Lucas 17 Estudo: O Poder do Perdão e da Gratidão

Em Lucas 17, Jesus nos ensinará a cuidar dos novos convertidos, os que são como criança na e a quantas vezes deveremos perdoar nosso irmão, que quanto mais perdoarmos, mais seremos perdoados.

Ele ensinará também sobre a fé, usando o exemplo do grão de mostarda, pelo tamanho que é e pelo tamanho que fica quando brota e cresce. Ensinará como devemos prestar nosso trabalho, sempre fazendo mais do que nos é exigido ou pago.

Através da cura dos dez leprosos, Jesus nos ensinará que a gratidão não traz somente a cura física, mas a salvação de nossa alma, e que devemos usar essa gratidão para buscá-lo enquanto se pode achar, porque haverá o dia em que Ele voltará, e não mais como o vimos antes, para julgar.

Ele falará sobre seu sofrimento, vai comparar o tempo com os tempos de Noé, onde o pecado tomará conta, mas dirá para os discípulos se manterem firmes. Ele voltará.



Contexto histórico

Jesus ensinou a parábola do administrador infiel. Os fariseus ouviram e o ridicularizaram. Em resposta, Jesus ensinou a parábola do rico e Lázaro. Ao contar a parábola do administrador infiel, Jesus quer nos ensinar sobre relacionamento, serviço e integridade.

Ele era negligente em seu serviço até que o patrão exigiu um relatório de sua administração com o objetivo de demiti-lo após isso.

Jesus nos mostra que Deus deseja adoração exclusiva. Ele não tolera a idolatria, seja qual for: imagens, dinheiro, filhos, família etc.

O Senhor fala sobre o divórcio, reiterando o valor da aliança do casamento e mostra, mais uma vez que o divórcio não é a vontade de Deus. Por fim, na parábola do Rico e Lázaro, Jesus nos ensina o que existe além da morte. Acompanhe a seguir o estudo de todos os versículos de Lucas 17.

(Lucas 17:1-2) As ofensas virão

v. 1 Então ele disse aos discípulos: É impossível, mas as ofensas virão; mas ai daquele por quem elas vierem!

v. 2 Melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma pedra de moinho, e que ele fosse lançado ao mar, do que ofender um destes pequeninos.

Ofensas (Gr. skondolon, “algo que faz a pessoa pecar”) são inevitáveis na vida. O juízo divino, no entanto, aguarda a pessoa que faz pecar um discípulo de Cristo (um destes pequeninos).

A pedra de moinho era uma pedra redonda de grande proporção usada para moer cereais. Amarrada ao pescoço, uma pederneira grande como essa faria a pessoa lançada ao mar afundar e se afogar.


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(Lucas 17:3-4) Perdoe seu irmão

v. 3 Tomai cuidado de vós mesmos, se teu irmão peca contra ti, repreende-o; e, se ele se arrepender, perdoa-lhe.

v. 4 E, se ele pecar contra ti sete vezes em um dia, e sete vezes em um dia retornar a ti, dizendo: Eu me arrependo, tu lhe perdoarás.

 O objetivo de repreender um pecador é levá-lo a se arrepender de seu pecado. Se ele se arrepender de verdade, devemos perdoá-lo por completo.

Sete é o número bíblico da perfeição, da totalidade. Perdoar “sete vezes significa estar sempre perdoando, independente de qualquer coisa (ver Mt 18:21-22).

(Lucas 17:5-6) A fé como um grão de mostarda

v. 5 E os apóstolos disseram ao Senhor: Aumenta a nossa fé.

v. 6 E disse o Senhor: Se tiverdes fé como um grão de semente de mostarda, podeis dizer a esta amoreira: Seja arrancada pela raiz e plantada no mar, e ela vos obedecerá.

Mesmo que seja pequena, a fé verdadeira é poderosa. Os agricultores da Palestina consideravam a semente de mostarda a menor das sementes.


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A amoreira (“sicômoro”) tem um sistema de raízes tão extenso e profundo que ela é capaz de sobreviver por centenas de anos. Só uma força muito poderosa seria capaz de desarraigar uma árvore como essa.

(Lucas 17:7-10) Faça sempre mais

v. 7 Mas qual de vós, tendo um servo lavrando ou apascentando o gado, lhe dirá, ao voltar ele do campo: Chega-te e assenta-te à mesa?
v. 8 E não lhe dirá antes: Prepara-me a ceia, e cinge-te, e serve-me, até que eu tenha comido e bebido, e depois tu comerás e beberás!

v. 9 Ele agradecerá ao servo, porque este fez as coisas que lhe foi mandado? Creio que não.
v. 10 Assim também vós, quando tiverdes feito as coisas que vos for mandado, dizei: Nós somos servos inúteis, fizemos o que era nosso dever fazer.

Um servo que apenas fazia seu trabalho (o que era mandado) não recebia louvor especial algum, pois tudo o que fez foi cumprir suas responsabilidades.

Da mesma forma, o discípulo de Cristo (v. 1) não deve esperar elogios especiais por fazer o que se espera dele. Devemos servir ao Senhor porque é isso que significa segui-Lo como discípulos. É nosso dever.

(Lucas 17:11) Jesus em Samaria

v. 11 E aconteceu que, indo ele para Jerusalém, passou pelo meio de Samaria e da Galileia.

Pelo que parece, Jesus caminhou pela divisa de Samaria e da Galileia, depois atravessou o rio Jordão no ponto mais próximo de onde Ele estava e desceu pela margem leste do Jordão até o ponto de travessia em frente a Jericó (ver nota em Lc 19:1-2), que é o próximo local mencionado na narrativa (Lc 18:35).

(Lucas 17:12-14) Os dez leprosos

v. 12 E, entrando ele em uma certa aldeia, saíram-lhe ao encontro dez homens leprosos, os quais ficaram parados de longe;
v. 13 e eles levantaram sua voz, dizendo: Jesus, Mestre, tem misericórdia de nós!

v. 14 E ele, vendo-os, disse-lhes: Ide e mostrai-vos aos sacerdotes. E aconteceu que, enquanto iam, eles foram purificados. 

Sobre leprosos irem mostrar-se aos sacerdotes após serem curados, ver nota em Lc 5:12-14.

(Lucas 17:15-19) Só um retorna

v. 15 E um deles, quando viu que estava curado, retornou, glorificando a Deus em alta voz,
v. 16 e caiu sobre sua face aos seus pés, dando-lhe graças, e ele era um samaritano.
v. 17 E, respondendo Jesus, disse: Não foram dez os purificados? Mas onde estão os nove?

v. 18 Não se achou quem retornasse para dar glória a Deus, senão este estrangeiro.
v. 19 E ele disse-lhe: Levanta-te e vai pelo teu caminho; a tua fé te salvou.

É surpreendente que, dentre dez leprosos curados, o único que retornou e agradeceu a Jesus era um estrangeiro, um samaritano. Isso está de acordo com o tema de Lucas do alcance universal do evangelho.

A declaração de Jesus, a tua fé te salvou, indica que o samaritano foi curado física e espiritualmente.

(Lucas 17:20-21) O Reino de Deus

v. 20 E, sendo interrogado pelos fariseus sobre quando havia de vir o reino de Deus, ele respondeu-lhes, e disse: O reino de Deus não vem com observação;

v. 21 nem eles dirão: Ei-lo aqui! Ou: Ei-lo ali! Porque eis que o reino de Deus está dentro de vós.

Os judeus estavam esperando um reino de Deus que viria com sinais no céu e milagres (Jl 2:28-32), mas que ainda era futuro.

O aspecto do Reino de Deus que Jesus enfatizou em Seu ministério não era com observação. A presença do Rei (Jesus) e Seu convite ao Reino por meio do evangelho mostram que o Reino já estava dentro deles.

(Lucas 17:22-24) A vinda do Filho do Homem

v. 22 E ele disse aos discípulos: Dias virão em que desejareis ver um dos dias do Filho do homem e não o vereis.

v. 23 E eles vos dirão: Ei-lo aqui, ou: Ei-lo ali; não vades, nem os sigais,

v. 24 porque, como o relâmpago ilumina desde uma extremidade inferior do céu até a outra extremidade, assim será também o Filho do homem no seu dia.

Os discípulos de Jesus não devem se deixar levar por falsas predições da vinda de Cristo. Pelo contrário, quando Ele vier, isso será tão óbvio quanto um relâmpago brilhando de um extremo a outro do céu.

(Lucas 17:25) O sofrimento

v. 25 Mas primeiro é necessário que ele sofra muitas coisas, e que seja rejeitado por esta geração.

Esta é uma das várias predições de Jesus acerca de Seu sofrimento e rejeição no Evangelho de Lucas (Lc 5:35).

(Lucas 17:26-29) Os dias de Noé

v. 26 E, como aconteceu nos dias de Noé, assim será também nos dias do Filho do homem.

v. 27 Eles comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio, e destruiu a todos.

v. 28 Semelhante também como aconteceu nos dias de Ló; eles comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam;

v. 29 mas no mesmo dia em que Ló saiu de Sodoma, choveu fogo e enxofre do céu, e destruiu a todos.

Antes de Cristo voltar, não haverá sinais claros de advertência para sinalizar o fim. Pelo contrário, será como

  1. Nos dias de Noé, quando as pessoas se ocupavam dos assuntos de sempre até que veio a inesperada destruição do dilúvio, e como
  2. Nos dias de Ló, em que a situação se manteve inalterada até que, de repente, fogo e enxofre desceram do céu sobre Sodoma.

(Lucas 17:30-33) Perca sua vida

v. 30 Assim será no dia em que o Filho do homem for revelado.

v. 31 Naquele dia, quem estiver no telhado, tendo os seus bens em casa, não desça para tirá-los; e o que estiver no campo, semelhantemente, não volte para trás.
v. 32 Lembrai-vos da esposa de Ló.

v. 33 Qualquer que procurar salvar a sua vida perdê-la-á, e qualquer que a perder, preservá-la-á.

Quando Jesus voltar, aqueles que estiverem na terra não devem se apegar a seus bens e confortos terrenos, como fez a esposa de Ló (ver Gn 19:26).

Assumir um compromisso com Cristo envolve se apegar apenas à realidade espiritual e eterna. São elas que dão a maior segurança que existe.

(Lucas 17:34-36) Um será levado

v. 34 Eu vos digo que, naquela noite, estarão dois numa cama; um será tomado, e outro será deixado.

v. 35 Duas mulheres estarão juntas moendo; uma será tomada, e outra será deixada.

v. 36 Dois homens estarão no campo; um será tomado, e outro será deixado.

Estes três aspectos da vida abrangem a rotina normal de uma sociedade agrícola: dormir, moer trigo e trabalhar no campo.

Não se sabe ao certo se a pessoa que será tomada será um cristão levado pelo Senhor ou um não cristão levado em juízo (Mt 13:40-42).

(Lucas 17:37) A segunda vinda

v. 37 E, eles respondendo, disseram-lhe: Onde, Senhor? E ele lhes disse: Onde estiver o corpo, aí se ajuntarão as águias.

Jesus respondeu à pergunta dos discípulos sobre onde se dará Sua vinda citando um provérbio. É fácil encontrar um corpo se observarmos onde as águias estão planando em círculos.

Da mesma forma, não haverá como esconder a segunda vinda de Cristo. Ela será evidente ao mundo inteiro.

5 importantes lições que podemos aprender em Lucas 17

  1. Perdão e Reconciliação: Jesus ensina sobre a importância de perdoar aqueles que pecam contra nós, mesmo que isso aconteça repetidas vezes (Lucas 17:3-4). Essa lição nos lembra da necessidade de praticar o perdão e buscar a reconciliação em nossos relacionamentos.
  2. Fé como um Grão de Mostarda: Jesus compara a fé ao tamanho de um grão de mostarda e ensina que mesmo uma pequena quantidade de fé pode produzir resultados surpreendentes (Lucas 17:6). Isso nos desafia a confiar em Deus e acreditar em Seu poder mesmo diante de situações desafiadoras.
  3. Serviço Humilde: Jesus ensina que aqueles que servem devem fazê-lo com humildade, reconhecendo que estão apenas cumprindo seu dever como servos (Lucas 17:7-10). Essa lição nos lembra da importância do serviço humilde e desinteressado no Reino de Deus.
  4. Gratidão: Jesus cura dez leprosos, mas apenas um retorna para agradecê-Lo. Ele destaca a importância da gratidão e louvor a Deus por Suas bênçãos (Lucas 17:11-19). Isso nos lembra de reconhecer e agradecer a Deus por Suas bênçãos em nossas vidas.
  5. Vigilância e Prontidão: Jesus fala sobre a necessidade de estarmos vigilantes e prontos para Sua segunda vinda, comparando os dias antes de Sua volta aos dias de Noé e Ló (Lucas 17:26-30). Essa lição nos desafia a vivermos em constante vigilância espiritual e a nos prepararmos para o retorno de Cristo.

Conclusão

Concluindo este capítulo, Jesus seguiu ensinando e discipulando os seus, falando de atitudes, de situações que se deparam no dia-a-dia e que, os quais, devem ser vividos de maneira correta.

Ao falar sobre o pecado e o perdão Ele nos mostra como sermos perfeitos, sempre dispostos a não guardar a mágoa que nos fará mal.

Mostra que a nossa fé pode ser como um grão de mostarda: pequeno no início, mas que pode gerar algo grandioso no final.

Aprendemos que, ao trabalharmos, sempre devemos fazer mais do que nos é pago/proposto a fazer, excelência e dedicação. Vimos a humildade e gratidão salvando o único leproso entre 10, que voltou para agradecer.

O Senhor adverte também sobre sua vinda, sobre como as coisas estarão e como será o seu retorno, como devemos agir, e não sermos como a mulher de Ló. Vigiem.

Lucas 17 estudo.

Sobre o Autor

Lázaro é um dedicado estudioso da Bíblia, com 64 anos de vida e uma paixão inabalável pela Palavra de Deus. Formado em Teologia pela Universidade Messiânica e com uma sólida carreira como advogado, ele utiliza seu vasto conhecimento para compartilhar ensinamentos bíblicos de forma acessível e profunda. Pai de três filhos, Lázaro escolheu a internet como sua principal plataforma para disseminar seus estudos e reflexões, dedicando-se a compartilhar estudos bíblicos, mesmo sem estar vinculado a uma congregação específica.

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