Números 6 Estudo: O Voto de Nazireu

Neste capítulo de Números 6 estudo, veremos que o Senhor dá instruções acerca do voto de nazireado, sendo que, aquele que fizesse este voto, especial, seja homem ou mulher, deveria se abster de vinho ou qualquer outra bebida forte.

Deveria se abster de uva fresca ou seca e de tudo que se fizesse dela. Também, não poderia cortar os cabelos, nem se aproximar de cadáver. Caso alguém morresse, subitamente, e lhe contaminasse, ele(a) deveria rapar a cabeça, na sua purificação e, ainda, ofereceria sacrifícios.

Em seguida, é especificado que, cumpridos os dias dos votos de nazireu, a pessoa deveria ir apresentar-se ao sacerdote, sacrificar e, à porta do santuário, raparia sua cabeça. Seus cabelos seriam queimados. Cumprido todo o ritual, então, o(a) nazireu poderia beber vinho.

Números 6 estudo: Contexto histórico

Anteriormente, vimos o Senhor dando determinações expressas quanto a retirada daquelas pessoas que fossem consideradas imundas, para fora do arraial.

Após, Ele, ainda, reforça as orientações acerca da restituição para as transgressões que fizessem jus a este procedimento.

Por fim, vemos o Senhor dando orientações para os casos em que o marido suspeitasse da fidelidade da esposa, sendo que, através de um ritual, seria confirmada a culpa ou inocência daquela mulher.



Consistia, basicamente, em levar a esposa ao sacerdote, o qual a colocaria diante do Senhor. Ali, esta seguraria uma oferta de manjares, ao passo que o sacerdote colocaria água santa, num vaso de barro, com o pó do chão, do templo e a mulher beberia.

Caso fosse culpada, esta água, amarga, lhe seria por maldição, fazendo com que, seu ventre, inchasse e, suas coxas, decaíssem.

Se fosse inocente, estaria livre da maldição daquela água e conceberia, porém, mesmo neste caso, ela levaria a iniquidade.

(Números 6:1) Um nível adicional

v. 1 E falou o SENHOR a Moisés, dizendo

 Depois de dois capítulos de instruções levíticas e sacerdotais (cap. 3-4) e uma série de lei sobre a pureza da comunidade no cap. 5, a lei do voto de nazireu define um nível adicional de serviço para o povo comum na comunidade da fé.

(Números 6:2) O voto de nazireu

v. 2 Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando um homem ou uma mulher tiver se separado, fazendo um voto de nazireu, para se separar ao SENHOR, 


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 Diferentemente do serviço de sacerdotes e levitas, que era limitado a homens de certa idade e certa hereditariedade, o voto de nazireu era um serviço de dedicação especial ao Senhor aberto a mulheres.

Apesar de somente os sacerdotes faraônicos terem permissão de liderar o ritual cúltico no tabernáculo, qualquer pessoa poderia dedicar sua vida ao serviço do Senhor por um certo período de tempo.

Sansão foi dedicado como nazireu com o propósito de libertar Israel da opressão dos filisteus (Jz 13:2-4). A mãe de Sansão e a mãe de Samuel tomaram votos de nazireu no tempo em que eram estéreis.

(Números 6:3-4) Quanto às abstenções

v. 3 deverá se separar do vinho e da bebida forte, e não beberá vinagre de vinho, nem vinagre de bebida forte, nem bebida alguma feita de uvas, nem comerá uvas, sejam frescas ou secas. 

v. 4 Em todos os dias de sua separação, não comerá nada que se faz da vinha, desde as sementes até as cascas. 

O voto de nazireu envolvia abstenção total da videira e de todos os seus produtos. Isso era mais rigoroso que a restrição dos sacerdotes de beber vinho durante a hora de serviço ritual.


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A videira denotava um estilo de vida sedentário que com frequência perdia a perspectiva de devoção total ao Senhor. Observe o exemplo dos recabitas em Jeremias 35 (ver notas em Jr 35:2).

Bebida forte indica um termo hebraico literalmente traduzido, derivado do verbo shakar, “embriagar-se”. O processo de destilação, que gerava um teor alcoólico maior do que se podia obter por simples fermentação, não foi descoberto até o nono século d.C.

Desta forma, os antigos eram incapazes de produzir bebidas tão potentes quanto as “bebidas fortes” disponíveis a partir do período medieval.

Por esta razão, alguns tradutores justificam que “bebida fermentada é a tradução mais precisa, por ter menor teor alcoólico que a “bebida forte” obtida por destilação.

(Números 6:5-6) A restrição quanto ao corte de cabelo

v. 5 Em todos os dias do voto de sua separação, sobre a sua cabeça não passará navalha; até que se cumpram os dias nos quais se separou para o SENHOR. E ele será santo, e deixará crescer os cabelos da sua cabeça.

v. 6 Todos os dias em que se separar para o SENHOR, não se aproximará do corpo de um morto. 

Os cabelos não cortados seria um símbolo exterior da dedicação do nazireu para outras pessoas. Abster-se da aproximação do corpo de um morto e de participar de rituais fúnebres seria uma recordação para a família do nazireu de que ele fora totalmente consagrado ao Senhor.

(Números 6:9-12) Quanto à contaminação

v. 9 Se repentinamente, alguém morrer ao seu lado, e com isso contaminar a cabeça de sua consagração, então ele raspará a sua cabeça no dia da sua purificação; no sétimo dia, ele a raspará. 

v. 10 E no oitavo dia, trará duas rolas ou dois pombinhos, ao sacerdote, à porta do tabernáculo da congregação;

v. 11 e o sacerdote oferecerá um para oferta pelo pecado, e o outro para a oferta queimada; e fará expiação por aquele que pecou junto ao morto, e nesse mesmo dia santificará a sua cabeça. 

v. 12 E ele consagrará ao SENHOR os dias da sua separação, e trará um cordeiro de um ano, como oferta pela transgressão; mas os dias anteriores estarão perdidos, porque a sua separação foi contaminada. 

 Estar próximo de um cadáver, uma das principais contaminações mencionadas em Nm 5:2, poderia acontecer acidentalmente se o nazireu estivesse dormindo em sua tenda e um parente idoso morresse.

Se as restrições da vinha e da navalha fossem deliberadamente quebradas, o voto terminava automaticamente. Ver cap. 19 para legislação detalhada sobre a purificação da contaminação por um cadáver.

Números 6:13-20 – A conclusão do voto

A cerimônia de conclusão do voto de nazireu envolvia todas estas ofertas sacrificiais: (1) uma oferta queimada (Heb. ‘olah) para consagração, (2) uma oferta pelo pecado (Heb. chotto oth) para purificação e (3) uma oferta pacífica (Heb. shelomim) para celebração.

A bênção sacerdotal conclui a primeira seção do livro de Números.

(Números 6:23) A bênção

v. 23 Fala a Arão e a seus filhos, e dize-lhes: Desta maneira, abençoareis os filhos de Israel, dizendo-lhes

 Abençoar era invocar o poder de Deus em favor de Seu povo (abençoareis os filhos de Israel). Esta bênção traria benefícios como descendência numerosa, terra frutífera, boa saúde, vida longa, livramento de perigos e opressão, proteção de inimigos e a presença de Deus morando entre eles.

Tendo recebido a bênção de Deus, Israel deveria abençoar as nações (Gn 12:3) como Seu instrumento, sendo luz para todo o mundo e mostrando às nações o único Deus verdadeiro.

(Números 6:24) Proteção divina

v. 24 O SENHOR te abençoe e te guarde.

A proteção de Deus sobre Israel foi demonstrada na libertação do Egito. A oração pede que esta proteção continue.

(Números 6:25) A graça de Deus

v. 25 O SENHOR faça resplandecer o seu rosto sobre ti, e tenha misericórdia de ti.

O rosto refletia o caráter justo de Deus. Tenha misericórdia de ti evocava o favor de Deus sem medida. A graça de Deus seria demonstrada quando Ele trouxesse a segunda geração à terra prometida, após a rejeição deste privilégio pela geração libertada do Egito.

(Números 6:26) A beneficência de Deus

v. 26 O ­SENHOR levante o seu rosto sobre ti, e te dê a paz.

Levante o seu rosto sobre ti, e te dê a paz expressa a graça e a beneficência de Deus. Favor é estar totalmente atento às necessidades e desejos de uma pessoa.

O sorriso de Deus à vista da comunidade da fé traria paz assim como Sua misericórdia do pacto veio a ser desfrutada na vida da comunidade.

(Números 6:27) O nome de Deus

v. 27 E colocarão o meu nome sobre os filhos de Israel, e eu os abençoarei.

 O nome de Deus reflete a totalidade de Seu caráter. Quando Jesus falou sobre vir em nome do Pai (Jo 5:43), Ele estava invocando a plenitude do caráter de Deus sobre Seu ministério público.

Conclusão

O voto de nazireado não era obrigatório, contudo, após realizado, deveria ser cumprido, nos termos estabelecidos. O termo narizeu, significa, no original, separado.

Vemos que se tratava de um voto especial de um homem ou uma mulher a Deus. Este período poderia ser limitado ou por toda vida.

As escrituras relatarão, adiante, a história de Sansão, o qual, fora escolhido por Deus para exercer este chamado.

Sua mãe era estéril, então, o Anjo do Senhor a visita e lhe prediz o nascimento do menino, sendo que, este, livraria Israel dos filisteus. Ele deveria ser narizeu até o fim da vida (Juízes 13:3-5).

Também, podemos mencionar o profeta Samuel. Ana, sua mãe, era estéril, ao passo que Penina, a outra esposa de seu marido, tinha filhos e a afrontava.

Então, ela clama a Deus e lhe faz um voto, segundo o qual, se o Senhor a permitisse conceber um filho, varão, ela o entregaria a Ele e nenhuma navalha seria passada em sua cabeça (1 Samuel 1:11).

Tendo o Senhor a ouvido, nasce o profeta, o qual abençoaria grandemente a nação de Israel, com sua dedicação e fidelidade.

Este voto, atualmente, nos moldes inicialmente estabelecidos, não seria mais possível, vez que as leis cerimoniais foram abolidas, com a nova aliança.

Contudo, vemos que o salmista nos incentiva a fazermos votos ao Senhor e, de igual forma, cumpri-los (Salmo 76:11).

Votos demonstram uma adoração especial, um aprofundar-se no relacionamento com o Eterno, no entanto, exigem muito zelo e responsabilidade, não devendo ser feitos de maneira tola, para não serem cumpridos, uma vez que isso desagrada ao Senhor (Eclesiastes 5:4-5).

Deus é incisivo ao declarar que prefere obediência a sacrifícios (1 Samuel 15:22).

Números 6 estudo.

Sobre o Autor

Lázaro é um dedicado estudioso da Bíblia, com 64 anos de vida e uma paixão inabalável pela Palavra de Deus. Formado em Teologia pela Universidade Messiânica e com uma sólida carreira como advogado, ele utiliza seu vasto conhecimento para compartilhar ensinamentos bíblicos de forma acessível e profunda. Pai de três filhos, Lázaro escolheu a internet como sua principal plataforma para disseminar seus estudos e reflexões, dedicando-se a compartilhar estudos bíblicos, mesmo sem estar vinculado a uma congregação específica.

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