Atos 19 Estudo: Paulo e os Adoradores de Diana

Em Atos 19, Paulo conferirá o dom do Espírito Santo pela imposição de mãos aos irmãos em Éfeso, onde pregará e operará muitos milagres.

Os filhos de Ceva não conseguirão expulsar demônios por exorcismo e levarão uma surra deles. Os adoradores de Diana (Ártemis) gerarão tumulto contra Paulo e seus companheiros.

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Contexto histórico

Paulo continuava sendo rejeitado por onde passa por causa do evangelho de Jesus, então, seu coração se volta a pregação aos gentios, que recebem com alegria e esperança as boas novas.

Deus adiciona pessoas de valor para auxiliar a Paulo: o casal obediente Áquila e Priscila, e também um jovem talentoso chamado Apolo, eloquente e habilidoso com as palavras e escrita, ministrando com poder o reino de Deus. Acompanhe a seguir o estudo de todos os versículos de Atos 19.



(Atos 19:1-3) O batismo de João

v. 1 E aconteceu que, enquanto Apolo estava em Corinto, Paulo, tendo passado às regiões superiores, chegou a Éfeso. E, encontrando alguns discípulos, 

v. 2 disse-lhes: Recebestes vós o Espírito Santo quando crestes? E eles disseram-lhe: Nós sequer ouvimos se há algum Espírito Santo. 

v. 3 E ele disse-lhes: Em que sois batizados, então? E eles disseram: No batismo de João.

Os discípulos que Paulo encontrou em Éfeso ainda não tinham ouvido falar do Espírito Santo ou do batismo em Cristo (cp. At 18:25).

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Essa é uma das passagens mais difíceis de se interpretar no novo testamento. A pergunta básica é se esses discípulos eram cristãos genuínos quando Paulo os encontrou pela primeira vez.

Alguns argumentam que eles não eram cristãos, pois não tinham recebido o Espírito Santo nem sido batizados em Cristo.

Outros insistem que eles eram cristãos genuínos que ainda não tinham recebido um conhecimento completo da .

Inúmeras formas incompletas de cristianismo se difundiram nos primeiros anos da igreja. Os apóstolos, obviamente, sentiram ser importante verificar o progresso dessas tendências e corrigi-las, levando o evangelho pleno e completo a esses pretensos discípulos.


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(Atos 19:4) O batismo do arrependimento

v. 4 Então Paulo disse: Certamente João batizou com o batismo do arrependimento, dizendo ao povo que eles cressem naquele que viria depois dele, isto é, em Cristo Jesus.

 O próprio João confessou que seu batismo era incompleto. Ele insistiu que o povo por ele batizado cresse naquele que viria depois dele (ver Mt 3:11 e nota).

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(Atos 19:5-6) O batismo do Espírito Santo

v. 5 E eles ouvindo isto, foram batizados no nome do Senhor Jesus. 
v. 6 E, tendo Paulo imposto-lhes as suas mãos, o Espírito Santo veio sobre eles; e eles falavam em línguas e profetizavam. 

 A ordem da conversão aqui segue o padrão típico em Atos, com exceção da imposição de mãos e a menção de falar em línguas, e a habilidade para profetizar como resultado imediato da vinda do Espírito.

(Atos 19:7-8) Paulo discursa ousadamente

v. 7 E eram ao todo em torno de doze homens.
v. 8 E ele entrando na sinagoga, falou ousadamente durante três meses, discutindo e persuadindo-os acerca das coisas do reino de Deus. 

 Aparentemente, Paulo encontrou os discípulos efésios (v. 1-7) antes de ter oportunidade de visitar a sinagoga. Sua argumentação ali assinala a segunda e última vez que Paulo menciona o reino de Deus em sua pregação em Atos (At 14:22).

(Atos 19:9) Paulo se retira da sinagoga

v. 9 Mas, quando alguns se endureceram e descreram, falando mal do Caminho diante da multidão, ele retirou-se deles e separou os discípulos, disputando diariamente na escola de certo Tirano. 


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Paulo retirou-se da sinagoga quando começaram a falar mal do Caminho e ficou manifesto que a multidão não creria. Sua escolha parece estar em conformidade com os ensinos de Jesus (Lc 9:3-5).

Tirano era o proprietário da escola ou ensinava ali regularmente. Inscrições com o seu nome têm sido encontradas em Éfeso, datando dessa época. A escola em si não foi descoberta.

(Atos 19:10) A Ásia ouve a palavra do Senhor

v. 10 E isto continuou durante dois anos, de tal maneira que todos os que habitavam na Ásia ouviram a palavra do Senhor Jesus, tanto judeus como gregos. 

 Após três meses falando na sinagoga (v. 8), Paulo passou mais dois anos ensinando em Éfeso, causando um impacto significativo na província da Ásia.

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Vários outros eventos registrados em outras partes a respeito da vida de Paulo podem ter ocorrido durante esse tempo. Entre eles estão prisões e açoitamentos (2Co 1:8-10 – At 11:23-25).

(Atos 19:11-12) Deus opera milagres através de Paulo e suas roupas

v. 11 E Deus fazia milagres especiais pelas mãos de Paulo, 
v. 12 de modo que até os seus lenços e aventais se levavam aos enfermos, e as enfermidades se retiravam deles, e os espíritos malignos saíam deles.

O poder de Deus mediante a fé estava operando nessas curas (ver nota em At 5:15-16; ver também Lc 8:44). O fato de itens pessoais de Paulo (lenços e aventais) estarem envolvidos demonstra sua identidade como apóstolo.

(Atos 19:13) Os “judeus exorcistas”

v. 13 Então, alguns judeus andarilhos, exorcistas, tentavam invocar sobre os que tinham espíritos malignos o nome do Senhor Jesus, dizendo: Esconjuro-vos por Jesus, a quem Paulo prega. 

Exorcistas judeus itinerantes procuraram usar o nome de Jesus para dar ordens a espíritos malignos. Antigas tradições de magia frequentemente envolviam a invocação de nomes divinos.

(Atos 19:14) Filhos de Ceva

v. 14 E eram sete filhos de Ceva, um judeu, e principal dos sacerdotes, os que faziam isto.

 Diversos textos judaicos não bíblicos antigos atestam a interação de magia com judaísmo.

(Atos 19:15) Vós, quem sois?

v. 15 E o espírito maligno respondeu, e disse: Eu conheço a Jesus, e sei quem é Paulo, mas vós quem sois?

 É necessário mais que a invocação de nomes poderosos para se prevalecer sobre as forças demoníacas. O espírito maligno sabia que os exorcistas não compartilhavam da autoridade de Cristo por meio da fé.

(Atos 19:16) Eles levam uma surra do demônio

v. 16 E o homem que tinha o espírito maligno, saltando sobre eles, dominando-os, prevaleceu contra eles; de tal maneira que fugiram nus e feridos daquela casa. 

As consequências de uma invocação leviana do nome de Jesus foram severas. O fato de os homens fugirem nus era especialmente humilhante, visto que os judeus rejeitavam a nudez.

(Atos 19:17-18) Todos passam a temer ao Senhor

v. 17 E isto foi conhecido por todos os judeus e gregos que também habitavam em Éfeso; e temor caiu sobre todos eles, e o nome do Senhor Jesus era magnificado. 

v. 18 E, muitos dos que criam, vieram confessando e expondo os seus atos. 

 O nome do Senhor Jesus, em vez de ser ultrajado, foi magnificado, quando as pessoas compreenderam que o poder do Senhor não estava disponível para qualquer pessoa controlar e manipular.

(Atos 19:19-20) A palavra de Deus prevalece

v. 19 Também muitos dos que usavam artes curiosas juntaram os seus livros e os trouxeram, e os queimaram diante de todos os homens, e, feita a conta do seu preço, chegaram a cinquenta mil peças de prata. 

v. 20 Assim, poderosamente, a palavra de Deus crescia e prevalecia. 

 Antigamente, os livros eram caros. Cinquenta mil peças de prata representam uma grande quantia, no “entanto, possível.”

(Atos 19:21) Paulo quer ir para Roma

v. 21 Após a conclusão destas coisas, Paulo propôs, em espírito, ir a Jerusalém, passando pela Macedônia e pela Acaia, dizendo: Depois que houver estado ali, importa-me ver também Roma. 

 Paulo pretendia retornar aos lugares por onde havia passado evangelizando em sua segunda viagem missionária e, depois, ir a Jerusalém antes de viajar mais para as regiões ocidentais.

Como declarou em sua carta aos Romanos (Rm 15:23-29), ele acreditava que sua obra missionária nas regiões orientais estava encerrada.

Depois de levar a coleta para Jerusalém, ele planejava seguir para Roma e, em seguida, mais a oeste, para a Espanha.

(Atos 19:22) Timóteo e Erasto

v. 22 E, tendo enviado à Macedônia dois daqueles que o serviam, Timóteo e Erasto, ele permaneceu por algum tempo na Ásia.

 Alguns acreditam que o Erasto aqui mencionado é o mesmo de Rm 16:23, enquanto outros discordam disso. Também é possível que o Erasto de Rm 16:23 tenha sido mencionado numa inscrição coríntia. O nome era popular nessa época.

(Atos 19:23-25) Demétrio se volta contra Paulo

v. 23 E naquele mesmo tempo, houve um não pequeno tumulto acerca do Caminho. 

v. 24 Porque um certo ourives, chamado Demétrio, que fazia nichos de prata de Diana, proporcionava um lucro muito grande aos artesãos,

v. 25 aos quais, havendo-os ajuntado com os artesãos de ocupações semelhantes, disse: Homens, vós sabeis que deste ofício temos a nossa riqueza; 

O culto a Diana em Éfeso fazia parte de um culto grego mais amplo a deusa grega Ártemis, a “Grande Mãe”.

Como acontecia com muitos cultos antigos, artífices como Demétrio ganhavam a vida fabricando itens cultuais tais como ídolos. A pregação de Paulo pôs em perigo essa ocupação (v. 25-26).

(Atos 19:26-27) Demétrio incita os comerciantes

v. 26 além disso vedes e ouvis que não só em Éfeso, mas em quase toda a Ásia, este Paulo tem persuadido e afastado muitas pessoas, dizendo que não são deuses aqueles feitos por mãos;

v. 27 assim não somente o nosso ofício está sendo colocado em perigo de descrédito, mas também que o templo da grande deusa Diana deveria ser desprezado, e seja destruída a magnificência daquela que toda Ásia e o mundo adoram. 

A reputação de Paulo tinha se espalhado por toda a Ásia, tornando-se ele uma ameaça às crenças e ao estilo de vida de muitas pessoas.

O templo de Diana em Éfeso, cujos alicerces datam do oitavo século a.C., era uma das sete maravilhas do mundo antigo.

Demétrio previu que o templo perderia sua reputação e cairia em descrédito se Paulo persuadisse gente suficiente de que não são deuses aqueles feitos por mãos.

Na verdade, isso foi exatamente o que aconteceu. As ruínas do templo foram descobertas no século 19 e o altar, em 1965.

(Atos 19:28) O medo incita a ira

v. 28 Ouvindo estas palavras, encheram-se de ira e clamaram, dizendo: Grande é a Diana dos efésios.

 Demétrio despertou eficazmente os maiores temores da multidão. Muitas vezes, o medo de perder é a arma preferida contra a verdade de Deus e a vida de discipulado.

(Atos 19:29-31) A acusação no teatro

v. 29 E toda a cidade encheu-se de confusão, e capturando Gaio e Aristarco, homens da Macedônia e companheiros de Paulo na viagem, eles correram unânimes para o teatro.

v. 30 E, querendo Paulo apresentar-se ao povo, os discípulos não o permitiram. 

v. 31 E alguns dos principais da Ásia, que eram seus amigos, enviaram a rogar-lhe que ele não se arriscasse a entrar no teatro. 

O teatro de Éfeso comportava 24 mil pessoas sentadas e foi totalmente remodelado no primeiro século. Os discípulos sabiamente impediram que Paulo se juntasse a seus companheiros de viagem. Teria sido um sacrifício insensato colocar-se nas garras de uma multidão tão hostil.

O fato de alguns principais da Ásia também pedirem que Paulo ficasse longe do tumulto revela que ele chegou a ser bem considerado por alguns líderes na província.

(Atos 19:32) Há confusão por ignorância

v. 32 Portanto, uns gritavam uma coisa, outros outra, porque a assembleia estava confusa; e a maior parte deles não sabia a razão de estarem reunidos. 

Em conformidade com a mentalidade das multidões, a maior parte não tinha ideia alguma do motivo de estarem reunidos no teatro.

(Atos 19:33-34) Alexandre, o judeu

v. 33 Então, eles tiraram Alexandre dentre a multidão, impelindo-o os judeus para diante; e Alexandre, acenando com a mão, queria fazer sua defesa ao povo. 

v. 34 Mas, quando eles souberam que ele era judeu, todos em uma só voz gritaram durante umas duas horas: Grande é a Diana dos efésios. 

 Naturalmente, os judeus da cidade desejavam se distanciar da controvérsia causada por Paulo e seus seguidores.

Eles empurraram para frente um dos seus, Alexandre, um judeu helenista (como indicado por seu nome), para apresentar uma defesa em favor deles.

Ironicamente, os judeus deviam ter a mesma visão do culto a Diana que Paulo e seus seguidores, mas, nesse caso, eles não queriam ser incluídos com eles.

Quanto à multidão de efésios, eles não admitiam essa distinção. Eles sabiam que qualquer pessoa cujas raízes religiosas fossem judaicas representava oposição a Diana.

(Atos 19:35) O culto a Diana (Artêmis)

v. 35 Então, o escrivão da cidade, tendo apaziguado as pessoas, disse: Homens de Éfeso, qual é o homem que não sabe que a cidade dos efésios é adoradora da grande deusa Diana, e da imagem que desceu de Júpiter? 

 A imagem que desceu de Júpiter pode indicar que o culto a Diana foi inspirado por um meteorito que caiu na terra. Alternativamente, essa seria uma forma de dizer que o culto era visto como procedente dos deuses.

5 importantes lições que podemos aprender em Atos 19

  1. O Poder do Nome de Jesus: O capítulo destaca como o nome de Jesus tem poder sobre as forças espirituais malignas e como aqueles que o invocam podem experimentar libertação e cura (Atos 19:13-16). Isso nos ensina sobre a autoridade que temos em Cristo e a importância de confiar no nome de Jesus em todas as situações.
  2. A Necessidade do Batismo com o Espírito Santo: Atos 19 relata como Paulo encontrou discípulos em Éfeso que ainda não haviam recebido o Espírito Santo. Ele então os batizou no nome de Jesus e eles foram cheios do Espírito Santo, evidenciado pelo falar em línguas e profetizar (Atos 19:1-7). Isso nos lembra da importância de buscar continuamente a plenitude do Espírito Santo em nossas vidas cristãs.
  3. A Relevância do Ensino e Discipulado: Paulo passou dois anos ensinando na escola de Tirano em Éfeso, onde muitos ouviram a palavra do Senhor e foram discipulados (Atos 19:9-10). Isso destaca a importância do ensino contínuo da Palavra de Deus e do discipulado na vida dos crentes e no crescimento da igreja.
  4. A Resistência e Oposição ao Evangelho: O capítulo mostra a oposição que Paulo enfrentou dos adoradores de Artemis em Éfeso, devido à ameaça que o evangelho representava para a sua fonte de renda (Atos 19:23-41). Isso nos lembra que, ao proclamar o evangelho, podemos enfrentar resistência e perseguição, mas devemos permanecer firmes na fé.
  5. A Importância de uma Vida Transformada: Vemos como muitos em Éfeso que praticavam magia trouxeram seus livros e os queimaram publicamente, mostrando uma mudança radical em suas vidas após se converterem a Cristo (Atos 19:18-19). Isso destaca a transformação que o evangelho pode trazer e a necessidade de abandonar práticas pecaminosas em favor de uma vida de santidade e compromisso com Cristo.

Conclusão

Concluindo, que confusão! O evangelho de Cristo é palavras mas também manifestações de poder e autoridade! Paulo viaja, prega, discursa e altera o ambiente onde chega.

Em Éfeso, descobre que a igreja só conhecia o batismo de João, primo de Jesus, e então ele, cheio de poder, ministra o batismo no Espírito Santo, e aqueles efésios são cheios do poder de Deus e começam a falar em línguas e a profetizar!

E assim deve ser nos dias de hoje, orarmos uns pelos outros, fortalecendo nossa fé e comunhão, uma igreja unida flui melhor em seu propósito!

Paulo estava tão cheio de Deus que extravasava para suas roupas, a ponto de elas serem levadas aos doentes e cativos e estes serem libertos!

Ah Deus, nos encha assim também, que a cada dia possamos buscar essa intimidade e esse fluir em nossas vidas.

A perseguição não deixa de acompanhar Paulo, dessa vez, por sua pregação, o comércio de imagens da deusa Diana é comprometido e os artesãos se levantam contra Paulo e seus companheiros, os levando a uma reunião para os expulsar de lá.

Quando Jesus disse que seríamos o sal da terra, Ele estava certo! O sal não é algo que você queira mastigar, mas cuspir.

O sal da terra, não o caramelo. Se somos confrontados e perseguidos, regozijemos nele, estamos no caminho certo! Aleluia!

Atos 19 estudo.

Sobre o Autor

Olá, me chamo Lázaro Correia, sou Cristão, formado em Teologia e apaixonado pela Bíblia. Aqui no Blog você vai encontrar diversos estudos Bíblicos e muito conteúdo sobre vida Cristã.

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