Atos 28 Estudo: Paulo em Roma
Em Atos 28, veremos que este capítulo apresentará Paulo em Malta e, finalmente, chegando em Roma. Enquanto viajava para Roma como prisioneiro, Paulo naufragará e chegará a uma ilha. Após uma navegação cheia de problemas, que acabou culminando no naufrágio que vimos, os tripulantes conseguem chegar a Malta e são bem recebidos pelas pessoas.
É importante falar que tudo isso aconteceu no inverno, por isso os problemas na viagem, os 90 dias presos em Malta e a insistência de Paulo para que não seguissem a viagem. É digno ressaltar também que eram um total de 276 pessoas que foram bem recebidas pelos habitantes da ilha.
Nesta ilha, ele será picado por uma cobra logo ao desembarcar, ao pegar madeira para a fogueira, mas ficará ileso e curará a muitos que estavam doentes. Paulo será levado até Roma, onde ficará em prisão domiciliar por dois anos, ensinando e testificando sobre Jesus Cristo.
Contexto histórico
Em Atos 27 pudemos ver uma parte da viagem de Paulo até Roma. O caminho que ele fez de Cesareia até Roma é marcado por dificuldades e obstáculos. Ele irá de Cesareia até uma ilha, chamada Malta, inicialmente. Paulo está acompanhado por Lucas e Aristarco.
Deus falará com Paulo e uma tempestade se abaterá sobre o navio, os fazendo achar que morreriam em meio a tudo aquilo, mas Deus, através de um anjo, dirá a Paulo que o levará em segurança até Roma, e isso dá novo ânimo não só a Paulo, mas a todos no navio, desde que ninguém abandone o plano, o navio, o que Deus disse que faria. Acompanhe a seguir o estudo de todos os versículos de Atos 28.
(Atos 28:1) Uma ilha chamada Malta
v. 1 E eles tendo escapado, souberam que a ilha se chamava Malta.
Esta é a quinta seção “nós” em Atos (ver nota em At 16:10) e se estende até o versículo 16. O naufrágio ocorreu em Malta, uma pequena ilha ao sul da Sicília.
(Atos 28:3-4) Paulo é picado por uma cobra
v. 3 E, tendo Paulo ajuntado um maço de gravetos e pondo-os no fogo, uma víbora, fugindo do calor, prendeu-se na sua mão.
v. 4 E os bárbaros, vendo-lhe a víbora venenosa pendurada na mão, diziam uns aos outros: Sem dúvida este homem é assassino, porque, apesar de ter escapado do mar, a vingança não o deixa viver.
Embora atualmente não existam cobras venenosas em Malta, isso não significa que não houvesse nos dias de Paulo.
A fauna e a flora mudam com o tempo. Os habitantes de Malta, aparentemente, pensaram que a vingança.
(Atos 28:13) Paulo em direção a Roma
v. 13 De lá nós buscamos uma bússola, e chegamos a Régio. E um dia depois, soprando um vento do sul, chegamos no segundo dia a Putéoli,
Potéoli, um grande porto no sul da Itália, era dedicado ao transporte de grãos do Egito para Roma.
(Atos 28:14) Paulo atende ao pedido dos irmãos
v. 14 onde encontramos irmãos que nos suplicaram a permanecer por sete dias com eles. E assim partimos para Roma.
Não se sabe como os irmãos chegaram pela primeira vez a Potéoli, tal como não se sabe como os cristãos chegaram pela primeira vez a Roma.
Talvez judeus em Poteoli tenham feito contato com cristãos de outra parte que passavam de viagem pelo porto.
(Atos 28:15) Os irmãos de Roma veem vê-lo
v. 15 E lá os irmãos, tendo ouvido sobre nós, vieram a nos encontrar na praça de Ápio e as Três Tabernas, e Paulo, vendo-os, agradeceu a Deus e tomou coragem.
Os irmãos de Roma desceram pela Via Ápia a duas pequenas cidades (praça de Ápio e Três Tabernas) para saudar e animar Paulo antes de sua chegada a Roma. J. Polhill sugere que esses dois grupos de cristãos representassem diferentes igrejas domésticas de Roma.
(Atos 28:16) Paulo passa a morar sozinho
v. 16 E, quando chegamos a Roma, o centurião entregou os prisioneiros ao capitão da guarda; mas permitiu-se a Paulo morar sozinho, com o soldado que o guardava.
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Enquanto sob custódia romana, Paulo parece ter morado por conta própria e às próprias custas (cp. também v. 23,30), guardado apenas por um soldado.
Nada mais sabemos a respeito de seu contato com o governo romano ou do desfecho de seu caso. Esse versículo é o fim da última seção “nós” no livro de Atos.
(Atos 28:17) Paulo recebe os judeus de Roma
v. 17 E aconteceu que, após três dias, Paulo convocou os principais judeus. Tendo-se reunido, disse-lhes: Homens e irmãos, embora eu não tenha feito nada contra o povo, nem aos costumes dos nossos pais, eu fui entregue como prisioneiro em Jerusalém nas mãos dos romanos.
Essa é a última vez em Atos que Paulo inicia seu ministério em uma nova cidade. Como de costume, ele começou contatando os judeus. Visto estar sob custódia, Paulo convidou os líderes judeus para visitá-lo, em vez de ir à sinagoga deles.
(Atos 28:21-22) Os judeus de Roma querem ouvi-lo
v. 21 E disseram-lhe: Nós não recebemos cartas da Judeia acerca de ti, nem veio aqui algum dos irmãos anunciando ou falando algo mau de ti.
v. 22 Mas nós desejamos ouvir o que tu pensas; porque, quanto a esta seita, sabemos que em toda parte se fala contra ela.
Os judeus em Roma tinham ouvido a respeito da seita do cristianismo (At 24:14), mas não haviam recebido nenhuma palavra oficial de Jerusalém sobre Paulo.
Essa falta de comunicação entre Jerusalém e Roma pode ter sido causada pelo inverno, ou pode indicar que os líderes judeus em Jerusalém tinham perdido o interesse no caso de Paulo, uma vez que ele agora estava fora da vista deles, além de sua jurisdição e, provavelmente, não mais lhes causaria problemas.
De qualquer forma, os cristãos de Jerusalém sabiam mais da situação de Paulo do que os judeus incrédulos (ver At 28:15 e nota).
(Atos 28:23) O testemunho acerca de Jesus
v. 23 E, havendo-lhe eles assinalado um dia, muitos foram ter com ele em seu alojamento, aos quais ele expôs e testemunhou o reino de Deus persuadindo-os a respeito de Jesus, tanto pela lei de Moisés como pelos profetas, desde à manhã até a noite.
Como o Cristo ressurreto no caminho de Emaús (Lc 24:13-35), Paulo mostrou como a lei de Moisés e os profetas apontaram para Jesus como o Messias de Deus.
(Atos 28:25-27) O coração está endurecido
v. 25 E, discordando uns com os outros, eles partiram, após Paulo falar uma palavra: Bem falou o Espírito Santo pelo profeta Isaías a nossos pais,
v. 26 dizendo: Vai a este povo e dize: Ouvindo, ouvirão, mas não entenderão. E vendo, verão, mas não perceberão;
v. 27 porquanto o coração deste povo está endurecido, e os seus ouvidos ouvem com dificuldade, e fecharam os seus olhos, a fim de que não vejam com os seus olhos, e ouçam com os seus ouvidos, e entendam com o seu coração, e se convertam, e eu os cure.
Lucas identifica o momento decisivo na discussão como sendo a declaração desafiadora do apóstolo de que o Espírito Santo bem falou por meio do profeta Isaías sobre a obstinação espiritual de Israel.
Uma vez que Paulo disse isso em resposta àqueles que “não criam” (v. 24) naquilo que ele dizia sobre Jesus, sua citação do profeta implicava claramente que a vinda de Jesus Cristo e Sua rejeição pelos judeus foram preditas no Antigo Testamento.
(Atos 28:28) Os gentios ouvirão
v. 28 Seja, pois, de vosso conhecimento, que aos gentios é enviada a salvação de Deus, e que eles a ouvirão.
Sobre a salvação de Deus sendo enviada aos gentios ver notas em At 13:46-47 e At 18:6.
(Atos 28:30-31) Paulo em Roma
v. 30 E Paulo permaneceu por dois anos inteiros na sua própria casa alugada, e recebia todos que lhe procuravam,
v. 31 pregando o reino de Deus, e ensinando as coisas relacionadas ao Senhor Jesus Cristo,com toda a confiança, sem nenhum homem o proibindo.
O livro de Atos termina de uma forma inesperadamente inconclusa. Paulo permaneceu preso por dois anos inteiros.
Durante esse tempo, ele viveu às próprias custas e tinha permissão para receber visitantes, aos quais proclamava sua mensagem abertamente e sem nenhum homem o proibindo.
A tradição da igreja há muito sustenta que Paulo foi decapitado durante a perseguição instigada pelo imperador romano Nero (64 ou 65 d.C.).
Paulo pode ter sido executado em Roma após os “dois anos inteiros”, no entanto, Eusébio, o historiador da igreja, acreditava que Paulo foi libertado do aprisionamento romano, mas acabou sendo preso novamente em data posterior, enviado para Roma e executado.
O fato de Lucas não escrever sobre a execução de Paulo tem levado alguns eruditos a concluir que o evangelista escreveu o livro de Atos antes da execução de Paulo.
Todavia, é possível que Lucas tenha escolhido não discutir os detalhes da morte do apóstolo, porque seu objetivo era mostrar que Deus havia cumprido Seu propósito para o apóstolo: levar o evangelho aos gentios.
A pregação de Paulo dia e noite na sede do pagão império romano garantiu que o cristianismo viesse a se tornar um fenômeno internacional, não apenas uma anomalia religiosa regional.
5 principais lições que aprendemos no estudo de Atos 28
- Fidelidade de Paulo: Apesar das dificuldades e perseguições enfrentadas, Paulo continua fiel ao seu chamado de pregar o Evangelho. Sua perseverança nos ensina a importância de permanecer fiel a Deus, mesmo em tempos de adversidade.
- Hospitalidade Cristã: Os habitantes de Malta mostram hospitalidade a Paulo e seus companheiros de viagem, mesmo após um naufrágio. Isso destaca a importância da hospitalidade cristã e nos lembra de acolher os estrangeiros e necessitados em nossas vidas.
- Testemunho Pessoal: Paulo aproveita a oportunidade de testemunhar sobre Jesus a todos que o procuram em Roma, demonstrando a importância de compartilhar nossa fé pessoalmente e de forma autêntica com os outros.
- Autoridade das Escrituras: Paulo utiliza as Escrituras hebraicas para ensinar e provar a veracidade do Evangelho. Isso nos lembra da autoridade das Escrituras e da importância de fundamentar nossa fé na Palavra de Deus.
- Rejeição e Aceitação do Evangelho: Alguns ouvem a mensagem de Paulo e a rejeitam, enquanto outros a recebem com fé. Isso nos lembra que nem todos responderão favoravelmente ao Evangelho, mas devemos continuar proclamando a mensagem de salvação, confiando que Deus age no coração das pessoas.
Conclusão
Concluindo o último capítulo do livro de Atos, vemos como Deus livra Paulo em diversas oportunidades, tudo para cumprir a sua vontade na vida desse grande homem separado por seu filho para a obra missionária.
Deus salva toda uma tripulação, os levam até uma ilha e os fazem serem bem recebidos por bárbaros, que os tratam com gentileza e amor.
Uma tempestade, uma cobra e uma ilha, Paulo passa por diversos testes da parte de Deus, e em todos é aprovado.
Na tempestade (dificuldades comuns da vida) ele ouve a voz de Deus e obedece, na cobra (ataques de satanás) ele não dá valor, sacudindo o ataque no fogo do espírito de sua vida e na ilha (tempo de Deus), onde Paulo pode exerceu o seu sacerdócio ao curar e libertar a vida daqueles moradores de Malta.
Paulo agora está pronto para chegar a Roma, e viver seus últimos dias na tranquilidade de sua casa, recebendo os irmãos e sim, completando sua carreira e guardando a sua fé.
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