Mateus 22 Estudo: A Parábola das Bodas
Neste capítulo de Mateus 22 estudo, podemos observar que o Senhor Jesus Cristo comparou o Reino de Deus a uma festa de casamento, onde o Rei enviou seus servos para convidar a princípio as pessoas mais próximas ao noivo.
Entretanto, eles não quiseram ir, isto se refere aos judeus, herdeiros da promessa que não reconhecem o Filho de Deus que rejeitaram e maltratando os seus servos.
Mateus 22 estudo: Contexto histórico
De acordo com o contexto, este episódio, que ocorre nos três evangelhos sinóticos — Mateus 22:15, Marcos 12 e Lucas 20 — e relata como os adversários de Jesus tentaram ludibriá-lo ao forçá-lo a tomar uma posição explícita sobre a delicada questão do pagamento de impostos aos conquistadores romanos. Diante disso, Mateus afirma que esses adversários eram os fariseus e os herodianos.
(Mateus 22:1-7) Jesus faz comparações com a boda
v. 1 E respondendo Jesus, novamente lhes falou em parábolas, dizendo:
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v. 2 O reino do céu é semelhante a um certo rei, que fez as bodas de seu filho,
v. 3 e enviou os seus servos a chamar os convidados para as bodas, e estes não quiseram vir.
v. 4 Mais uma vez, ele enviou outros servos, dizendo: Dizei aos convidados: Eis que tenho o meu jantar preparado, os meus bois e meus cevados estão mortos, e todas as coisas estão prontas; vinde às bodas.
v. 5 Mas eles, fazendo pouco caso, seguiram os seus caminhos, um para sua fazenda, outro para o seu negócio.
v. 6 E os outros, tomaram os seus servos, os maltrataram e mataram.
v. 7 Mas, ouvindo disso o rei, irou-se, e enviando os seus exércitos, destruiu aqueles assassinos, e incendiou a sua cidade.
Esta parábola é uma alegoria da história de Israel. O rei representa Deus; o filho, Jesus; os servos, os profetas e possivelmente os discípulos de Jesus; e a bodas simbolizava a grande festa messiânica da qual os judeus aguardavam participar com o Messias no início de Seu reinado.
Aqueles que rejeitaram, perseguiram, e mataram os servos representam o Israel do antigo testamento e sua rejeição dos profetas.
A destruição da cidade representa o julgamento de Deus sobre aqueles que se recusam a honrar o Seu Filho.
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Esta destruição, tal como a penalidade descrita no versículo 13, descreve a punição eterna, mas pode também apontar para a destruição de Jerusalém em 70 d.C.
(Mateus 22:8-12) Os convidados da boda
v. 8 Então ele diz aos servos: As bodas estão preparadas, mas os que foram convidados não eram dignos.
v. 9 Ide, pois, às estradas, e convidai para as bodas todos quantos encontrardes.
v. 10 E os servos, saindo pelas estradas, ajuntaram todos quantos encontraram, tanto maus como bons; e o casamento ficou cheio de convidados.
v. 11 E o rei, entrando para ver os convidados, viu ali um homem que não estava com veste de casamento.
v. 12 E ele disse-lhe: Amigo, como entraste aqui, não tendo veste de casamento? E ele emudeceu.
Os convidados representam os discípulos de Jesus que são convidados a entrar no reino a despeito de sua indignidade. O convidado indevidamente trajando representa um falso discípulo (Mt 7:15-23). Sua presença parece inicialmente honrar o Filho, porém sua recusa a usar a veste nupcial O desonra.
Semelhantemente, muitos falsos discípulos parecem honrar Jesus chamando-O de “Senhor”, porém, por não possuírem verdadeira fé e arrependimento, eles o ofendem.
(Mateus 22:13-14) Muitos são chamados e poucos escolhidos
v. 13 Então disse o rei aos servos: Amarrai os seus pés e mãos, levai-o embora, e lançai-o nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes.
v. 14 Porque muitos são chamados, mas poucos são escolhidos.
Sobre a punição do convidado, ver nota em Mt 8:12. Muitos são chamados ao reino de Deus, mas somente aqueles que se arrependem e honram o Filho são escolhidos para entrar.
(Mateus 22:15-17) Os fariseus enviam seus discípulos
v. 15 Indo, então, os fariseus, consultaram entre si como o apanhariam em alguma palavra.
v. 16 E enviaram-lhe os seus discípulos, com os herodianos, dizendo: Mestre, nós sabemos que tu és verdadeiro, e ensinas o caminho de Deus em verdade, e sem te preocupar com nenhum homem, pois não reparas na aparência dos homens.
v. 17 Dize-nos, portanto, o que tu pensas? É lícito dar tributo a César, ou não?
A pergunta era uma armadilha. Jesus parecia apoiar a ocupação romana se Ele expressasse aprovação, e se Ele a desaprovasse isso seria considerado uma traição contra Roma.
Mateus mencionou os meridianos somente aqui. Pouco se conhece acerca deles. Eles eram provavelmente judeus que preferiam o governo da dinastia herodiana em vez do governo de procuradores romanos.
(Mateus 22:18) Jesus percebe a hipocrisia
v. 18 Mas Jesus, percebendo a sua maldade, disse: Por que me tentais, hipócritas?
Sobre hipócritas, ver nota em Mt 6:2-4.
(Mateus 22:19) A moeda do tributo
v. 19 Mostrai-me a moeda do tributo. E eles lhe trouxeram um denário.
Os textos paralelos em Marcos e Lucas referem-se a moeda como sendo um denário (ver notas nos v. 20 e Mt 20 1-2), entretanto, Mateus também usa o termo preciso “moeda estatal” (Gr. nomismo). Isto pode refletir o seu passado como coletor de impostos.
(Mateus 22:20-22) A imagem de César
v. 20 E ele disse-lhes: De quem é esta imagem e inscrição?
v. 21 Disseram-lhe: De César. Então ele lhes disse: Dai, portanto, a César as coisas que são de César, e a Deus as coisas que são de Deus.
v. 22 Quando eles ouviram essas palavras, maravilharam-se, e, deixando-o, foram pelo seu caminho.
O denário era uma moeda romana de prata que “trazia uma imagem do imperador Tibério, um sobrescrito” em latim que dizia “Tibério Cesar, filho do Divino Augusto”, uma imagem de uma deusa, e títulos sobrescritos do sumo sacerdote romano.
Deste modo, as moedas estavam carregadas de propaganda para a adoração de imperadores e deuses pagãos, e os judeus as consideravam como sendo idolátricas.
Jesus aprovou o pagamento de impostos a Roma. Todavia, Ele disse que as moedas pertencem em última análise àquele cuja imagem elas trazem, o que sugeria que tudo o que uma pessoa é e possui pertence a Deus, uma vez que trazemos a imagem e semelhança de Deus (Gn 1:26-27).
(Mateus 22:23) Os saduceus negam a ressurreição
v. 23 No mesmo dia vieram até ele os saduceus, que dizem não haver ressurreição, e o interrogaram,
Os saduceus acreditavam que os seres humanos deixam de existir no momento da morte física (At 23:6-8).
(Mateus 22:24-28) O casamento e a descendência
v. 24 dizendo: Mestre, Moisés disse: Se um homem morrer, não tendo filhos, seu irmão casará com a esposa dele, e suscitará descendência a seu irmão.
v. 25 Ora, houve entre nós sete irmãos; e o primeiro, casou-se com uma mulher, e faleceu, e não tendo descendente, deixou a sua esposa para o seu irmão.
v. 26 Da mesma forma o segundo, e o terceiro, até o sétimo.
v. 27 E por último de todos, morreu também a mulher.
v. 28 Portanto, na ressurreição, de qual dos sete será a mulher, pois todos a tiveram?
Os saduceus apelaram à lei do levirato (Dt 25:5) numa tentativa de refutar a doutrina da ressurreição.
Em bora muitos judeus do primeiro século praticassem a poligamia, eles geralmente rejeitavam a poliandria (uma mulher tendo vários maridos).
Os saduceus forçavam Jesus a rejeitar a doutrina da ressurreição ou a admitir a legitimidade da poliandria.
(Mateus 22:29-35) A ressurreição é como um anjo de Deus no céu
v. 29 Jesus, respondendo, disse-lhes: Vós errais, não conhecendo as escrituras, nem o poder de Deus.
v. 30 Porque na ressurreição não casam, nem são dados em casamento, mas são como os anjos de Deus no céu.
v. 31 E, quanto à ressurreição dos mortos, não lestes o que vos foi dito por Deus, dizendo:
v. 32 Eu sou o Deus de Abraão, e o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó? Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos.
v. 33 E as multidões, ouvindo isto, maravilhavam-se com a sua doutrina.
v. 34 Mas os fariseus, quando ouviram que ele fizera emudecer os saduceus, eles se reuniram.
v. 35 Então um deles, que era mestre da lei, perguntou-lhe, provando-o, dizendo:
Como os anjos, as pessoas ressurretas não se casarão porque são eternas e não têm necessidade de procriar. Isto mostra que o dilema descrito pelos saduceus é falso.
Os saduceus aceitavam apenas o Pentateuco (Gênesis a Deuteronômio) como Escritura, e assim eles rejeitavam textos referentes à ressurreição como Is 26:19 e Dn 12:2.
Para convencê-los da ressurreição, Jesus precisava apelar a livros que eles respeitavam.
Consequentemente, Ele citou Êx 3:6, onde Deus falou a Moisés a partir da Sarça em Chamas e se referiu aos patriarcas mortos de uma maneira que implicava que eles ainda existiam, ou seja, Eu sou o Deus de Abraão em vez de “Eu fui o Deus de Abraão”.
(Mateus 22:36-37) Amarás o teu Deus com todo o teu coração
v. 36 Mestre, qual é o grande mandamento na lei?
v. 37 Respondeu-lhe Jesus: Tu amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de toda a tua mente.
Deuteronômio 6:4-5, conhecido como o Shema, era recitado várias vezes ao dia por judeus fiéis.
(Mateus 22:38-40) Amarás ao teu próximo como a ti mesmo
v. 38 Este é o primeiro e grande mandamento.
v. 39 E o segundo é semelhante a este: Tu amarás o teu próximo como a ti mesmo.
v. 40 Desses dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.
Deuteronômio 6:4 e Lv 19:18 sumarizavam a essência das demandas de Deus nas Escrituras ao chamar as pessoas para amarem a Deus e ao próximo (Mt 5:43-47).
(Mateus 22:41) Jesus indaga aos fariseus
v. 41 Enquanto os fariseus estavam reunidos, Jesus os indagou,
Após ser questionado repetidamente por Seus oponentes (v. 17), Jesus os apanhou, fazendo Ele Sua própria pergunta.
(Mateus 22:42) O filho de Davi
v. 42 dizendo: O que pensais vós do Cristo? De quem ele é filho? Eles disseram-lhe: O filho de Davi.
Filho era usado no grego antigo e no hebraico para descrever qualquer descendente masculino. Por conta de várias profecias do antigo testamento, o Messias era esperado como sendo um descendente de Davi (ver nota em Mt 1:1).
(Mateus 22:43-46) Nenhum homem ousou fazer mais perguntas
v. 43 Disse-lhes ele: Como então Davi, em espírito, lhe chama Senhor, dizendo:
v. 44 Disse o SENHOR ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até eu fazer os teus inimigos por escabelo?
v. 45 Então se Davi lhe chama Senhor, como é ele seu filho?
v. 46 E nenhum homem era capaz de responder-lhe uma palavra; e daquele dia em diante nenhum homem ousou fazer-lhe mais perguntas.
O salmo 110:1 descreve a ordem de Yahweh ao Senhor de Davi (Gr. kurios; Heb. gdon). “Senhor” era um título de autoridade e/ou divindade que descrevia o Cristo como o divino superior de Davi, não somente seu descendente.
O salmo 110:1-4 é citado mais frequentemente no novo testamento do que qualquer outra passagem do antigo testamento.
Conclusão
Portanto, os líderes religiosos procuravam o tempo todo testar o comprometimento de Jesus com a Lei e o seu amor a Deus.
Diante disso, eles perguntam qual o maior mandamento, e o Senhor lhes responde: “Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento”.

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