Números 10 Estudo: O Início da Marcha
Neste capítulo de Números 10 estudo, veremos que Deus ordena que Moisés providenciasse duas trombetas, de prata, as quais, serviriam para convocar a congregação para a partida.
Quanto tocadas juntas, toda congregação deveria se reunir à porta do santuário. Quando apenas uma tocasse, os cabeças das tribos deveriam se achegar.
A depender da forma que fossem tocadas, o povo oriental ou, do sul, partiria. Nas pelejas, Deus olharia para Eles, ao soar das trombetas. Elas deveriam ser tocadas nas festas.
Em seguida, pela primeira vez, os israelitas, após dois anos da libertação do Egito, se colocam em marcha, após o levantar da nuvem do Senhor.
Os arrais partiram em determinada ordem, conforme o estandarte, iniciando por Judá e terminando com o exército de Naftali.
Por fim, o capítulo narra que Moisés roga a seu cunhado, Hobabe, que os acompanhasse em suas peregrinações, a fim de que os servissem de guia, prometendo-lhe todas as bênçãos que lhes sobreviriam.
Números 10 estudo: Contexto histórico
Anteriormente, Deus determina que os israelitas celebrassem a páscoa, no tempo devido e conforme instruções.
Então, a bíblia relata que alguns homens, que se encontravam impuros, para a cerimônia, questionaram Moisés sobre a possibilidade de realizarem a celebração, então, o Senhor os instrui a celebrar no mês subsequente.
Deus, ainda, enfatiza que, aqueles que não tivessem óbice algum, para realizar a celebração, no tempo correto, deveriam realizar o ritual tempestivamente, sob pena de serem excluídos e levarem sobre si a iniquidade.
Após, as escrituras relatam que a nuvem cobria o tabernáculo, sendo que, quando se erguia, os israelitas se colocavam em marcha, ao passo que, se estagnasse, os israelitas aguardavam a ordem de partida do Senhor.
(Números 10:1-2) As trombetas de prata
v. 1 E o SENHOR falou a Moisés, dizendo:
v. 2 Faze duas trombetas de prata; em uma peça inteira as farás; para que possas usá-las para a convocação da congregação e para a partida dos acampamentos.
As duas trombetas de prata tinham uma forma diferente do chifre de carneiro (Heb. shofar). O shofar anunciava o Dia da Expiação (Lv 25:9) e foi usado na marcha ao redor de Jericó, no início da conquista da terra prometida (Js 6:2-21).
A tonalidade distinta das trombetas de prata convocava o povo a marchar pelo deserto. O sacerdote Fineias também tocou uma trombeta de prata na batalha contra Midiã (Nm 31:6).
(Números 10:5-6) O toque das trombetas
v. 5 Quando soar um alarme, então os acampamentos que estão nas partes orientais partirão.
v. 6 Quando soar um segundo alarme, então os acampamentos que estão no lado sul iniciarão sua viagem. Eles soarão um alarme, para suas viagens.
Depois que o Senhor movia a nuvem onde estava Sua presença, os sacerdotes tocavam as trombetas uma depois da outra e numa duração variável, possivelmente em um tom diferente também, para avisar o povo de Israel para seguir a liderança do Senhor.
(Números 10:11) O dia da marcha
v. 11 E, no vigésimo dia do segundo mês do segundo ano, a nuvem se levantou de sobre o tabernáculo da congregação.
O vigésimo dia do mês era menos de uma semana depois do décimo quarto dia do segundo mês (Nm 9:8-13), quando as pessoas impuras podiam celebrar a Páscoa.
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Também era cerca de um mês depois da Páscoa de uma semana descrita em Nm 9:1-14 (Ex 13:6). Após passar 11 meses no deserto do Sinai, o Senhor começou a conduzir seu povo ao destino que Ele planejava – a terra prometida.
Novamente, os israelitas são descritos como um povo fiel seguindo a ordem do Senhor por meio de Moisés, ao estilo da “Canção da Jornada” (Nm 9:17-23).
(Números 10:12) Rumo a Parã
v. 12 E os filhos de Israel partiram do deserto do Sinai, para suas viagens; e a nuvem parou no deserto de Parã.
Os parâmetros geográficos deste primeiro movimento são o deserto do Sinai e o deserto de Parã. Os israelitas acamparam em Taberá (Nm 11:3), Quibrote-Hataavá (Nm 11:34-35) e Hazerote (Nm 12:16) a caminho do deserto de Parã.
Parã ficava a oeste de Midiã, a leste do Egito, se estendendo em direção ao norte a partir de um ponto ao norte ou nordeste do monte Sinai, ao norte em direção a Cades-Barnéia e a leste da Arábia.
O texto muda o curso para a região do deserto de Parã (Nm 13:26) para um contexto mais específico, em um estilo literário semelhante à lista do itinerário dos espias e, posteriormente, à rebelião de Moisés (Nm 20:1-13).
A ligação de Parã com Midiã é confirmada mais adiante na história, quando Hadade, rei de Edom, fugiu de Salomão para o Egito atravessando Mídia e Para (1Rs 11:18).
(Números 10:14-28) A liderança dos príncipes
A partida dos sacerdotes, levitas e as 12 tribos em ordem do monte Sinai segue o padrão do acampamento detalhado em Nm 2:1-3:38, com Judá partindo primeiro, liderada por Naassom (v. 14).
Os líderes tribais que ajudaram Moisés e Arão a levantar o censo militar (Nm 1:5-15) foram os que lideraram seus respectivos grupos no início da marcha vitoriosa à terra prometida. Ordem, harmonia e fidelidade marcavam o início da jornada no deserto.
(Números 10:29-32) Hobabe
v. 29 E Moisés disse a Hobabe, filho de Reuel, o midianita, sogro de Moisés: Estamos em viagem para aquele lugar de que o SENHOR disse: Eu o darei a vós; vem conosco, e te faremos bem; porque o SENHOR falou bem sobre Israel.
v. 30 Porém ele lhe respondeu: Não irei, mas irei à minha terra, e para meus parentes.
v. 31 E ele disse: Eu te peço, não nos deixes; porque sabes que nós vamos acampar no deserto, e podes ser nossos olhos.
v. 32 E se vieres conosco, e quando recebermos o bem que o SENHOR nos fará, também te faremos bem.
Moisés observou duas vezes que o SENHOR falou bem sobre Israel e prometeu duas vezes a Hobabe que essa bondade também o alcançaria se ele os ajudasse guiando-os pelo deserto.
Quem era este Hobabe, filho de Reuel? Os dois nomes, Reuel (Êx 2:18) e Jetro (Êx 3:1), referentes aos parentes por casamento de Moisés, talvez se refiram a duas gerações desta família midianita, visto que o termo hebraico pode significar “sogro.” “cunhado ou simplesmente “parente por casamento”.
Desta forma, o líder patriarcal da família provavelmente se chamava “Reuel” (considerando “pai” como “avô,” o que é comum na Bíblia hebraica) e o verdadeiro sogro de Moisés se chamava Jetro.
Outros sugerem que Jetro e Reuel eram a mesma pessoa, visto que nomes duplos comumente se refletiam nos textos da Idade do Bronze.
A bênção de Deus se cumpriu sobre Hobabe e sua família queneu em Jz 1:16 Será que Moisés mostrou falta de fé por ter pedido que seu cunhado lhes servisse de guia no deserto?
O texto sequer faz alusão a esta sugestão, porque o foco está no envolvimento de Hobabe como potencial receptor das bênçãos do pacto de Israel.
Pelo contrário, a ideia de liderança compartilhada é enfatizada pelo fato de Moisés ser o interprete da direção de Deus, como se podia ver pela nuvem no deserto.
Hobabe proveria uma ajuda valiosa no ambiente do deserto,que os midianitas conheciam.
(Números 10:33-36) A viagem
v. 33 E eles partiram do monte do SENHOR, em uma viagem de três dias; e a arca do pacto do SENHOR ia à frente deles, para lhes buscar um lugar para descanso.
v. 34 E a nuvem do SENHOR ia sobre eles durante o dia, quando partiam do acampamento.
v. 35 E quando a arca partia, Moisés dizia: Levanta-te, SENHOR, e que se dissipem os teus inimigos, e que os que te odeiam fujam de diante de ti.
v. 36 E quando ela pousava, dizia: Volta, ó SENHOR, para os muitos milhares de Israel.
A “Canção de Batalha da Arca” (v.35-36) é precedida por dois registros cronológicos acerca da primeira parte do movimento da nuvem do Senhor.
Uma viagem de três dias cobriria uma distância de 56 a 72km, com base nas medidas de viagem mencionadas nos anais militares dos Faraós do Egito.
Na viagem, a nuvem, que simbolizava a presença e liderança de Deus (Nm 9:15-23), ia à frente deles, a distância, mas sempre os cobrindo para protegê-los.
A arca do pacto do Senhor, o trono simbólico de Deus em seu relacionamento rei-súdito com Israel, ia à frente do povo no caminho.
A viagem de três dias faz lembrar o pedido de Moisés a Faraó para que deixasse os israelitas viajarem três dias no deserto para adorar o Senhor.
Conclusão
Após dois anos da libertação do Egito, a nuvem do Senhor se ergueu e os israelitas se colocaram em marcha, rumo ao destino que Deus lhes havia prometido.
As escrituras, neste momento, os denominam como exército. As tribos marcharam em ordem. Chama atenção a organização para o deslocamento do povo.
Aqueles homens que, inicialmente, estavam desesperados pela possível falta de comida e água, logo que saíram do Egito, agora, se encontravam organizados e encorajados a colocarem as demais etapas do plano divino em ação. Que revolução!
A proposta divina não apenas faria de Israel um povo exclusivo do Senhor, mas os faria uma grande nação, um povo forte, de homens guerreiros, os quais conquistariam muitas terras e, através disso, seriam usados, por Deus, para levar juízo sobre outras nações (Êxodo 34:10). Era para esse destino que os israelitas se viam marchando.
A história, ainda, relata que Moisés insiste para que Hobabe, seu cunhado, partisse com o povo, a fim de que servisse de guia no deserto, denotando uma provável aptidão no assunto.
Podemos concluir que, ao passo que Deus guiava os israelitas, com Sua presença, Ele provia líderes, pessoas aptas para instruir o povo.
Podemos recordar o momento em que o próprio sogro de Moisés o orienta a escolher líderes capazes e de confiança, para aquela importante tarefa (Êxodo 18:17-23).
Este conselho fora um verdadeiro direcionamento divino. Deus não deseja que caminhemos sozinhos! Na comunhão Ele ordena a bênção (Salmo 133:1-3).
É melhor serem dois, que um (Eclesiastes 4:9). Deus nos chama para sermos Israel, uma família, um corpo com muitos membros (Efésios 2:19-22).
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