Números 13 Estudo: Deus Ordena Moisés

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Em Números 13, veremos que Deus ordena que Moisés mandasse os príncipes de cada tribo espiarem a terra de Canaã, para saber se eram férteis, se eram fortificadas, se, realmente, eram prósperas, além de mandar que trouxessem do fruto daquelas terras.

Então os príncipes das tribos foram. Ao chegar, se depararam com Anaquins. Após, cortaram um cacho de uva, o qual precisou ser carregado por dois homens, além de figo e romã.

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Ao chegarem, alguns homens relataram o que viram de maneira negativa, perante Moisés e toda congregação. Contudo, Calebe calou o povo, os instigando a lutar e conquistar a terra, confiante que prevaleceriam.

Os demais homens, no entanto, consideraram aqueles povos mais fortes e concluíram não poder vencê-los, infamando aquelas terras.



Contexto histórico

Anteriormente, vimos que Arão e Miriã demonstram uma certa inconformidade com o casamento de Moisés, com uma cuxita, razão pela qual consideram que Deus, de igual forma, falava através deles.

O Senhor, então, os repreende, aduzindo que, embora concedesse sonhos e visões para os demais, com Moisés falava pessoalmente, reprovando, assim a atitude deles.

Após, a ira do Senhor se acende e Miriã fica leprosa. Moisés intercede, então, Deus manda que ela fosse colocada para fora do arraial até que se purificasse. Acompanhe a seguir a explicação de todos os versículos de Números 13.

Números 13:1-14 – O relatório dos espias

O clímax do primeiro ciclo de rebeliões recusa do povo em entrar na terra prometida. O povo levou em conta o relatório da maioria dos espias (10 de 12), que dizia que os habitantes da terra e suas cidades fortificadas eram fortes demais para serem conquistadas. A rejeição da terra era uma rejeição de Deus e de Suas bênçãos.

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(Números 13:1) A ordem do Senhor

v. 1 E o SENHOR falou a Moisés, dizendo

 O livro de Números diz que o SENHOR instruiu Moisés a enviar os espias; por sua vez, Dt 1:22-23 sugere que Moisés os enviou a pedido do povo. Como em muitos eventos históricos do antigo testamento, o engajamento humano e o divino vão lado a lado.

(Números 13:2) Jovens líderes

v. 2 Envia homens, para que possam examinar a terra de Canaã, que darei aos filhos de Israel; de cada tribo de seus pais, enviarás um homem, sendo cada um governante entre eles.

 A missão destes espias era partir para examinar a terra. A lista dos espias das 12 tribos (v. 4-15) introduz um grupo provavelmente jovem, diferente dos lideres patriarcais mais velhos, que estiveram à frente do levantamento do censo militar no cap. 1.


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(Números 13:3) De Parã

v. 3 E Moisés, de acordo com a ordem do SENHOR, os enviou, do deserto de Parã; todos esses homens eram cabeças dos filhos de Israel.

Neste capítulo, as indicações geográficas vão do contexto amplo do deserto de Para para um lugar mais específico, Cades (Barnéia), no deserto de Zim (Nm 33:36-37), o ponto de partida de sua exploração (v. 21).

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O deserto de Zim e limitado por Nahal Zin, a bacia de escoamento do deserto e uma subseção do deserto de Parã. Hoje, Nahal Zin é vista como parte do deserto do Sinai e do deserto do Neguebe na Israel atual.

(Números 13:4-14) A lista dos espias

v. 4 E eram estes os seus nomes: da tribo de Rúben, Samua, filho de Zacur;
v. 5 da tribo de Simeão, Safate, filho de Hori;
v. 6 da tribo de Judá, Calebe, filho de Jefoné;

v. 7 da tribo de Issacar, Jigeal, filho de José;
v. 8 da tribo de Efraim, Oseias, filho de Num;
v. 9 da tribo de Benjamim, Palti, filho de Rafu;

v. 10 da tribo de Zebulom, Gadiel, filho de Sodi;
v. 11 da tribo de José, pela tribo de Manassés, Gadi, filho de Susi;
v. 12 da tribo de Dã, Amiel, filho de Gemali;

v. 13 da tribo de Aser, Setur, filho de Micael;
v. 14 da tribo de Naftali, Nabi, filho de Vofsi;


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A lista dos espias contém alguns nomes incomuns, que raramente aparecem de novo no antigo testamento, com exceção de Josué e Calebe.

Isso dá uma pista da data do início da composição de Números, contrariando críticos que propõe que ele foi escrito no período pós-exílico, 539-332 a.C.

Números 13:17-20 – A estação

 A pergunta de Moisés, a terra é boa ou má, foi feita a partir do tema bem-versus-mal apresentado em Nm 10:29-33 e Nm 11:1.

A nota como que entre parênteses acerca da estação do início das primícias das uvas situa a exploração de Canaã em agosto ou início de setembro, muitos meses depois da partida do monte Sinai no início da primavera.

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(Números 13:17) O caminho para Canaã

v. 17 E Moisés mandou espiar a terra de Canaã; e lhes disse: Segui pelo caminho do sul, e subi à montanha. 

No antigo testamento, Neguebe se refere à região sul de Hebrom, ao norte do deserto de Zim. Na atual Israel, “Neguebe” se refere à região que vai da linha de Berseba-Arade rumo ao sul, até Eilat, no Golfo de Ácaba.

(Números 13:21) De Zim a Reobe

v. 21 Assim, subiram e examinaram a terra, desde o deserto de Zim até Reobe, à entrada de Hamate.

Os espias exploraram a terra que vai do deserto de Zim até Reobe, à entrada de Hamate. Paralelos à descrição da terra indo de Dã (no norte) até Berseba (no sul), estes parâmetros invertem a ordem e ampliam a distância do sul de Berseba até Reobe de Lebo-Hamate, no sudeste do Líbano, um pouco ao norte de Tel Dan.

Lebo é descrita como uma cidade na fronteira norte da terra prometida (Nm 34:7-8) e, posteriormente, do reino de Israel de Davi e Salomão (1Rs 8:65).

(Números 13:22) Hebrom

v. 22 E subiram pelo sul e foram até Hebrom, onde estavam Aimã, Sesai e Talmai, os filhos de Anaque; Hebrom foi edificada sete anos antes de Zoã, no Egito.

Diz-se que Hebrom foi fortificada sete anos antes de Zoã, que ficava a leste do delta do Nilo, cerca de 160 km a nordeste do Cairo.

O nome egipcio para Zoã é Dja’net, que os gregos pronunciavam como Tonis. Está associada ao lugar conhecido como Tel el-Daba. Os nomes das três famílias de anaquins refletem o plano de fundo semítico destes gigantes.

(Números 13:23) Escol

v. 23 E foram até ao ribeiro de Escol e ali cortaram um ramo com um cacho de uvas, e o trouxeram dois homens em uma vara, e trouxeram também romãs e figos.

A palavra hebraica “eshcol significa “cacho de uvas e, por isso, vale de Escol reflete a produtividade das vinhas daquele vale, que fica a oeste de Hebrom.

A colheita de romas e figos sugere uma data próxima ao fim de agosto ou início de setembro para esta exploração de Canaã.

(Números 13:25) Os quarenta dias

v. 25 E voltaram de examinar a terra, depois de quarenta dias.

 Os quarenta dias de exploração da terra pelos espias coincide com o tempo aproximado que deve ter levado para a viagem de 560 a 640km a pé, baseado na média de 20 a 24km por dia registrada nos anais das campanhas militares de Tutmés III (1504-1450 a.C.) e Ramsés Il (1290-1225 a.C.].

(Números 13:26) A volta dos espias

v. 26 E vieram até Moisés, e Arão, e à toda a congregação dos filhos de Israel, em Cades, no deserto de Parã, e lhes deram a informação, e a toda a congregação, e lhes mostraram os frutos da terra.

 Os espias de Israel partiram da região do deserto de Parã e se dirigiram para o norte rumo ao deserto do Neguebe, atravessando o que posteriormente seria Judá e Israel.

Enquanto isso, os israelitas prosseguiram a viagem até o oásis de Cades-Barneia, supostamente a região de Quseima, na nascente da bacia desértica de Nahal Zin.

(Números 13:27) O início do relatório

v. 27 E contaram-lhe, e disseram: Fomos à terra para onde tu nos enviaste; e verdadeiramente mana leite e mel; e este é o seu fruto. 

 O relato dos espias começou pela parte positiva com provas da fertilidade da terra prometida. Leite e mel se tornou a descrição clássica da abundância da fauna e da flora natural da terra de Canaã (Êx 3:8).

Esta avaliação se repete em um relato de viagem egípcio, “A História de Sinuhe,” em que o emissário real descreve a terra de Yaa e sua produção abundante

(Números 13:28-29) O pessimismo

v. 28 Todavia, é forte o povo que habita na terra, e as cidades são fortificadas e mui grandes; além disso, vimos ali os filhos de Anaque.

v. 29 Os amalequitas habitam na terra do sul; e os heteus, os jebuseus e os amorreus habitam nas montanhas; e os cananeus habitam junto ao mar e à margem do Jordão.

O teor do relato rapidamente mudou para uma avaliação negativa da possibilidade de conquistar as cidades fortemente fortificadas e seus numerosos habitantes, entre os quais disseram haver gigantes.

O problema era que o povo estava focado em sua própria força em vez de no poder de Deus. O ponto das vitórias seguintes sobre os midianitas, amorreus e cananeus era demonstrar a força de Deus.

O poder de Israel nunca esteve em seus exércitos. A vitória vinha das mãos do Senhor dos Exércitos.

Descobertas recentes confirmando os dados bíblicos sugerem uma complexa composição de grupos étnicos vivendo na terra de Canaã durante o fim da Idade do Bronze (1550-1200 a.C.) e na Idade do Ferro | [1200-1000 a.C.].

Os amalequitas eram uma tribo semi-nômade da região de Edom espalhada pelo sul do Levante, indo do norte do deserto do Sinai até a região montanhosa de Samaria.

Horma (Tel Mãos no Neguebe) pode ter sido uma de suas cidades (Nm 14:45). Os heteus, conhecidos desde o período patriarcal (Gn 23:3-20), eram das montanhas centrais; eles surgiram no leste da Anatólia por volta do terceiro milênio a.C O Império Hitita floresceu no fim da Idade do Bronze (1550- 1200 a.C).

Com centro em Hattusa, se expandiu da Anatólia central até o Alto do rio Eufrates e o norte do Levante Os jebuseus eram uma família não semitico que viveu em Jerusalém em meados da Idade do Bronze até parte da Idade do Ferro l (2000-1000 a.C.) e que permaneceu no controle da cidade até o tempo das conquistas de Davi (2Sm 5:6-9).

São desconhecidos fora da Bíblia, embora a cidade de Jerusalém seja mencionada nos documentos cuneiformes de Tell Amarna, do fim da Idade do Bronze (1550-1200 a.C.).

Jebuseus

Estudiosos sugerem que os jebuseus podem ter sido uma família dos ferezeus ou relacionados aos hurritas. A Tabela das Nações lista os jebuseus como descendentes de Canaã [Gn 10:16].

Os amorreus, descendentes de Sem, viviam na região montanhosa centro-sul do Levante. O termo “amorreu “pode se referir a um número de habitantes de áreas hoje conhecidas como Síria, Líbano, Jordânia, Israel e Palestina.

Também pode se referir de modo específico aos descendentes étnicos de Canaã, como descrito em Gn 10:16 Eles também eram chamados de Amurru l”amorreus” ou “ocidentais”I, em registros acádios em Mari, e de Martu, em textos sumérios do terceiro e segundo milênio a.C.

Registros egípcios descrevem seu território indo do do do deserto do Neguebe até as alturas do Líbano Os cananeus surgiram em meados da Idade do Bronze (2000-1550 a.C.) no sul do Levante (Gn 12:6) e continuaram sendo parte significativa da população no final da Idade do Bronze (1550-1200 a.C.) e na Idade do Ferro(1200. 1000 a.C.).

A terra de Canaã era controlada pelo Egito no governo da décima oitava (Império Novo, 1570-1400 a.C.) e décima nona (Faraós Ramsés, 1302-1175 a.C.) dinastias.

A região se estendia ao longo do mar Mediterrâneo, indo de Wadi el-Arish a Lebo-Hamate no Líbano e, no continente, até a região do Vale do Jordão.

A designação “Canaã” pode derivar da palavra acádia “vermelho púrpura,” baseado na produção de tinturas de cor vermelha as púrpuras feitas a partir de conchas do molusco Murex sp, abundantes na costa libanesa.

Outros estudiosos apontam para a raiz semítica k-n-‘, que significa “submeter, ser conquistado”. A referência mais antiga a “Canaa” é do decimo oitavo século a.C., em Mari.

(Números 13:30) Calebe

v. 30 E Calebe fez com que o povo se calasse diante de Moisés e disse: Subamos imediatamente, e possuamos a terra, porque somos capazes de conquistá-la. 

 Calebe foi o primeiro a contradizer as objeções da maioria dos espias. O nome Calebe significa “cão” e e um exemplo do perigo de se extrair sentidos não explícitos de significados de nomes bíblicos.

(Números 13:32) A disseminação das más notícias

v. 32 E apresentaram, diante dos filhos de Israel, maus relatos sobre a terra que haviam examinado, e disseram: A terra pela qual passamos para examiná-la é uma terra que devora os seus moradores; e todo o povo que vimos nela são homens de grande estatura.

Os maus relatos se espalharam oralmente. A murmuração cresceu e se tornou um descontentamento maior conforme os espias exageravam o tamanho e a força de seus inimigos.

(Números 13:33) Anaques

v. 33 E ali vimos os gigantes, os filhos de Anaque, que são descendentes de gigantes; e éramos aos nossos próprios olhos como gafanhotos, e assim éramos aos seus olhos. 

A referência aos descendentes de Enaque como gigantes (nefilins) visava instilar medo no coração dos israelitas. Os nefilins, “os caídos” (“gigantes”), são vistos em Gn 6:4 como descendentes dos “filhos de Deus” (“seres angelicais” ou “guerreiros divinos”) e das “filhas dos homens”.

Os nefilins eram de grande estatura, mas todos deviam ter sido destruídos no dilúvio de Noé (Gn 6:11), de modo que é melhor concluir que os espias amedrontados deram um relatório exagerado. Os gafanhotos eram as menores criaturas comestíveis permitidas para o consumo israelita (Lv 11:22).

5 importantes lições que podemos aprender em Números 13

  1. A importância da obediência: Embora Deus tenha ordenado a Moisés que enviasse espias para explorar a terra de Canaã, a maneira como os espias relataram suas descobertas refletiu sua falta de fé e obediência a Deus.
  2. Confiar na promessa de Deus: Apesar dos relatos pessimistas dos espias sobre os gigantes e fortalezas na terra de Canaã, Deus havia prometido dar essa terra ao povo de Israel. Isso nos lembra da importância de confiar nas promessas de Deus, mesmo quando as circunstâncias parecem desfavoráveis.
  3. Consequências da incredulidade: A incredulidade dos israelitas resultou em uma punição severa: Deus declarou que eles não entrariam na terra prometida, exceto Josué e Calebe, os únicos que mantiveram sua fé.
  4. O poder da liderança corajosa: Josué e Calebe foram elogiados por sua fé e coragem diante das circunstâncias desafiadoras. Eles confiaram em Deus e encorajaram o povo a confiar em Sua promessa, mesmo quando os outros desencorajaram.
  5. A importância da perspectiva correta: Enquanto a maioria dos espias se concentrou nos obstáculos e desafios, Josué e Calebe mantiveram uma perspectiva centrada em Deus e em Sua fidelidade. Isso destaca a importância de manter uma perspectiva correta, confiando em Deus independentemente das circunstâncias.

Conclusão

Vemos, neste capítulo, o momento em que Moisés encarrega os líderes das tribos de Israel a espiarem a terra de Canaã e trazerem frutos de lá.

A história relata que, ao retornarem, alguns dos príncipes relatam uma visão negativa do lugar, ao passo que, Calebe, demonstra confiança na promessa de Deus e somente transmite aquilo que realmente importava: a certeza de que prevaleceriam.

Vislumbra-se que, em decorrência da negatividade daqueles líderes, o povo desesperou-se e, a convicção da vitória, se esvaiu. Aqueles príncipes enfatizaram as dificuldades que vislumbraram.

O que não lembraram era que Deus já os havia livrado dos egípcios, com mão poderosa, razão pela qual não havia razão para temerem. Ocorre que, aquilo que os olhos deles viam, nisso criam.

Isso não é diferente na vida daqueles que se pautam pelo que veem, pelo que sentem, pelo que ouvem. Nossos cinco sentidos podem nos dominar ou, então, podemos dominá-los.

A fé nos desafia a subjugar esses sentidos. Ela é o firme fundamento do que não se vê, mas se espera (Hebreus 11:1). Devemos viver pela fé e, não, por vista (2 Coríntios 5:7).

As escrituras nos ensinam a andarmos em espírito, para não cedermos a carne (Gálatas 5:16). Nossos cinco sentidos nos fazem considerar a nossa (in)capacidade.

Nosso espírito nos faz entender que toda força vem de Deus. A palavra ensina que o Espírito é quem dá entendimento ao homem (Jó 32:8), por isso é necessário que ele esteja fortalecido.

Números 13 estudo.

Sobre o Autor

Olá, me chamo Lázaro Correia, sou Cristão, formado em Teologia e apaixonado pela Bíblia. Aqui no Blog você vai encontrar diversos estudos Bíblicos e muito conteúdo sobre vida Cristã.

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