Marcos 11 Estudo: A Entrada Triunfal, a Figueira Seca e a Imoralidade dos Fariseus

Advertisement

No capítulo 11 de Marcos veremos a última entrada de Jesus em Jerusalém antes da semana da sua crucificação. Se inicia a contagem regressiva da maior demonstração de amor que já tivemos. A figueira seca nos ensina que não podemos apenas ter aparência de cristãos. O mundo espera que tenhamos frutos para alimentá-lo. As pessoas querem vir até nós e encontrar a paz que eles almejam.

No comércio do templo, os animais vendidos pelos cambistas tinham acordo com os sacerdotes, ou seja, apenas esses animais recebiam a aprovação deles como agradável a Deus. Isso irritou Jesus, eles estavam valorizando demais os animais e desinteressados com a vontade do Pai.

Advertisement

Ao voltarem, Pedro se surpreende com a figueira seca e Jesus prossegue o seu ensino sobre a fé e aproveita para falar sobre a oração. Devemos apresentar nossas orações com confiança perante Deus. A oração é uma conversa e por meio dela nos comunicamos com Deus. Sabendo disso, Jesus nos exorta enquanto oramos, a liberar o perdão.

Contexto histórico

Jesus continua sua peregrinação, pregando e demonstrando o Reino de Deus. Os fariseus o perseguem, seguindo-o, afim de questioná-lo.

Jesus os ensina sua visão, que a vontade de Deus é o perdão. O mestre ensina a um jovem rico e aos discípulos que no Reino de Deus não entram aqueles que colocam sua felicidade em seus bens.

Prediz seu sofrimento e morte novamente, e recebe um pedido ousado de Tiago e João. Na chegada em Jericó, o cego Bartimeu tem sua visão restaurada. Está chegado a hora.

Principais lições de Marcos 11 para os dias atuais

Uma das principais lições é sobre a fé em Deus. Jesus ensina aos discípulos sobre a importância de ter fé em Deus e de crer que o que pedem em oração será concedido, se não duvidarem em seus corações.

Ele exemplifica isso ao amaldiçoar uma figueira que não tinha frutos, e no dia seguinte ela estava completamente seca. Isso nos lembra da importância da fé em Deus e do poder da oração quando exercida com fé genuína.

Outra lição crucial é sobre a importância da oração. Jesus enfatiza que, quando oramos, devemos acreditar que recebemos o que pedimos, e assim será. Ele também destaca a importância do perdão em nossas orações, ensinando que se não perdoarmos, também não seremos perdoados por Deus. Isso nos desafia a cultivarmos uma vida de oração constante e a buscarmos o perdão mútuo em nossas relações.

Advertisement

Além disso, Marcos 11 destaca a necessidade de vivermos em santidade. Jesus expulsa os vendedores do templo, condenando a profanação da casa de oração.

Ele ensina sobre a importância de termos corações puros e lugares de adoração santificados para nos aproximarmos de Deus. Isso nos lembra da necessidade de buscarmos uma vida de santidade e devoção a Deus em todos os aspectos de nossas vidas.

Em resumo, Marcos 11 nos ensina sobre a importância da fé em Deus, da oração e da santidade. Essas lições nos desafiam a confiarmos em Deus em nossas orações, a vivermos uma vida de oração e a buscarmos uma vida de santidade em todos os aspectos de nossas vidas. Acompanhe a seguir, o estudo versículo por versículo de Marcos 11.

(Marcos 11:1) Jesus em Jerusalém

v. 1 E, quando eles se aproximaram de Jerusalém, de Betfagé e de Betânia, ao monte das Oliveiras, ele enviou dois dos seus discípulos,

Esta é a primeira visita de Jesus a Jerusalém registrada em Marcos. (Lc 2:41-52 registra a visita de Jesus como menino e o Evangelho de João mostra várias visitas).

Betfagé (lit. “casa dos figos verdes”) ficava no declive do monte das Oliveiras, uma grande colina a leste de Jerusalém. Betânia ficava cerca 3 quilômetros a leste de Jerusalém.

(Marcos 11:2) Um Jumentinho

v. 2 e disse-lhes: Ide pelo caminho à aldeia que está defronte de vós; e logo que nela entrardes, encontrareis amarrado um jumentinho, sobre o qual ainda não montou homem algum; desprendei-o, e trazei-o.

Advertisement

A aldeia que está defronte de vós provavelmente era Betfagé.

(Marcos 11:3-4) Um pedido de Jesus

v. 3 E, se algum homem vos disser: Por que fazeis isso? Dizei-lhe que o Senhor necessita dele, e imediatamente ele o enviará para aqui.

v. 4 E eles foram pelo seu caminho, e encontraram o jumentinho amarrado à porta do lado de fora, entre dois caminhos, e o desprenderam.

Do lado de fora indica que o jumentinho estava à vista.

(Marcos 11:5-6) O senhor necessita dele

v. 5 E alguns dos que ali estavam lhes disseram: O que fazeis, desprendendo o jumentinho?
v. 6 E eles responderam como Jesus lhes tinha mandado; e eles o deixaram ir.

Este versículo pode indicar que Jesus já havia planejado pegar o jumentinho emprestado.

(Marcos 11:7) A montaria do Rei

v. 7 E eles trouxeram o jumentinho a Jesus, e lançaram sobre ele as suas vestes, e ele assentou-se sobre ele.

Os dois discípulos não nomeados lançaram… suas vestes sobre o jumentinho para fazer uma cela improvisada. Mesmo que Marcos não tenha citado Zc 9:9 neste relato (tal como Mt 21:5 Jo 12:15), o simbolismo messiânico da ação de Jesus está claro.

(Marcos 11:8) A entrada triunfal em Jerusalém

v. 8 E muitos estendiam as suas vestes pelo caminho, e outros cortavam ramos das árvores, e os espalhavam pelo caminho.

Tradicionalmente cobria-se a estrada com vestes e ramos para receber um rei ( 2Rs 9:13).

Advertisement

(Marcos 11:9) Hosana nas alturas

v. 9 E aqueles que iam adiante, e os que seguiam, clamavam, dizendo: Hosana, abençoado é o que vem em nome do Senhor;

Os dois grupos (aqueles que iam adiante, e os que seguiam) pode indicar peregrinos que acompanhavam Jesus na viagem (Mc 10:46) e peregrinos que saíram de Jerusalém ao seu encontro (Mt 21:10-11).

Os gritos da multidão eram declamações de Sl 118:25-26, o último dos salmos de Aleluia cantados na Páscoa. Em hebraico, Hosona significa “salva-nos”.

(Marcos 11:10) Ele é o filho de Davi

v. 10 abençoado seja o reino do nosso pai Davi, que vem em nome do Senhor. Hosana nas alturas.

Somente Marcos registrou este grito da multidão. As palavras lembram os gritos de Bartimeu (Mc 10:47-48).

(Marcos 11:11) Jesus se retira com os doze

v. 11 E Jesus entrou em Jerusalém e no templo; e, olhando ao redor sobre todas as coisas; e chegando a tarde, saiu para Betânia com os doze.

O templo incluía vários edifícios e pátios. O templo de Herodes estava sendo reconstruído, um projeto em andamento há mais de 45 anos (Mc 13:1Jo 2:20).

Betânia, ficava cerca de 3 quilômetros a leste de Jerusalém, aparentemente foi onde Jesus se hospedou durante a Páscoa.

(Marcos 11:12-26) PARTE 2

 Mateus registrou a purificação do templo (Mt 21:12-17) e a maldição da figueira separadamente. Marcos dividiu a maldição da figueira e seu definhamento (v. 20-21), colocando a purificação do templo no meio (v. 15-19).

Desta forma, ele queria que os leitores observassem a ligação entre a figueira infrutífera (simbolizando Israel) e o templo infrutífero. A maldição da figueira foi uma parábola encenada do juízo de Deus sobre Jerusalém e o templo.

(Marcos 11:12) Jesus teve fome

v. 12 E, no dia seguinte, quando saíram de Betânia, ele teve fome;

O dia seguinte era a segunda-feira da semana santa.

(Marcos 11:13) A maldição de Jesus

v. 13  e, avistando de longe uma figueira que tinha folhas, foi ver se talvez pudesse encontrar nela alguma coisa; e, chegando até ela, nada encontrou senão folhas, porque ainda não era tempo de figos.

v. 14 E Jesus, respondendo, disse à figueira: Nenhum homem coma fruto de ti daqui em diante para sempre. E os seus discípulos ouviram isso.

Jesus localizou uma figueira que não tinha nada… senão folhas. Mesmo não sendo tempo de figos, a figueira com folhas devia estar coberta de pequenos figos comestíveis.

As palavras de Jesus expressam uma maldição (v. 21). Este é o último milagre de Jesus registrado em Marcos e o único milagre de destruição nos evangelhos.

No antigo testamento, a figueira era um símbolo de Israel (Jr 24:1-10 – Os 9:10 – Lc 13:6-9). O episódio lembra Jr 8:13 – Os 2:12 e Mq 7:1.

(Marcos 11:15-18) PARTE 3

As Escrituras profetizaram que o Messias iria purificar o templo (Ez 37:26-28 – Ml 3:1-4). A purificação do templo por Jesus é nitidamente messiânica. João registrou uma purificação no início de seu evangelho.

(Marcos 11:15) O comércio no Templo

v. 15 E vieram a Jerusalém; e Jesus entrou no templo, e começou a expulsar os que vendiam e compravam no templo, e derrubou as mesas dos cambistas, e as cadeiras dos que vendiam pombas;

Tendo percebido tudo que se passava no templo no dia anterior, Jesus voltou, provavelmente ao pátio dos gentios, onde ocorria a maioria das compras e vendas, Pessoas que tinham vindo de longe precisavam comprar animais puros e sem manchas ao chegarem para a Páscoa.

Cambistas trocava moedas gregas e romanas, nas quais havia gravuras de ídolos, por moedas do templo judaicos ou de Tiro, sem figuras, que podiam ser usadas para comprar itens para o sacrifício ou para pagar o imposto do templo (Êx 30:11-16).

Pombas eram oferecidas por mulheres após o nascimento de filhos (Lv 12:6-8), por leprosos purificados (Lv 14:22), por pessoas curadas de fluxo (Lv 15:14) e por aqueles que não podiam custear sacrifícios mais caros (Lv 5:7). Ovelhas e bois também eram vendidos. O pátio dos gentios se tornara praticamente um curral.

(Marcos 11:16) Jesus não deixa ninguém entrar

v. 16 e não permitia que nenhum homem carregasse algum vaso pelo templo.

Apenas Marcos acrescentou a informação de mais um uso inapropriado do templo: como passagem ou atalho.

(Marcos 11:17) A ira de Jesus

v. 17 E os ensinava, dizendo: Não está escrito: A minha casa será chamada por todas as nações casa de oração? Mas vós a tendes feito covil de ladrões.

 Marcos foi o único que acrescentou por todas as nações. A citação do covil de ladrões é de Jr 7:11, parte do sermão em que Jeremias condenou as pessoas que andavam no templo por suas atitudes e comportamentos e predisse a destruição do santuário (Jr 7:12-15).

(Marcos 11:18) Os escribas o observam

v. 18 E os escribas e principais sacerdotes ouviram isso, e buscavam de que modo o destruiriam, pois o temiam, porque todo o povo estava admirado da sua doutrina.

A última palavra de Jesus no v. 17, “ladrões (Gr. lestes), sugere uma predição, visto que em três dias Ele seria preso como se fosse um ladrão (Mc 14:48), e dentro de quatro dias seria crucificado entre dois ladrões (Mc 15:27). As palavras de que modo o destruiriam retomam a conspiração dos fariseus e herodianos em Mc 3:6.

(Marcos 11:19-20) A figueira secou-se

v. 19 E, vindo a tarde, ele saiu da cidade.

v. 20 E de manhã, enquanto passavam, eles viram que a figueira tinha secado desde as raízes.

A destruição da figueira lembra Os 9:10,16. 

(Marcos 11:21) Pedro se espanta

v. 21 E Pedro, chamando à lembrança, disse-lhe: Mestre, eis que a figueira, que tu amaldiçoaste, secou-se.

Esta é a segunda vez que Marcos registrou Pedro se dirigindo a Jesus como Mestre (Mc 9:5). Pedro servia de porta-voz dos discípulos (Mc 8:29Mc 9:5Mc 10:28).

(Marcos 11:22-23) Tenham fé!

v. 22 E Jesus, respondendo, disse-lhes: Tende fé em Deus.

v. 23 Porque na verdade eu vos digo que qualquer que disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar, e não duvidar em seu coração, mas crer que se fará aquilo que diz, assim lhe será feito.

 O verdadeiro objeto da fé é Deus, não é o templo. A fala de Jesus sobre fé e coisas impossíveis (1Co 13:2) começa com a fórmula solene, eu vos digo (Mc 10:15).

Jesus deu uma condição negativa (não duvidar em seu coração) e outra positiva (mas crer) para o cumprimento desta promessa (Tg 1:6).

(Marcos 11:24) Como orar

v. 24 Portanto eu vos digo que todas as coisas que desejais, quando orardes, crede que as recebereis, e tê-las-eis.

 Para mais informações sobre o papel da fé na oração, ver 1Jo 5:14-15 e nota correspondente.

(Marcos 11:25) Perdoar para ser perdoado

v. 25 E, quando estiverdes orando, perdoai, se tendes alguma coisa contra alguém, para que também vosso Pai, que está no céu, possa perdoar as vossas transgressões. 

 Uma segunda condição para a concessão dos pedidos é perdoar a outros. Ficar em pé ao orar era a posição comum entre os judeus em orações públicas (Lc 18:9-14). Se tendes alguma coisa contra alguém lembra Mt 5:23-24.

(Marcos 11:27-12:44) PARTE 4

Nesta seção, Marcos registrou uma série de conflitos com os líderes religiosos.

(Marcos 11:26-27) Os escribas e sacerdotes o procuram

v. 26 Mas, se vós não perdoardes, nem o vosso Pai que está no céu, perdoará as vossas transgressões.

v. 27 E eles foram novamente para Jerusalém; e, andando ele pelo templo, aproximaram-se dele os principais sacerdotes, os escribas e os anciãos,

Os principais sacerdotes, os escribas e os anciãos constituíam o Sinédrio, órgão dirigente dos judeus composto de 70 membros.

Os que estavam ali eram representantes, não o grupo inteiro. Na primeira predição de Sua morte, Jesus disse que eram esses grupos que O levariam à morte (ver nota em Mc 8:31).

(Marcos 11:28) Com que autoridade?

v. 28 e lhe disseram: Com que autoridade tu fazes estas coisas? E quem te deu tal autoridade para fazer estas coisas?

As perguntas focalizaram a natureza (com que) da autoridade (Gr. exousio) de Jesus e quem a deu. A autoridade de Jesus tinha sido questionada desde o começo. Estas coisas provavelmente se referem à purificação do templo e à entrada triunfal na cidade.

(Marcos 11:29-30) Jesus os responde fazendo outra pergunta

v. 29 E Jesus, respondendo, disse-lhes: Também eu vos farei uma pergunta, e respondei-me, e então vos direi com que autoridade eu faço estas coisas.

v. 30 O batismo de João era do céu ou dos homens? Respondei-me.

Batismo de João resume todo o ministério de João Batista. Do céu significa “de Deus”. A pergunta de Jesus girou a mesa para o lado dos fariseus. Se admitissem que João foi enviado por Deus, teriam que admitir o mesmo sobre Jesus.

(Marcos 11:31-33) Jesus os cala com sabedoria

v. 31 E eles argumentavam entre si, dizendo: Se dissermos: Do céu, ele nos dirá: Por que então não acreditaste nele?

v. 32 Mas se dissermos: Dos homens; eles temeriam o povo; porque todos os homens verdadeiramente tinham a João como profeta.

v. 33 E, eles respondendo, disseram a Jesus: Nós não podemos dizer. E Jesus lhes respondeu: Nem eu vos digo com que autoridade faço estas coisas. 

Um profeta tinha autoridade do céu. Se João fosse um profeta de Deus, Jesus o seria ainda mais. Indispostas a admitir isso, as autoridades se recusaram a responder.

Conclusão

Concluindo, como a autoridade de Jesus é constantemente desafiada, pelos doutores da lei e os principais sacerdotes do templo, que se aproximam dele e sempre exigem uma explicação sobre a autoridade de como Ele estava operando milagres, então Cristo os desafia a explicar quem deu autoridade a João ou a outros profetas antes dele, mas Jesus nunca explica quem lhe deu autoridade para fazer o que estava fazendo.

A expulsão ocorrida no templo daqueles que o transformaram em um comércio, o diálogo de Jesus com os seus discípulos sobre a fé e o poder da oração, por ocasião do definhamento da figueira que Ele amaldiçoou, fazem parte daquilo que Jesus espera de nós: fé e constância. Se ele usou um jumentinho, o que fará conosco?

Marcos 11 estudo.

Sobre o Autor

Olá, me chamo Lázaro Correia, sou Cristão, formado em Teologia e apaixonado pela Bíblia. Aqui no Blog você vai encontrar diversos estudos Bíblicos e muito conteúdo sobre vida Cristã.

    0 Comentários

    Deixe um comentário

    O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *