Tiago 3 Estudo: Como Usar a Língua com Sabedoria
No capítulo 3 de Tiago, haverá um ensino poderoso sobre o mal incontido: a língua. Como nossas palavras poderão edificar sonhos extraordinários, assim como poderão destruí-los.
Tiago nos ensinará sobre a maldade e pecado que há escondido em um órgão tão pequeno de nosso corpo e sobre como é nosso dever dominá-lo. Não devemos usar a boca como fonte de bênção e maldição, devendo apenas, ser fonte de bênção, limpa.
Encerrará falando sobre a diferença entre a sabedoria terrena e a sabedoria do alto e suas características: uma é carnal, egoísta, insensata, destrutiva, enquanto a outra é muito superior, sendo pacífica, espiritual, amorosa e promotora da união.
Contexto histórico
Aprendemos sobre a relação entre a fé e as obras e sobre a discriminação entre o rico e o pobre. A misericórdia deve ser a guia em nossos relacionamentos e por isso, nossos julgamentos e decisões precisam passar por ela.
Uma fé cristã deve ser embasada no comportamento e nas obras. Não há sentido em um cristão que não apresenta no seu dia-a-dia, traços de generosidade, compaixão e amor, como forma de gratidão pela obra redentora de Jesus na cruz, o que não nos custou nada em troca. Acompanhe a seguir o estudo completo de Tiago 3.
(Tiago 3:1) Não sejam mestres
v. 1 Meus irmãos, muitos não sejam mestres, sabendo que receberemos maior condenação.
Muitas pessoas querem ser mestres porque é uma função considerada importante na igreja. A proliferação de mestres sem treinamento, no entanto, pode gerar falsos ensinamentos na congregação, fazendo com que alguns se desviem. Os mestres são julgados com maior rigor e não devem ser nomeados sem o devido cuidado.
(Tiago 3:2) O tropeço pela palavra
v. 2 Porque todos tropeçamos muitas vezes. Se algum homem não tropeça em palavra, este é um homem perfeito, e capaz também de refrear todo o corpo.
A coisa mais difícil para um mestre é controlar a língua. Corpo (Gr. soma) tem duplo sentido aqui. O termo se refere ao corpo físico e ao papel da língua nele, mas também ao corpo de Cristo na sinagoga e à influência dos mestres nele.
(Tiago 3:3-6) O mal contido na língua
v. 3 Ora, nós colocamos freio nas bocas dos cavalos, para que possam nos obedecer; e dirigimos todo o seu corpo.
v. 4 Vede também os navios que, embora sendo tão grandes, e levados por impetuosos ventos, são dirigidos com um leme bem pequeno por aquele que os governa.
v. 5 Assim também a língua é um pequeno membro, e gloria-se de grandes coisas. Vede quão grande bosque um pequeno fogo incendeia!
v. 6 E a língua é um fogo; um mundo de iniquidade, assim a língua está entre os nossos membros, que contamina todo o corpo, e inflama o curso da natureza, e é inflamada pelo fogo do inferno.
Assim como o freio dos cavalos e os lemes dos barcos, o tamanho da língua é desproporcional à influência que ela exerce.
O falso ensino (expresso por “a língua”) é um mundo de iniquidade. Ele contamina todo o corpo (um indivíduo ou uma congregação) e determina o destino de todos que o seguem.
(Tiago 3:9-12) Água doce e salgada
v. 9 Com ela bendizemos a Deus, e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, que foram feitos à semelhança de Deus.
v. 10 De uma mesma boca procedem bênção e maldição. Meus irmãos, não convém que estas coisas sejam assim.
v. 11 Porventura de alguma fonte, de um mesmo local, jorram água doce e água amarga?
v. 12 Pode a figueira, meus irmãos, carregar bagas de azeitonas, ou uma videira figos? Assim como nenhuma fonte pode produzir água salgada e doce.
Tiago destacou a natureza contraditória da língua: da mesma boca sai louvor a Deus e maldição aos homens, feitos à semelhança de Deus, o que transgride a “lei real”.
Tiago 3:13-18 – Os Frutos da Sabedoria Divina
Nestes versículos, Tiago continuou tratando do papel dos mestres, principalmente de sua maturidade espiritual.
⚠️ Receba Estudos Exclusivos no Whatsapp:
A fala até aparece aqui (não vos glorieis, nem mintais contra a verdade), mas o principal problema é a inveja amarga e contenda. Longe de ser pequenos defeitos de caráter, esses traços são de uma natureza terrena sensual e diabólica.
(Tiago 3:13) Mostre suas obras
v. 13 Quem é o homem sábio e dotado de conhecimento entre vós? Que mostre pelo seu bom comportamento as suas obras com a mansidão da sabedoria.
O mestre sábio “mostre” suas boas obras. Assim como a fé é demonstrada pelas obras, a sabedoria também é provada pelo bom comportamento e pela mansidão.
(Tiago 3:14-15) Sabedoria carnal
v. 14 Mas, se tendes uma amarga inveja, e contenda em vossos corações, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade.
v. 15 Esta sabedoria não desce do alto, mas é terrena, sensual e diabólica.
A expressão amarga inveja, e contenda contrasta com “bom comportamento e… mansidão da sabedoria” (v. 13). Negar a verdade é uma ameaça constante nas igrejas que toleram falsas doutrinas.
(Tiago 3:16-18) Sabedoria do alto
v. 16 Porque onde há inveja e contenda, aí há confusão e toda a obra do mal.
v. 17 Mas a sabedoria que vem do alto é, primeiramente pura, depois pacífica, gentil, e fácil de ser invocada, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade, e sem hipocrisia.
v. 18 E o fruto da justiça é semeado na paz daqueles que praticam a paz.
Tiago contrastou os dois tipos de sabedoria quanto a sua origem. Os mestres que ensinam com base na sabedoria “terrena” causam confusão e toda a obra do mal.
Os mestres que têm a sabedoria que vem do alto produzem virtudes que cumprem a “lei real” (Tg 2:8) e promovem a unidade dentro da congregação.
5 importantes lições que podemos aprender em Tiago 3
Claro, aqui está uma explicação mais detalhada de cada lição que podemos aprender em Tiago 3:
- O Poder da Língua: Tiago faz uma analogia poderosa comparando a língua a um pequeno leme que direciona grandes navios. Da mesma forma, nossas palavras têm um impacto significativo em nossas vidas e nas vidas dos outros. Devemos ser conscientes do que dizemos, evitando fofocas, palavras destrutivas e mentiras, e em vez disso, usar nossa língua para encorajar, edificar e trazer vida.
- A Busca pela Sabedoria Celestial: Tiago distingue entre a sabedoria terrena, que está preocupada apenas com ganhos pessoais e egoístas, e a sabedoria que vem de Deus. A verdadeira sabedoria é caracterizada pela pureza, paz, gentileza, submissão e misericórdia. Devemos buscar a sabedoria de Deus através da oração, meditação na Palavra e comunhão com Ele.
- A Necessidade do Controle Emocional: Tiago adverte sobre os perigos da ira descontrolada e dos conflitos resultantes. Ele nos encoraja a controlar nossas emoções, especialmente a ira, e a buscar maneiras construtivas de resolver conflitos, promovendo a paz e a reconciliação em nossos relacionamentos.
- A Humildade como Chave para a Sabedoria: Tiago enfatiza que a verdadeira sabedoria começa com a humildade diante de Deus. Reconhecer nossa dependência dele nos capacita a receber sua sabedoria e direção. Devemos abandonar a arrogância e o orgulho e nos humilhar diante de Deus, permitindo que Ele nos guie em todos os aspectos de nossas vidas.
- A Manifestação da Sabedoria em Boas Obras: Tiago destaca que a verdadeira sabedoria é evidenciada por meio de boas obras. Não é suficiente apenas falar sobre nossa fé; devemos viver de acordo com ela. Isso significa agir com justiça, demonstrar amor ao próximo e praticar a verdadeira religião, cuidando dos necessitados e mantendo-nos puros diante de Deus. Nossas ações devem refletir a sabedoria de Deus que recebemos, impactando positivamente o mundo ao nosso redor.
Conclusão
Que preciosidade! Um dos textos mais importantes da Bíblia, sem dúvida alguma. Aqui, o irmão de Jesus nos deixa um ensinamento digno de seu sangue materno, o mesmo do Mestre.
A chave espiritual contida nesse capítulo é poderosa, como uma parte tão pequena de nosso corpo pode corromper ou salvar todo o resto?
Tiago usa a figura de um freio de cavalo, um leme de navio e um pequeno fogo, note que todos são pequenos, assim como a língua, mas que podem determinar sobre o que é maior a benção e a maldição.
Ele alerta para que, como cristãos, devemos apenas usá-la para abençoar a Deus e a sua criação, dizendo que de uma fonte não pode jorrar dois tipos de água e que de uma árvore não se pode colher dois tipos de frutos.
Que possamos vigiar e controlar esse órgão tão devastador e que dele venha sair apenas o que é bom, perfeito e agradável aos ouvidos de Deus e de nosso próximo. Amém!
Sobre o Autor
0 Comentários