Êxodo 32 Estudo: A Corrupção e o Bezerro de Ouro

Em Êxodo 32, veremos que os israelitas pedem a Arão que fossem fabricados deuses, visto que não sabiam o que haveria ocorrido com Moisés. Arão manda que o povo trouxesse argolas de ouro, para produção de ídolos.

Então produzem um bezerro de ouro e o adoram, com danças, músicas e sacrifícios. Deus manda que Moisés descesse, do monte Sinai, vez que o povo havia se corrompido.

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Ao descer, Moisés queima o bezerro de ouro e transforma-lhe em pó, o qual é derramado em água e dado ao povo, para que bebessem. Arão, culpa o povo pelo ato.

Após, Moisés manda que os Levitas matassem os idólatras. Por fim, no dia seguinte, Moisés intercede que Deus não acabasse com o povo, oportunidade em que Ele afirmou que, no dia de Sua visitação, vingaria os pecados cometidos.



Contexto histórico

No capítulo 31, de Êxodo, vimos que o Senhor havia dito, a Moisés, que encheria Bezalel, do Espirito de Deus e o capacitaria, para realizar todo artifício necessários para a elaboração do santuário, seus móveis, incenso, vestes sacerdotais, óleo e utensílios e deu a ele, como companheiro, Aoliabe, além de homens habilidosos.

Por fim, Deus enfatiza a determinação da guarda do sábado, para descanso, como estatuto perpétuo. Assim, Deus termina de falar a Moisés, no monte Sinai, lhe entregando as tábuas do testemunho. Acompanhe a seguir o estudo de todos os versículos de Êxodo 32.

(Êxodo 32:1) A ingratidão dos israelitas

v. 1 E quando o povo viu que Moisés demorava para descer do monte, o povo se reuniu com Arão, e lhe disse: Levanta-te, faze-nos deuses que vão adiante de nós, pois quanto a este Moisés, o homem que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que lhe sucedeu.

E quando o povo viu que Moisés demorava para descer apresentou a situação do ponto de vista do povo. O verbo precedente sobre o Senhor tendo terminado de falar e dado as tábuas a Moisés, acrescido de Ex 24:14, indica que a noção deles estava errada.

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Moisés não podia ter retornado mais cedo; ele fora chamado pelo Senhor soberano e só podia retirar-se quando liberado. A maneira como eles falaram sobre este Moisés, o homem que nos tirou da terra do Egito, dá a perceber sua atitude ingrata.

O que eles disseram era insultante a Moisés e também ao Senhor, visto que isso ignorava o seu envolvimento.

Tal atitude equiparava-se às suas queixas anteriores (Ex 14:11-12). A suposição parecia ser que Moisés (para não mencionar Josué) os abandonaria.

(Êxodo 32:2-4) O bezerro de ouro

v. 2 E Arão lhes disse: Arrancai os pendentes de ouro, que estão nas orelhas de vossas esposas, de vossos filhos e de vossas filhas, e trazei-os a mim.


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v. 3 E todo o povo arrancou os pendentes de ouro que estavam nas suas orelhas, e os trouxeram a Arão.

v. 4 E ele recebeu das suas mãos, e o formou com um buril, depois de o ter formado em bezerro de fundição, e eles disseram: Estes são teus deuses, ó Israel, que te tiraram da terra do Egito.

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Enquanto Moisés contemplava os modelos e recebia as instruções detalhadas a respeito da construção do tabernáculo e seu mobiliário, e da consagração de Arão como sacerdote do Senhor, Arão fazia um bezerro de ouro, erigiu um altar, e começava a sacrificar sobre ele.

Adorar um bezerro adaptava-se bem a práticas egípcias e cananeias, nas quais o bezerro era símbolo de força e fertilidade.

(Êxodo 32:5) Uma afronta ao Senhor

v. 5 E quando Arão o viu, construiu um altar diante dele. E Arão fez uma proclamação e disse: Amanhã é a festa ao SENHOR.

Talvez a declaração de Arão procurasse dar uma melhor expressão à situação com uma versão da teoria de que o fim justificava os meios. No entanto, a festa nunca poderia ser em honra ao Senhor quando o método usado O afrontava.

(Êxodo 32:7) A corrupção dos israelitas

v. 7 E disse o SENHOR a Moisés: Vai e desce, porque o teu povo, que tiraste da terra do Egito, se corrompeu.


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A palavra traduzida como se corrompeu indica ruína total, como em Ex 8:24. A palavra “corrupto” descreve alguma coisa irrevogavelmente estragada de tal modo que não serve para mais nada.

(Êxodo 32:9-10) A intercessão de Moisés

v. 9 E o SENHOR disse a Moisés: Tenho visto esse povo e, eis que é um povo obstinado.

v. 10 Por isso, agora deixa-me só, para que minha ira se acenda contra eles, e para que eu os consuma; e farei de ti uma grande nação.

Durante as pragas contra o Egito, Moisés orou muitas vezes em favor do Faraó e dos egípcios. Agora, Moisés orava pelos israelitas (Ex 33:12-16).

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O fato de o Senhor contar a Moisés sobre a situação e não destruir imediatamente os israelitas deixou a porta aberta para Moisés orar por eles e o Senhor ceder (diferentemente de Jr 15:1).

Como Ele próprio proclamaria, a compaixão, a graça e a capacidade de perdoar estão entre as características mais proeminentes de Deus (Ex 34:6-7).

Antes, o Senhor precisou persuadir Moisés a aceitar os Seus planos; agora, Moisés usa as próprias palavras do Senhor para persuadi-Lo a ter misericórdia de Seu povo. Isso revela a profundidade da vitória que o Senhor tinha obtido no coração de Moisés.

(Êxodo 32:11-12) Os argumentos de Moisés

v. 11 E suplicou Moisés ao SENHOR seu Deus, e disse: SENHOR, por que a tua ira se acende contra o teu povo, que tiraste da terra do Egito com grande poder, e com mão forte?

v. 12 Por que falariam os egípcios e diriam: Para mal os tirou, para matá-los nos montes, e para destruí-los da face da terra? Desvia-te da tua ardente ira, e arrepende-te deste mal contra o teu povo.

Os mesmos termos descrevem a ira tanto do Senhor quanto de Moisés (v. 10-11). Moisés concordou com a avaliação do Senhor de que os israelitas eram teimosamente rebeldes (“obstinado”, v. 9) e chamou o que eles tinham feito de “grande pecado” (v. 31). “Com que finalidade? Para que propósito?” é o ponto de ambas as perguntas (Gn 25:32).

(Êxodo 32:15-16) As tábuas do testemunho

v. 15 E Moisés se virou e desceu do monte, e as duas tábuas do testemunho estavam em sua mão. As tábuas estavam escritas de ambos os lados; de um e de outro lado estavam escritas.

v. 16 E as tábuas eram a obra de Deus, e a escrita era a escrita de Deus, gravada nas tábuas.

Esta longa descrição das duas tábuas reforça a sua importância e salienta a declaração que Moisés fez ao quebrá-las.

(Êxodo 32:17) O som do acampamento

v. 17 E quando Josué ouviu o som do povo que jubilava, disse a Moisés:  alarido de guerra no acampamento.

Ninguém tinha dito a Josué o que estava acontecendo no acampamento israelita. Sua explicação preocupada porém errônea comunicava quão ruim as coisas tinham ficado. Mesmo a guerra seria melhor do que aquilo que estava ocorrendo.

Isso também provê um breve vislumbre do caráter de Josué como um homem inocente que se preocupava com o povo; ele desconhecia os terríveis acontecimentos que tinham sucedido.

(Êxodo 32:20) A indignação de Moisés

v. 20 E ele tomou o bezerro que eles tinham feito, e queimou-o no fogo; e o moeu até se tornar em pó, e espalhou sobre a água, e fez os filhos de Israel beberem dela.

Beber água contendo o bezerro de ouro moído significava que qualquer coisa que restasse do bezerro se tornaria nada mais que dejeto humano. Há semelhanças entre esta ação de Moisés e o teste de uma mulher acusada de adultério (Nm 5:11-31).

(Êxodo 32:21-22) A desculpa de Arão

v. 21 E disse Moisés a Arão: O que este povo fez a ti para que trouxesses tão grande pecado sobre eles?

v. 22 E disse Arão: Que a ira de meu senhor não se acenda; conheces o povo, que ele é inclinado para o mal.

Esta tentativa de desviar a culpa mostra que Arão sabia que fazer o bezerro era errado.

(Êxodo 32:23-24) Os argumentos de Arão

v. 23 Porque me disseram: Faze-nos deuses, que irão adiante de nós, pois quanto a este Moisés, o homem que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que lhe sucedeu.

v. 24 E eu lhes disse: Todo aquele que tiver algum ouro, que o arranque. Assim eles me deram. Então eu o lancei no fogo, e dele saiu este bezerro.

O relato de Arão minimiza a sua participação por omitir muito do que ele fez, descrevendo o bezerro como uma surpresa.

(Êxodo 32:25-29) A punição dos israelitas

v. 25 E quando Moisés viu que o povo estava nu (porque Arão os havia despido para vergonha entre os seus inimigos),

v. 26 então Moisés se colocou na porta do acampamento e disse: Quem está do lado do SENHOR? Que ele venha a mim. E todos os filhos de Levi se achegaram a ele.

v. 27 E ele lhes disse: Assim diz o SENHOR Deus de Israel: Ponha cada homem sua espada sobre o seu lado, e entrai e saí de porta em porta em todo o acampamento, e mate cada homem o seu irmão, e cada homem o seu amigo, e cada homem o seu próximo.

v. 28 E os filhos de Levi fizeram conforme a palavra de Moisés, e caíram do povo naquele dia em torno de três mil homens.

v. 29 Porque Moisés havia dito: Consagrai-vos hoje ao SENHOR, cada homem contra o seu filho, e sobre o seu irmão, para que ele vos possa conceder bênção hoje.

O fraseado da ordem de Moisés para matar era uma forma enérgica para impedir que se poupasse alguém baseado em ligação pessoal, por mais próxima que fosse.

Os levitas devem ter matado líderes conhecidos da rebelião mas não todos os participantes, uma vez que eventos posteriores mostram que nem todos os culpados morreram nessa ocasião.

(Êxodo 32:30-33) A súplica de Moisés

v. 30 E aconteceu que, no dia seguinte, Moisés disse ao povo: Vós pecastes com grande pecado, e agora subirei ao SENHOR; talvez possa fazer propiciação pelo vosso pecado.

v. 31 E Moisés retornou ao SENHOR, e disse: Ó, este povo pecou com grande pecado, e fizeram deuses de ouro para si.

v. 32 Agora, pois, perdoa o seu pecado; e se não, apaga-me, rogo-te, do teu livro que escreveste.

v. 33 E disse o SENHOR a Moisés: Aquele que pecou contra mim, este apagarei do meu livro.

Em toda a Escritura, é evidente que as consequências do pecado em geral vêm por etapas e com graus variados de severidade, dando ao povo uma oportunidade para se arrepender (cp. 2Pe 2:9).

Moisés sabia que, apesar dos israelitas como nação não terem sido destruídos (Êx 32:9-14), a questão das consequências de seu pecado com o bezerro de ouro ainda não estavam assentadas.

Talvez Moisés pretendesse se oferecer como substituto em lugar do povo, uma vez que sacrifícios eram comumente oferecidos quando as pessoas buscavam expiação (Lv 16:6).

De qualquer modo, ao pedir para morrer se o povo morresse, Moisés se identificou com eles e recusou ser o início de uma grande nação para substituí-los (Ex 32:10).

Sua referência a riscá-lo do teu livro que escreveste, que arrola aqueles que estavam vivos na terra, sugere uma comparação entre os atos de Deus e o de uma pessoa que guardava e consultava registros escritos, tais como listas de recenseamento usadas para recolher taxas ou para recrutamento militar (cp. Ed 2:62).

(Êxodo 32:34) O Anjo

v. 34 Por isso, agora vai, leva o povo até o lugar de que te falei. Eis que meu Anjo irá adiante de ti; porém no dia da minha visitação, sobre eles visitarei o seu pecado.

O anjo foi primeiro mencionado em 3:2 e seria um tópico de outra argumentação entre o Senhor e Moisés (Ex 23:20).

5 importantes lições que podemos aprender em Êxodo 32

  1. Consequências da Impaciência: A história do bezerro de ouro ilustra as consequências da impaciência e da falta de confiança em Deus. O povo de Israel, impaciente com a demora de Moisés no monte Sinai, cede à pressão e busca uma solução rápida e tangível para sua incerteza.
  2. Idolatria e Adoração Falsa: O episódio do bezerro de ouro mostra os perigos da idolatria e da adoração falsa. Em vez de confiar em Deus, o povo de Israel cria uma imagem para adorar, substituindo o Deus verdadeiro por uma falsa divindade feita por mãos humanas.
  3. Intercessão de Moisés: A resposta de Moisés à rebelião do povo destaca o papel da intercessão na relação entre Deus e seu povo. Moisés intercede em favor de Israel, demonstrando seu amor e compromisso com o povo e apelando à misericórdia de Deus em meio à desobediência.
  4. Justiça e Misericórdia Divinas: A resposta de Deus à idolatria de Israel revela sua justiça e misericórdia. Embora Deus ame seu povo, ele não tolera a rebelião e o pecado. No entanto, ele responde à intercessão de Moisés e não os destrói completamente, mostrando sua disposição em perdoar e restaurar aqueles que se arrependem.
  5. Compromisso Renovado com Deus: Após o episódio do bezerro de ouro, vemos Israel renovando seu compromisso com Deus. O arrependimento genuíno leva à reconciliação com Deus e ao restabelecimento da aliança entre Deus e seu povo, mostrando que mesmo em meio ao pecado e à falha, há espaço para o perdão e a restauração quando nos voltamos sinceramente para Deus.

Conclusão

Moisés estava no monte Sinais, há quarenta dias, apenas, e, após tudo que fora vivenciado pelo povo de Israel, eles, ainda, não hesitaram em se corromper e atribuir a sua libertação, inacreditavelmente, à falsos ídolos.

O texto narra que, por isso, Deus se ira, e intenta aniquilar os israelitas e iniciar, a partir de Moisés, uma nova nação, porém, Moisés intercede, oportunidade em que Deus se arrepende.

Após, vemos que o Senhor não deixa de punir alguns do povo, com morte, conforme previsto em Sua lei (Êxodo 22:20), mas se lembra de Sua misericórdia, não destruindo a todos.

Com isso, aprendemos que a intercessão não tem o condão de gerar impunidade, injustiça, contudo, influencia para que a misericórdia do Senhor resplandeça sobre os “inocentes”.

Lembrando, conforme mencionado nos capítulos anteriores, que a oração dos santos, é como incenso de agradável aroma, ao Senhor.

À título de exemplificação, podemos mencionar a história de Jonas, o qual, ao desobedecer a uma ordem divina, pega uma embarcação, na tentativa de fugir para Társis. No meio da viagem, Deus manda uma forte tempestade que coloca em risco todos os tripulantes do barco.

A história vai contar que eles acabam descobrindo que, a culpa do mal, que sobrevinha a todos, era de Jonas, vez que estaria desobedecendo a Deus, por isso, o lançaram ao mar e houve bonança.

Deste modo, aprendemos que a coletividade, “inocente”, pode sofrer, conjuntamente, as consequências da rebeldia de alguns. As vezes, a tempestade que se levanta é reflexo da desobediência de algum Jonas que esteja no barco.

A intercessão de Moisés fez com que o Senhor, por Sua misericórdia, identificasse e retirasse os transgressores do meio do povo, livrando, naquele momento, aqueles que, possivelmente, eram inocentes.

Êxodo 32 estudo.

Sobre o Autor

Olá, me chamo Lázaro Correia, sou Cristão, formado em Teologia e apaixonado pela Bíblia. Aqui no Blog você vai encontrar diversos estudos Bíblicos e muito conteúdo sobre vida Cristã.

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