Levítico 6 Estudo: Dia da Oferta pela Culpa

Neste capítulo de Levítico 6 estudo, veremos que é tratado, ainda, quanto aos pecados voluntários, sendo que, quando a pessoa não quisesse devolver o que, como depositário, guardou ou, penhorou, bem como se houvesse roubado, extorquido, não devolvido algo, jurando falsamente e, ainda, qualquer outro pecado semelhante, que os homens costumavam fazer, deveriam restituir o que era do outro, acrescido da quinta parte, no dia da oferta pela culpa.

A oferta seria um carneiro, sem defeito. Após, o Senhor fala sobre a lei do holocausto, sendo que o holocausto deveria ficar na lareira toda a noite e o fogo não poderia se apagar. O sacerdote deveria se vestir, pegar as cinzas do holocausto, trocar as vestimentas e leva-las para fora do arraial.

Toda manhã o sacerdote deveria colocar lenha sobre o altar, o qual não deveria se apagar e, então, colocaria o holocausto, em partes, e a gordura das ofertas pacíficas.

Após, vemos as determinações quanto às ofertas de manjares, das quais deveria ser retirada a porção sacerdotal, e o restante queimado, no altar, com azeite e incenso.

Eles não deveriam cozer coisa levedada. Ainda, o Senhor determina a oferta de Arão e seus filhos, quando fossem ungidos, sendo a décima parte de um efa de flor de farinha, pela oferta de manjares contínua.

Metade seria oferecida pela manhã e, a outra, pela tarde. Seriam totalmente queimadas e não seriam comidas.



É instruído, ainda, que toda oferta pelo pecado deveria ser imolada no local onde se imolariam os holocaustos, perante o Senhor. As ofertas, cujo sangue se trazia para expiação, no santuário, não seriam comidas, mas seriam queimadas.

Levítico 6 estudo: Contexto histórico

No capítulo anterior, fora estipulado os sacrifícios pertinentes quanto aos pecados ocorridos em decorrência da omissão, impureza ou, ainda, juramento temerário, sendo intitulados como pecados ocultos.

Vimos, ainda, o tratamento quanto ao sacrifício requerido quando alguém incorresse em sacrilégio, contra as coisas sagradas e ignorância, quanto aos mandamentos divinos.

(Levítico 6:1) Pecar contra o próximo

v. 1 E o SENHOR falou a Moisés, dizendo

O terceiro caso era trair a confiança com apropriação indevida de propriedade alheia. Muito provavelmente, este ato envolvia um juramento em nome do Senhor.

Por isso, no fim das contas o crime também era contra o Senhor Se a pessoa prejudicada estivesse morta e não fosse possível fazer a restituição a um parente, o sacerdote, como representante de Deus, recebia a indenização (Nm 5:5-10). Pecar contra o próximo era considerado um pecado contra o Senhor (Mt 22:39).


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(Levítico 6:2-3) Quanto ao desrespeito à propriedade privada

v. 2 Se uma alma pecar, e cometer uma transgressão contra o SENHOR, e mentir ao seu próximo naquilo que lhe foi entregue para guardar, ou em amizade, ou em algo tirado por violência, ou enganar o seu próximo; 

v. 3 ou se tiver achado o que se perdeu, e mentir sobre isso com falso juramento; em todas essas coisas que um homem faz, pecando,

São listados seis exemplos: retenção ilegal de propriedade alheia obtida por

  1. Depósito para custodia;
  2. Investimento feito em um negócio;
  3. Roubo;
  4. Propriedade obtida ilegalmente, defraudando o próximo;
  5. Ficar com bens perdidos e
  6. Jurar falsamente contra o próximo.

(Levítico 6:5) O arrependimento

v. 5 ou sobre tudo aquilo o que jurou falsamente; ele o restituirá o principal, e acrescentará a quinta parte, e a dará àquele a quem pertence, no dia de sua oferta pela transgressão. 

No dia mostra o efeito imediato da consciência culpada do transgressor, que mostrava arrependimento verdadeiro ao fazer a restituição. Números 5:7 exige que o transgressor confesse seu pecado.


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(Levítico 6:7) A oferta pela transgressão

v. 7 E o sacerdote fará expiação por ele diante do SENHOR, e será perdoada qualquer coisa de todas que ele tenha feito em transgressão.

O Servo Sofredor, nosso Senhor Jesus Cristo, foi a suprema “oferta pela transgressão” (Is 53:10), provendo pleno perdão.

Por causa de seus pecados contra o Senhor e contra seus próximos, as pessoas têm uma dívida para com Deus, mas Jesus pagou o resgate (Mc 10:45). A restituição deve ser feita antes da adoração (Mt 5:23-26).

Levítico 6:8-38 – Diretrizes aos sacerdotes

As descrições anteriores das cinco ofertas a princípio visavam os israelitas comuns. Já estas diretrizes eram dirigidas principalmente aos sacerdotes.

Além disso, é a primeira vez que vemos instruções sobre o procedimento para a oferta pela transgressão (Lv 7:1-7).

Levítico 6:8-13 – Ofertas queimadas

Sobre oferta queimada, veja nota em Lv 1:3.

(Levítico 6:9) A oferta queimada

v. 9 Ordena a Arão e a seus filhos, dizendo: Esta é a lei da oferta queimada; isto é a oferta queimada, porque queimará sobre o altar a noite toda até o amanhecer, e o fogo do altar arderá nela. 

A oferta queimada diária (Êx 29:42-43) conhecida como tamid (“continuamente,” Lv 6:13), estipulava que a carne assar até o amanhecer; a expressão não se apagará descreve a chama perpétua no altar Iv. 12-13). A chama eterna veio do Senhor (ver nota em Lv 9:24), indicando purificação e intercessão perpétua.

(Levítico 6:10-11) A troca de vestes

v. 10 E o sacerdote vestirá a sua veste de linho, e os seus calções de linho ele colocará sobre a sua carne, e levantará as cinzas, que o fogo consumiu com a oferta queimada sobre o altar, e ele colocará ao lado do altar. 

v. 11 E ele se despirá de suas vestes, e colocará outras vestes, e levará as cinzas para fora do acampamento, até um lugar limpo. 

O sacerdote precisava de vestes santas especiais (Ex 28:42-43) ao lidar com as cinzas no pátio sagrado.

Colocar outras vestes era adequado porque o sacerdote saía do recinto santo; contudo, mesmo do lado de fora, as cinzas deveriam ficar em um lugar limpo ou no “monte de cinzas” designado (Lv 4:12).

Levítico 6:14-23 – A oferta de alimentos

Esta passagem provavelmente descreve a oferta de alimento individual de alguém do povo, embora possa se referir à oferta de alimento diária de Israel, apresentada pelo sacerdote junto com a oferta queimada diária.

Sobre a oferta de alimentos individual, ver Lv 2:1-16 e nota em Lv 2:1; sobre a oferta queimada, comparar Êx 29:40-41.

(Levítico 6:14) A lei

v. 14 E esta é a lei da oferta de alimentos; os filhos de Arão a oferecerão perante o SENHOR, diante do altar.

A palavra lei (Heb. toroh) pode significar “instrução”.

(Levítico 6:15) O punhado a ser ofertado

v. 15 E ele tomará um punhado, da farinha da oferta de alimentos, e do seu óleo, e todo o incenso que estiver sobre a oferta de alimento; então, o queimará sobre o altar, por cheiro suave e memorial ao SENHOR. 

Sobre a porção memorial, veja nota em Lv 2:2.

(Levítico 6:16) A porção sacerdotal

v. 16 E o restante dela, Arão e seus filhos comerão; com pão ázimo se comerá no santo lugar; no pátio do tabernáculo da congregação eles o comerão.

Somente os sacerdotes estavam qualificados para comer o restante do sacrifício, e faziam isso no pátio (Lv 2:11).

No novo testamento, o mesmo princípio foi aplicado aos líderes cristãos, que recebiam seu sustento das ofertas dos crentes (1Co 9:14).

(Levítico 6:17) Coisa santíssima

v. 17 E não se cozerá com fermento; eu lhes dei sua porção das minhas ofertas feitas por fogo; é coisa santíssima, assim é a oferta pelo pecado, e assim a oferta pela transgressão. 

Santíssima (Heb. godesh qadashim) se refere às ofertas das quais os sacerdotes recebiam seu sustento (Nm 18:8-10); por isso, estes sacrifícios só podiam ser consumidos no pátio do santuário.

(Levítico 6:18) Dádivas de Deus

v. 18 Todo o homem entre os filhos de Arão comerá dela; será para sempre um estatuto para as vossas gerações acerca das ofertas do SENHOR feitas por fogo; todo aquele que tocá-las será santo.

O Estatuto para as vossas gerações identifica este alimento com uma das várias dádivas de Deus para o serviço dos sacerdotes (Nm 18).

Todo aquele que tocá-las será santo descreve o consequente estado de alguém que lidava com o alimento ou com a carne (no caso de uma oferta animal) ou de algo que ficava em contato com eles (para outros casos, ver Êx 29:37; o estado contrário, Lv 11:24 e ver nota em Ag 2:13).

Levítico 6:19-23 – Oferta diária

A oferta de alimento diária do sumo sacerdote começou com a ordenação de Arão e de seus filhos (Lv 8:1-8).

(Levítico 6:20) A oferta sacerdotal

v. 20 Esta é a oferta de Arão e de seus filhos, que eles oferecerão ao SENHOR no dia em que for ungido; a décima parte de um efa de farinha fina para a oferta de alimentos perpétua, metade dela pela manhã, e metade à noite. 

Esta quantidade correspondia à oferta de alimentos diária de Israel (Êx 29:40) e à oferta pelo pecado dos muito pobres (Lv 5:11). Era oferecida duas vezes ao dia pelo sumo sacerdote.

(Levítico 6:22-23) A sucessão

v. 22 E o sacerdote, que entre os seus filhos, for ungido em seu lugar, o oferecerá; isto é um estatuto eterno ao SENHOR, e será queimado completamente.

v. 23 Pois toda oferta de alimento do sacerdote será totalmente queimada; não se comerá.

O sucessor de Arão como sacerdote faria a oferta no altar. A queima completa da oferta indicava que o sacerdote não poderia se beneficiar da oferta feita por si mesmo; era uma recordação perpétua para o sacerdote e para a congregação de que ele devia ser totalmente dedicado ao Senhor.

Estas ofertas duas vezes ao dia contrastam com o sumo sacerdócio de Jesus, que ofereceu o perfeito sacrifício de Si mesmo de uma vez por todas (Hb 7:27).

(Levítico 6:24) A santificação

v. 24 E o SENHOR falou a Moisés, dizendo

O propósito desta seção era proteger a santidade da oferta e alertar aqueles que pudessem contaminar a carne consumindo-a de modo contrário à lei. Sobre a oferta pelo pecado, ver capítulo 4.

(Levítico 6:25) A coisa santíssima

v. 25 Fala a Arão e a seus filhos, dizendo: Esta é a lei da oferta pelo pecado; no lugar onde se mata a oferta queimada, se matará a oferta pelo pecado perante o SENHOR; é coisa santíssima.

Santíssima “especialmente santo”;ver v. 29 indica que o sacerdote era quem recebia a carne. O lugar para abater o animal sacrificado deveria ser do lado norte do altar, assim como os animais do rebanho.

(Levítico 6:26) O destino da oferta

v. 26 O sacerdote que a oferecer pelo pecado a comerá; no santo lugar se comerá, no pátio do tabernáculo da congregação. 

O sacerdote em ofício devia comer a carne, mostrando que Deus havia aceito a oferta, mas poderia partilhá-la com outros sacerdotes (v. 29; ver nota em v. 30).

O local era no pátio do tabernáculo da congregação (cp. v. 16), mostrando que a carne não era levada para casa, para membros da família comerem.

(Levítico 6:27) A aspersão do sangue nas vestes

v. 27 Tudo o que tocar a sua carne será santo; e quando houver aspersão do sangue sobre alguma veste, tu lavarás o que foi aspergido no santo lugar. 

Como esta oferta é santa, tudo que a carne tocar será santo. O sacerdote se tornava santo ao entrar em contato com o sacrifício.

As precauções especiais eram quanto à disposição do animal, visto ser este pelo perdão do pecado.

Inevitavelmente, o sangue espirrava nas vestes do sacerdote quando ele o aspergia sobre o altar (Lv 16:14-15); a purificação das vestes devia ser feita em santo lugar, que ficava no interior do pátio. Sobre o sangue de Cristo, ver 1Pe 1:19 e nota.

(Levítico 6:28) O vaso de barro

v. 28 E o vaso de barro em que a veste for encharcada será quebrado; e se for encharcada num vaso de bronze, esse deverá ser esfregado, e enxaguado com água.

Já que o vaso de barro usado neste sacrifício era feito de material poroso, absorvendo o sangue do animal, ela não poderia ser usado de novo; já uma vasilha de bronze poderia ser esfregada até ficar limpa e reutilizada.

(Levítico 6:30) A restrição do consumo da oferta pelo pecado

v. 30 E nenhuma oferta pelo pecado, do qual qualquer sangue é trazido para o tabernáculo da congregação, para reconciliar-se no santo lugar, se comerá; será queimada no fogo.

A exceção para o consumo sacerdotal da oferta era que o sacerdote não poderia se beneficiar de ofertas pelo seu próprio pecado.

Quando o sacerdote levava o sangue para dentro da tenda sagrada, ou santo lugar, tratava-se da oferta pelo pecado para expiar os pecados do sacerdote e da congregação. Em seguida, a oferta animal era queimada no monte de cinzas.

Conclusão

Chamamos atenção, aqui, para a determinação quanto a lei do holocausto, em que o Senhor orienta que todas as manhãs os sacerdotes colocassem lenha sobre o altar e não permitissem que o fogo se apagasse.

Ele ordena que o fogo ardesse continuamente. Esta ordenança de Deus tem aplicação significativa para os cristãos da nova aliança.

As escrituras revelam o Espírito Santo como fogo, determinando que não O apaguemos (1 Tessalonicenses 5:19). Além de templos (1 Coríntios 6:19), somos sacerdotes (Apocalipse 1:5-6) e, nosso coração, Seu altar (Salmo 111:1).

Portanto, podemos entender que essa lenha, a ser colocada, diz respeito a atitude de nos encher do Espírito, todos os dias, a fim de que, por Ele, sejamos constantemente purificados, através de Sua ação em nós, vez que Ele é quem nos convence, nos instrui, nos transforma.

Paulo nos incentiva a nos encher do Espírito (colocar lenha), adorando, em comunhão, salmodiando e louvando, em nossos corações, com gratidão (Efésios 5:18-20).

Levítico 6 estudo.

Sobre o Autor

Lázaro é um dedicado estudioso da Bíblia, com 64 anos de vida e uma paixão inabalável pela Palavra de Deus. Formado em Teologia pela Universidade Messiânica e com uma sólida carreira como advogado, ele utiliza seu vasto conhecimento para compartilhar ensinamentos bíblicos de forma acessível e profunda. Pai de três filhos, Lázaro escolheu a internet como sua principal plataforma para disseminar seus estudos e reflexões, dedicando-se a compartilhar estudos bíblicos, mesmo sem estar vinculado a uma congregação específica.

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