Juízes 1 Estudo: A Desobediência de Israel

Neste capítulo de Juízes 1 estudo, veremos que o livro de juízes se inicia relatando que, após a morte de Josué, Israel consulta o Senhor para saber quem lideraria a peleja contra os cananeus, sendo escolhido Judá, o qual chama Simeão para pelejar juntamente em busca das novas terras.

O Senhor os entregou os cananeus e os ferezeus. Após, destruíram os cananeus de Zefate. Tomaram, ainda, a Gaza, Asquelom e Ecrom. Hebrom foi dada a Calebe, porém sua tribo não expulsou os jebuseus.

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Os filhos de José conquistaram Betel. Após, as escrituras relatam sobre diversas terras que não foram conquistadas, narrando onde os filhos de Israel não haviam expulsado os habitantes daquelas nações.

Juízes 1 estudo: Contexto histórico

Anteriormente, o último capítulo de Josué narrou suas últimas instruções ao povo de Israel. Ele os relembrou de toda sua trajetória e os aconselhou a andarem em obediência, deixando os falsos deuses, os quais foram adorados por seus pais.

Os israelitas fazem, então, a renovação de sua aliança com Deus. Por fim, as escrituras relatam a morte de Josué e de Eleazar.

(Juízes 1:1-2) Judá lidera a peleja

v. 1 Ora, depois da morte de Josué, sucedeu que os filhos de Israel perguntaram ao SENHOR, dizendo: Quem primeiro subirá por nós contra os cananeus, para lutar contra eles? 

v. 2 E o SENHOR disse: Judá subirá. Eis que entreguei a terra em sua mão. 

 Depois da morte de Josué liga o livro de Juízes ao relato anterior da conquista de Canaã no livro de Josué, e estabelece a ordem do que vem a seguir.

Esta é a história das gerações que vieram depois da morte de Josué, as quais não foram capazes de dar continuidade ao legado de fidelidade à missão que Moisés lhe deu.

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Deus ordenou que Seu povo destruísse os cananeus durante a conquista, caso contrário eles certamente levariam os israelitas à falsa adoração (Dt 20:16-18). A história a seguir demonstra que esta preocupação era válida.

(Juízes 1:3) Simeão se alia a Judá

v. 3 E Judá disse a Simeão, seu irmão: Suba comigo para a minha terra, para que possamos lutar contra os cananeus; e eu, do mesmo modo, irei contigo para a tua terra. Então Simeão foi com ele. 

 Judá e Simeão se aliaram para lutar contra os cananeus, dando um exemplo positivo de como as tribos poderiam trabalhar juntas para conquistar a terra.

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(Juízes 1:4-7) Bezeque

v. 4 E Judá subiu; e o SENHOR entregou os cananeus e os ferezeus na sua mão; e mataram deles em Bezeque dez mil homens. 

v. 5 E encontraram Adoni-Bezeque em Bezeque; e lutaram contra ele, e mataram os cananeus e os ferezeus. 

v. 6 Porém Adoni-Bezeque fugiu; e eles o perseguiram, e o apanharam, e cortaram fora os seus polegares e os dedos grandes dos seus pés. 

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v. 7 E Adoni-Bezeque disse: Setenta reis, com os seus polegares e dedos grandes dos pés decepados, juntavam sua carne debaixo da minha mesa; tal como eu fiz, assim também Deus me retribuiu. E o trouxeram a Jerusalém, e ali ele morreu. 

A vitória em Bezeque é um bom começo, que salienta ainda mais a tragédia seguinte de Israel. No entanto, o tratamento dado ao líder dos cananeus, Adoni-Bezeque, confere um tom ambíguo a este triunfo.

Os israelitas lhe cortaram os seus polegares e os dedos grandes dos seus pés, enfatizando quão dramática foi a vitória das tribos de Judá e de Simeão com a ajuda de Deus.

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Setenta reis não puderam derrotar Adoni-Bezeque e o Senhor o derrubou sem nem precisar se esforçar. Até o próprio rei derrotado reconheceu a mão de Deus operando.

Contudo, de acordo com a ordem do Senhor em Dt 7:1-2 para destruir completamente os cananeus e ferezeus, Adoni-Bezeque deveria ter sido executado imediatamente.

Em vez disso, ao adotar a própria estratégia de punição de Adoni-Bezeque, os israelitas parecem ter se igualado aos cananeus imorais que deveriam expulsar. Este tipo de erro é um problema que persiste ao longo de todo o livro de Juízes.

(Juízes 1:8) Jerusalém

v. 8 Ora, os filhos de Judá haviam lutado contra Jerusalém, conquistaram-na, feriram-na com o fio da espada, e atearam fogo à cidade. 

 Os homens de Judá conquistaram e destruíram Jerusalém, conforme as leis da guerra santa. Contudo, eles não a ocuparam neste momento ou, se a ocuparam, logo foram expulsos novamente (1Cr 11:4-9).

(Juízes 1:13) Otniel

v. 13 E Otniel, o filho de Quenaz, irmão mais novo de Calebe, tomou-a; e ele lhe deu Acsa, sua filha, por esposa. 

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 Mais adiante, Otniel se tornou o primeiro juiz de Israel (Jz 3:7-11). Esta história mostra as credenciais de Otniel para esta função, tanto como guerreiro como por seu parentesco com Calebe, companheiro fiel de Josué na missão de espionagem de Nm 13-14.

Otniel, sobrinho de Calebe, conquistou Quiriate-Sefer (Debir) e, com isso, o direito à mão de sua filha Acsa.

(Juízes 1:14-15) Acsa

v. 14 E sucedeu que, quando ela veio a ele, ela o levou a pedir ao seu pai um campo; e ela desceu do seu jumento; e Calebe lhe disse: O que queres? 

v. 15 E ela lhe disse: Dá-me uma bênção; pois tu me deste uma terra ao sul; dá-me também fontes de água. E Calebe lhe deu as fontes do alto, e as fontes de baixo. 

Acsa não era apenas uma mulher com bons relacionamentos, ela era uma mulher de fé e com presença de espírito.

Ela e seu marido receberam uma terra ao sul, região seca no sul de Judá, mas precisavam de água para ela. Por esta razão, Ácsa foi atrás de seu pai e conseguiu fontes de água.

Seu pedido e a fé que a motivou lembram as filhas de Zelofeade (Nm 27), as quais pediram uma herança na terra prometida, mesmo antes dela ter sido conquistada das mãos dos inimigos.

(Juízes 1:16) Os filhos do queneu

v. 16 E os filhos do queneu, sogro de Moisés, subiram da cidade das palmeiras com os filhos de Judá para o deserto de Judá, que fica ao sul de Arade; e eles foram e habitaram no meio do povo. 

Os filhos do queneu eram descendentes de Jetro, sogro de Moisés. Eles viajaram com os homens de Judá desde Jericó (a cidade das palmeiras). Em vez de expulsar os habitantes da terra, eles foram e habitaram no meio do povo.

(Juízes 1:17-20) O fracasso quanto à expulsão dos povos estrangeiros

v. 17 E Judá foi com Simeão, seu irmão, e eles mataram os cananeus que habitavam em Zefate, e a destruíram por completo. E o nome da cidade passou a ser Horma. 

v. 18 Judá também tomou Gaza com o seu termo, e Asquelom com o seu termo, e Ecrom com o seu termo. 

v. 19 E o SENHOR estava com Judá; e ele expulsou os habitantes do monte; mas não conseguiu expulsar os habitantes do vale, porque eles tinham carruagens de ferro. 

v. 20 E eles entregaram Hebrom a Calebe, como disse Moisés; e ele expulsou de lá os três filhos de Anaque. 

Após o sucesso inicial das tribos de Judá e Simeão veio um destoante fracasso. Com uma série de vitórias em Horma… Gaza, Ascalom e Ecrom, Judá tomou posse da região montanhosa porque o Senhor estava com eles.

Entretanto, eles não conseguiram expulsar o povo que vivia nos vales porque estes possuíam carruagens de ferro.

O ferro era uma descoberta relativamente recente e os cananeus possuíam tecnologia de ponta, porém o Senhor provou muitas e muitas vezes ser mais do que capaz de derrotar forças superiores, inclusive as equipadas com carros (Js 17:18).

No fracasso de Judá em conquistar o povo dos vales fica implícito que o Senhor retirou deles sua bênção na guerra, o que contrasta totalmente com o sucesso de Calebe em Hebrom (já mencionado em Jz 1:10).

Calebe derrotou os filhos de Anaque, os quais muito aterrorizaram seus contemporâneos nos dias de Moisés (Nm 13:33).

(Juízes 1:21) Os benjamitas

v. 21 E os filhos de Benjamim não expulsaram os jebuseus que habitavam em Jerusalém, mas os jebuseus habitam com os filhos de Benjamim em Jerusalém até este dia. 

 Os versículos seguintes registram um fracasso atrás do outro. A cidade de Jerusalém ficava na fronteira do território de Judá e Benjamim; o sucesso da campanha de Judá em Jerusalém durou pouco tempo.

Os benjamitas vêm logo depois de Judá na ladainha do fracasso, possivelmente como um presságio de seu papel negativo nos últimos capítulos do livro.

(Juízes 1:22-26) A casa de José

v. 22 E a casa de José, eles também subiram contra Betel; e o SENHOR estava com eles. 

v. 23 E a casa de José mandou espionar Betel (Ora, o nome anterior da cidade era Luz).

v. 24 E os espiões viram um homem sair da cidade, e lhe disseram: Mostra-nos, rogamos-te, a entrada da cidade, e mostraremos misericórdia para contigo. 

v. 25 E quando ele lhes mostrou a entrada da cidade, eles feriram a cidade com o fio da espada; mas deixaram ir aquele homem e toda a sua família. 

v. 26 E o homem foi para a terra dos heteus, e edificou uma cidade, e chamou o seu nome de Luz; e este é o seu nome até este dia. 

A casa de José (os efraimitas) tiveram uma experiência confusa em Betel. As semelhanças e diferenças em relação ao ataque a Jericó sob o comando de Josué (Js 2:6) são marcantes.

Tal como em Jericó, foram enviados espias para explorar a cidade, os quais encontraram um habitante que concordou em ajudá-los em troca de sua vida e de sua família.

A cidade foi conquistada porque o SENHOR estava com eles. Contudo, diferentemente de Raabe, o homem não se tornou membro da comunidade do pacto. Pelo contrário, ele partiu e voltou à sua vida pagā em outra região.

(Juízes 1:27-33) Coabitação

v. 27 Manassés não expulsou os habitantes de Bete-Seã e das suas aldeias, nem Taanaque e suas aldeias, nem os habitantes de Dor e das suas aldeias, nem os habitantes de Ibleão e das suas aldeias, nem os habitantes de Megido e suas cidades; mas os cananeus habitaram naquela terra. 

v. 28 E sucedeu que, quando Israel se fortaleceu, eles colocaram os cananeus sob tributo, e não os expulsaram por completo. 

v. 29 Tampouco Efraim expulsou os cananeus que habitavam em Gezer, mas os cananeus habitaram em Gezer entre eles. 

v. 30 Zebulom não expeliu os habitantes de Quitrom, nem os habitantes de Naalol; mas os cananeus habitaram entre eles, e se tornaram tributários. 

v. 31 Aser não expeliu os habitantes de Aco, nem os habitantes de Sidom, nem os de Alabe, nem os de Aczibe, nem os de Helba, nem os de Afeque, nem os de Reobe; 

v. 32 mas os aseritas habitaram no meio dos cananeus, os habitantes da terra; pois eles não os expulsaram. 

v. 33 Naftali não expulsou os habitantes de Bete-Semes, nem os habitantes de Bete-Anate; mas habitou no meio dos cananeus, os habitantes da terra; todavia, os habitantes de Bete-Semes e os de Bete-Anate se tornaram seus tributários. 

Conforme o capítulo se desdobra, a conquista é substituída pela coabitação. Manassés não expulsou os habitantes dos vilarejos em seu território.

Mesmo quando os homens de Manassés se tornaram mais fortes que os cananeus, eles não os expulsaram. Em vez disso, usaram-nos para trabalhos forçados.

A mesma atitude foi seguida por Efraim… Zebulom… Aser e Naftali. A totalidade do fracasso é ressaltada pelo uso do título abrangente Israel, no v. 28.

(Juízes 1:34-35) Os filhos de Dã

v. 34 E os amorreus forçaram os filhos de Dã até o monte; pois não o fariam descer até o vale; 

v. 35 mas os amorreus habitariam no monte Heres, em Aijalom, e em Saalabim; contudo, a mão da casa de José prevaleceu, e assim eles se tornaram tributários. 

A pior situação de todas foi a dos filhos de Dã. Eles foram confinados à região montanhosa pelos amorreus  que estavam decididos a resistir em suas cidades.

Aparentemente, os habitantes da terra estavam mais determinados a ficar ali do que o povo de Deus a obedecer à ordem do Senhor de expulsá-los.

Conclusão

O livro de Juízes se inicia com o relato da morte de Josué e, por conseguinte, a liderança de Judá em sair a pelejar contra os povos cananeus que, ainda, habitavam em sua herança. A conquista total da terra prometida foi algo demorado.

Embora Josué tenha liderado a tomada dos principais territórios, veremos que, no tempo de Davi, partes desta terra ainda eram dominadas pelo inimigo. Veremos que ele lutará diversas vezes contra os filisteus.

Neste momento, cabia a cada tribo liderar a conquista das demais terras, no entanto, podemos extrair, do capítulo, que os israelitas duvidaram que poderiam tomar as planícies costeiras, em razão da superioridade e poderio daqueles povos cananeus.

Veremos que, ao contrário do que havia sido determinado por Deus, Israel, por vezes, ao invés de expulsar determinados povos, fez tratados com eles ou, ainda, cobrou impostos, o que, inevitavelmente, fez com que se misturassem.

Os israelitas fracassaram e transgrediram a Lei do Senhor, o que culminou em juízo, conforme previsto por Moisés e relembrado por Josué.

Israel seria espalhado daquelas terras, sofreria fome, morte e escravidão, como nos exílios babilônicos e assírios, o que apontaria para Cristo, ante a necessidade de um redentor que livrasse o homem.

As escrituras vão dizer que Jesus levaria sobre si toda dor e toda transgressão, portanto, seu castigo, traria paz e cura (Isaias 53).

Juízes 1 estudo.

Sobre o Autor

Olá, me chamo Lázaro Correia, sou Cristão, formado em Teologia e apaixonado pela Bíblia. Aqui no Blog você vai encontrar diversos estudos Bíblicos e muito conteúdo sobre vida Cristã.

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