Gênesis 3 Estudo: A Queda do Homem
Neste capítulo de Gênesis 3 estudo é o capítulo que fala da queda do homem, revela a origem do pecado na humanidade. Ele é fundamental para que se entenda a história da redenção e a necessidade da graça.
Alguns consideram a história narrada como sendo uma narrativa simbólica e outras vão ainda mais além e afirmam que Gênesis 3 registra um mito, uma lenda.
No geral, essas pessoas defendem que o escritor de Gênesis simplesmente criou uma narrativa que explicasse o despertar da consciência humana.
Inclusive, alguns tentam combinar a teoria da evolução com o criacionismo bíblico dizendo que é mostrado o momento em que o homem evoluiu de sua forma mais primitiva.
Mas é claro que esse tipo de interpretação vai contra a palavra. Então se essa história fosse um mito, inevitavelmente Jesus também seria um.
Gênesis 3 estudo: Contexto histórico
Adão está prestes a cair na mentira da serpente, dita à sua mulher, onde o diabo faz com que a criação queira conhecer o bem e o mal, assim como o Criador. Como o homem poderia ser capaz de entender tal coisa, sem o processo de aprendizado?
O plano original de Deus era ensinar, pecado por pecado, benção por benção, o que era certo e o que era errado, a consequência e colheita de cada coisa. Veremos o capítulo mais triste de toda a Bíblia, o que nos separou, momentaneamente, do Pai.
(Capítulo 1-3)
1 ORA, a serpente era ardilosa, mais do que todos os animais do campo que o SENHOR Deus tinha feito (a palavra “ardilosa”, tal como se utiliza aqui, não é negativo, e sim positivo; tudo o que Deus fez antes da Queda era positivo; descreve qualidades como a rapidez de visão e de movimento, a atividade do instinto de auto-preservação e, pelo que parece, a adaptação inteligente ao seu ambiente);
a qual disse à mulher (não é uma fábula; a serpente antes da Queda tinha a capacidade limitada de conversar; a Eva não surpreendeu que te falasse):
É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do Jardim? (A serpente, pelo visto, emprestou suas faculdades a Satanás, embora não seja mencionado o Maligno. Dito isso, Satanás falou através da serpente e pôs em dúvida a Palavra de Deus).
2 E a mulher respondeu à serpente (declara que Satanás dirigiu seu ataque contra Eva, em lugar de Adão; usou Eva só como um meio para chegar a Adão):
Do fruto das árvores do Jardim podemos comer (a prova de nossos primeiros pais foi ordenada por Deus, porque o período de prova seria essencial para o desenvolvimento espiritual e autodeterminação deles; mas, como Deus não quis que eles fossem tentados para sua própria Queda, Ele não admitiu que Satanás os tentasse de uma forma que superasse a capacidade humana deles; os que são tentados, portanto, podem resistir ao tentador),
3 Mas do fruto da árvore que está no meio do Jardim disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis, para que não morrais (Eva citou o que o Senhor havia dito a respeito da proibição, mas logo adicionou: “nem nele tocareis”).
A Serpente fala com a Mulher
4 Então a serpente disse à mulher: Não morrereis (declara uma pura e simples negação da Palavra de Deus. Como Deus tinha pregado para Adão, Satanás prega agora para Eva. Jesus chamou Satanás de mentiroso; é provável que se referisse a este mesmo momento [Jo 8.44]),
5 Mas Deus sabe que, no dia em que dele comerem, serão abertos os vossos olhos (sugere o lucro com a mais alta sabedoria), e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal. (Com efeito, ela disse: “Você será Elohim”. Foi uma promessa de Divindade.
Deus é Onisciente, no sentido de que Seu conhecimento do mal é profundo, mas não por experiência pessoal. Por Sua própria Natureza, Ele está totalmente separado de tudo o que é mal.
Já o conhecimento do mal que Adão e Eva aprenderiam seria por degradação moral, o que provocaria a destruição.
Embora seja correto desejar ser como Deus, isto porém só pode ser bom se for da maneira correta, que é por meio da Fé em Cristo e do que Ele fez na Cruz por nós.)
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A queda
6 E viu a mulher que aquela arvore era boa para se comer (apresenta a cobiça dos olhos), e que era agradável aos olhos (a cobiça da carne), e uma árvore desejável para alcançar a sabedoria (a soberba da vida), e tomou do seu fruto, e comeu (constitui a Queda), e deu também a seu marido, o qual comeu com ela (refere-se ao fato de que, pelo visto, Adão foi um observador de todos esses procedimentos; alguns afirmam que ele comeu do fruto proibido, oferecido a ele, por amor a ela; entretanto, ninguém peca por amor.
Eva foi seduzida à tentação pelo engano, mas “Adão não foi enganado” [1Tm 2.14]; ele caiu por causa da incredulidade; simplesmente não acreditou no que Deus havia dito a respeito da situação.
Contraste o Versículo 6 com o Lucas 4.1-13; ambos apresentam as três tentações: “a cobiça da carne”, “a cobiça dos olhos” e “a soberba da vida”; o primeiro homem cai, o Segundo Homem conquista).
7 Então foram abertos os olhos de ambos (refere-se à consciência de culpa como consequência de seu pecado), e conheceram que estavam nus (refere-se ao fato de que tinham perdido a envolvente luz da pureza, que anteriormente tinha revestido seu corpo); então coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais (os pecadores se vestem de moralidade, sacramentos e cerimônias religiosas, que são como o avental de folhas de figueira de Adão, sem valor algum).
O Senhor fala diretamente a Adão e Eva
8 E ouviram a Voz do SENHOR Deus que passeava no Jardim ao ar do dia (a “Voz” do Senhor,que antes tinha sido um grato som, é agora um terrível som, por causa do pecado. Não que a Voz do Senhor tenha mudado, pois a mesma não muda; era a mesma Voz que eles tinham ouvido desde sua criação. Ele não tinha mudado; eram eles que tinham mudado);
e se esconderam o homem e sua mulher da presença do SENHOR Deus entre as árvores do Jardim (aqui está o amanhecer de uma outra era na história da humanidade; o olho de uma consciência culpada está aberto agora pela primeira vez, e Deus e o universo aparecem em novas e terríveis formas).
9 E chamou o SENHOR Deus ao homens lhe disse: Onde estás? (Esta é a primeira pergunta no Antigo Testamento. E “onde estás?” é a primeira pergunta no Novo Testamento [Mt 2.2]. No Antigo Testamento, Deus procura o pecador; no Novo Testamento, o pecador procura Deus.)
10 E ele (Adão)respondeu: Ouvi a Tua Voz soar no Jardim, e tive medo (o medo é a primeira reação do homem caído; a consciência dos efeitos do pecado de Adão é mais clara que o próprio sentido do pecado em si),
porque estava nu, e me escondi (ele estava nu, como que exposto ao Julgamento de Deus, devido ao pecado, que deve ser julgado; ele tratou de ocultar-se de Deus; da mesma forma, milhões de pessoas fazem isso, mas nunca com algum êxito. Deus queria que Adão soubesse que quem se esconde Dele nunca se oculta Dele, e o que foge Dele nunca pode escapar Dele).
E Deus disse
11 Quem te disse que estavas nu (leva a mente de Adão dos efeitos ao pecado que os tinham causado; sempre que o homem sente dor só pelos resultados de sua ação, não há o arrependimento e o desejo de voltar para a Presença Divina)?
Comeste tu da árvore que Eu te ordenei que não comesses? (A forma como esta pergunta é formulada elimina o pretexto da ignorância e também assinala o fato de que o pecado culminou em violação direta da proibição Divina [Calvino].)
12 E o homem respondeu: A mulher que me deste por companheira me deu da árvore, e eu comi (Adão, primeiro, culpou Deus;depois, culpou Eva. Ele recapitula a história, como se,em sua opinião, aquilo se tratasse de uma questão de rotina que o obrigou a agir como o tinha feito; o homem sempre fez isso desde então).
13 Então o SENHOR Deus disse à mulher: O que tens feito?(As duas perguntas: “onde está?” e “o que tens feito?,” englobam o problema humano.) E disse a mulher: A serpente me enganou, e eu comi (apresenta Eva culpando a serpente; em certo sentido, Eva culpou também Deus, simplesmente porque Deus tinha criado a serpente).
A ALIANÇA ADÂMICA E AS MALDIÇÕES
14 Então o SENHOR Deus disse à serpente (como veremos, nenhuma pergunta ou interrogação é dirigida à serpente; Deus a julga, e é enquanto ouve essa sentença que o casal culpado escuta a primeira grande Promessa a respeito de Cristo):
Porquanto tens feito isto,maldita serás mais do que todas as feras e todos os animais do campo (refere-se a este animal, possivelmente, reduzido do lugar e da posição mais altos no reino animal aos mais baixos);
sobre o teu ventre andarás, e pó comerás todos os dias da tua vida (se,de fato, a serpente fosse apenas um instrumento involuntário nas mãos de Satanás, acredito que o Senhor não teria amaldiçoado este animal).
15 E porei inimizade (animosidade) entre ti e a mulher (apresenta o Senhor falando agora, realmente, com Satanás, que tinha usado a serpente; com efeito, o Senhor está dizendo a Satanás: “você usou a mulher para levar à Queda a raça humana, e Eu vou usar a mulher como instrumento para trazer o Redentor ao mundo, o Qual vai salvar a raça humana”),
e entre a tua semente (a humanidade que segue Satanás) e a Semente dela (o Senhor Jesus Cristo); esta (Cristo)te ferirá a cabeça (a vitória que Jesus venceu na Cruz [Cl 2.14-15]), e tu Lhe ferirás o Calcanhar (os sofrimentos na Cruz).
16 E à mulher disse: Multiplicarei grandemente a tua dor e a tua concepção (O Plano original de Deus era que o marido e a mulher gerassem filhos e filhas de Deus no mundo; devido à Queda, eles só poderiam procriar filhos e filhas no mundo à “semelhança de Adão” [Gn 5.3]);
com dor darás à luz filhos (como consequência da Queda, os filhos nasceriam em um mundo de dor); e para o teu marido será o teu desejo, e ele te dominará (o marido agora, em lugar de Deus, dominaria sobre ela).
E Adão disse:
17 Porquanto obedeceste à voz de tua mulher (Adão escutou a sua esposa, em vez de Deus), e comeste da árvore de que te ordenei dizendo: Não comerás dela (a árvore em si não tinha propriedades na fruta que induzissem à maldade; a Queda, como foi dito, foi causada pela desobediência à Palavra de Deus),
maldita é a terra por tua causa; com dor comerás dela todos os dias da tua vida (a Terra inicialmente estava destinada a ser um paraíso, mas agora produziria seu fruto a contra gosto; além disso, a frase “todos os dias da tua vida” declara a sentença de morte, o que significa que a vida agora terminaria como consequência da “morte espiritual,” que era e é a separação de Deus).
18 Espinhos e abrolhos também te produzirá (os espinheiros e os abrolhos não existiam originalmente na criação de Deus, sendo este o resultado da maldição, devido ao pecado do homem); e comerás a erva do campo (agora ela não cresceria mais livremente, como era a intenção original; somente com grande atenção e grande trabalho);
19 No suor do teu rosto comerás o teu pão (o alimento será obtido com trabalho pesado), até que voltes para a terra (a energia vital, que provinha anteriormente de Deus, agora se encontraria nos alimentos, o que infelizmente é insuficiente),
porque dela foste tomado; porquanto és pó, ao pó voltarás (o Poder de Deus por si só poderia manter vivo o pó; no caso de isso não acontecer, o homem volta para o pó).
20 E chamou Adão o nome de sua mulher Eva; porquanto ela era a mãe de todos os viventes. (Deus nomeou o homem; ele o chamou de Adão, que significa “barro vermelho.” Adão nomeou a mulher; chamou-a de Eva, que significa “vida”. Adão leva o nome do corpo morto; Eva da alma vivente.)
E o Senhor os vestiu
21 E o SENHOR Deus fez para Adão e para sua mulher túnicas de peles, e os vestiu (ao fazer as túnicas de peles, Deus, com efeito, estava dizendo a Adão e Eva que as folhas de figueira eram insuficientes. Ele também lhes estava ensinando que, sem o derramamento de sangue, não pode haver remissão de pecado algum, referindo-se aos animais que deram a sua vida, Tipos de Cristo.
Neste primeiro sacrifício, muito embora o sangue dos animais só “cobrisse” os pecados, assentou-se a base da plenitude do Plano de Deus quanto à Redenção.
Por outro lado, deve-se advertir que foi o “SENHOR Deus” quem proporcionou esses casacos, e não o homem mesmo; o que que quer que a Salvação é uma provisão totalmente de Deus, e não do homem; a Vida de Cristo, entregue na Cruz, onde ele se ofereceu como nosso Substituto, proveu o único meio de “tirar” todo o pecado; todo o restante tem que ser rejeitado).
EXPULSÃO DO JARDIM
22 E disse, então, o SENHOR Deus: Eis que o homem é como um de Nós, sabendo o bem e o mal (o Senhor conhecia a maldade não por experiência pessoal, mas sim através de Sua Onisciência; o homem passa a conhecer a maldade ao chegar a ser mau, o que é a fonte de toda dor no mundo.
O pronome “Nós” significa a Deidade: “Deus, o Pai; Deus, o Filho e Deus, o Espírito Santo”); agora, pois, para que não estenda a sua mão, e tome também da Arvore da Vida, e coma, e viva para sempre (imaginemos já o pior, ter um Adolf Hitler vivo “para sempre, etc.)
23 O SENHOR Deus,então,lançou-o para fora do Jardim do Éden (com efeito, tratava-se de um ato de misericórdia. O homem foi expulso do Jardim porque, se viesse a comer da Árvore da Vida, perpetuaria a sua própria desgraça.
Mas o Amor de Deus por ele, já decaído e culpado, é tão forte que Ele o acompanha no exílio. E através de Jesus Cristo, o Filho unigênito de Deus, que se entregar em Sacrifício, o Senhor mostrará a Adão e a todos os que seguem o Senhor, como voltar ao Paraíso.
Infelizmente, não há confirmação de que Adão e Eva colocaram alguma fé no Senhor. Infelizmente, milhões de pessoas seguiram o mesmo exemplo deles), para que lavrasse a terra de que fora tomado (refere-se a um lugar de trabalho duro, e não a um lugar de tortura).
24 E havendo (Deus), pois, lançado fora o homem (implica a ideia de uso de força e desgosto), pôs Querubins ao oriente do Jardim do Éden (esses Querubins manifestaram a Santidade de Deus, que o homem já tinha perdido) e uma espada acesa que se revolvia a todos lados, para guardar o caminho da Árvore da Vida (a “espada acesa” era um emblema da Glória Divina, em sua atitude para com o pecado).
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Sobre o Autor
Lázaro é um dedicado estudioso da Bíblia, com 64 anos de vida e uma paixão inabalável pela Palavra de Deus. Formado em Teologia pela Universidade Messiânica e com uma sólida carreira como advogado, ele utiliza seu vasto conhecimento para compartilhar ensinamentos bíblicos de forma acessível e profunda. Pai de três filhos, Lázaro escolheu a internet como sua principal plataforma para disseminar seus estudos e reflexões, dedicando-se a compartilhar estudos bíblicos, mesmo sem estar vinculado a uma congregação específica.
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