Lucas 10 Estudo: Os Setenta, o Bom Samaritano e Marta e Maria
Em Lucas 10, veremos o relato do envio dos setenta discípulos por Jesus, a famosa parábola do bom Samaritano e a visita de Jesus a Maria e Marta em Betânia. Começamos o capítulo com o relato do envio dos famosos setenta discípulos às cidades da Pereia, também relatado em Mateus 8.
Jesus pede que eles desfrutem da hospitalidade das cidades que os receberem bem e que sacudam a poeira de suas sandálias contra as cidades que não os receberem.
Após amaldiçoar Corazim, Betsaida e Cafarnaum por não receberem os discípulos, Jesus faz uma oração de agradecimento pelo sucesso dos discípulos.
Provavelmente uma das parábolas mais conhecidas de Jesus, a história do bom samaritano aparece apenas neste capítulo, que conta que um viajante foi espancado, roubado e largado quase morto numa estrada.
Primeiro um sacerdote e depois um levita passam por ele, mas evitam ajudá-lo. Por fim, um samaritano para e ajuda o homem, apesar do desprezo mútuo entre judeus e samaritanos.
A história foi contada como resposta à uma pergunta sobre a identidade de quem seria o “vizinho” que deve ser amado.
O relato prossegue com Jesus entrando em uma aldeia e se hospedando na casa de Marta e sua irmã Maria, um local tradicionalmente identificado como sendo Betânia.
A primeira, preocupada, pede que Jesus mande a irmã ajudá-la, mas ele responde contra ela, reforçando a importância de ouvir a mensagem de Jesus em relação às tarefas mundanas. Acompanhe a seguir o estudo de todos os versículos de Lucas 10.
(Lucas 10:1) Os setenta enviados
v. 1 Depois dessas coisas, o Senhor nomeou também outros setenta, e os enviou de dois em dois adiante de si, a todas as cidades e lugares aonde ele havia de ir.
Embora Lc 9:1-6 não afirme isso, parece que da outra vez Jesus também enviou os apóstolos dois a dois (ver Mc 6:7).
Neste versículo, Ele enviou outros 70 seguidores para percorrer a Judeia com a mensagem das boas-novas antes de Sua chegada.
(Lucas 10:2) A colheita é grande
v. 2 Portanto, lhes dizia: A colheita verdadeiramente é grande, mas poucos são os trabalhadores; orai, pois, ao Senhor da colheita que envie trabalhadores para a sua colheita.
Parece que Jesus quis dizer que a colheita espiritual era grande, mas os 70 que Ele enviou para pregar não eram o bastante. Tornava-se necessário que muitos outros levassem a mensagem, e eles deveriam orar por isso.
(Lucas 10:3) Cordeiros e lobos
v. 3 Ide pelo caminho; eis que eu vos envio como cordeiros ao meio de lobos.
Cordeiros ao meio de lobos era uma metáfora comum no judaísmo para “estar em uma situação perigosa”.
(Lucas 10:4) Nada levem
v. 4 Não carregueis bolsa, nem alforje, nem calçados; e não saudeis a nenhum homem pelo caminho.
Sobre itens para a viagem, ver nota em Lc 9:3-5.
(Lucas 10:5-6) Paz seja nesta casa
v. 5 E, em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: Paz seja a esta casa.
v. 6 E, se houver ali um filho de paz, repousará sobre ele a vossa paz; e, se não, ela retornará para vós.
Paz (Heb. shalom) era a saudação tradicional dos judeus, mas na verdade essa palavra fala de integridade e bem-estar. “Filho de” é uma expressão judaica que significa “alguém caracterizado por” (ver nota em At 4:36).
⚠️ Receba Estudos Exclusivos no Whatsapp:
Neste contexto, filho de paz e a vossa paz parecem estar relacionados aos 70 seguidores que estavam pregando a mensagem de paz com Deus por meio da fé em Jesus Cristo (Rm 5:1).
(Lucas 10:7) O salário é digno
v. 7 E permanecei na mesma casa, comendo e bebendo das coisas que eles derem, porque digno é o trabalhador de seu salário. Não andeis de casa em casa.
Sobre permanecei na mesma casa, ver nota em Lc 9:3-5. Digno é o trabalhador de seu salário é um princípio básico de justiça.
Paulo citou esse princípio para defender que os ministros da Palavra de Deus têm o direito de serem pagos por seu trabalho (1Tm 5:17-18).
(Lucas 10:8-9) Se receberem bem
v. 8 E, em qualquer cidade em que entrardes e eles vos receberem, comei das coisas que eles colocarem diante de vós;
v. 9 e curai os enfermos que houver nela, e dizei-lhes: É chegado a vós o reino de Deus.
Se os 70 discípulos fossem bem recebidos em uma cidade, isso indicaria que o coração das pessoas estava aberto à mensagem do evangelho.
De certa forma, os aspectos presentes do reino de Deus estavam também na pregação do evangelho e no ministério de cura delegado por Jesus aos 70.
(Lucas 10:10-11) Se receberem mal
v. 10 Mas, em qualquer cidade em que entrardes, e eles não vos receberem, saiam pelas suas ruas, e dizei:
v. 11 Até a muita poeira da vossa cidade, que grudou em nós, sacudimos contra vós; contudo sabei disto, que o reino de Deus é chegado a vós.
Sobre sacudir o pó dos pés, ver nota em Lc 9:3-5, Sobre o reino de Deus é chegado, ver nota nos v. 8-9.
(Lucas 10:12) O juízo de Deus
v. 12 Mas eu vos digo que mais tolerância haverá naquele dia para Sodoma do que para aquela cidade.
Naquele dia é no dia do juízo. A cidade de Sodoma foi destruída pelo Senhor por causa de seu pecado (Gn 19:23).
(Lucas 10:13-14) Corazim e Betsaida
v. 13 Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque se em Tiro e em Sidom se fizessem as poderosas obras que em vós foram feitas, há muito teriam se arrependido, assentados em pano de saco e cinzas.
v. 14 Mas haverá mais tolerância para Tiro e Sidom no dia do julgamento do que para vós.
Corazim e Betsaida eram cidades da Galileia próximas a Cafarnaum. Tiro e Sidom eram cidades gentias da Fenícia, na costa do mar Mediterrâneo, a noroeste da Galileia.
Saco e cinzas eram usadas por pessoas que estavam de luto e, às vezes, como sinal de arrependimento do pecado (Ne 9:1 – Jn 3:5).
(Lucas 10:15) Cafarnaum
v. 15 E tu, Cafarnaum, exaltada até ao céu, serás derrubada até ao inferno.
Jesus passou mais tempo ministrando em Cafarnaum do que em qualquer outra cidade da Galileia.
Mesmo assim, em sua arrogância (exaltada até o céu), o povo dessa cidade rejeitou ao Mestre e, como consequência de sua incredulidade, seriam enviados ao inferno, o domínio da morte e do castigo após a morte.
(Lucas 10:16) Ser representante do Reino
v. 16 Quem vos ouve, ouve a mim; e quem vos despreza, despreza a mim; e quem me despreza, despreza àquele que me enviou.
O princípio aqui é que a rejeição aos discípulos é, em última instância, uma rejeição a Deus Pai (aquele que me enviou), pois o Pai enviou o Filho e o Filho, por sua vez, enviou os 70 discípulos para pregar e curar (v. 1,9).
Eles foram comissionados por Cristo. Logo, dar ouvidos aos 70 era dar ouvidos ao próprio Jesus. Da mesma forma, rejeitar os 70 era o mesmo que rejeitar Jesus. E rejeitar Jesus era rejeitar Deus Pai.
(Lucas 10:17-20) A alegria dos setenta
v. 17 E os setenta retornaram com alegria, dizendo: Senhor, até os demônios se sujeitam a nós pelo teu nome.
v. 18 E ele disse-lhes: Eu vi Satanás cair como um relâmpago do céu.
v. 19 Eis que eu vos dou poder para pisar em serpentes e escorpiões, e sobre todo o poder do inimigo; e nada, de forma alguma, vos fará dano.
v. 20 Mas não vos alegreis por isto, de que os espíritos se sujeitam a vós, mas alegrai-vos, antes, porque vossos nomes estão escritos no céu.
Parte das curas feitas pelos setenta discípulos (v. 9) tinha a ver com expulsar demônios. A expressão Satanás cair como um relâmpago do céu provavelmente é uma alusão a Ez 28:16-17, que fala do juízo inicial contra o Diabo, após ele ter se rebelado contra Deus.
Essa passagem fala de mais uma derrota de Satanás, quando os discípulos de Jesus foram vitoriosos no ministério sobre o poder do inimigo (Satanás), aqui simbolizado por serpentes e escorpiões.
Por mais que o poder de expulsar demônios fosse incrível, o mais extraordinário ainda era que os nomes dos discípulos estavam escritos na lista dos escolhidos de Deus – o livro da vida do Cordeiro nos céus (ver Ap 13:8).
(Lucas 10:21-22) A gratidão de Jesus
v. 21 Naquela hora Jesus alegrou-se no espírito, e disse: Eu te agradeço, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque tu ocultaste essas coisas aos sábios e prudentes, e as revelaste aos bebês; sim, Pai, porque assim pareceu bom à tua vista.
v. 22 Todas as coisas me foram entregues por meu Pai; e nenhum homem sabe quem é o Filho, senão o Pai, nem quem é o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar.
Esta menção ao espírito faz parte da ênfase de Lucas no Espírito Santo. Os sábios e prudentes da região haviam rejeitado o ministério dos 70 discípulos, mas os insignificantes e as crianças (bebês) aceitaram sua mensagem.
Isso fazia parte do plano de Deus. Em bom à tua vista (ver Ef 1:3-11), Deus escondeu (Gr. gpokrupto, “manter em segredo”) estas coisas de uns e as revelou a outros.
É impossível que seres humanos espiritualmente mortos conheçam Deus Pai e Seu Filho a não ser que o Filho revele a Si mesmo e ao Pai.
(Lucas 10:23-24) Muitos desejaram
v. 23 E, ele retornando aos seus discípulos, disse-lhes em particular: Abençoados são os olhos que veem as coisas que vós vedes,
v. 24 porque eu vos digo que muitos profetas e reis desejaram ver as coisas que vós vedes, e não as viram, e ouvir as coisas que ouvis, e não as ouviram.
Ver o ministério de Cristo – e até mesmo Sua autoridade delegada de curar e expulsar demônios – era algo realmente abençoador.
Pedro afirmou que, além dos profetas e reis, até os anjos queriam ver e ouvir as coisas que Jesus estava fazendo (ver 1Pe 1:12).
(Lucas 10:25) Como herdar a vida eterna?
v. 25 E, eis que se levantou certo doutor da lei, tentando-o e dizendo: Mestre, o que eu farei para herdar a vida eterna?
Jurista indica um mestre da lei (Lc 11:45-46) muitos deles também eram fariseus. Essa pergunta era clássica no judaísmo e foi feita para pôr Jesus à prova.
Herdar (Gr. kleronomeo, “receber a parte que te cabe”) a vida eterna mostra que muitos judeus achavam que seu destino eterno era decidido com base em sua linhagem judia e em suas boas obras.
(Lucas 10:26-28) A resposta de Jesus
v. 26 E ele lhe disse: O que está escrito na lei? Como lês?
v. 27 E, ele respondendo, disse: Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, e com toda a tua alma, e com todas as tuas forças, e com toda a tua mente; e o teu próximo como a ti mesmo.
v. 28 E ele disse-lhe: Tu respondestes corretamente; faze isso e viverás.
Jesus devolve a pergunta ao mestre da lei e então o parabeniza por citar corretamente os textos de Lv 19:18 e Dt 6:5.
Jesus não disse que é possível ganhar a vida eterna amando a Deus e ao próximo. Nenhum ser humano além de Jesus é capaz de amar de maneira perfeita em qualquer situação.
Às vezes coração… alma e mente são intercambiados nas Escrituras; logo, estes termos não visam falar de aspectos separados da existência humana. Pelo contrário, eles descrevem a pessoa como um todo.
(Lucas 10:29) Quem é o meu próximo?
v. 29 Mas ele, querendo justificar-se a si mesmo, disse a Jesus: E quem é o meu próximo?
Tendo respondido corretamente a primeira pergunta, este homem pediu uma explicação importante. Certos tipos de próximo são fáceis de amar, é claro.
Já outros gostam de discussões ou têm religiões e moral diferentes, podendo ser bem difíceis de amar. Parece que o homem queria que Jesus justificasse sua tendência contra certos tipos de próximo.
(Lucas 10:30-32) O bom samaritano
v. 30 E, respondendo Jesus, disse: Um certo homem descia de Jerusalém para Jericó, e caiu entre ladrões, os quais o despojaram, e o feriram, e partiram, deixando-o quase morto.
v. 31 E, por acaso, descia pelo mesmo caminho um certo sacerdote; e quando ele o viu, passou pelo outro lado.
v. 32 E assim também um levita, quando chegou ao lugar e o viu, ele passou pelo outro lado.
A estrada de Jerusalém para Jericó, que percorria uma distância de 27 quilômetros com uma descida de mais de 915 metros, era um caminho perigoso para se atravessar nessa região deserta. Ela tinha muitos pontos em que ladrões podiam ficar à espreita.
Talvez o sacerdote e o levita tenham passado pelo outro lado da estrada porque acharam que o homem machucado estava morto (eles ficariam cerimonialmente impuros se o tocassem), mas é mais provável que eles estivessem com medo de ser atacados pelos mesmos assaltantes ou simplesmente não queriam ser incomodados com a inconveniência de ajudar o homem.
(Lucas 10:33-35) A compaixão pelo próximo
v. 33 Mas um certo samaritano, estando de viagem, veio até ele; e, vendo-o, teve compaixão dele.
v. 34 E, aproximando-se dele, atou-lhe as feridas, derramando nelas azeite e vinho, e, pondo-o sobre seu próprio animal, levou-o para uma hospedaria e cuidou dele.
v. 35 E, no dia seguinte, partindo, ele tirou dois denários, e deu-os ao hospedeiro, e disse-lhe: Cuida dele, e tudo o que de mais gastares, na minha volta eu te pagarei.
Os judeus consideravam os samaritanos uns bastardos que se casaram com estrangeiros e eram culpados de falsa adoração.
O fato de um inimigo declarado dos judeus mostrar compaixão por um judeu ferido e pagar as despesas de sua recuperação, ao passo que dois oficiais religiosos judeus não o fizeram, humilhava profundamente um judeu.
(Lucas 10:36-37) Vai e faz igual!
v. 36 Ora, qual destes três te parece que se tornou o próximo daquele que caiu entre os ladrões?
v. 37 E ele disse: O que mostrou misericórdia para com ele. Então, disse Jesus: Vai, e faze tu do mesmo modo.
Então, Jesus volta para a pergunta que deu início a toda essa história: Quem é o meu próximo? (ver nota no v. 29). O ponto é que o samaritano foi um bom próximo por causa de suas atitudes bondosas para com o homem que fora atacado pelos assaltantes.
O mestre da lei não tinha como não admitir que fora o samaritano quem mostrou misericórdia. A resposta de Jesus, Vai, e faze tu do mesmo modo, enfatizou que os judeus também deviam amar os samaritanos, assim como o bom samaritano da história mostrou amor para com o judeu.
(Lucas 10:38-39) Marta e Maria
v. 38 Ora, aconteceu que, indo eles, entraram em uma aldeia; e uma certa mulher, por nome Marta, o recebeu em sua casa.
v. 39 E ela tinha uma irmã, chamada Maria, a qual, assentando-se também aos pés de Jesus, ouvia a sua palavra.
Esta aldeia era Betânia, no monte das Oliveiras, 3 quilômetros a leste de Jerusalém. Marta e Maria eram irmãs de Lázaro, a quem Jesus ressuscitara dentre os mortos (João 11). Assentando-se… aos pés de Jesus, ouvia era a postura de um discípulo comprometido.
(Lucas 10:40-42) As preocupações de Marta
v. 40 Marta, porém, estava atarefada com muito serviço, e, vindo até ele, disse: Senhor, não te importas que minha irmã me deixe servir sozinha? Ordena, portanto, que ela me ajude.
v. 41 E, Jesus respondendo, disse-lhe: Marta, Marta, tu estás preocupada e perturbada com muitas coisas;
v. 42 mas uma coisa só é necessária; e Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tomada.
Marta estava atarefada e se distraiu daquilo que deveria ter sido sua prioridade número um – aprender de Jesus.
Ela estava cuidadosa e perturbada com os afazeres domésticos que precisavam ser feitos e irritada com sua irmã Maria, porque em uma situação como aquela o papel da mulher era servir aos homens.
Jesus indicou que o foco exclusivo de Marta deveria ser o mesmo de sua irmã: o discipulado, uma opção eternamente louvável (a qual não lhe será tomada).
Sem fé é impossível agradar a Deus
Precisamos estar atentos para não desenvolver a incredulidade. Devemos ter em mente que “sem fé é impossível agradar a Deus”.
Os setenta voltaram cheios de alegria e vendo a euforia deles, Jesus disse: “alegrem-se, não porque os espíritos se submetem a vocês, mas porque seus nomes estão escritos nos céus”.
Ou seja, embora em sua vida cristã não haja muitos sinais e maravilhas isso não deve lhe entristecer. A salvação deve ser o suficiente para você ser uma pessoa muito feliz.
Jesus diz o quanto eles são bem-aventurados por estarem testemunhando sua vinda à Terra e o seu ministério Vimos um fariseu querendo testá-lo, lhe perguntando o que devia fazer para herdar a vida eterna ao que Ele responde que, o cumprimento da Lei é amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, com o pano de fundo para isso, conta a parábola do Bom Samaritano, deixando bem claro para o fariseu o que significa amar ao próximo.
O princípio é o de que, quem ama a Deus sobre todas as coisas reconhecerá a Jesus como Senhor e Salvador e guardará seus mandamentos. Além disso, praticará os ensinamentos referentes ao amor ao próximo. Este episódio nos ensina muito sobre prioridade e valor.
Para Marta era muito importante dar atenção e servir bem as visitas, Maria priorizou ouvir Jesus e aprender com ele. A lição aqui é profunda! Precisamos saber discernir o que é mais importante: “ser agradável” ou “aprender de Deus”.
Maria nos ensina que os ensinamentos de Jesus são muito mais importantes que comida ou bebida e precisamos parar tudo o que estamos fazendo para ouvi-los.
Sobre o Autor
0 Comentários