Êxodo 33 Estudo: A Presença de Deus

Em Êxodo 33, veremos que Deus fala que Seu Anjo conduziria o povo à terra que Ele havia prometido, contudo, Sua presença não iria com eles, para não os consumi-los, vez que eram de dura cerviz.

O povo pranteia em razão disso. Moisés armava uma tenda, para buscar ao Senhor e, quando ele o fazia, todos o olhavam, de suas tendas. Quando ele entrava, uma nuvem pousava na entrada e o Senhor falava com ele.

Após, Moisés roga a Deus por Sua presença no meio do povo. Por fim, Deus diz que lhe concederia o que pedia. Moisés pede para ver a glória de Deus e, o Senhor. Moisés vê a Deus pelas costas.

Contexto histórico

Anteriormente, vimos que o povo pede que Arão lhes fabricasse ídolos, para adorarem, vez que não sabiam o que, eventualmente, teria sobrevindo a Moisés.



Arão, então, produz um bezerro de ouro e o povo o adora com danças, músicas e sacrifícios. Deus manda que Moisés descesse, vez que o povo havia se corrompido.

Moisés então, queima o bezerro e o reduz a pó e faz com que o povo o ingerisse com água. Arão culpa o povo.

Deus intenta destruir todos os israelitas, mas Moisés intercede, oportunidade em que Deus se arrepende. Os levitas matam os idolatras. Deus fere o povo. Acompanhe a seguir o estudo completo de Êxodo 33.

(Ex 33:1-5) A presença de Deus

v. 1 E disse o SENHOR a Moisés: Vai, sobe daqui, tu e o povo que fizeste subir da terra do Egito, para a terra que jurei a Abraão, a Isaque, e a Jacó, dizendo: À tua semente a darei.

v. 2 E enviarei um anjo adiante de ti e expulsarei os cananeus, os amorreus, os heteus, os ferezeus, os heveus e os jebuseus,

v. 3 para uma terra que mana leite e mel; porque eu não subirei no meio de ti, porque és um povo obstinado, para que eu não te consuma no caminho.

v. 4 E quando o povo ouviu essa má notícia, entristeceu-se; e nenhum homem pôs sobre si os seus ornamentos.

v. 5 O SENHOR, pois, havia dito a Moisés: Dize aos filhos de Israel: Vós sois um povo obstinado; se por um momento eu subir no meio de ti, te consumirei. Por isso, agora tira de ti teus ornamentos, para que eu saiba o que fazer contigo.


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A instrução para pôr-se a caminho rumo à terra prometida a Israel, em termos similares àqueles usados antes do incidente do bezerro de ouro (Ex 13:21-22), poderia sugerir que tudo estava bem.

O Senhor até afirmou que Ele expulsaria os atuais habitantes da terra. Contudo, ele acrescentou que não iria no meio dos israelitas.

Isso correspondia a dizer que não haveria uso para que o tabernáculo fosse construído, visto ser ele planejado como habitação do Senhor no meio do Seu povo (Ex 29:45-46).

Anteriormente, os israelitas tinham perguntado se o Senhor estava entre eles (Ex 17:7), e agora Ele lhes assegurava que não estaria.

(Ex 33:6) Despojados de seus ornamentos

v. 6 E os filhos de Israel tiraram de si os seus ornamentos junto ao monte Horebe.

O verbo traduzido como tiraram de si lembra Ex 3:22 e Ex 12:36, que usa uma forma do mesmo verbo hebraico para falar dos egípcios sendo “despojados” quando deram objetos de ouro e prata aos israelitas.

A desobediência dos israelitas os fez semelhantes aos egípcios na adoração e agora na perda de seus enfeites.


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(Ex 33:7-11) A tenda

v. 7 E Moisés tomou o tabernáculo, e o armou fora do acampamento, distante do acampamento, e o chamou de tabernáculo da congregação. E aconteceu que todo aquele que buscava o SENHOR saía para o tabernáculo da congregação, que estava fora do acampamento.

v. 8 E aconteceu que, saindo Moisés para o tabernáculo, todo o povo se levantava, e ficava cada homem diante da porta de sua tenda, e olhava Moisés pelas costas, até ele entrar no tabernáculo. 

v. 9 E acontecia que, quando Moisés entrava no tabernáculo, a coluna de nuvem descia e ficava à porta do tabernáculo, e o SENHOR falava com Moisés.

v. 10 E todo o povo via a coluna de nuvem ficar à porta do tabernáculo, e todo o povo se levantava; e adorava, cada um à porta da sua tenda.

v. 11 E o SENHOR falava com Moisés face a face, como um homem fala com seu amigo. E ele voltava novamente ao acampamento, mas seu servo Josué, o filho de Num, um jovem, não se apartava do meio do tabernáculo.

A tenda fora do acampamento contrasta com o esplêndido tabernáculo que tinha sido planejado para o meio do acampamento.

Ao mesmo tempo, a localização da tenda manteve aberta a possibilidade de considerações adicionais de ambos os lados sem perigo imediato para os israelitas.

A descrição do íntimo acesso que Moisés desfrutava provê um pano de fundo para outros pedidos. Moisés, mais que qualquer outra pessoa, sabia que os israelitas corriam o risco de perder.

(Ex 33:12) A petição de Moisés

v. 12 E disse Moisés ao SENHOR: Vê, tu me dizes: Faz subir este povo, e não me deste a saber quem enviarás comigo. Mas disseste: Conheço-te pelo nome, e tu encontraste graça aos meus olhos.

A polida objeção de Moisés: não me deste a saber quem enviarei comigo, retorna a questões que o Senhor e Moisés discutiram no início da missão de Moisés.

O Senhor assegura a Moisés que Ele iria com ele (Ex 3:12). Agora, em vez de pedir ao Senhor que enviasse quem Ele desejasse, desde que fosse outra pessoa (Ex 4:13), Moisés insistiu que o Senhor deveria ir com ele e com os israelitas como o Seu povo.

(Ex 33:13) Moisés deseja conhecer o Senhor

v. 13 Por isso, agora, rogo-te, se encontrei graça aos teus olhos; mostra-me agora o teu caminho, para que eu te conheça, para que eu encontre graça aos teus olhos, e considera que esta nação é o teu povo.

Por todo o conflito com o Faraó, os eventos no deserto e a explicação do tabernáculo, o Senhor falou de atos que tinham como objetivo fazê-lo conhecido, pela revelação de quem Ele é.

Além disso, o desejo de Moisés de conhecer o O Senhor contrasta com a vanglória do Faraó por não conhecer o Senhor e não ter ouvido a Seu respeito (Ex 5:2).

(Ex 33:14) A proteção divina

v. 14 E ele disse: Minha presença irá contigo, e eu te darei descanso.

A expressão te darei descanso pode ser uma abreviação para “descanso dos seus inimigos”. Ela provavelmente se refere à segurança para os israelitas em sua nova terra (Dt 3:20).

Esta declaração continua a apresentação do Senhor como aquele que deu a Seu povo descanso, tanto do perigo quanto do labor (Ex 16:21-30), por Sua presença e provisão (Mt 11:28-29).

(Ex 33:15-16) Separados

v. 15 E ele disse-lhe: Se tua presença não for comigo, não nos faças subir daqui.

v. 16 Como pois se poderá saber que achamos graça aos teus olhos, eu e teu povo? Não é em andares tu conosco? Assim seremos separados, eu e teu povo, de todos os povos que estão sobre a face da terra.

Moisés sabia que, por si só, a entrada dos israelitas na terra e a posse de Canaã não os distinguiria das outras nações. Todas as nações tinham terra (Dt 2:5), mas não tinham a relação pactual com o Senhor, relação que Ele iniciara com os israelitas (Êx 3:9-10).

Somente se Yahweh os acompanhasse, teriam os israelitas uma identidade distinta como Seu povo especial.

A palavra para separados ou “fazer uma distinção” é a palavra relativamente rara que o Senhor tinha usado anteriormente ao falar sobre a identidade de Seu povo (Ex 8:22).

(Ex 33:17) A graça de Deus

v. 17 E disse o SENHOR a Moisés: Farei também isto que disseste, pois encontraste graça aos meus olhos, e eu te conheço pelo nome.

O acordo – farei também isto que disseste – era uma manifestação da graça do Senhor, ou seja, de Sua graça já concedida a Moisés, que estava intercedendo pelos israelitas com base nela e não com base nos méritos deles (v.12-13).

(Ex 33:19) A bondade de Deus

v. 19 E ele disse: Farei toda a minha bondade passar diante de ti, e proclamarei o nome do SENHOR diante de ti. E terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia, e me compadecerei de quem eu me compadecer.

Com estas palavras a respeito de Sua graça e compaixão, Yahweh ligou a contínua existência de Israel e de qualquer pessoa dentro da nação à capacidade e ao direito de Deus de mostrar favor àqueles que mereciam desfavor.

O próprio Moisés tinha provocado a ira do Senhor e esteve em perigo de morte, embora não pela mesma razão (Ex 4:14); no entanto, Moisés também fora contemplado com o favor do Senhor (Ex 33:12-13).

As palavras do Senhor sobre graça e compaixão teriam sido encorajadoras em vista de Suas palavras anteriores: “No dia da minha visitação, sobre eles visitarei o seu pecado” (Ex 32:34).

(Ex 33:20-23) A face de Deus

v. 20 E disse: Não podes ver a minha face, porque nenhum homem me verá e viverá.

v. 21 E disse o SENHOR: Vê, há um lugar junto a mim, e tu ficarás sobre a rocha.

v. 22 E acontecerá, quando a minha glória passar, que eu te porei em uma fenda da rocha, e te cobrirei com a minha mão enquanto eu passar,

v. 23 e tirarei a minha mão, e tu me verás pelas minhas costas; mas a minha face não será vista.

A Escritura fala muitas vezes do perigo potencial de um encontro com Deus (Ex 3:6) Se uma pessoa sobrevivesse ao contato, seria em razão da restrição do Senhor, frequentemente na forma de uma provisão específica.

A descrição da provisão do Senhor para Moisés apresenta Moisés como tão pequeno e o Senhor como tão grande que proteger Moisés seria como a ação de um homem que podia cobrir uma pequena fenda com sua mão enquanto por ela passava.

Das palavras hebraicas para mão, a usada aqui se refere à palma da mão (Êx 3:20; 5:21). O contraste entre ver a face de Deus e Suas costas é uma figura para revelação plena e parcial.

“Face” é usada como um modo de se referir à própria pessoa (v. 14-15, “eu mesmo”; Dt 4:37 “em pessoa” = “face”; 2Sm 17:11, “tu mesmo” = “tua face”), uma vez que a face mostrava as atitudes de uma pessoa (Sl 102:2).

5 importantes lições que podemos aprender em Êxodo 33

  1. Busca pela Presença de Deus: Moisés demonstra uma intensa busca pela presença de Deus. Ele ansiava por experimentar a presença do Senhor em sua vida e na liderança do povo de Israel. Isso nos ensina a valorizar a comunhão com Deus e a buscar Sua presença em nossas vidas diariamente.
  2. Importância da Intimidade com Deus: Moisés tinha um relacionamento íntimo com Deus e falava com Ele face a face, como um homem fala com seu amigo. Isso destaca a importância da comunhão pessoal e da intimidade com o Senhor em nossa jornada espiritual.
  3. Intercessão e Oração: Moisés intercede fervorosamente pelo povo de Israel diante de Deus, mesmo em meio às dificuldades e aos desafios. Isso nos lembra da importância da intercessão em favor dos outros e do poder da oração em nossas vidas e nas vidas daqueles ao nosso redor.
  4. Confiança na Promessa de Deus: Mesmo diante da incerteza e da falta de clareza quanto ao futuro, Moisés confia na promessa de Deus de estar com ele e de conduzi-lo. Isso nos encoraja a confiar nas promessas de Deus em todas as circunstâncias e a seguir adiante com fé, sabendo que Ele está conosco.
  5. O Chamado à Santidade e à Obediência: Deus instrui Moisés a conduzir o povo de Israel com integridade e a obedecer às Suas instruções. Isso nos lembra da importância de viver uma vida de santidade e obediência ao Senhor, seguindo Seus mandamentos e buscando Sua vontade em todas as áreas de nossas vidas.

Conclusão

Vemos que o Senhor havia mandado o povo prosseguir em seu destino, no entanto, sem Sua presença. Isso significava a não construção do tabernáculo, da arca da aliança e tudo mais que o Senhor havia mostrado a Moisés.

Porém, Moisés roga a Deus por Sua presença, vez que isso era o que os diferenciava dos demais povos: um Deus presente.

Desde o início, o Senhor demonstra o desejo de habitar no meio de um povo separado. Essa habitação, como já mencionado, anteriormente, diz respeito à um relacionamento, um acesso que possibilita ao homem gozar de tudo que advém da Sua presença.

A bíblia revela que, na presença de Deus, encontramos força, alegria (1 Crônica 16:27), refúgio (Salmo 31:20), socorro oportuno (Hebreus 4:16).

Hoje, sabemos que a morte de Jesus, nos deu livre acesso. Na Sua presença, encontramos o antídoto, a força que nos capacita contra o pecado (Hebreus 4:16), que é aquilo que faz separação entre Deus e o homem (Isaías 59:1,2).

Por isso, basta que acessemos, com sinceridade, Sua presença e, lá mesmo, encontraremos a força necessária para permanecermos.

Êxodo 33 estudo.

Sobre o Autor

Lázaro é um dedicado estudioso da Bíblia, com 64 anos de vida e uma paixão inabalável pela Palavra de Deus. Formado em Teologia pela Universidade Messiânica e com uma sólida carreira como advogado, ele utiliza seu vasto conhecimento para compartilhar ensinamentos bíblicos de forma acessível e profunda. Pai de três filhos, Lázaro escolheu a internet como sua principal plataforma para disseminar seus estudos e reflexões, dedicando-se a compartilhar estudos bíblicos, mesmo sem estar vinculado a uma congregação específica.

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