1 Samuel 6 Estudo: Lições Divinas

Em 1 Samuel 6, veremos que faziam sete meses que a arca do Senhor estava com os filisteus, até que chamaram seus sacerdotes e adivinhadores e perguntaram como fariam para devolve-la, de modo que sugeriram que a enviassem com uma oferta pela culpa, para serem curados.

A oferta consistiria em cinco tumores de ouro e cinco ratos de ouro, segundo o número de príncipes deles. Também deveria ser feito um carro e seriam tomadas duas vacas, a serem atadas no referido carro, sendo que seus bezerros ficariam trancados.

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Deveria, ainda, ser feito um cofre e colocado ao lado da arca, no carro, o qual abrigaria as ofertas de ouro. Ainda consideraram que, se os bois seguissem rumo ao caminho de Bete-Semes, seria a constatação de que toda aquela situação era decorrente da ira do Senhor.

Do contrário, tudo não passaria de casualidade. Assim fizeram os filisteus e os bois seguiram pelo caminho de Bete-Semes. Quando o carro parou, em Bete-Semes, lá ofereceram sacrifício.



Os levitas desceram a arca e a colocaram sobre uma pedra. Naquele mesmo dia, os homens daquele local, também, sacrificaram ao Senhor.

Por fim, é relatado que o Senhor feriu setenta homens de Bete-Semes, pois olharam dentro da arca. Assim, mandaram mensageiros para Quiriate-Jearim, a fim de que buscassem o referido item sagrado.

Contexto histórico

No capítulo anterior, os filisteus levaram a arca do Senhor até o templo de Dagom, em Asdode e a colocaram junto a ele. No dia seguinte, Dagom estava caído, com o rosto em terra, em frente a arca, de modo que a reergueram, no seu lugar.

No outro dia, Dagom estava caído, de bruços, com cabeça e mãos cortados, perante a arca. Deus, ainda, pesou a mão sobre Asdode e seu moradores e os feriu com tumores.

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Assim, decidiram levar a arca de cidade em cidade e, em todas, aqueles que não morriam, ficavam gravemente feridos, até que concluíram que ela deveria ser restituída aos israelitas. Acompanhe a seguir o estudo de todos os versículos de 1 Samuel 6.

(1 Samuel 6:1) Sete meses

v. 1 E a arca do SENHOR esteve no país dos filisteus sete meses. 

 A alusão a sete meses fixa uma data para a batalha que resultou na captura da arca em torno do final de outubro visto que a colheita do trigo (v. 13) ocorria normalmente por volta do final de maio.

(1 Samuel 6:2) Autoridades religiosas dos filisteus

v. 2 E os filisteus convocaram os sacerdotes e os adivinhadores, dizendo: O que faremos com a arca do SENHOR? Dizei-nos como a enviaremos ao seu lugar. 


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 Sacerdotes e adivinhadores representavam as autoridades religiosas dos filisteus. Os adivinhos eram proibidos pela lei de Moisés (Dt 18:10) porque eles tentavam discernir a vontade divina à parte dos métodos prescritos por Deus.

(1 Samuel 6:3) A oferta dos filisteus

v. 3 E eles disseram: Se mandardes embora a arca do Deus de Israel, não a envieis vazia; mas, seguramente, devolva-lhe uma oferta pela transgressão; então sereis curados, e sabereis porque a sua mão não foi removida de sobre vós. 

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 Uma oferta pela transgressão se aplicava a situações onde as coisas sagradas (aqui a arca) tinham sido profanadas (Lv 5:15).

(1 Samuel 6:4) A representação da oferta

v. 4 Então, eles disseram: Qual será a oferta pela transgressão que lhe devolveremos? Eles responderam: Cinco hemorroidas de ouro, e cinco camundongos de ouro, de acordo com o número de senhores dos filisteus: pois uma praga esteve sobre vós todos, e sobre os vossos senhores. 

 As cinco hemorróidas de ouro e os cinco camundongos de ouro não correspondem aos itens que a lei de Moisés requeria para a oferta pela culpa.

No de uma oferta na forma daquilo que uma pessoa quer ser libertada é bem atestada no mundo antigo [Nm 21:6-9].

(1 Samuel 6:6) O temor filisteu

v. 6 Por que, então, endureceis os vossos corações, como os egípcios e Faraó endureceram os seus corações; quando ele havia operado maravilhosamente no meio deles, e eles não permitiam que o povo se fosse, e eles partiram? 


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 Os filisteus conheciam a história de Israel e aquilo que Deus fez no Egito (1Sm 4:8). Eles estavam determinados a aprender sua lição espiritual mais rapidamente do que os egípcios o fizeram.

(1 Samuel 6:7-8) O teste final

v. 7 Agora, portanto, fazei um novo carro, e tomai duas vacas que amamentam, sobre as quais ainda não tenha sido posto jugo, e amarrai as vacas ao carro, e trazei delas os seus novilhos para casa; 

v. 8 e tomai a arca do SENHOR, e a assentai sobre o carro; e ponde as joias de ouro, que vós lhe retornais como oferta pela transgressão, em uma caixa ao seu lado; e mandai-a embora, para que possa ir. 

Os filisteus empregaram mais este teste final com uma carroça (um carro) e duas vacas para se assegurar que as pragas tinham vindo da mão do Senhor. Todavia, eles estavam certos que precisavam enviar a arca do SENHOR.

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Vacas não adestradas normalmente não saberiam como trabalhar em conjunto para puxar uma carroça em uma estrada, e elas normalmente não deixariam os seus novilhos para trás, portanto, quando eles viram que foi isso mesmo o que sucedeu, souberam que tudo vinha de Deus.

(1 Samuel 6:9) Bete-Semes

v. 9 E vede, se ela subir pelo caminho do seu próprio termo, até Bete-Semes, então ele nos causou este grande mal; mas se não, nós saberemos que não foi a sua mão que nos feriu; foi um acaso que nos sobreveio. 

Bete-Semes está situada no vale de Soreque, a curta distância de Timna, que era controlada pelos filisteus [Jz 14:1].

(1 Samuel 6:12) A constatação

v. 12 E as vacas tomaram o caminho reto até o caminho de Bete-Semes, seguiram pelo caminho principal, mugindo enquanto seguiam, e não se desviaram para a direita, nem para a esquerda; e os senhores dos filisteus seguiram após elas, até o limite de Bete-Semes.

O texto enfatiza que a trajetória das vacas não deixou espaço para dúvidas a respeito da orientação de Deus.

Os senhores dos filisteus seguiram a carroça até o limite de Bete-Semes, que provavelmente marcava o início da região controlada pelos israelitas.

(1 Samuel 6:13) A época da ceifa

v. 13 E os de Bete-Semes estavam ceifando sua colheita de trigo no vale; e eles levantaram os seus olhos, e viram a arca, e se alegraram em vê-la. 

 A colheita do trigo era normalmente feita por volta do final de maio. A festa das semanas, chamada shovu oth em hebraico (Nm 28:26-31), marcava essa época de ceifa e incluía o Pentecoste (Lv 23:15-16).

(1 Samuel 6:14) A oferta queimada

v. 14 E o carro adentrou o campo de Josué, um bete-semita, e ali permaneceu, onde havia uma grande pedra; e racharam a madeira do carro, e ofereceram as vacas em oferta queimada ao SENHOR.

O texto não sugere que o povo pecou ao oferecer as vacas como oferta queimada, embora tais ofertas normalmente requerem um macho sem defeito (Lv 1).

(1 Samuel 6:15) Uma cidade levita

v. 15 E os levitas fizeram descer a arca do SENHOR, e a caixa que com ela estava, dentro da qual as joias de ouro estavam, e as colocaram sobre a grande pedra; e os homens de Bete-Semes ofereceram ofertas queimadas e sacrificaram sacrifícios no mesmo dia ao SENHOR. 

Bete-Semes era uma cidade designada para os levitas (Js 21:16).

(1 Samuel 6:16) Os cinco príncipes

v. 16 E quando os cinco senhores dos filisteus viram aquilo, retornaram a Ecrom no mesmo dia. 

Os cinco senhores dos filisteus reconheceram a mão de Deus por trás dos problemas que tiveram nos últimos sete meses. Eles retornaram a Ecrom, onde presumivelmente relataram aquilo que aconteceu.

(1 Samuel 6:17-18) As cidades representadas

v. 17 E estas são as hemorroidas de ouro que os filisteus devolveram como oferta pela transgressão ao SENHOR; uma por Asdode, uma por Gaza, uma por Asquelom, uma por Gate, uma por Ecrom; 

v. 18 e os camundongos de ouro, de acordo com o número de todas as cidades dos filisteus pertencentes aos cinco senhores, tanto das cidades fortificadas, como das aldeias do campo, até a grande pedra de Abel, sobre a qual eles desceram a arca do SENHOR; tal pedra permanece até este dia no campo de Josué, o bete-semita. 

Sobre as cidades dos filisteus, ver nota em 1Sm 5:1. A expressão até este dia refere-se à época em que 1 Samuel foi escrito, provavelmente logo no início do reino dividido.

(1 Samuel 6:19) Os setenta homens mortos

v. 19 E ele feriu os homens de Bete-Semes, porque eles haviam olhado para dentro da arca do SENHOR, ele até feriu, do povo, cinquenta mil e setenta homens; e o povo lamentou, porque o SENHOR havia ferido muitos do povo com um grande massacre. 

 As palavras hebraicas traduzidas como cinquenta mil e  setenta homens não ocorrem em muitos manuscritos antigos, e Bete-Semes não poderia ter comportado uma população tão grande.

A leitura de setenta homens, por outro lado, é incontestável. A expressão olhado para dentro da arca também pode ser traduzida como “olhado para a arca” no sentido de olhar ou encarar de maneira profana. Os levitas deveriam ter coberto a arca assim que possível e tratado dela com maior reverência.

(1 Samuel 6:20) A constatação da falha israelita

v. 20 E os homens de Bete-Semes disseram: Quem é capaz de permanecer de pé diante deste SENHOR Deus santo? E a quem subirá dentre nós?

 Os homens de Bete-Semes compreenderam a própria falta de santidade na presença do Senhor Deus santo.

Os filisteus tinham enviado a arca para longe deles; os cidadãos de Bete-Semes decidiram agora fazer o mesmo.

(1 Samuel 6:21) Quiriate-Jearim

v. 21 E eles enviaram mensageiros aos habitantes de Quiriate-Jearim, dizendo: Os filisteus trouxeram novamente a arca do SENHOR; descei, e fazei-a subir até vós. 

Quiriate-Jearim era uma cidade no território de Judá cerca de 24 quilômetros a leste. O fato de enviarem a arca para lá em vez de Siló sugere que os filisteus podem ter devastado Siló após capturarem a arca. As evidências arqueológicas indicam que a cidade foi destruída por volta dessa época.

5 principais lições que aprendemos no estudo de 1 Samuel 6

  1. Respeito pela Santidade de Deus: O povo filisteu reconhece a santidade do Deus de Israel e busca devolver a arca da aliança, demonstrando reverência e temor diante da presença de Deus. Isso nos lembra da importância de honrar a santidade de Deus em nossas vidas e em nossas ações.
  2. Consequências da Desobediência: O povo de Bete-Semes é punido por olhar dentro da arca da aliança, desobedecendo ao mandamento divino de não tocar nela. Isso nos alerta sobre as consequências da desobediência e nos ensina a respeitar os limites estabelecidos por Deus.
  3. Reconhecimento da Soberania Divina: A colocação dos ratos de ouro e dos tumores diante da arca da aliança é uma confissão pública do poder de Deus sobre as pragas e doenças. Isso destaca a importância de reconhecer a soberania de Deus sobre todas as áreas de nossas vidas.
  4. Ação de Graças e Louvor: O povo de Bete-Semes oferece sacrifícios ao Senhor em ação de graças pela devolução da arca da aliança e pela proteção divina. Isso nos lembra da importância de expressar gratidão a Deus por suas bênçãos e bondade em nossas vidas.
  5. Testemunho do Poder de Deus: A devolução da arca da aliança e o reconhecimento do Senhor como Deus único e soberano servem como um testemunho do poder e da glória de Deus para os povos ao redor. Isso nos desafia a sermos testemunhas eficazes do poder de Deus em nosso próprio contexto.

Conclusão

Os filisteus, mais uma vez, deram a oportunidade, ao Senhor, de demonstrar Sua grandeza e onipotência. Eles tramaram um teste que, dificilmente, seria possível, pela lógica humana.

Os filisteus decidiram atar duas vacas, junto ao novo carro que levaria a arca e, então, consideraram que, caso as vacas seguissem o caminho de Bete-Semes, rumo aos israelitas, era porque, realmente, o Senhor os havia pesado a mão.

Contudo, eles apreenderam as crias das vacas, a fim de que, instintivamente, elas tomassem o rumo junto as referidas crias, contudo, vemos que elas seguiram a Bete-Semes.

Deus, novamente, demonstrava Seu poder e impunha Sua vontade! Importante notar que, ao mesmo tempo que os filisteus desejavam compreender a realidade, tentavam dificultar a resposta indesejada, trancando as crias das vacas.

Essa atitude exemplifica a auto sabotagem característica daqueles que desprezam a verdade! Quando o homem decide andar em seus próprios caminhos tem seu entendimento obscurecido pelo pecado. A verdade torna-se algo insuportável e admiti-la é algo inconcebível, mesmo que seja evidente.

Por fim, outra lição importante que pode ser extraída neste capítulo está no momento em que os moradores de Bete-Semes acabam sendo punidos por olharem para dentro da arca, algo que iria contra os mandamentos divinos, dados a Moisés, a este respeito.

Seja por ignorância ou por irreverência, aqueles israelitas iriam aprender, da forma mais dolorosa, em que estariam falhando.

1 Samuel 6 estudo.

Sobre o Autor

Olá, me chamo Lázaro Correia, sou Cristão, formado em Teologia e apaixonado pela Bíblia. Aqui no Blog você vai encontrar diversos estudos Bíblicos e muito conteúdo sobre vida Cristã.

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