Judas Estudo: Profecia de Enoque

Neste capítulo de Judas estudo, veremos a Epístola curta de Judas descreverá as forças apóstatas que se haviam introduzido na Igreja primitiva. Ao estudarmos, poderemos aprender a identificar aqueles que desejam desviar os discípulos da fé.

Também sentiremos a importância de se batalhar pela fé e de permanecermos fiéis. Apesar de ser um dos livros mais curtos, ela contém informações que não são encontradas em nenhum outro lugar da Bíblia.

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Judas falará sobre os “anjos que não guardaram o seu estado original”, sobre o confronto entre Miguel e Lúcifer a respeito do corpo de Moisés e sobre uma profecia feita por Enoque a respeito da Segunda Vinda do Salvador.

Judas estudo: Contexto histórico

O autor identifica a si mesmo como “Judas, servo de Jesus Cristo, e irmão de Tiago”. Entende-se que o autor é Judas, meio-irmão de Jesus. É evidente que Judas era um membro da Igreja muito estimado em Jerusalém, além de que provavelmente havia viajado como missionário.

Não temos indicação quanto ao ofício que Judas possuía no sacerdócio, mas a própria epístola sugere uma posição de autoridade que o qualificava para escrever cartas de aconselhamento.

Não se sabe ao certo onde foi escrita. Se de fato foi escrita por Judas, irmão de Jesus, é provável que tenha sido redigida entre 40 e 80 d.C.



(Judas 1:1) Judas, irmão de Tiago e de Cristo

v. 1 Judas, o servo de Jesus Cristo, e irmão de Tiago, àqueles que são santificados por Deus o Pai, aos chamados, e preservados em Jesus Cristo:

Judas se apresenta como servo de Jesus Cristo, e irmão de Tiago. Com certeza, este Tiago era o famoso líder da igreja de Jerusalém (At 15:13-21), irmão de Jesus (Mc 6:3).

Judas humildemente se chama de escravo de Cristo em vez de mencionar o fato de ser irmão de Jesus. Os chamados são aqueles que respondem com fé à iniciativa de salvação de Deus.

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Santificados por Deus o Pai é consequência de ter sido chamado. A expressão preservados em Jesus Cristo significa que os cristãos são mantidos em segurança e preservados por Jesus até a consumação da salvação deles na Sua volta.

(Judas 1:2) Misericórdia, paz e amor multiplicados

v. 2 Sejam-vos multiplicados a misericórdia, e a paz, e o amor.

Misericórdia é a bondade e compaixão de Deus para com Seu povo. Paz é o bem estar que este relacionamento traz.


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Amor é o termo grego ágape, o amor voluntário que vem de Deus, que busca o melhor para os outros independentemente de receber amor em troca ou não. Ágape se refere ao amor de Deus pelo homem ou ao amor do homem por Deus e por outras pessoas.

(Judas 1:3-4) Os homens impiedosos

v. 3 Amados, quando dediquei toda a diligência a escrever-vos acerca da salvação comum, tive a necessidade de escrever-vos, e ­exortar-vos, porquanto deveis seriamente batalhar pela fé que uma vez foi entregue aos santos.

v. 4 Porque certos homens se introduziram com dissimulação, os quais antes estavam ordenados para esta condenação, homens impiedosos, que convertem a graça do nosso Deus em lascívia, e negam o único Senhor Deus e nosso Senhor Jesus Cristo.

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A ideia original de Judas era escrever uma carta sobre salvação para seus amigos, mas ele mudou de ideia ao saber que falsos mestres secretamente se infiltraram na igreja.

Por causa da influência destes falsos mestres Judas insistiu que seus leitores batalhassem pela fé confiada a eles de uma vez por todas.

Batalhar pela fé não é apenas uma defesa vigorosa da fé cristã, mas também um avanço do evangelho. Devemos fazer isso tendo um estilo de vida obediente (cp. v. 20-23).


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A fé de uma vez por todas confiada é a revelação cristã, o conteúdo do ensino apostólico invariável, autoritário e ortodoxo que foi entregue aos que creem.

(Judas 1:5-7) O juízo de Deus

v. 5 Mas quero, portanto, lembrar-vos, embora já sabeis disso, como o Senhor salvou o povo da terra do Egito, e destruiu depois os que não creram.

v. 6 E aos anjos que não guardaram o seu estado original, mas deixaram a sua própria habitação, ele reservou cadeias eternas sob trevas até ao julgamento do grande dia.

v. 7 Assim como Sodoma e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que da mesma maneira deram-se à fornicação e seguiram após carne estranha, foram postas como exemplo, sofrendo a vingança do fogo eterno.

Judas salientou que os falsos mestres mereciam o juízo divino e iriam recebê-lo no futuro. Judas queria lembrar seus leitores de que, no passado, Deus agiu de maneira decisiva contra aqueles que se opuseram a Ele. Judas mencionou três exemplos do juízo de Deus:

  1. O castigo do Israel incrédulo no deserto, após ter sido libertado do Egito (Nm 32:10-12);
  2. Os anjos caídos (cp. 1 Enoque 6:19) e
  3. A destruição de Sodoma e Gomorra por causa de sua fornicação sexual (Gn 19:24-29).

(Judas 1:8) Sonhadores imundos

v. 8 Também do mesmo modo, estes sonhadores imundos contaminam a carne, desprezam as autoridades e falam mal das potestades.

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O pecado dos falsos mestres era semelhante aos pecados mencionados nos v. 5-7. Eles estavam atrás de sonhos vazios e, com arrogância, cometiam imoralidade sexual, rebelavam-se contra as autoridades e blasfemavam contra as potestades (Gr. doxas, termo que geralmente se refere aos anjos).

(Judas 1:9) Miguel x Satanás

v. 9 No entanto, Miguel, o arcanjo, quando contendia com o diabo disputando pelo corpo de Moisés, não ousou trazer contra ele um juízo de acusação, mas disse: O Senhor te repreenda.

Judas contrastou a blasfêmia destes hereges contra os anjos com o receio do arcanjo Miguel quando contendia com o diabo disputando pelo corpo de Moisés.

Em geral, os estudiosos concordam que esta história vem de a Assunção de Moisés, um livro apócrifo. Na história, Miguel tentou enterrar o corpo de Moisés, mas o diabo se opôs a isso, dizendo que era ele quem tinha que decidir sobre o assunto porque Moisés era um assassino.

Em vez de achar que tinha o direito de condenar Satanás por sua calúnia, Miguel invocou o Senhor para julgá-lo.

(Judas 1:10) Falam mal do que não sabem

v. 10 Estes, porém, falam mal do que não sa­bem; mas aquilo que naturalmente conhecem, como animais irracionais, nestas coisas se corrompem.

Judas disse que os falsos mestres estavam falando mal daquilo que não entendiam. Ele os comparou a animais irracionais que se corrompem com as coisas que instintivamente seguem.

(Judas 1:11) Aí deles!

v. 11 Ai deles! Porque entraram pelo caminho de Caim, e correram gananciosamente em direção ao erro de Balaão por recompensa, e pereceram na rebelião de Coré.


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Judas também comparou os hereges a Caim (Gn 4:4-5), Balaão (Nm 31:16) e Coré (Nm 16:1-35). Estes homens enganaram outras pessoas e ficaram conhecidos por seu ódio, ganância e rebelião.

(Judas 1:12-13) Os falsos mestres

v. 12 Estes são manchas em vossas festas de caridade, quando festejam convosco, ­alimentando-se sem temor; eles são nuvens sem água, levadas pelos ventos; árvores cujos frutos secam, infrutíferas, duas vezes mortas, desarraigadas;

v. 13 ondas impetuosas do mar, que espumam a sua própria vergonha; estrelas errantes para as quais o negrume das trevas está reservado para sempre.

Para demonstrar ainda mais que os falsos mestres eram semelhantes a estes enganadores (v. 11), Judas usou várias metáforas para retratá-los. Ele os descreveu como manchas em vossas festas de caridade.

Isso significa que os falsos mestres eram como rochas submersas que, por não serem vistas pelos marinheiros, eram capazes de afundar um navio.

As festas de fraternidade eram refeições comunitárias em que se observava a Ceia do Senhor. Estes hereges eram pastores que só alimentavam a si mesmos, sem se preocupar com os outros.

Eles eram inúteis e cheios de promessas vazias como nuvens sem água, levadas pelos ventos. Judas os retratou como árvores frutíferas que não davam fruto e ondas impetuosas do mar que depositavam os dejetos de seus feitos vergonhosos na praia da vida das pessoas.

Os hereges também eram como estrelas errantes para as quais estavam reservadas o negrume das trevas para sempre. Alguns estudiosos defendem que Judas foi influenciado por 1 Enoque 18:13-16 aqui.

Nesta passagem, a rebelião dos seres celestiais fez com que os planetas ficassem vagando. Também é possível que Judas tivesse em mente os anjos que caíram no passado.

Às vezes, os anjos caídos do céu são retratados como estrelas cadentes (cp. Is 14:12-15). Como os anjos desobedientes destinados para o castigo eterno, os hereges estavam caminhando para eterna escuridão.

(Judas 1:14-15) A profecia de Enoque

v. 14 E também Enoque, o sétimo depois de Adão, destes profetizou dizendo: Eis que é vindo o Senhor com dez mil de seus santos;

v. 15 para fazer juízo contra todos e convencer todos os ímpios entre eles, por todos os seus atos impiedosos, que impiamente cometeram, e por todas as duras palavras que ímpios pecadores disseram contra ele.

Judas enfatizou que os hereges sofreriam o castigo divino. Ele retratou este juízo citando uma profecia de 1 Enoque 1:9. O castigo deles viria quando o Senhor voltas se para julgar os ímpios.

(Judas 1:16) Murmuradores, queixosos e arrogantes

v. 16 Estes são os murmuradores, os queixo­sos, que andam segundo os seus desejos carnais, e cujas bocas proferem palavras muito arrogantes, admirando as pessoas por causa de alguma vantagem.

No versículo anterior, Judas alertou que os hereges seriam julgados por seus atos e palavras. Neste versículo, ele focaliza mais as palavras.

Os falsos mestres eram murmuradores queixosos e autoindulgentes. Eles proferiam palavras arrogantes, bajulando as pessoas a fim de conseguir o que que queriam delas.

(Judas 1:17-19) Os que não tem espírito

v. 17 Porém, amados, lembrai-vos das palavras que foram proferidas antes pelos apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo;

v. 18 e, como vos diziam, haveria escarnecedores nos últimos tempos, que andariam segundo as suas ímpias concupiscências.

v. 19 Sendo estes os que se separam a si mesmos, os sensuais, que não têm o Espírito.

Judas insistiu que seus leitores se lembrassem de que estes falsos mestres não eram novidade nenhuma, pois os apóstolos já tinham predito que haveria tais pessoas que zombariam daqueles que se recusassem a segui-las.

Judas possivelmente se referia a advertências como as de At 20:29-30. Os hereges causavam separações e seguiam seus próprios desejos impios. Eles eram incrédulos e, portanto, não tinham o Espírito.

(Judas 1:20-23) De alguns, tende compaixão e salve

v. 20 Mas vós, amados, edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa santíssima fé, orando no Espírito Santo,

v. 21 conservai-vos no amor de Deus, esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo para a vida eterna.

v. 22 E de alguns, tende compaixão, com discernimento.

v. 23 E salvai alguns com temor, arrebatando-os do fogo, odiando até a vestimenta manchada pela carne.

Após se dedicar em grande parte a descrever os falsos mestres até aqui, agora Judas ensina seus leitores como batalhar pela fé (cp. v. 3).

Eles deveriam mostrar compaixão pelos vacilantes, ir atrás dos que já tinham sido enganados e precisavam ser salvos do fogo (cp. Am 4:11) e se preocupar com os hereges desobedientes, tudo ao mesmo tempo. No entanto, os cristãos deveriam ter cuidado para não se contaminar também.

(Judas 1:24-25) Ao único Deus

v. 24 Ora, àquele que é poderoso para impedir-vos de cair, e para apresentar-vos sem defeito, diante da presença de sua glória, com abundante alegria,

v. 25 ao único Deus sábio, nosso Salvador, seja glória e majestade, domínio e poder, agora e sempre. Amém.

Judas terminou sua carta com uma doxologia que serve de lembrete do poder de Deus disponível aos cristãos na luta contra os hereges.

Ele louvou a Deus por ser poderoso para impedi-los de cair nas práticas pecaminosas dos falsos mestres e ainda para conceder-lhes acesso a Sua gloriosa presença.

Conclusão

Concluindo, Judas exorta os membros a “batalhar pela fé”, explicando que alguns se haviam infiltrado para espalhar doutrinas falsas e promover práticas iníquas.

Ele adverte sobre aos julgamentos que virão sobre aqueles que se afastam de Deus e os aconselha a edificarem sua fé e a conservarem-se no amor de Deus.

Nossa batalha é essa, contra o inimigo invisível, e não batalhamos com nossas forças, mas Deus luta por nós, quando entregamos o total controle da situação em suas mãos e o obedecemos.

Em toda a Bíblia, Judas foi o único que preservou o conceito de que a existência pré-mortal foi nosso primeiro estado e de que alguns anjos não passaram nesse teste.

É ele que apresenta o pouco conhecimento que temos acerca da disputa entre Miguel e Satanás pelo corpo de Moisés é o único que registra a gloriosa profecia de Enoque a respeito da Segunda Vinda do Filho do Homem.

Judas usa suas duras palavras contra aqueles que se opõem a Deus e a Seus servos, contra quem participa de adorações pagãs imorais e contra os que dizem não haver necessidade de se obedecer aos mandamentos de Deus, inclusive a lei da santidade.

O irmão de Jesus nos deixa conselhos valiosos, nos adverte dos erros que via, e nos pede para mantermos fiéis e obedientes ao nosso chamado, o sacerdócio! Amém!

Judas estudo.

Sobre o Autor

Olá, me chamo Lázaro Correia, sou Cristão, formado em Teologia e apaixonado pela Bíblia. Aqui no Blog você vai encontrar diversos estudos Bíblicos e muito conteúdo sobre vida Cristã.

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