Levítico 9 Estudo: A Cerimônia Pública
Neste capítulo de Levítico 9 estudo, veremos que Moisés chama Arão e os anciãos para sacrificarem ao Senhor, no oitavo dia. Então, tomam um carneiro, para holocausto e um bezerro, ambos sem defeito.
É ordenado, também, aos filhos de Israel que trouxessem um bode, como oferta pelo pecado, um bezerro e um cordeiro, de um ano e sem defeito, para holocausto, bem como um boi e um carneiro, como oferta pacífica, além de ofertas de manjares, vez que o Senhor lhes apareceria.
Então Moisés manda que Arão fizesse sua oferta pelo pecado, seu holocausto e, também, a oferta do povo e a expiação e fez conforme determinado.
Após feito todos os sacrifícios, Arão levantou a mão ao povo e os abençoou e, juntamente com Moisés, entraram na tenda da congregação.
Então Deus mandou fogo, de Sua presença, o qual consumiu o holocausto e a gordura e o povo O adorou.
Levítico 9 estudo: Contexto histórico
No capítulo anterior, vimos a consagração de Arão e seus filho, por Moisés, conforme orientações passadas por Deus, no capítulo 29, de Êxodo. Neste momento, toda congregação se reuniu na porta do templo.
Então, ali, Moisés lavou e ungiu os sacerdotes, bem como o templo e tudo que nele havia. Após, sacrificaram ao Senhor, conforme orientado. Os sacerdotes fizeram tudo como Deus ordenara.
Levítico 9:1-24 – O fogo
Em Levítico, os v. 6 e 23 são os únicos que incluem a palavra “glória”. O propósito do ato de adoração inaugural era reconhecer a presença do Senhor no meio de Seu povo, simbolizada pela glória do fogo que veio da parte do Senhor no tabernáculo da congregação.
Esta exibição deu a certeza de Seu favor à congregação. Os cristãos podem ter confiança na aceitação de sua adoração através da segurança do sangue purificador de Cristo, que realizava expiação completa.
O chamado à adoração (v. 1-6) foi seguido do ritual de purificação dos sacerdotes (v. 7-14) e do povo (v. 15-21). A conclusão foi o ato de adoração (v. 22-24).
(Levítico 9:1) O oitavo dia
v. 1 E aconteceu, no oitavo dia, que Moisés chamou Arão, e seus filhos, e os anciãos de Israel,
No oitavo dia após os sete dias de ordenação (Lv 8:33), o chamado divino à adoração inaugurou uma nova criação. Todos os eventos deste primeiro serviço público ocorreram neste único dia.
A adoração começa com a iniciação do Senhor, que dirige o protocolo apropriado para que houvesse adoração aceitável.
Os anciãos representavam a congregação, embora toda a congregação tivesse se aproximado do tabernáculo da congregação (v. 5).
(Levítico 9:2) As ofertas sacerdotais
v. 2 e ele disse a Arão: toma um novilho por oferta pelo pecado, e um carneiro por oferta queimada, sem defeito, e oferece-os perante o SENHOR.
Arão e seus filhos tinham que apresentar uma oferta pelo pecado (Lv 4:1-5) e uma oferta queimada (Lv 1:3-17), mesmo depois de terem passado por sete dias de consagração.
Isso demonstrava sua constante necessidade de expiação depois que passaram a oficiar como mediadores.
(Levítico 9:3-5) A preparação para a manifestação
v. 3 E aos filhos de Israel falará, dizendo: tomai um cabrito de entre as cabras por uma oferta pelo pecado, e um novilho e um cordeiro, ambos de um ano, sem defeito, por oferta queimada;
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v. 4 também um novilho e um carneiro, por ofertas de paz, para sacrificar perante o SENHOR, e uma oferta de alimentos, misturado com óleo; porque hoje o SENHOR vos aparecerá.
v. 5 E eles trouxeram o que ordenara Moisés, diante do tabernáculo da congregação, e chegou-se toda a congregação, e ficou de pé perante o SENHOR.
O fato de Arão dar diretrizes à congregação o elevou aos olhos deles. Foram requeridas quatro das ofertas descritas nos capítulos 1-7; a exceção, a oferta pela transgressão, envolvia restituição e era uma cerimônia privada e individual.
O propósito das instruções era preparar para a aparição da “glória do SENHOR” (v. 6). A palavra “aparecer” (Heb. ra’ah) ocorre três vezes (v. 4,6,23); a “aparição” era uma manifestação visível da presença do Senhor.
Esta teoria, uma manifestação visível do Deus invisível, envolveu um clarão e fogo (Ex 3:2). A presença flamejante do Senhor lembrava a aparição de Deus a Moisés no Sinai (Ex 19:18), tornando a tenda portátil um novo “Sinai”.
Os cristãos veem a encarnação de Jesus como a presença do Senhor (Jo 1:14). Através de Sua expiação, eles recebem a glória do Senhor pela fé (Jo 17:22-24).
(Levítico 9:6) A glória do Senhor
v. 6 E disse Moisés: esta é a coisa que o SENHOR ordenou que fizésseis; e a glória do SENHOR vos aparecerá.
A maior revelação do Senhor foi a encarnação de Jesus Cristo em forma humana, cuja morte e ressurreição demonstraram a glória do SENHOR (Rm 6:4). Os cristãos participam da glória do Senhor (2Co 4:17).
(Levítico 9:7) Rituais de purificação e dedicação
v. 7 E disse Moisés a Arão: Vai até o altar, e oferece a tua oferta pelo pecado e a tua oferta queimada; e faze expiação por ti mesmo, e pelo povo; e oferece a oferta do povo, e faze expiação por eles, como ordenou o SENHOR.
Após juntar os elementos da adoração, os sacerdotes receberam, primeiramente, os rituais de purificação e dedicação.
(Levítico 9:8-11) A prática do sacerdócio
v. 8 Por isso Arão foi ao altar e matou o novilho da oferta pelo pecado, que era para si mesmo.
v. 9 E os filhos de Arão trouxeram-lhe o sangue; e ele molhou o dedo no sangue, e o pôs sobre os chifres do altar; e derramou o sangue na base do altar;
v. 10 mas a gordura, e os rins, e o redanho sobre o fígado da oferta pelo pecado ele queimou sobre o altar, como SENHOR ordenou a Moisés.
v. 11 E a carne e o couro ele queimou com fogo fora do acampamento.
Ao ir para fora do acampamento, foi a primeira vez que Arão deixou o santuário desde o início de sua ordenação de sete dias.
A queima do animal sacrificado demonstrava que o sacerdote em ofício não podia se beneficiar de ofertas feitas por seus próprios pecados (Lv 8:17).
Outra variação em relação à oferta pelo pecado comum era que o sangue não era levado para dentro da tenda.
(Levítico 9:12-14) O procedimento com a oferta
v. 12 E ele matou a oferta queimada, e os filhos de Arão lhe apresentaram o sangue, que ele espargiu sobre o altar ao redor.
v. 13 E eles lhe apresentaram a oferta queimada, com seus pedaços, e a cabeça; e ele queimou-os sobre o altar.
v. 14 E ele lavou a entranha e as pernas, e as queimou sobre a oferta queimada no altar.
Não é mencionado o couro do bezerro (Lv 7:8); aparentemente ele foi queimado (Lv 8:17).
(Levítico 9:15-16) A oferta do povo
v. 15 E ele trouxe a oferta do povo, e tomou o bode, que era a oferta do pecado pelo povo, e o matou, e o ofereceu pelo pecado, como o primeiro.
v. 16 E ele trouxe a oferta queimada, e a ofereceu de acordo com o costume.
Ao se oferecer um bode, conforme o costume em relação à oferta pelo pecado de líderes, o animal representava as autoridades e, de modo representativo, toda a comunidade (Lv 4:22-23).
(Levítico 9:17-21) Quanto a representatividade
v. 17 E trouxe a oferta de alimentos, e dela tomou um punhado, e a queimou sobre o altar, ao lado do sacrifício queimado da manhã.
v. 18 Ele também matou o novilho e o carneiro por sacrifício das ofertas de paz, que era pelo povo; e os filhos de Arão apresentaram-lhe o sangue, que ele espargiu sobre o altar, e ao redor.
v. 19 E a gordura do novilho e do carneiro, e a cauda, e o que cobre a entranha, e os rins, e o redanho sobre o fígado.
v. 20 E eles colocaram a gordura sobre os peitos, e ele queimou a gordura sobre o altar;
v. 21 e os peitos e a espádua direita Arão moveu por oferta movida perante o SENHOR, como Moisés ordenou.
Os sacerdotes continuavam representando toda a comunidade ao realizar as ofertas de alimento e paz, tipicamente oferecidas pelos israelitas individualmente. Para os procedimentos das duas ofertas, ver capítulos 2-3.
(Levítico 9:22) A bênção sacerdotal
v. 22 E Arão levantou as suas mãos em direção ao povo e os abençoou; e desceu depois de ter oferecido a oferta pelo pecado, e a oferta queimada, e a oferta de paz.
Quando Arão levantou as suas mãos, isso mostrou que ele invocou o Senhor (1Rs 8:22). Orar pela bênção era o dever da ordem sacerdotal (Dt 10:8). Sobre a bênção sacerdotal tradicional, ver Nm 6:24-26 e respectivas notas.
(Levítico 9:23) Moisés e Arão adentram o tabernáculo
v. 23 E Moisés e Arão entraram no tabernáculo da congregação; e saíram, e abençoaram o povo; e a glória do SENHOR apareceu a todo o povo.
A entrada de Moisés e Arão no tabernáculo confirmou a legitimidade do recém-ordenado Arão, que a partir de então entraria no Santo lugar todos os dias (Ex 29:42-44).
Moisés entrou na nuvem quando Deus desceu sobre o monte Sinai (Lc 9:34). Sua entrada agora sinalizou a presença do Senhor prestes a acontecer.
Os cristãos recebem e declaram o relacionamento com Deus por meio de Cristo que está prestes a se concretizar (2Co 5:18-20).
(Levítico 9:24) O fogo da presença do Senhor
v. 24 E saiu um fogo de diante do SENHOR, e consumiu sobre o altar a oferta queimada e a gordura; vendo isso, todo o povo gritou, e caiu sobre as suas faces.
Provavelmente a rajada de fogo saiu da tenda, do Lugar Santíssimo, e incinerou os restos das ofertas que queimavam lentamente.
O Deus que Se revelou no Sinai era agora o Deus da Tenda, que habitava no meio deles (Ex 24:17). As palavras hebraicas correspondentes a vendo (wayyar’) e gritou (wayyaronnu) podem ser um trocadilho com “apareceu” (wayyera”; v. 23).
A resposta do povo mostrou sua alegria e humildade (2Cr 7:1-3). “Gritou” (Heb. ranan) significa dar um grito estridente bem alto (Jr 31:7) e caiu sobre as suas faces (Heb. naphol) também descreve reações após as demonstrações flamejantes do Senhor (Jz 13:20).
Conclusão
Neste capítulo vemos mais um cumprimento das determinações de Deus. Moisés manda que Arão fizesse tudo conforme ordenado, oportunidade em que, agora, toda a congregação experimentaria a retomada do relacionamento com o Eterno.
Vimos, anteriormente, que este era o maior propósito de Deus: restabelecer a comunhão com os Seus.
Quando do episódio do bezerro de ouro, observamos que, uma das consequências daquele grave pecado, seria não mais experimentarem a presença de Deus, ao passo que Ele manteria a promessa de levá-los a Canaã (Êxodo 33:2-3), expondo, assim, que esta não era a questão.
Então, após intercessão de Moisés e, punição dos idólatras, Deus refaz o pacto com Israel (Êxodo 34).
Aqui, vale recordar o ponto onde tudo começou. Quando o homem peca, no Éden, ele acaba sendo expulso e perde a comunhão com seu Criador (Romanos 3:23).
Sem a presença de Deus, torna-se impossível, ao ser humano, ser instruído e fortalecido contra sua inclinação ao mal, pois o pecado gerou inimizade entre criatura e Criador (Colossenses 1:21).
Então, neste momento, vemos o reestabelecimento solene desta comunhão. Seus servos se achegaram com a lenha e o sacrifício e Ele proveu o fogo, consumindo o holocausto e a gordura do altar, manifestando Sua presença.
Essa é a maior característica do relacionamento com um Deus vivo e verdadeiro. Ao passo que nos achegamos, com fé, alinhados a Sua vontade, Ele interage, nos purificando com Seu fogo, nos santificando, a fim de nos reaproximar.
Ele não deseja nos governar, de longe, Ele deseja relacionamento. Paulo menciona que Deus nos escolheu, antes da fundação do mundo, nEle, para sermos santos (Efésios 1:3-4).
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