé de Jesus Cristo possa ser dada aos que creem.

v. 23 Porém, antes que viesse a fé, éramos mantidos sob a lei, encerrados para a fé que havia de se revelar posteriormente.

Paulo esclareceu que a lei nunca esteve em conflito com as promessas de Deus a Abraão. A lei exerceu o “necessário papel de convencer as pessoas de seu pecado,” durante quase 1.500 anos, entre o monte Sinai e o evangelho da justificação pela fé de Jesus Cristo.

(Gálatas 3:24-25) Justificados pela fé

v. 24 De modo que a lei foi o nosso tutor, para trazer-nos a Cristo, a fim de que pudéssemos ser justificados pela fé.
v. 25 Mas, depois que veio a fé, já não dependemos de um pedagogo.

Nos versículos 22-23, a lei é descrita como uma cela de prisão. No versículos 24-25, ela é retratada como pedagogo (Gr. paidagogos) era um escravo que levava um jovem aluno para ser instruído e que o protegia de danos até que ele atingisse a maioridade. Quando o evangelho de Cristo entrou em cena, o papel da lei de tutor não era mais necessário.

(Gálatas 3:26) Filhos de Deus

v. 26 Porque todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus.

Aqueles que têm fé em Cristo Jesus não somente são “filhos de Abraão” (v. 7), mas também são filhos de Deus por adoção (Gl 4:5-7).

(Gálatas 3:27) Revestidos de Cristo

v. 27 Todos vós que fostes batizados em Cristo, vos revestistes de Cristo.

Sobre, fostes batizados em Cristo, ver Rm 6:3-4. Sobre, vos revestistes de Cristo, ver Ef 4:20-24. Paulo usou a imagem de uma pessoa saindo da água, após ser batizada, para colocar novas vestes.

(Gálatas 3:28) A unidade

v. 28 Já não há judeu nem grego, não há também escravo nem livre, nem homem nem mulher, pois todos vós sois um em Cristo Jesus.

A igualdade e a unidade mencionada aqui é de natureza espiritual – em Cristo. Paulo acabou de argumentar longamente que o judeu não possui qualquer vantagem espiritual acima do grego (gentio), e agora ele diz que a mesma igualdade é verdadeira para as distinções sociais e de gênero. Nenhum grupo de pessoas ou de gênero deve ser exaltado acima dos demais.

(Gálatas 3:29) Sementes de Abraão

v. 29 E se sois de Cristo, então sois a semente de Abraão, herdeiros segundo a promessa.

Ser descendência de Abraão é a mesma coisa que ser seus “filhos” (v. 7), mas agora o elemento adicional de ser herdeiros é introduzido, antecipando (Rm 8:15-17).

5 importantes lições que podemos aprender em Gálatas 3

  1. A Justificação pela Fé: Paulo enfatiza que a justificação diante de Deus não vem pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo. Isso nos ensina que somos salvos pela graça mediante a fé, não por nossos próprios esforços ou méritos.
  2. A Promessa a Abraão: Paulo destaca que a bênção de Abraão veio sobre os gentios por meio de Jesus Cristo, cumprindo a promessa feita por Deus a Abraão. Isso nos lembra da fidelidade de Deus em cumprir Suas promessas e do privilégio de fazer parte da família de Deus por meio da fé em Cristo.
  3. A Maldição da Lei: Paulo adverte sobre a maldição da lei para aqueles que confiam em suas próprias obras para serem justificados diante de Deus. Isso nos lembra da incapacidade da lei em nos salvar e da necessidade de confiarmos unicamente na obra redentora de Cristo.
  4. A Filiação em Cristo: Paulo destaca que todos os que creem em Jesus Cristo são filhos de Deus e herdeiros das promessas feitas a Abraão. Isso nos ensina sobre a nossa nova identidade em Cristo e a nossa posição como herdeiros das promessas de Deus.
  5. A Liberdade em Cristo: Paulo enfatiza que fomos libertados da escravidão do pecado e da lei para vivermos em liberdade na graça de Cristo. Isso nos lembra da liberdade que temos em Cristo para vivermos uma vida de obediência e serviço a Deus, não mais sob o jugo da lei, mas pelo poder do Espírito Santo.

Conclusão

Paulo protestou contra eles por terem acreditado numa doutrina que declarava a morte de Jesus desnecessária, algo completamente sem sentido. É como se estivessem iludidos, sob algum tipo de influência maligna.

De qualquer forma, era algo indesculpável, sendo que o Senhor havia sido crucificado e morto, à vista de todo mundo.

Ao contrário do que os judeus ensinavam, a Lei não podia e nem pode justificar, ela apenas condenava. Paulo utiliza uma passagem do antigo testamento para mostrar que a Lei exige a perfeição, tornando maldito e amaldiçoado todo aquele que não a cumprir em sua totalidade.

Essa violação de um mandamento, por menor que fosse, faria da pessoa réu sob a maldição; e como todos erram, todos são amaldiçoados.

Paulo nos mostra a única forma de redenção definitiva: Jesus Cristo, confirmando o que disse o Senhor, sendo feito maldição no madeiro em nosso lugar.

A forte declaração é de que a redenção substitutiva pela qual Cristo assumiu a penalidade de todos sobre si mesmo, assim sendo, a “maldição da Lei” foi transferida para Jesus, e quando foi crucificado, a ira de Deus contra o pecado foi derramada sobre ele.

Sendo assim, todos os que acreditam em Cristo se tornam filhos de Deus. A Lei foi uma espécie de tutora, no entanto, agora que Cristo veio, os crentes da Galácia eram filhos adultos pela fé. Esta união nos reveste da justiça de Jesus.

Gálatas 3 estudo.

Sobre o Autor

Olá, me chamo Lázaro Correia, sou Cristão, formado em Teologia e apaixonado pela Bíblia. Aqui no Blog você vai encontrar diversos estudos Bíblicos e muito conteúdo sobre vida Cristã.

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