Números 14 Estudo: A Murmuração

Em Números 14, veremos que o povo murmura diante das notícias negativas transmitidas por alguns dos espias. Calebe e Josué transmitem uma visão mais confiante, no entanto, o povo intenta apedrejá-los.

Deus informa a Moisés que deserdaria o povo e os feriria. Moisés intercede por eles. O Senhor ouve Moisés, no entanto, castiga aqueles que infamaram a terra, declarando que não entrariam na terra prometida e que, por quarenta anos, seus filhos, levariam suas iniquidades e seriam pastores no deserto, sendo que, somente após, entrariam em Canaã.

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Josué e Calebe, também, entrariam. Após, aqueles espias difamadores, caíram mortos. Em seguida, os israelitas quiseram subir o monte, no entanto, Moisés informou que não era esse o mandamento do Senhor, vez que lá estavam os amalequitas e cananeus, mas o povo não obedeceu e foram mortos.

Contexto histórico

Anteriormente, Deus ordena que Moisés mandasse os príncipes, de cada tribo, para espiarem a terra de Canaã.



Então, Moisés assim o faz, a fim de que observassem se era um povo forte, se as terras eram férteis, se haviam matas ou não, bem como deu ordem para que trouxessem do fruto daquelas terras. Assim eles fizeram.

Ao retornarem, passam o relatório de que a terra, realmente, manava leite e mel, contudo, enfatizam que não teriam chances contra aquele povo, vez que eram fortes. Calebe, em sentido contrário, manifesta sua confiança e desejo de prevalecer.

(Números 14:1-2) A reação

v. 1 E toda a congregação ergueu sua voz, e clamou, e o povo chorou naquela noite. 

v. 2 E todos os filhos de Israel murmuraram contra Moisés e contra Arão; e toda a congregação lhes disse: Quisera Deus que tivéssemos morrido na terra do Egito, ou quisera Deus que tivéssemos morrido neste deserto. 

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A rebelião em murmuração contra Deus e Sua dádiva da terra alcançou o clímax quando a congregação de Israel gemeu. Quisera Deus que tivéssemos morrido na terra do Egito.

Em medo e depressão, as pessoas se focam no lado negativo de acontecimentos e circunstâncias em vez de voltar seus corações e mentes a Deus, fonte da esperança e do livramento.

(Números 14:3) A murmuração

v. 3 E por que o SENHOR nos trouxe a esta terra, para cairmos pela espada e para que nossas esposas e nossas crianças sejam uma presa? Não seria melhor voltarmos ao Egito?

 O choro do povo em alta voz se voltou para a potencia perda de suas mulheres e… crianças. Isso aumentou a natureza drástica da reclamação.


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(Números 14:4) A rebelião

v. 4 E eles disseram uns aos outros: Façamos um capitão e voltemos ao Egito.

 A rebelião se transformou na rejeição dos líderes fiéis escolhidos por Deus: Moisés, Arão, Calebe e, mais adiante, Josué.

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(Números 14:5-9) A reação dos obedientes

v. 5 Então Moisés e Arão caíram sobre os seus rostos diante de toda a congregação dos filhos de Israel.

v. 6 E Josué, filho de Num, e Calebe, filho de Jefoné, que eram alguns dos que haviam examinado a terra, rasgaram as suas vestes.

v. 7 E falaram a toda a congregação dos filhos de Israel, e disseram: A terra pela qual passamos para examinar é uma terra muito boa.

v. 8 Se o SENHOR se agradar de nós, então nos levará a esta terra e no-la dará, uma terra que mana leite e mel.

v. 9 Somente não vos rebeleis contra o SENHOR, e não temais o povo da terra, porque eles são pão para nós; a sua defesa se retirou deles, e o SENHOR está conosco; não os temais. 


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 Moisés e Arão caíram sobre os seus rostos em humilde submissão a Deus, na entrada do tabernáculo  onde o povo tinha se reunido.

Ao mesmo tempo, eles estavam se ajoelhando diante dos israelitas rebeldes, fazendo propiciação a Deus em seu favor.

Os espias fiéis, Josué e Calebe, rasgaram as suas vestes como sinal de lamentação e desprezo pelos israelitas desafiadores e seus líderes humilhados.

Rasgar as roupas era um sinal de lamentação pelos mortos, para expressar lamento por uma doença ou praga e para apresentar um lamento profético de juízo contra uma pessoa ou nação.

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(Números 14:10) A intervenção divina

v. 10 Mas toda a congregação disse que os apedrejassem, e a glória do SENHOR apareceu no tabernáculo da congregação, diante de todos os filhos de Israel.

A intervenção dramática de Deus na história de Seu povo serve totalmente para cumprir Sua promessa de abençoá-lo.

Aqui, tal como em Nm 12:5, a obra dinâmica de Deus demonstra como Ele irá intervir na história quando o remanescente de Seu povo estiver em risco.

A teofania da nuvem/coluna de fogo se tornou ainda mais clara para os israelitas quando murmuraram contra Deus Nm 14:11-12.

Os sinais milagrosos que os israelitas experimentaram em seu livramento do Egito e em sua peregrinação no deserto foram todos esquecidos. Deus ameaçou destruir os israelitas e recomeçar com um novo povo provindo de Moisés.

Números 14:13-16 – A intercessão

 Moisés interviu em favor de uma nação rebelde apelando para a reputação de Deus entre as nações los egípcios o ouvirão) e para o poder de Deus de cumprir Suas promessas. A glória de Deus estava em jogo nesta crise.

(Números 14:14) Face a face

v. 14 e o dirão aos moradores desta terra, porque ouviram que tu, SENHOR, estás no meio deste povo, que tu SENHOR, és visto face a face, e que a tua nuvem está sobre eles, e que vais à frente deles, de dia em uma coluna de nuvem, e à noite em uma coluna de fogo. 

 A maioria das traduções tem face a face lit. “olho a olho”), mas nem Israel nem Moisés podiam ver a face de Deus (Ex 33:11).

A expressão denota o método pelo qual a vontade de Deus era transmitida diretamente através das palavras de Moisés.

A “face” de Deus era Sua presença contínua na coluna de nuvem durante o dia e na coluna de fogo à noite.

(Números 14:17-18) A misericórdia de Deus

v. 17 E agora suplico-te, que a força do meu SENHOR se engrandeça, conforme falaste, dizendo: 

v. 18 O SENHOR é longânimo e de grande misericórdia, que perdoa a iniquidade e a transgressão, e, de maneira nenhuma, inocenta o culpado, e visita a iniquidade dos pais sobre os filhos, até a terceira e a quarta geração. 

Longânimo descreve o caráter paciente de Deus. Ele estava disposto a suportar a rebeldia do povo por um longo período de tempo e responder a sua instabilidade com graça e fidelidade.

Mais adiante na história de Israel, os profetas responderam às práticas idólatras dos israelitas, de adotar deuses e deusas cananeus para adorar e praticar injustiça contra seu próprio povo, declarando que a longanimidade do Senhor logo chegaria ao fim.

Seu juízo era iminente e se concretizou nas invasões de Israel e Judá pela Assíria e pela Babilônia no século oitavo e sexto a.C., respectivamente.

De grande misericórdia descreve a bondade de Deus e sua lealdade ao pacto feito aos descendentes de Abraão, Isaque e Jacó.

Contudo, a despeito de Seu amor, Sua justiça e retidão não permitiriam que Ele deixasse o pecado sem punição.

O entendimento de Moisés sobre o equilíbrio entre o amor de Deus e Seu justo juízo vinha de seu relacionamento íntimo com Deus.

A expressão visita a iniquidade dos pais sobre os filhos significa que deter o curso da pecaminosidade dentro da estrutura familiar geralmente leva várias gerações.

Deus não faz os descendentes sofrerem por causa dos pecados de seus pais (Dt 24:16 ver nota em Êx 20:4-6), mas Pune os filhos que continuam cometendo os mesmos pecados de seus pais.

Esta passagem define o cenário para as palavras do Shemá (Dt 6:4-9), que instruía os pais a serem exemplo de adoração de Deus no contexto da família.

(Números 14:19) O pedido de perdão

v. 19 Perdoa, suplico-te, a iniquidade deste povo, segundo a grandeza da tua misericórdia, como também perdoaste a este povo desde a terra do Egito até agora.

 Perdoa é a forma de Moisés pedir a Deus que mostrasse aos israelitas Seu amor misericordioso em vez de Seu justo juízo.

(Números 14:20-23) O juízo de Deus

v. 20 E o SENHOR disse: Conforme a tua palavra, lhe perdoei.
v. 21 Mas, tão certamente como eu vivo, toda a terra se encherá da glória do SENHOR. 

v. 22 Porque todos esses homens que viram a minha glória e os meus milagres, que fiz no Egito e no deserto, e me tentaram estas dez vezes, e não obedeceram à minha voz,

v. 23 certamente não verão a terra que jurei a seus pais, e nenhum dos que me provocaram a verá. 

A reputação de Deus seria preservada através do cumprimento de Seu juízo contra os lideres desobedientes da primeira geração, e Sua misericórdia se estenderia à geração seguinte.

Ao se recusar a entrar na terra prometida, a geração antiga rejeitou uma parte essencial de seu relacionamento do pacto com Deus, estabelecido no pacto de Abraão (Gn 12:1-3).

(Números 14:24) Calebe

v. 24 Mas a meu servo Calebe, porque com ele havia outro espírito, e me seguiu plenamente, a ele levarei à terra em que entrou, e a sua semente a possuirá

Calebe, o espia fiel da tribo de Judá, se uniria a Oseias (Josué), de Efraim, como uma das duas únicas exceções do juízo de Deus contra os 10 espias que deram o relatório da maioria (v. 30).

Desta forma, a passagem relembra o tema do livro de Números – que aqueles que seguiram as instruções de Deus fielmente experimentariam a plenitude da bênção de Deus na terra prometida.

(Números 14:25) A rota dada por Deus

v. 25 (Os amalequitas e os cananeus habitam no vale). Voltai amanhã, e entrai no deserto pelo caminho do mar Vermelho.

O deserto pelo caminho do mar Vermelho era a linha da rota de comércio que ligava Eziom-Geber, no Golfo de Acaba/Elate, a Cades-Barnéia, passando pelo deserto de Zim Pelo Sul de Arabá.

Embora o Mar Vermelho possa ser traduzido por “mar de Juncos”, a terminologia se refere à ramificação leste do mar Vermelho, conhecida como Golfo de Ácaba (1Rs 9:26-28).

(Números 14:28) O Deus que vive

v. 28 Dirás a eles: Tão certamente como eu vivo, diz o SENHOR, como falastes aos meus ouvidos, assim farei a vós.

 Tão certamente como eu vivo é a linguagem de corte, visto que Yahweh, Deus de Israel, tomou juramento em Sua própria honra e anunciou o veredito contra os espias culpados. A punição seria dispensada de forma lenta e metódica. Ver a declaração semelhante no v. 35.

(Números 14:34) O tempo do castigo

v. 34 Segundo o número dos dias em que examinastes esta terra, quarenta dias, cada dia correspondendo a um ano, levareis as vossas iniquidades durante quarenta anos e conhecereis o meu rompimento da promessa. 

Uma forma da justiça do Talião (juízo equivalente ao crime, “olho por olho”) foi anunciada: quarenta dias de observação, que levaram ao relatório negativo, seriam igualados a quarenta anos de peregrinação, com uma sentença de morte real sobre a primeira geração de líderes e milícia israelita.

(Números 14:43) A advertência

v. 43 Porque os amalequitas e os cananeus estão ali diante de vós, e caireis pela espada; porque como vos desviastes do SENHOR, o SENHOR não estará convosco.

Qualquer tentativa de iniciar a conquista da terra sem a bênção de Deus seria fútil. A desobediência deliberada à ordem de Deus de não atacar os cananeus resultaria em uma estrondosa derrota.

(Números 14:45) Horma

v. 45 Então, desceram os amalequitas e os cananeus, que habitavam na montanha, e os feriram, derrotando-os até Horma.

A cidade de Horma tem sido identificada, como tentativa, com Tel Masos, na região do vale de Berseba. Horma também é mencionada nos Textos de Execração do Egito de meados da Idade do Bronze.

5 principais lições que aprendemos no estudo de Números 14

  1. Descrença e Rebelião: Números 14 mostra as consequências da descrença e rebelião do povo de Israel diante das promessas de Deus. Apesar de testemunharem Seus poderosos feitos no Egito e no deserto, a maioria dos espias e o povo recusou-se a confiar em Deus para conquistar a terra prometida.
  2. Consequências da Desobediência: A recusa em confiar em Deus resultou em graves consequências para a geração que saiu do Egito. Deus pronunciou juízo sobre eles, declarando que não entrariam na terra prometida, exceto Josué e Calebe.
  3. Fidelidade e Confiança: Apesar da descrença generalizada, Josué e Calebe mantiveram sua confiança em Deus. Eles demonstraram uma fé inabalável, destacando a importância da fidelidade e confiança em Deus mesmo em tempos de desafio e oposição.
  4. Intercessão: Moisés intercedeu em favor do povo diante da ira de Deus. Sua intercessão destaca a importância da oração e da intervenção pelos outros, mesmo quando enfrentamos as consequências de nossas próprias falhas e pecados.
  5. Lições para a Geração Futura: Deus permitiu que os filhos da geração desobediente entrassem na terra prometida. Isso sugere a paciência e a misericórdia de Deus, mas também serve como uma advertência para as gerações futuras sobre os perigos da desobediência e a importância da confiança e obediência a Deus.

Conclusão

Neste capítulo é retratado o momento em que os israelitas intentam rebelar-se contra o plano do Senhor. Josué e Calebe, que também haviam espiado a terra, declaram palavras de incentivo e encorajamento, mas, em resposta, o povo desejava apedrejá-los. Então, a ira do Senhor se acende contra eles. Moisés, novamente, intercede pelo povo.

O Senhor informa a Moisés que perdoaria os israelitas, porém, tão certo como Ele vivia e, como toda a terra se encheria de Sua glória, aquele povo murmurador, ingrato, não entraria na terra que infamaram e, ainda, seus filhos permaneceriam no deserto, por quarenta anos, até que seus corpos fossem consumidos, para, então, entrarem em Canaã.

Mais uma vez vislumbramos a forma que Deus lida com a incredulidade. Deus informa que haveria perdão, no entanto, os israelitas sofreriam as consequências do mau procedimento que tiveram.

O próprio Moisés, em sua oração, alegou sobre essa característica do Eterno: Aquele que perdoa a transgressão, embora não inocente o culpado (verso 18).

As escrituras ensinam, reiteradamente, que pecado é a transgressão dos mandamentos do Senhor (1 João 3:4) e ele gera morte.

Portanto, como aconselha Paulo, não sejamos escravos do pecado, que gera morte, mas sejamos escravos da obediência, que gera vida (Romanos 6:12-18).

Números 14 estudo.

Sobre o Autor

Olá, me chamo Lázaro Correia, sou Cristão, formado em Teologia e apaixonado pela Bíblia. Aqui no Blog você vai encontrar diversos estudos Bíblicos e muito conteúdo sobre vida Cristã.

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