Levítico 26 Estudo: Bênção ou Maldição
Neste capítulo de Levítico 26 estudo, veremos que Deus ordena que não fossem realizadas imagens de escultura, ídolos feitos por mãos humanas, para nada deveriam se inclinar, em adoração, visto que Ele era o Senhor.
Ainda, reiterou que deveriam guardar o sábado. Em seguida, Deus prediz as bênçãos que os acompanhariam se obedecessem aos Seus estatutos, prometendo chuva, prosperidade, proteção, vingança, fecundidade e Sua presença no meio deles.
Por fim, expõe as consequências da desobediência, as quais consistiriam em escravidão, morte, perda de sua terra, desonra, fome e destruição.
O Senhor termina orientando que, mesmo após a desobediência, se houvesse arrependimento, Ele se lembraria de Sua aliança, para não os exterminar.
Levítico 26 estudo: Contexto histórico
No capítulo 25, de Levítico, fora reforçada a determinação quanto à guarda do sábado, bem como quanto ao ano sabático, o qual seria o sétimo ano que nenhum trabalho servil deveria ser realizado e, a terra, deveria descansar, não havendo semeadura, tampouco colheita.
Em seguida, é reforçada a determinação quanto ao ano do jubileu, sendo que, no quinquagésimo ano, este deveria ser santificado ao Senhor e, nele, além de não haver trabalho e colheita, deveria ser proclamada a liberdade e restituição de possessões. Por fim, é tratado sobre o sistema de resgate.
(Levítico 26:1-2) A guarda do shabat
v. 1 Não fareis para vós ídolos, nem imagem de escultura, nem levantareis para vós estátua, nem colocareis alguma imagem de pedra na vossa terra, para inclinar-vos a ela; porque eu sou o SENHOR vosso Deus.
v. 2 Guardareis os meus shabats, e reverenciareis o meu santuário. Eu sou o SENHOR.
O verbo “guardareis” se refere a observar detalhadamente os mandamentos. A expressão guardareis os meus shabats ocorre quatro vezes (Êx 31:13) e é uma alusão ao quarto mandamento, sobre guardar e santificar o shabat.
(Levítico 26:3-4) Bênçãos
v. 3 Se andardes nos meus estatutos, e guardardes os meus mandamentos, e os fizerdes,
v. 4 então, eu vos darei as vossas chuvas a seu tempo; e a terra dará o seu incremento, e as árvores do campo darão o seu fruto.
No hebraico, a palavra chuvas está no plural. Ela indica duas épocas de chuva, uma no outono e outra na primavera (Dt 11:14).
(Levítico 26:8) Vitórias
v. 8 E cinco de vós perseguirão a um cento, e cem de vós colocarão dez mil em fuga; e os vossos inimigos cairão diante de vós à espada.
As proporções de 1 para 20 e 1 para 100 apontam para as vitórias milagrosas de Israel sobre seus inimigos, com as quais Deus recompensaria Seu povo se eles obedecessem Seus mandamentos.
(Levítico 26:11) Comunhão
v. 11 E eu estabelecerei o meu tabernáculo no meio de vós, e a minha alma não vos abominará.
A promessa da comunhão divina é expressa pela frase: eu estabelecerei o meu tabernáculo no meio de vós.
Este é um paralelo direto com Jo 1:14, no qual João afirmou que Jesus, a Palavra, tornou-se carne e “veio morar” ou “tabernáculo” entre nós.
(Levítico 26:13) Quanto ao jugo
v. 13 Eu sou o SENHOR vosso Deus, que vos tirei da terra do Egito, para que não fôsseis seus escravos; e quebrei os canzis do vosso jugo e vos fiz andar erguidos.
⚠️ Receba Estudos Exclusivos no Whatsapp:
- Participe da nossa Lista de Transmissão Vip no Whatsapp e receba Estudos Bíblicos diários GRATUITAMENTE! (Clique Aqui e Envie a Mensagem)
Quebrei os canis do vosso jugo era um lembrete da servidão no Egito, da qual Deus libertou os israelitas. Aqui, Israel é descrito como um animal mantido sob um jugo pesado.
Tempos mais tarde, Jesus convidou a humanidade a tomar o Seu jugo, que era leve, e participar de Seu descanso (Mt 11:28-30).
(Levítico 26:14-17) Maldições
v. 14 Mas se não me ouvirdes, e não fizerdes todos estes mandamentos,
v. 15 e se desprezardes os meus estatutos, e se a vossa alma abominar os meus juízos, de modo a não cumprirdes todos os meus mandamentos, quebrando o meu pacto,
v. 16 então, eu também vos farei isto: porei sobre vós terror, a tísica e a febre ardente, que consomem os olhos e causam angústia ao coração; e semeareis a vossa semente em vão, porque os vossos inimigos a comerão.
v. 17 E eu colocarei a minha face contra vós, e sereis mortos diante de vossos inimigos; e os que vos odeiam reinarão sobre vós, e fugireis sem que ninguém vos persiga.
Os cinco conjuntos de maldições, que têm início no v. 14, são apresentados como castigo pela desobediência aos mandamentos, estatutos, juízos e pacto de Deus.
Estas maldições vão de encontro aos cinco conjuntos de bênçãos dos v. 3-13. As maldições aumentam em severidade conforme a recusa persistente em se arrepender.
O Senhor só estará contra o Seu povo quando este, provocando-o, se voltar contra Ele.
(Levítico 26:18-20) A intensidade do castigo
v. 18 E, se ainda com tudo isso não me ouvirdes, então eu vos castigarei sete vezes mais por causa dos vossos pecados.
v. 19 E eu quebrarei o orgulho do vosso poder; e farei o vosso céu como ferro, e a vossa terra como bronze.
v. 20 E a vossa força se gastará em vão; pois a vossa terra não dará o seu incremento, e nem as árvores da terra darão seus frutos.
O número sete associado a castigarei pelos pecados não deve ser interpretado literalmente; é um uso figurado que significa “muitas vezes” ou “por completo”. Poderia ser uma alusão aos shabats que os israelitas não guardassem (v. 34).
(Levítico 26:22) Deus da criação
v. 22 Eu também enviarei animais selvagens entre vós, os quais vos roubarão de vossos filhos, e destruirão o vosso gado, e vos reduzirão em número; e os vossos altos caminhos serão desolados.
Yahweh é o Deus de toda a criação, por isso, soberanamente, Ele também pode usar animais selvagens para castigar Seu povo. O surgimento de animais selvagens geralmente é considerado um castigo pelo pecado (Dt 32:24).
(Levítico 26:29) O cumprimento das maldições
v. 29 E comereis a carne de vossos filhos, e a carne de vossas filhas comereis.
Esta maldição se cumpriu quando Ben-Hadade, rei da Síria, cercou Samaria, capital do reino do norte de Israel (2Rs 6:24-29).
(Levítico 26:31) A rejeição divina
v. 31 E porei as vossas cidades em ruínas, e trarei aos vossos santuários a desolação, e não cheirarei os vossos cheiros suaves.
A expressão não cheirarei os vossos cheiros suaves se refere ao fato de que Deus não iria aceitar os sacrifícios de Seu povo, de modo que os estaria rejeitando. Sacrifícios sem obediência não fazem sentido (1Sm 15:22).
(Levítico 26:33) Como palhas
v. 33 E eu vos espalharei entre os pagãos, e desembainharei a espada atrás de vós; e a vossa terra ficará desolada, e as vossas cidades serão arruinadas.
O verbo hebraico zarâ, traduzido aqui como espalharei, também pode ser traduzido como “peneirar”. Na mente dos judeus, isso traria a imagem do povo ímpio sendo soprado como a palha (Sl 1:4). Esta é uma referência óbvia à rejeição definitiva dos judeus ímpios por Deus-o exílio.
(Levítico 26:34-35) O fracasso israelita
v. 34 Então a terra desfrutará dos seus shabats, todos os dias da sua assolação, e vós estareis na terra dos vossos inimigos; então a terra descansará e desfrutará dos seus shabats.
v. 35 Enquanto ficar desolada descansará, porque não descansou nos vossos shabats, quando habitáveis nela.
Esta maldição prediz o fracasso de Israel em guardar os anos sabáticos. O cronista fundiu este versículo com a profecia de Jeremias de que o exílio duraria 70 anos (2Cr 36:21).
(Levítico 26:40-41) Quanto ao arrependimento
v. 40 Se eles confessarem a sua iniquidade e a iniquidade de seus pais, com as suas transgressões, com que eles transgrediram contra mim; e também que andaram em oposição a mim:
v. 41 E que eu também tenho andado em oposição a eles, e os trouxe para a terra dos seus inimigos; se então os seus corações incircuncisos se humilharem, e eles aceitarem a punição da sua iniquidade
A expressão “se eles” indica um ponto de retorno e contém uma nota de esperança. A restauração prometida depende do povo confessar sua iniquidade e ter humildade.
O verbo traduzido por humilharem significa literal Este e “ficar de joelhos, submeter-se paralelo submeter este e umente”.
(Levítico 26:44) A purificação
v. 44 E, apesar de tudo isto, quando eles estiverem na terra dos seus inimigos, não os rejeitarei, nem os abominarei, para destruí-los completamente e quebrar o meu pacto com eles, porque eu sou o SENHOR, seu Deus.
O agente que trará a purificação será o exílio, e não o dilúvio que destruiu a terra no tempo de Noé (Gn 6; 9).
Os grandes juízos de guerras e fomes em Apocalipse 6-19 têm seu cenário original em Lv 26 e Dt 28. Assim como nos tempos do antigo testamento, o cristão do novo testamento deve se arrepender ou ser julgado.
Conclusão
Neste capítulo chama atenção as bênçãos e maldições, as quais recairiam sobre os filhos de Israel, a depender das escolhas que fizessem.
A partir de agora, os israelitas possuíam pleno conhecimento das verdades divinas, daquilo que não agradava a Deus.
Paulo vai dizer que, se não houvesse a Lei, não haveria como saber o que era pecado, contudo, em havendo Lei, o pecado ganha força, vez que, por conhecê-lo, ele me tornar culpado, sendo que, somente pela fé em Jesus, encontramos justificação (Romanos 7).
Veremos, adiante, nas escrituras, que, em razão da desobediência dos israelitas, Deus traria grande juízo sobre a terra, conforme exposto neste capítulo.
As escrituras vão relatar que, em determinado momento, na cidade de Samaria, a qual haveria de ser sitiada por um rei chamado Bem-Hadade, havia grande fome, ao ponto de uma mulher se queixar, ao rei, quanto ao fato de que havia cozinhado o próprio filho para comer com determinada mulher, sendo que, no dia seguinte, essa outra mulher, havia escondido o seu filho (2 Reis 6:24-30). Neste momento este rei rasga suas vestes.
Samaria, naquela época, era a capital de Israel e possuía um templo dedicado a Baal, portanto, Deus estaria cumprindo Sua palavra e trazendo juízo em decorrência da idolatria.
O povo de Israel provaria que seria necessária uma intervenção divina para que vencessem o pecado. O homem, por si, estaria condenado.
Sobre o Autor
0 Comentários