1 Samuel 9 Estudo: Uma Aparência Agradável
Neste capítulo de 1 Samuel 9 é narrado o momento em que Samuel conhece Saul, o futuro rei de Israel, filho de Quis. Três jumentas de Quis, um benjamita, haviam se perdido, de modo que este mandou que seu filho, Saul, chamasse um de seus moços e, ambos, fossem a procura das jumentas.
Após procurarem e, não encontrarem, o moço informou Saul sobre Samuel, o denominando vidente e, após convence-lo de irem ter com Samuel, para saberem das jumentas, eles chegam na cidade e são orientados, por algumas moças, que tiravam água, de que Samuel estaria indo àquela cidade, pois ele e o povo sacrificariam ao Senhor, logo mais.
Então, Samuel encontra-se com Saul e, já havendo sido avisado por Deus que se encontrariam, o convida para jantar e sair apenas no dia seguinte, sendo que não deveria se preocupar com as jumentas, vez que já haviam sido encontradas.
Saul, então, é bem recebido por Samuel e, logo no dia seguinte, ao se encaminhar para casa, Samuel pede que o moço que acompanhava Saul fosse adiante, vez que ele desejava dizer a ele tudo o que o Senhor o havia informado.
O capítulo, também, informou que Saul era o mais belo dos moços e se sobressaia entre todos.
1 Samuel 9 estudo: Contexto histórico
Anteriormente, vimos que Samuel já havia envelhecido e, então, constituiu seus filhos como juízes, porém, estes perverteram o direito e aceitavam subornos. Israel, então, pediu que Samuel constituísse um rei sobre eles.
Deus manda que Samuel assim o fizesse e que, ainda, explicasse ao povo todos os direitos desse monarca.
Mesmo após explicar todas as coisas, o povo ainda persistia nesse intento. Deus, novamente, manda que Samuel atendesse ao clamor dos israelitas.
(1 Samuel 9:1) A genealogia de Saul
v. 1 Ora, havia um homem de Benjamim, cujo nome era Quis, o filho de Abiel, o filho de Zeror, o filho de Becorate, o filho de Afias, um benjamita, um homem poderoso e influente.
Os homens na genealogia de Saul não são extensamente atestados ou conhecidos nas Escrituras à parte de sua relação com Saul.
Entretanto, o modo cuidadoso com que o texto delineia a árvore familiar por meio de cinco gerações sugere que Saul veio de uma influente família da tribo de Benjamim, não obstante o comentário de Saul no versículo 21.
(1 Samuel 9:2-3) A aparência de Saul
v. 2 E ele tinha um filho, cujo nome era Saul, um jovem valoroso, e belo; e não havia entre os filhos de Israel pessoa mais bela do que ele; dos ombros para cima ele era mais alto do que qualquer um do povo.
v. 3 E os jumentos de Quis, do pai de Saul, estavam perdidos. E Quis disse a Saul, seu filho: Toma agora contigo um dos servos, e levanta, vai procurar os jumentos.
Visto que os mais altos batiam nos seus ombros, Saul era valoroso e belo – aparentemente um elemento conveniente para a boa liderança segundo a percepção humana.
(1 Samuel 9:4) O monte Efraim
v. 4 E ele passou pelo monte Efraim, e passou pela terra de Salisa, mas eles não os encontraram; então, eles passaram pela terra de Saalim, e eles não estavam lá; e ele passou pela terra dos benjamitas, mas não os encontraram.
O monte Efraim ficavam ao norte de Benjamim e possuía um solo fértil. Salisa e Saalim eram distritos a nordeste de Gibeá.
(1 Samuel 9:5) Zufe
v. 5 E quando chegaram à terra de Zufe, Saul disse ao seu servo que com ele estava: Vem, e retornemos; para que o meu pai não deixe de se preocupar com os jumentos, e fique aflito por nós.
Zufe estava situada cerca de oito quilômetros ao norte de Gibeá, cidade de Saul.
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(1 Samuel 9:6) A indicação de Samuel
v. 6 E ele lhe disse: Vê, agora, nessa cidade há um homem de Deus, e ele é um homem honorável; tudo o que ele diz, seguramente, cumpre-se; agora, vamos para lá; talvez ele possa nos mostrar o caminho pelo qual devamos seguir.
O homem de Deus era Samuel, embora o texto não o revele até o versículo 14. O servo de Saul o descreveu como um homem honrado e como alguém cuja palavra consistentemente acontece.
O texto pode sutilmente sugerir que Saul realmente não conhecia a respeito de Samuel, embora o seu servo e todo o Israel o conhecessem. Alguns intérpretes identificam a cidade como sendo Ramá, mas isso é incerto.
(1 Samuel 9:7-8) A contraprestação
v. 7 Então Saul disse ao seu servo: Porém, vê, se formos, o que traremos ao homem? Pois o pão de nossas vasilhas foi consumido, e não há um presente para levarmos ao homem de Deus; o que temos?
v. 8 E o servo voltou a responder a Saul, e disse: Eis que tenho aqui, à mão, a quarta parte de um shekel de prata; isto darei ao homem de Deus, para que nos diga o nosso caminho.
Saul considerou impróprio aproximar-se do homem de Deus sem um presente. Afinal de contas, o bom conselho de um profeta poderia resultar na descoberta dos jumentos perdidos, traduzindo-se em ganho financeiro para seu pai, ou talvez Saul pensasse que Samuel poderia esperar uma recompensa. De qualquer forma, o servo ofereceu a quarta parte de um shekel de prata.
(1 Samuel 9:9) Um vidente
v. 9 (Antigamente, em Israel, quando um homem ia consultar a Deus, assim ele falava: Vem, e vamos ao vidente; pois aquele que é agora chamado de profeta era, antigamente, chamado de vidente.)
Vidente (Heb.ro’eh) descreve uma pessoa que vê as coisas de Deus; o profeta (Heb.novi’) significa “chamado” (ou seja, por Deus).
O texto esclarece que o termo “profeta” finalmente substituiu “vidente”, mas os dois termos de score viam o mesmo ofício.
(1 Samuel 9:11) O encontro com as servas
v. 11 E enquanto subiam o outeiro até a cidade, encontraram servas jovens indo tirar água, e lhes disseram: Está aqui o vidente?
Os costumes sociais restringiam a quantidade de contato público entre homens e mulheres; contudo, esse tipo de pergunta era adequada.
O encontro com as servas jovens indo tirar água sugere uma ocasião no final da tarde ou perto do anoitecer.
(1 Samuel 9:12) A sugestão das jovens
v. 12 E elas responderam, e disseram: Está; eis que está diante de vós; apressai-vos, agora, pois ele veio hoje à cidade; pois hoje há um sacrifício do povo no lugar alto;
As jovens sugeriram que os homens se apressaram por causa do iminente sacrifício que Samuel estava para superintender.
(Alguns intérpretes vêem uma ligação entre o lugar alto e o altar que Samuel construiu em 1Sm 7:17] Saul e seu servo gostariam de se encontrar com Samuel antes do início dessa cerimônia.
(1 Samuel 9:13) O serviço de Samuel
v. 13 tão logo chegardes à cidade, ide encontrá-lo imediatamente, antes que suba ao lugar alto para comer; pois o povo não comerá enquanto ele não vier, porque ele abençoa o sacrifício; e, posteriormente, comem aqueles que foram convidados. Agora, portanto, levantai-vos; pois por volta desta hora vós o encontrareis.
A bênção do sacrifício fazia parte da função sacerdotal de Samuel.
(1 Samuel 9:14) O encontro
v. 14 E eles subiram à cidade; e quando chegaram à cidade, eis que Samuel lhes saía de encontro, para subir ao lugar alto.
A expressão chegou literalmente “vindo eles no meio da cidade”. A linguagem pode sugerir que Saul e seu servo já estivessem dentro da cidade, antes que no portão (v.18), quando Samuel veio na direção deles.
(1 Samuel 9:15) Deus comunica Samuel
v. 15 Ora, o SENHOR havia falado a Samuel, ao seu ouvido, um dia antes de Saul chegar, dizendo
O SENHOR “havia falado” é literalmente “descoberto o ouvido”, uma expressão idiomática comum (1Sm 20:12, “mostrar”;2Sm 7:27, “revelado”).
(1 Samuel 9:16) A orientação divina
v. 16 Amanhã, por volta desta hora, eu te enviarei um homem da terra de Benjamim, e tu o ungirás para ser capitão sobre o meu povo, Israel, para que ele possa salvar o meu povo da mão dos filisteus; pois tenho atentado ao meu povo, porque o seu clamor tem chegado a mim.
A unção representava a separação de uma pessoa para um serviço designado por Deus, especialmente reis 1Sm 10:1), sacerdotes (Lv 4:3) e profetas (1Rs 19:16).
Capitão era um termo antigo usado para descrever Saul, Davi e Salomão (1Rs 1:34), embora também denota se outros em posição de autoridade (1Cr 9:11″regente da casa de Deus ; 2Cr 31:13, “supervisores”).
As frases pois tenho atentado ao meu povo, porque o seu clamor tem chegado a mim nos fazem lembrar de Deus atentando para Israel em seu cativeiro no Egito, um pouco antes d’Ele usar Moisés para libertá-lo (Ex 2:25). Estas frases sugerem que Deus estava iniciando outra era de redenção.
(1 Samuel 9:17) A confirmação de Deus
v. 17 E, quando Samuel viu Saul, o SENHOR lhe disse: Eis o homem de quem te falei! Este mesmo reinará sobre o meu povo.
O verbo hebraico por trás de reinará normalmente significa “conter” ou “reter”, e pode sugerir as futuras consequências negativas do reinado de Saul.
Outros sugerem que o termo pode implicar que Saul reuniria um grupo completamente disperso e desarticulado de israelitas em uma nação.
(1 Samuel 9:18) Saul desconhece a Samuel
v. 18 Então, Saul se aproximou de Samuel no portão, e disse: Diz-me, rogo-te, onde é a casa do vidente.
Saul se aproximou de Samuel mas não o reconheceu como sua pergunta deixa claro. O texto pode novamente prover uma sugestão da direção negativa que o reinado de Saul tomaria.
Todo o Israel reconhecia Samuel como um profeta do Senhor (1Sm 3:20), mas Saul nem mesmo o reconheceu.
(1 Samuel 9:19) Samuel se apresenta
v. 19 E Samuel respondeu a Saul, e disse: Eu sou o vidente; sobe adiante de mim até o lugar alto; pois vós comereis comigo hoje e, amanhã, eu vos deixarei partir, e te contarei tudo o que está no teu coração.
Sobe adiante de mim era um modo de demonstrar honra e respeito. O que está no teu coração era provavelmente muito mais do que Saul esperava ouvir; ele desejava apenas encontrar-se com Samuel para lhe perguntar a respeito dos jumentos perdidos.
(1 Samuel 9:20) A orientação de Samuel
v. 20 E, quanto aos teus jumentos que estavam perdidos três dias atrás, não tenhas neles a tua mente; pois foram achados. E sobre quem está todo o desejo de Israel? Não é sobre ti, e sobre toda a casa do teu pai?
E sobre quem está todo o desejo de Israel? Não é sobre ti,e sobre toda a casa do teu pai? pode também ser traduzido: “e a quem todo o Israel deseja senão a ti” (O verbo Heb. aqui traduzido como “precioso/desejo” é traduzido como “tesouros”).
(1 Samuel 9:21) Saul argumenta
v. 21 E Saul respondeu e disse: Não sou eu um benjamita, da menor das tribos de Israel? E a minha família a menor de todas as famílias da tribo de Benjamim? Por que então falas tu assim comigo?
Qualquer que seja a melhor tradução no versículo 20. a linguagem era muito mais afirmativa do que Saul prévia.
A menor das tribos de Israel bem descrevia Benjamim, que ocupava um território relativamente pequeno e, além disso, enfrentou uma potencial extinção após uma guerra contra as outras tribos de Israel nos dias dos juízes (Jz 21:1-3).
A menor de todas também pode significar “menor em tamanho”; este pode ser o melhor sentido à luz do versículo 1.
(1 Samuel 9:22) O Salão de visitas
v. 22 E Samuel tomou Saul e o seu servo, e os trouxe ao salão de visitas, e fez com que se assentassem no principal lugar no meio daqueles que foram convidados, que eram cerca de trinta pessoas.
O salão era provavelmente um espaço anexo ao altar para refeições sacrificiais.
(1 Samuel 9:23) A porção de Saul
v. 23 E Samuel disse ao cozinheiro: Traz a porção que eu te dei, da qual eu te disse: Põe-na perto de ti.
Por ordem de Samuel, o cozinheiro tinha separado uma porção reservada para um convidado a quem Samuel indicaria.
(1 Samuel 9:24) Acém
v. 24 E o cozinheiro pegou o acém, e o que sobre ele estava, e o colocou diante de Saul. E Samuel disse: Eis o que foi separado! Põe-no diante de ti, e come; pois até este momento isto foi guardado para ti, desde que eu disse: Eu convidei o povo. Assim, Saul comeu com Samuel naquele dia.
Acém também significa “perna”, e, de qualquer modo, constituía uma grande porção de carne escolhida.
(1 Samuel 9:25) Samuel conversa com Saul
v. 25 E quando eles haviam descido do lugar alto para a cidade, Samuel conversou com Saul em cima da casa.
Presumivelmente, esta era a casa onde Samuel estava morando. O lugar alto era tipicamente plano, e era um lugar onde as pessoas podiam desfrutar refrescantes brizas noturnas.
O assunto da conversa não é conhecido. A LXX acrescenta as palavras “eles prepararam uma cama para Saul no terraço, e ele dormiu”, algo natural para um anfitrião arrumar para o seu hóspede.
(1 Samuel 9:26) A despedida dos hospedes
v. 26 E eles se levantaram cedo; e sucedeu que, por volta do raiar do dia, Samuel chamou Saul para cima da casa, dizendo: Levanta-te, para que eu possa te enviar. E Saul se levantou, e ambos saíram, ele e Samuel, para longe.
Samuel ajudaria os seus hóspedes a seguirem viagem, provavelmente com uma bênção.
(1 Samuel 9:27) A despedida profética
v. 27 E enquanto eles desciam para a extremidade da cidade, Samuel disse a Saul: Ordena que o servo passe adiante de nós (e ele passou adiante), mas permanece tu ainda por um instante, para que eu possa te mostrar a palavra de Deus.
Enquanto os três caminhavam para a extremidade da cidade, Samuel revelou a Saul que ele tinha uma mensagem particular para ele.
Talvez Saul esperasse algum tipo de despedida profética à luz das palavras de Samuel no versículo 19.
Conclusão
Neste momento, vemos Deus usando circunstâncias comuns para levar Saul até Samuel. Deus é o verdadeiro Rei, sobre tudo e todos e, mais uma vez, demonstra Sua soberania provendo até mesmo a circunstância para que, aquele a quem Ele havia designado, fosse até Samuel.
Note que os israelitas pediram que Samuel ungisse um rei, no entanto, este sequer foi o responsável por encontra-lo. O próprio Deus fez com que Saul chegasse ao profeta, o qual já o aguardava.
O capítulo narra que Saul era o mais belo dentre os homens e que, ainda, se sobressaía sobre todos.
Sem dúvidas, no quesito aparência, Saul, em muito, agradaria aos israelitas, contudo, conforme veremos, tal característica não seria suficiente para que Israel obtivesse a superação das expectativas depositadas numa liderança humana.
Neste momento, Deus, em Sua infinita sabedoria, estaria dando início a mais uma grande lição ao Seu povo.
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