Juízes 13 Estudo: História de Sansão
Neste capítulo de Juízes 13 estudo, veremos que é narrada a história de sansão. Vemos que, inicialmente, o Anjo do Senhor aparece a mulher de Manoá, o qual pertencia a linhagem de Dã e a informou que ela haveria dar a luz a filho.
Ele seria nazireu, consagrado ao Senhor, portanto, ela deveria ter o cuidado de não beber vinho, ou qualquer bebida forte, tampouco comer coisa imunda. Na cabeça dele não poderia ser passada navalha. Ele livraria Israel dos filisteus.
A mulher informou ao marido o que havia ocorrido. Manoá, então, rogou que o Senhor mandasse o Seu Anjo, novamente, a fim de lhes instruir sobre como proceder com o menino e este lhe apareceu, de novo e os orientou.
Manoá e sua esposa, então, ofereceram um holocausto e ofertas de manjares e apresentou ao Senhor, de forma que o Anjo ficou maravilhado e, subindo a chama da oferta ao céu, o Anjo subiu nela.
A mulher deu à luz a Sansão, o qual cresceu e foi abençoado. O capítulo se encerra aduzindo que o Espírito do Senhor o incitava.
Juízes 13 estudo: Contexto histórico
O capítulo anterior narrou uma nova contestação dos efraimitas em razão de não terem sido convocados a pelejarem com Jefté. Por esta razão, Jefté os feriu.
Quando algum homem passava pelos vaus do Jordão, deveriam pronunciar a palavra chibolete, sendo que, se a pronunciassem com som de “s”, ou seja, sibolete, eram mortos, pois assim se identificava um efraimita. Jefté julgou Gileade por seis anos e morreu. Após, julgaram os israelitas Ibsã, Elom e Abdom.
(Juízes 13:1) Sansão
v. 1 E os filhos de Israel fizeram o mal diante dos olhos do SENHOR; e o SENHOR os entregou na mão dos filisteus por quarenta anos.
A história do último juiz, Sansão, é introduzida com o padrão já conhecido de fazer o mal e ser entregue a um inimigo por um certo período.
Com suas bases na planície costeira, os filisteus estavam constantemente tentando expandir seu território até o sopé das colinas de Israel.
Eles já eram problema para Israel em Jz 3:31 e continuaram sendo a principal ameaça para os israelitas na época de Samuel e Saul.
Nesta ocasião, não há menção de que o povo clamou por livramento, mas mesmo assim o Senhor iria enviar um libertador-algo do tipo.
(Juízes 13:2-5) Manoá
v. 2 E havia um certo homem de Zorá, da família dos danitas, cujo nome era Manoá; e a sua esposa era estéril, e não dava à luz.
v. 3 E o anjo do SENHOR apareceu para a mulher, e lhe disse: Eis que agora tu és estéril, e não dás à luz; mas conceberás e darás à luz um filho.
v. 4 Agora, portanto, guarda-te, rogo-te, e não bebas vinho, nem bebida forte, e não comas nenhuma coisa impura;
v. 5 pois, eis que conceberás, e darás à luz um filho; e nenhuma navalha passará sobre a sua cabeça; porquanto a criança será um nazireu para Deus desde o ventre; e ele começará a libertar Israel das mãos dos filisteus.
A abertura da história de Sansão, certo homem, é idêntica à de Samuel, levando a uma comparação: ambos eram filhos de mulheres anteriormente estéreis. O nome do pai de Sansão, Manoá, significa “descanso,” exatamente o que estava faltando em Israel.
A descrição de sua esposa como sendo estéril e sem filhos lembra a descrição de Sara em Gn 11:30 e cria expectativas de uma criança de grande importância para os planos de Deus.
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A tragédia pessoal do casal era reflexo do estado lastimável da nação como um todo. O nazireu fazia votos de se abster de vinho e outras bebidas alcoólicas, de permanecer afastado de cadáveres e outras fontes de contaminação e impureza, e de não cortar seu cabelo (Nm 6).
Como a restrição alimentar não comia nenhuma coisa impura deveria ser observada por todos os israelitas naquela época, isso sugere que os padrões gerais de santidade estavam em baixa naquele período.
O bebê que ela teria seria chamado para começar a libertar Israel das mãos dos filisteus, embora outros fossem concluir esta missão.
O plano do Senhor para Sansão era paralelo a Seu plano para Israel. Israel deveria ser um povo santo, porque seu Senhor é santo (Lv 11:45).
A história subsequente e a infidelidade dos israelitas a seu chamado equivale à carreira de Sansão, que desobedeceu todos os votos feitos em seu favor.
Desde o ventre materno, Sansão era um retrato de Israel: escolhido para a santidade, porém corrompido por seus pecados.
(Juízes 13:8) A oração de Manoá
v. 8 Então Manoá suplicou ao SENHOR, e disse: Ó Senhor meu! Permita que o homem de Deus que enviaste venha novamente a nós, e nos ensine o que devemos fazer à criança que haverá de nascer.
O marido da mulher, Manoá, orou para que a figura angelical voltasse a visitá-los, supostamente para que recebessem mais instruções sobre como criar o menino.
Na verdade, Manoá não precisava saber mais nada. É possível que ele estivesse com inveja do fato do Anjo ter aparecido a sua esposa e não a ele.
(Juízes 13:9-14) O Anjo aparece novamente
v. 9 E Deus atentou para a voz de Manoá; e o anjo de Deus veio novamente à mulher enquanto ela estava sentada no campo; mas Manoá, seu marido, não estava com ela.
v. 10 E a mulher se apressou, e correu, e mostrou ao seu marido, e lhe disse: Eis que o homem que veio até a mim no outro dia me apareceu.
v. 11 E Manoá se levantou, e foi após a sua esposa, e veio até o homem, e lhe disse: És tu o homem que falou com a mulher? E ele disse: Sou eu.
v. 12 E Manoá disse: Ora, que as tuas palavras se cumpram. Como devemos encaminhar a criança, e como devemos proceder para com ela?
v. 13 E o anjo do SENHOR disse a Manoá: De tudo o que eu disse à mulher, que ela se guarde.
v. 14 Ela não deve comer de qualquer coisa que venha da videira, nem a deixe beber vinho ou bebida forte, tampouco comer qualquer coisa impura; tudo o que eu lha ordenei, que ela observe.
Por Sua graça, Deus atendeu ao pedido de Manoá, embora seja importante dizer que, quando o Anjo apareceu novamente, a princípio foi apenas para a mulher.
Sabendo da aparição, Manoá tentou perguntar ao Anjo quem ele era e o que o menino deveria fazer. O Anjo apenas repetiu as instruções que já tinha dado à esposa de Manoá. Não se pedirá nada de Manoá, apenas de sua esposa.
(Juízes 13:15-18) Maravilhoso
v. 15 E Manoá disse ao anjo do SENHOR: Rogo-te, permite que te detenhamos, até que tenhamos preparado um cabrito para ti.
v. 16 E o anjo do SENHOR disse a Manoá: Mesmo que me detenhas, não comerei do teu pão; e se quiseres oferecer uma oferta queimada, deves oferecê-la ao SENHOR. Porque Manoá não sabia que ele era um anjo do SENHOR.
v. 17 E Manoá disse ao anjo do SENHOR: Qual é o teu nome, para que, quando os teus dizeres vierem a se cumprir, possamos te prestar honra?
v. 18 E o anjo do SENHOR lhe disse: Por que perguntas o meu nome, vendo que é secreto?
O convite de Manoá para uma refeição pode ter sido um ato de hospitalidade, mas o efeito de suas ações inconscientemente ficou claro em suas palavras, gostaríamos que ficassem conosco, o que significa, literalmente, permitir que te detenhamos.
O Anjo, delicadamente, não aceitou a oferta de Manoá. Em vez disso, ele o convidou a oferecê-la como oferta queimada ao Senhor. Manoá perguntou o nome do Anjo.
Parece que ele ainda não tinha conseguido juntar as pistas e reconhecer o Anjo do Senhor. O Anjo se recusou a responder sua pergunta, afirmando que seu nome era secreto-“maravilhoso” ou “além do entendimento”.
No antigo testamento, a palavra hebraica traduzida como “maravilhoso” quase que invariavelmente é usada para descrever Deus, e não experiências humanas.
Se a formação de cada criança no ventre materno é “maravilhosa” (Sl 139:14), uma obra de Deus, quanto mais uma mulher estéril conceber!
(Juízes 13:19-21) O holocausto e a oferta
v. 19 Assim, Manoá tomou um cabrito com uma oferta de alimento, e a ofereceu sobre uma rocha ao SENHOR; e o anjo agiu maravilhosamente; e Manoá e a sua esposa o observaram.
v. 20 Pois, sucedeu que, quando a chama subiu do altar em direção ao céu, o anjo do SENHOR ascendeu do altar na chama; e Manoá e a sua esposa olharam e caíram sobre a sua face em terra.
v. 21 Mas o anjo do SENHOR não apareceu mais a Manoá e sua esposa. Então Manoá soube que era um anjo do SENHOR.
Manoá ainda não conseguia entender o óbvio. Só quando o mensageiro celestial ascendeu nas chamas que subiam do altar foi que Manoá finalmente entendeu quem era esse mensageiro.
(Juízes 13:22-23) A sabedoria da esposa de Manoá
v. 22 E Manoá disse à sua esposa: Certamente morreremos, porque vimos Deus.
v. 23 Porém, sua esposa lhe disse: Se agradasse ao SENHOR nos matar, ele não teria recebido uma oferta queimada e uma oferta de alimento das nossas mãos, nem teria nos mostrado todas estas coisas, tampouco nos teria dito, neste dia, coisas como estas.
A esposa de Manoá entendeu Deus melhor do que seu marido. Assim que reconheceu o Anjo do Senhor. Manoá pensou que ele e sua esposa iriam morrer.
De fato, essa era a penalidade padrão por ver a Deus (Êx 33:20). No entanto, como a esposa de Manoá observou, obviamente Deus tinha outras intenções.
(Juízes 13:24-25) A ação do Espírito em Sansão
v. 24 E a mulher deu à luz um filho, e lhe deu o nome Sansão; e a criança cresceu, e o SENHOR o abençoou.
v. 25 E o Espírito do SENHOR começou a movê-lo, por vezes, no campo de Dã, entre Zorá e Estaol.
Desta maneira, Sansão nasceu como resultado da intervenção milagrosa de Deus. Conforme cresceu, o Espírito do Senhor Começou a movê-lo.
Estes elementos criam a expectativa de que ele seria usado poderosamente por Deus para libertar Seu povo-expectativas essas que se concretizaram em parte, mas não muito, no que aconteceu a seguir.
Conclusão
Neste momento, vemos uma intervenção sobrenatural para livrar Israel. O Anjo do Senhor aparece a uma mulher estéril e lhe informa que ela geraria um filho que deveria ser consagrado a Deus, sendo que ele deveria seguir o voto de nazireu.
Sansão, assim como o povo de Israel, havia sido escolhido para ser santo e, então, cumprir seu propósito de livrar os israelitas.
No entanto, veremos que, seu fracasso, decorrente da contaminação com as práticas pagãs, o fez amargar duras penas e fez com que Israel sucumbisse à opressão dos filisteus por um longo período.
Mesmo assim, ainda, vemos que Sansão fora elencado na galeria dos heróis da fé (Hebreus 11:32).
Sem dúvidas, concordamos que não deva existir maior alegria que a de experimentar a escolha divina para um propósito divino. Muitos, se não todos, desejam algo que tornem suas histórias especiais.
Desejamos nos destacar, desejamos ser lembrados por algo extraordinário. Contudo, a história de Sansão nos ensina que, mesmo alguém marcado especialmente para algo, não está isento de fracassos.
Na realidade, temos que, nestes casos, o fracasso parece ser agravado justamente pelo favorecimento que não fora valorizado. As mais lindas histórias bíblicas relatam os êxitos dos mais improváveis personagens.
Vemos pessoas simples, humildes, como mulheres, jovens, pastores de ovelhas, pessoas comuns, sem qualquer favorecimento familiar, físico, estético ou contextual, sendo úteis para grandes propósitos, pelo fato do que desenvolveram em seu interior.
As escrituras ensinam que o poder do Senhor é aperfeiçoado nas fraquezas (2 Coríntios 12:9), por isso, independentemente da história que tenhamos, se ela nos favorece ou não, o que nos torna especiais é nossa disposição, em todo tempo, em obedecer e cumprir a vontade de Deus, seja ela qual for.
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