João 11 Estudo: A Ressurreição de Lázaro

Em João 11, veremos que Marta e Maria mandarão um recado a Jesus para avisá-Lo de que Lázaro estava muito doente. Jesus não partirá de imediato e somente chegará quatro dias após a morte dele. Mostrando todo seu amor e compaixão, Jesus trará Lázaro de volta à vida.

Essa impressionante demonstração deixará evidente que Jesus é o escolhido e tem total poder sobre a morte e a vida. Após saberem desse milagre, os fariseus farão um complô para matarem Jesus e Lázaro.

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Contexto histórico

Jesus, no capítulo anterior, acabou de ensinar que Ele é o Bom Pastor e que daria a vida por Suas ovelhas. Ele também ensinou que o Pai deu poder a Ele sobre a morte, ao que alguns o acusaram de blasfêmia por proclamar ser o Filho de Deus. Os fariseus já estavam totalmente convencidos de que precisam se livrar de Jesus, como veremos agora. Acompanhe a seguir o estudo completo de João 12.

João 11:1-57

A ressurreição de Lázaro é o sétimo sinal messiânico mais importante de Jesus neste Evangelho (ver nota em Jo 2:11).



Esse milagre, registrado somente aqui, antecipou a própria ressurreição de Jesus e O revelou como “a ressurreição e a vida”.

Ressurreições são raras no antigo testamento (Elias, 1Rs 17:17-24, Eliseu, 2Rs 4:32-37 – 2Rs 13:21) e nos Evangelhos (a filha de Jairo, Mc 5:22-24 o filho da viúva de Naim, Lc 7:11-15).

A ressurreição de Lázaro foi o evento final que precipitou a decisão dos líderes judeus para prender e julgar Jesus por blasfêmia.

(João 11:1-4) Lázaro, amigo de Jesus

v. 1 Ora, havia um certo homem enfermo, chamado Lázaro, de Betânia, da aldeia de Maria e de sua irmã Marta.

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v. 2 (Era aquela Maria que ungiu o Senhor com unguento, e secou os seus pés com os seus cabelos, cujo irmão, Lázaro, estava enfermo).

v. 3 Portanto, suas irmãs enviaram até ele dizendo: Senhor, eis que está enfermo aquele que tu amas.

v. 4 Quando Jesus ouviu isso, ele disse: Esta enfermidade não é para morte, mas para glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por ela.

A introdução de Lázaro é semelhante a Jo 5:5. Lázaro (que significa “a quem Deus ajuda”) era um nome comum. Betânia, chamada de aldeia (Gr. kome) como Belém (Jo 7:42), não é a cidade de mesmo nome mencionada em Jo 1:28 e aludida em Jo 10:40-42.


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Betânia, onde Lázaro vivia, ficava a leste do monte das Oliveiras, a uns 3 quilômetros de Jerusalém (Mt 21:17 – Jo 26:6).

A aldeia de Maria e de sua irmã Marta e a referência à unção de Jesus por Maria antecipa o capítulo 12 e parece pressupor que os leitores conheciam essas mulheres, talvez pelo Evangelho de Lucas (Lc 10:38-42).

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(João 11:5-6) Jesus não se preocupa

v. 5 Ora, Jesus amava a Marta, e a sua irmã, e a Lázaro.
v. 6 Ouvindo, pois, que ele estava enfermo, ficou ainda dois dias no lugar onde ele estava.

Jesus ficou ainda dois dias no lugar onde ele estava. Embora essa demora pareça enigmática, tal fato serviu para revelar a glória de Deus (v. 4), uma vez que permitiu que Jesus realizasse um milagre ainda “mais difícil” (v. 17).

(João 11:7-9) Os discípulos se preocupam com Jesus

v. 7 Depois disso, então, ele diz aos seus discípulos: Vamos outra vez para a Judeia.
v. 8 Seus discípulos lhe disseram: Mestre, recentemente os judeus procuravam apedrejar-te, e tu vais para lá novamente?
v. 9 Jesus respondeu: Não há doze horas no dia? Se algum homem andar de dia, ele não tropeça, porque ele vê a luz deste mundo.

A maioria das pessoas trabalhava enquanto havia luz do dia; assim que escurecia, o trabalho cessava.

(João 11:10-11) Lázaro dormiu

v. 10 Mas se um homem andar de noite, ele tropeça, porque nele não há luz.
v. 11 Essas coisas ele falou, e depois disso ele lhes disse: Nosso amigo Lázaro dorme, mas eu vou, para que eu possa despertá-lo do sono.


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Dorme significa “está morto”, como a permuta em seguida deixa claro (v. 12-14). O equivalente no antigo testamento é “dormiu (descansou) com seus pais”. Ocasionalmente, a morte na qual seremos despertados (Dn 12:2).

(João 11:12-16) Os discípulos não entendem

v. 12 Disseram-lhe, então, os seus discípulos: Senhor, se dorme, ele ficará bom.
v. 13 Todavia Jesus havia falado de sua morte, mas eles pensavam que falava do repouso do sono.
v. 14 Então, Jesus disse-lhes claramente: Lázaro está morto.

v. 15 E estou contente por causa de vós, de que eu não estivesse ali, para que creiais; no entanto, vamos até ele.
v. 16 Então disse Tomé, que é chamado Dídimo, aos seus condiscípulos: Vamos nós também, para que possamos morrer com ele.

Sobre a designação de Tomé como Dídimo, ver nota em Jo 1:38.

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(João 11:17) 4 dias de sepulcro

v. 17 Quando Jesus chegou, encontrou Lázaro já há quatro dias no sepulcro.

Ao confortar Marta e Maria após a morte de Lázaro, Jesus cumpriu uma das obrigações mais essenciais na cultura judaica de Seu tempo – chorar com os que choram.

Normalmente, o sepultamento era feito logo após a morte, portanto, Lázaro estava morto havia quatro dias.

(João 11:18) Distância de Betânia

v. 18 Ora, Betânia estava perto de Jerusalém, cerca de quinze estádios.

Sobre Betânia, ver nota no v. 1.

(João 11:19) Muitos acompanham o enterro

v. 19 E muitos dos judeus tinham ido consolar a Marta e a Maria, acerca de seu irmão.

Se os muitos judeus que tinham ido consolar a Marta e a Maria eram de Jerusalém, isso indica que a família das irmãs de Lázaro tinha uma posição social considerável.

(João 11:20) Marta e Maria

v. 20 Ouvindo, então, Marta que Jesus vinha, foi ao seu encontro. Mas Maria ficou assentada em casa.

Em casa era a postura habitual para os que choravam pelo falecimento de um ente querido (Jó 2:8 – Ez 8:14).

(João 11:21-24) A ressurreição após a morte

v. 21 Então, disse Marta a Jesus: Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido.
v. 22 Mas agora sei, tudo quanto pedires a Deus, Deus to concederá.
v. 23 Disse-lhe Jesus: Teu irmão há de ressuscitar.
v. 24 Disse-lhe Marta: Eu sei que há de ressuscitar na ressurreição do último dia.

A crença de Marta em uma ressurreição no fim dos tempos estava de acordo com a dos fariseus (ver Jo 23:8), com a opinião judaica popular e com o ensino de Jesus.

(João 11:25) Eu sou a ressurreição e a vida!

v. 25 Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição, e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, ele viverá;

Sobre eu sou a ressurreição e a vida, ver notas em Jo 5:26.

(João 11:26-27) Crê tu nisto?

v. 26 e todo aquele que vive e crê em mim nunca morrerá. Crês tu isto?

v. 27 Disse-lhe ela: Sim, Senhor; eu creio que tu és o Cristo, o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo.

A referência de Marta àquele que havia de vir ao mundo empregou a expressão messiânica derivada de Sl 118:26 (cp. Jo 12:13).

(João 11:28-30) Maria chora com Jesus

v. 28 E, tendo ela dito isso, seguiu o seu caminho, e chamou secretamente a Maria, sua irmã, dizendo: O Mestre está aqui e te chama.

v. 29 Assim que ela ouviu isso, levantou-se depressa, e foi até ele.

v. 30 Ora, Jesus ainda não tinha chegado à aldeia, mas estava no lugar onde Marta o encontrara.

O Mestre era um modo natural para um discípulo se referir a Jesus antes de Sua ressurreição (Jo 4:31 – Jo 9:2 – Jo 20:16).

(João 11:31-33) Jesus se comove!

v. 31 Os judeus, pois, que estavam com ela na casa e a consolavam, vendo que Maria se levantara e saíra apressadamente, seguiram-na, dizendo: Ela vai ao sepulcro para chorar ali.

v. 32 Tendo, pois, Maria chegado onde Jesus estava e vendo-o, ela lançou-se aos seus pés, dizendo-lhe: Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido.

v. 33 Quando Jesus, pois, a viu chorar, e choravam também os judeus que vinham com ela, comoveu-se em espírito e conturbou-se,

Jesus comoveu-se em espírito (a palavra Gr. para “agitar-se”, embrimoomai, denota indignar-se e bufar; cp. Dn 11:30).

Jesus ficou agitado em face do sofrimento humano e da morte (Jo 12:27 – Jo 13:21). Conturbou-se significa agitado e comovido (Et 4:4).

(João 11:34-35) Jesus chora por Lázaro

v. 34 e disse: Onde o pusestes? Eles disseram-lhe: Senhor, vem e vê.

v. 35 Jesus chorou.

Jesus chorou, ou talvez ainda melhor, “rompeu em “lágrimas”, como o termo é regularmente traduzido em fontes extrabíblicas.

(João 11:36-39) Tirem a pedra!

v. 36 Disseram, então, os judeus: Vede como ele o amava!

v. 37 E alguns deles disseram: Não podia este homem, que abriu os olhos ao cego, fazer também com que este homem não morresse?

v. 38 Jesus, pois, novamente comovido em si mesmo, foi ao sepulcro. Era uma caverna e tinha uma pedra posta sobre ela.

v. 39 Disse Jesus: Tirai a pedra. Marta, irmã daquele que estava morto, disse-lhe: Senhor, a essa altura ele cheira mal, porque ele está morto há quatro dias.

Embora os judeus usassem especiarias aromáticas nos sepultamentos, isso não impedia a decomposição do corpo, como salientou Marta.

(João 11:40-42) Você verá a glória de Deus!

v. 40 Disse-lhe Jesus: Eu não te disse que, se tu creres, verás a glória de Deus?

v. 41 Então, eles tiraram a pedra do lugar onde jazia o morto. E Jesus, levantando seus olhos, disse: Pai, eu te agradeço, por me haveres ouvido.

v. 42 Eu sei que sempre me ouves, mas por causa da multidão que está ao redor eu disse isso, para que possam crer que tu me enviaste.

A oração de Jesus tem como antecedente a súplica de Elias no antigo testamento (1Rs 18:37). Comparar Jo 6:11.

(João 11:43) Lázaro, vem pra fora!

v. 43 E, tendo dito isso, clamou em alta voz: Lázaro, vem para fora.

Jesus ressuscitou a Lázaro sem usar magia, encantamento ou qualquer palavra que se atribuísse poderes mágicos, mas pelo poder de Sua própria palavra.

(João 11:44-46) Lázaro ressurge!

v. 44 E saiu o que estivera morto, amarrado nos pés e nas mãos com faixas; e a sua face envolta em um lenço. Disse-lhes Jesus: Desatai-o, e deixai-o ir.

v. 45 Então, muitos dentre os judeus que tinham vindo a Maria, e que haviam visto as coisas que Jesus fizera, creram nele.

v. 46 Mas alguns deles foram pelo seu caminho até os fariseus, e lhes contaram as coisas que Jesus havia feito.

João não registra a reação de Lázaro nem o que lhe sucedeu após a ressurreição. Em vez disso, ele se volta imediatamente (v. 45) para focalizar a conspiração contra Jesus.

(João 11:47) Os fariseus e seus planos

v. 47 Então, reuniram-se os principais sacerdotes e os fariseus em conselho, dizendo: O que faremos? Pois este homem faz muitos milagres.

 Sobre o concílio, ver notas em Jo 3:1.

(João 11:48-49) Aparece Caifás

v. 48 Se o deixarmos assim sozinho, todos os homens crerão nele; e virão os romanos e tirar-nos-ão o nosso lugar e a nação.

v. 49 E um deles, chamado Caifás, que era sumo sacerdote naquele ano, lhes disse: Vós não entendeis nada,

Não fornecer uma data precisa, naquele ano, implica que o ofício de sumo sacerdote era alternado a cada ano.

Isso indica simplesmente que aconteceu de Caifás servir nessa função no ano em que Jesus foi julgado e crucificado.

Na verdade, Caifás foi sumo sacerdote por 18 anos (18-36 d.C.), mais do que qualquer outro do primeiro século.

(João 11:50-51) O pronunciamento de Caifás

v. 50 nem considerais que nos convém que um homem morra pelo povo e que não pereça toda a nação.

v. 51 Ora, isso não disse ele por si mesmo; mas, sendo o sumo sacerdote naquele ano, profetizou que Jesus havia de morrer pela nação;

 Morra pelo povo invoca a memória dos mártires macabeus. Conforme o duplo sentido típico usado no Evangelho de João, o pronunciamento de Caifás antecipou a expiação substitutiva que Jesus estava por suprir.

Como sumo sacerdote dos judeus, Caifás profetizou melhor do que pensava, isto é, sem perceber o duplo sentido de sua afirmação.

(João 11:52) Os filhos de Deus dispersos

v. 52 e não somente por aquela nação, mas também para congregar num só corpo os filhos de Deus que estavam dispersos.

Os filhos de Deus que estavam dispersos se refere aos gentios.

(João 11:53-55) Jesus passa a andar em secreto

v. 53 Desde aquele dia, pois, eles tomavam conselho para o matarem.

v. 54 Jesus, portanto, já não andava publicamente entre os judeus, mas retirou-se dali para a terra junto do deserto, para uma cidade chamada Efraim, e ali continuava com os seus discípulos.

v. 55 E estava próxima a Páscoa dos judeus; e dessa região subiram muitos a Jerusalém, antes da Páscoa, para se purificarem.

 Essa é a terceira e última Páscoa mencionada por João. Ver nota em Jo 2:13. As pessoas subiam mais cedo para Jerusalém a fim de se purificarem de toda impureza cerimonial que porventura as impedisse de celebrar a Páscoa (Nm 9:4-14 – Nm 19:11-12).

(João 11:56-57) Ele virá na festa?

v. 56 Então eles buscavam por Jesus, e falavam entre si, estando no templo: Que vos parece? Não virá ele à festa?

v. 57 Ora, os principais sacerdotes e os fariseus tinham dado ordem para que, se algum homem soubesse onde ele estava, ele deveria mostrar, para que o prendessem.

Sobre o tempo certo da prisão de Jesus, ver nota em Jo 2:4. Sobre o templo, ver nota em Jo 2:14.

5 importantes lições que podemos aprender em João 11

  1. O Poder da Oração e da Fé: A ressurreição de Lázaro é um lembrete do poder da oração e da fé. Jesus orou a Deus antes de ressuscitar Lázaro, demonstrando que a comunicação com Deus é essencial para a manifestação do Seu poder em nossas vidas.
  2. A Importância da Esperança em Meio à Adversidade: Mesmo diante da morte iminente de Lázaro, Jesus ensina que a esperança não está perdida. Ele é a ressurreição e a vida, e aqueles que creem Nele terão a vida eterna. Isso nos lembra que, mesmo nas situações mais sombrias, há esperança em Cristo.
  3. Jesus se Importa com Nossas Dores: A reação de Jesus à morte de Lázaro, chorando junto com os amigos de Lázaro, demonstra Sua compaixão e sensibilidade para com o sofrimento humano. Ele entende nossas dores e está presente para nos consolar em nossas aflições.
  4. O Testemunho Público do Poder de Jesus: A ressurreição de Lázaro foi um dos maiores milagres públicos realizados por Jesus, testemunhado por muitos. Isso fortaleceu a fé daqueles que testemunharam e serviu como uma prova tangível do poder divino de Jesus.
  5. A Necessidade de Confiar no Tempo de Deus: Jesus deliberadamente esperou dois dias antes de ir a Betânia, permitindo que Lázaro morresse. Isso nos lembra que, embora possamos não entender os tempos e os propósitos de Deus, devemos confiar que Ele age no momento certo e de acordo com Sua vontade soberana.

Conclusão

Concluindo este capítulo, o incidente de Lázaro e Jesus, totalmente dependente do Pai, chama Lázaro para fora da sepultura, demonstrando assim ser Filho de Deus, a ressurreição e a vida, e ter poder sobre a morte.

É interessante que a razão mais profunda por trás da doença e morte de Lázaro: “Esta enfermidade não é para morte, mas para glória de Deus, que o Filho de Deus seja glorificado por ela”.

Este poder do Filho de Deus, Senhor da vida e da morte, é demonstrado além de qualquer dúvida, tanto que “muitos dos judeus creram nele”, e os fariseus deram ordem para que Ele pudesse ser levado.

Mais tarde, eles ainda procuram matar Lázaro, porque a sua ressurreição era uma prova muito poderosa de que Jesus era, de fato, “a ressurreição e a vida”.

É bonito de ver que, mesmo nesta apresentação pública e notória do poder de Deus, Ele continua a ser o servo obediente e dependente do Pai, e mesmo aquele que está provado ser o Senhor sobre a vida e a morte é capaz de derramar lágrimas em compaixão de um amigo. Jesus é tudo!

João 11 estudo.

Sobre o Autor

Olá, me chamo Lázaro Correia, sou Cristão, formado em Teologia e apaixonado pela Bíblia. Aqui no Blog você vai encontrar diversos estudos Bíblicos e muito conteúdo sobre vida Cristã.

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