Êxodo 17 Estudo: Massá e Meribá
Neste capítulo de Êxodo 17 estudo, vemos que, em determinada parada, da peregrinação do povo de Israel, estes acamparam-se em Refidim.
Ali não havia água, então o povo mais uma vez murmura, argumentando que haviam sido levados ao deserto para morrerem de sede, sendo que, no Egito, não era dessa forma.
Então, o Senhor instrui a Moisés a tocar, com o bordão, numa rocha, em Horebe, e dela saiu água e o povo bebeu. O local se chamou Massá e Meribá, vez que tentaram o Senhor.
Após, as escrituras relatam que Amaleque veio pelejar contra os israelitas em Refidim. Moisés manda que Josué escolha soldados para a batalha e ele assim o faz.
Moisés, Arão e Hur sobem, então, ao cimo do monte. Quando Moisés levantava a mão Israel prevalecia, quando abaixava, prevalecia Amaleque, portanto Hur e Arão o colocaram sentado em uma pedra e sustentavam as suas mãos. Josué venceu Amaleque.
Êxodo 17 estudo: Contexto histórico
No capítulo anterior, vimos os israelitas se deslocando para o deserto de Sim, local em que murmuraram, dizendo que Deus os havia tirado do Egito para morrerem de fome, no deserto.
Então, o Senhor providencia codornizes, à tarde e, pela manhã, envia o maná, o qual cairia do céu, como orvalho, diariamente.
O maná deveria ser colhido diariamente, apenas na quantia exata para aquele dia, sendo que, se sobrasse, no dia posterior cheirava mal e criava bicho. No sexto dia, deveria ser colhido em dobro, a fim de que, no sétimo, descansassem.
Assim, Deus ordena e Arão guarda um gômer de maná na Arca do Testemunho, para que servisse de testemunhos às próximas gerações. Deus sustentou os israelitas, com maná, por quarenta anos.
(Êxodo 17:1) Refidim
v. 1 E toda a congregação dos filhos de Israel partiu do deserto de Sim, segundo as suas jornadas, conforme a ordem do SENHOR, e acampou em Refidim. E não havia água para o povo beber.
Em Refidim, os israelitas se queixaram da falta de água, mas novamente o centro da questão era a sua falta de confiança no Senhor. O nível de sua hostilidade continuou a aumentar.
(Êxodo 17:2-3) Os israelitas murmuram novamente
v. 2 Por isso o povo contendeu com Moisés, e disse: Dai-nos água para bebermos. E Moisés lhes disse: Por que contendeis comigo? Por que tentais o SENHOR?
v. 3 E o povo estava sedento por água; e o povo murmurou contra Moisés, e disse: Por que nos trouxeste do Egito, para nos matares de sede, a nós e aos nossos filhos, e ao nosso gado?
0 verbo traduzido como “contendeu” aqui e no versículo 7 não foi usado anteriormente em Êxodo. Ele é um substantivo estreitamente relacionado descrevem disputas como a que ocorreu entre Jacó e Labão (Gn 13:7-8).
Mais tarde, em Êxodo, eles descrevem conflitos interpessoais que podiam levar a agressão entre dois homens (Ex 21:18) ou a procedimentos legais formais (Dt 17:8). Ao continuarem a acusar Moisés, os israelitas estavam colocando o Senhor à prova.
(Êxodo 17:5) As orientações de Deus
v. 5 E disse o SENHOR a Moisés: Vai adiante do povo, e toma contigo os anciãos de Israel; e o teu cajado, com o qual feriste o rio, toma na tua mão e vai.
A instrução para levar algumas das autoridades “toma contigo os anciãos”, se encaixa com a ideia de que a “queixa” dos israelitas tinha se tornado uma causa judicial quase oficial.
A menção de ter ele ferido o rio indica que, embora Moisés pudesse ter sido impopular, ainda era ele o indicado para representar o Senhor e guiar os israelitas.
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(Êxodo 17:6) A Rocha
v. 6 Eis que estarei em pé diante de ti sobre a rocha em Horebe, e tu ferirás a rocha, e dela sairá água para que o povo possa beber. E Moisés fez assim à vista dos anciãos de Israel.
Moisés fez referência a este e a outros eventos semelhantes em Dt 8:15. O apóstolo Paulo considerou a rocha aqui como um importante sinal que apontava para Cristo (1Co 10:4).
O Senhor é mencionado no antigo testamento como “a Rocha” (Dt 32:4). Deus também podia fazer o fogo surgir da rocha (Jz 6:21).
(Êxodo 17:7) Massá e Meribá
v. 7 E chamou o nome do lugar Massá e Meribá, porque contenderam os filhos de Israel, e porque tentaram ao SENHOR, dizendo: Está o SENHOR entre nós ou não?
Para lembrar a todos a conduta a ser evitada à luz da presença e provisão de Deus, Moisés deu um novo nome àquele local. O nome Massá relaciona-se bem de perto com o verbo traduzido como “pôr à prova”, e o nome Meribá é um cognato do verbo traduzido como “reclamaram” (ver Sl 95:8-9).
Assim, o nome era algo como “Provação e Reclamação” ou “Prova Rixosa”. A pergunta dos israelitas expressava sua impaciência com o que eles consideravam um desempenho insatisfatório.
(Êxodo 17:8) Amaleque
v. 8 E veio Amaleque e lutou com Israel em Refidim.
Deuteronômio 25:18 descreve como os amalequitas atacaram os mais debilitados entre os israelitas. Os amalequitas perturbaram Israel de maneira intermitente por muitos anos (Nm 14:40-45).
(Êxodo 17:9-11) A atuação do poder de Deus
v. 9 E Moisés disse a Josué: Escolhe para nós homens, e vai, luta contra Amaleque. Amanhã estarei no cume do outeiro com o cajado de Deus na minha mão.
v. 10 Então Josué fez como Moisés lhe dissera, e lutou contra Amaleque; e Moisés, Arão e Hur subiram ao cume do outeiro.
v. 11 E aconteceu que, quando Moisés levantava sua mão, Israel prevalecia; e quando ele baixava sua mão, Amaleque prevalecia.
Levantar a vara neste caso provavelmente simbolizava Deus exercendo poder (Ex 7:20) Josué seguiria servindo a Moisés e o sucederia como líder dos israelitas (Js 1:1-9).
Hur é melhor conhecido por sua atuação neste evento e por Moisés lhe ter confiado o cuidado dos israelitas em sua ausência (Ex 24:14).
(Êxodo 17:12) A limitação de Moisés
v. 12 Mas as mãos de Moisés estavam pesadas; e tomaram uma pedra e a colocaram debaixo dele, e ele assentou-se nela. E Arão e Hur apoiaram suas mãos, um de um lado, e o outro, de outro lado; e suas mãos ficaram firmes até que o sol se pôs.
A fraqueza de Moisés mostrou que ele não era a origem da vitória.
(Êxodo 17:14-15) Um memorial
v. 14 E o SENHOR disse a Moisés: Escreve isto por memorial em um livro, e repita-o nos ouvidos de Josué, porquanto eu eliminarei totalmente a memória de Amaleque de debaixo do céu.
v. 15 E Moisés construiu um altar, e chamou seu nome Jeová-Níssi,
O livro podia ser um tipo de diário do qual Moisés escreveria o livro de Êxodo. É evidente que o conhecimento do Senhor por meio de Seus atos deve ser preservado.
O tipo de bandeira, Jeová-Nissi, (O Senhor é a minha bandeira) a que Moisés se referia era comunmente hastiada no alto de uma estaca como um ponto de encontro ou um sinal.
A imagem declara a intenção de Moisés de orientar a sua vida e as suas ações segundo a orientação do Senhor.
(Êxodo 17:16) A sentença divina
v. 16 porque disse: Porque o SENHOR jurou que o SENHOR fará guerra contra Amaleque de geração em geração.
O testemunho de fé de Moisés aqui comunica bem mais do que a princípio parece. A mão levantada de Moisés pode parecer pequena e insignificante, mas ela simboliza tudo o que está implícito pelo trono do Senhor.
A afirmação solene que segue oferecia confiança renovada aos israelitas e uma advertência aos amalequitas e a outros como eles de que o Senhor seria inimigo de predadores que atacassem Israel.
Ela confirmava a promessa feita no Versículo 14 – a retribuição contra Amaleque seria completa e permanente.
Conclusão
As escrituras revelam que, em razão deste episódio, ocorrido em Refidim, aquela geração, inclusive Moisés, não veria a terra prometida (Números 20:2-13).
Vemos que, mais uma vez, o povo murmura e “coloca em questão” a fidelidade de Deus, vez que questionavam se Este estaria mesmo com eles, ao se depararem com a escassez de água.
Neste ponto, inegavelmente, causa certa indignação constatarmos mais uma oportunidade de fé e confiança dar lugar à incredulidade do povo. Aqui, talvez, o leitor até pense: tenha santa paciência!
A narrativa nos leva a compreender que Moisés se mostrou exatamente desta forma, indignado com a reação do povo e, sem paciência, o que o fez agir de maneira contrária a vontade de Deus, no momento em que bate duas vezes na rocha, para que a água saia.
O Senhor adverte que, agindo assim, Moisés demonstrou incredulidade e não o santificou pera os israelitas (Números 20: 12).
Importante lembrar que Moisés representava a liderança de Deus àquele povo e que, o Senhor, estava ensinando os israelitas a crerem Nele.
A liderança de Moisés, naquele momento, não refletia a glória de Deus. Devemos lembrar que, o Senhor, não está sujeito a descontroles emocionais.
Ele não nos ama menos quando cometemos alguma falta. Não há capacidade em nós de O defendermos. Ele é quem nos defende!
Sabemos que, muitas vezes, um líder se vê sobrecarregado e, não raro, indignado com a desobediência e rebeldia alheia. Ocorre que, independentemente dessas circunstâncias, devemos sempre lembrar que, o plano e a obra são Dele.
Devemos lembrar, inclusive, de sua misericórdia para conosco. O Espírito Santo é quem convence as pessoas de suas faltas (João 16:8). Aos líderes, cabe, apenas, seguir a orientação e vontade do Senhor.
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