Marcos 6 Estudo: A Expansão do Reino de Deus

Em Marcos 6, vemos Jesus visitar sua cidade natal, Nazaré, e não ser bem recebido pelos seus, um povo incrédulo e que o desprezava.

Jesus então entende que precisa pregar nas cidades vizinhas e envia os doze para irem, de dois em dois, curando e expulsando demônios, orientando que, onde não fossem bem recebidos, que sacudissem o pó de suas sandálias e fossem adiante.

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João acaba sendo morto por Herodes, obedecendo um pedido de sua esposa imoral, Herodias, pelo ódio que sentia pelo Batista.

Jesus e seus discípulos se retiram para um lugar deserto, alimentam uma multidão com apenas cinco pães e dois peixes e mais uma vez, Jesus acalma uma tempestade, antes de curar muitas pessoas em Genesaré.



Contexto histórico

Jesus acabara de realizar milagres em Gadara e em Cafarnaum, seus discípulos estão maravilhados e temerosos com o homem que ordena e a natureza, demônios e doenças obedecem.

Os muitos sinais fazem a fama de Jesus se espalhar e chegar até os ouvidos de Herodes Antipas, que acha que Jesus é João, o Batista, ressuscitado. Jesus é confundido com Elias e também com um dos profetas. Acompanhe a seguir o estudo de todos os versículos de Marcos 6.

(Marcos 6:1) Jesus em sua terra natal, Nazaré

v. 1 E ele saindo dali, chegou à sua própria terra, e os seus discípulos o seguiram.

A terra natal de Jesus era Nazaré (ver nota em Mc 1:9-11).

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(Marcos 6:2) Sinagoga, lugar de hipocrisia

v. 2  E, chegando o dia do shabat, ele começou a ensinar na sinagoga; e muitos, ao ouvi-lo, se admiravam, dizendo: De onde lhe vem estas coisas? E que sabedoria é esta que lhe é dada, e como estas poderosas obras são feitas por suas mãos?

As palavras começou a ensinar indicam que Jesus foi convidado a isso. Diferentemente de Lucas (Lc 4:16-21), Marcos não foca o conteúdo do ensinamento de Jesus.

Jesus ensinava (Mc 1:21-22) e fazia milagres com frequência nas sinagogas da Galileia. Depois de ser rejeitado em Nazaré, não há mais registro de Jesus entrando em sinagogas.

As sinagogas só são citadas novamente em Marcos como lugares de hipocrisia e perseguição (Mc 12:39). Assim como em Cafarnaum, os homens de Nazaré se admiravam pelo ensino de Jesus.


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(Marcos 6:3) A família de Jesus

v. 3 Não é este o carpinteiro, filho de Maria, irmão de Tiago, e de José, e de Judas e de Simão? E não estão aqui conosco suas irmãs? E escandalizavam-se nele.

Este é o único versículo do Novo Testamento em que Jesus é chamado de carpinteiro. O paralelo em Mt 13:55 lê: “Não é este o filho do carpinteiro?”. Lc 4:22 tem “Não é este o filho de José?”.

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Um carpinteiro (Gr. tekton) era um artesão em madeira e pedra. Filho de Maria pode indicar que José tinha morrido (não há menção dele no v. 4 nem em outras partes de Marcos, mas ver Jo 6:42).

Esta é a única vez que a mãe de Jesus é nomeada em Marcos. Tiago, irmão de Jesus, posteriormente se tornou líder da igreja em Jerusalém e foi morto sob ordens do sumo sacerdote em 62 d.C.

Ele foi o autor do livro de Tiago. Provavelmente Judas foi o autor do livro de Judas, José e Simão não são citados novamente no Novo Testamento (mas ver Jo 2:12). As irmãs de Jesus não são nomeadas, mas o plural indica que havia mais que uma.

(Marcos 6:4) Profeta sem honra

v. 4 Mas Jesus lhes dizia: O profeta não está sem honra, exceto na sua própria terra, e entre os seus próprios parentes, e na sua própria casa.

Jesus usa este provérbio falando de si mesmo em outros trechos (Jo 4:44). Na versão de Marcos ( paralelos em Mt 13:57), Jesus citou três lugares em que um profeta é desonrado – na sua própria terra, entre os seus próprios parentes (referindo-se a Mc 3:20-21) e na sua própria casa.


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(Marcos 6:5) Os nazarenos o desprezam

v. 5 E ele não podia fazer ali nenhuma obra poderosa, salvo impor suas mãos sobre poucas pessoas enfermas, curando-as.

 Marcos não considera e ele não podia uma afirmação de limitações no poder de Jesus, e sim o fato em si (“Ele não fez”, Mt 13:58).

O motivo era a descrença do povo Antes eles estavam admirados com Jesus (v. 2). Em uma “inversão irônica, Marcos é o único a concluir a narrativa” com Jesus admirado com eles.

O que O surpreendeu foi a “falta de fé” deles. O povo de Nazaré não se referiu a Jesus pelo nome, mas somente como “este”, um sinal de desprezo.

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(Marcos 6:6) Jesus decide sair de Nazaré

v. 6 E admirou-se da descrença deles. E ele percorreu as aldeias vizinhas, ensinando.

 Esta é a terceira vez que Jesus percorreu a Galileia pregando (Mc 1:14). 

(Marcos 6:7) Os doze, enviados de dois em dois

v. 7 E ele chamou a si os doze, e começou a enviá-los de dois em dois, e deu-lhes poder sobre os espíritos imundos;

Chamou a si os doze recorda Mc 3:13, enviá-los, e poder sobre os espíritos imundos, Mc 3:15. De dois em dois reflete o bom senso (Ec 4:9-10) e era o costume de Jesus (Mc 11:1), seguido pela igreja primitiva (At 8:14).

Este costume garantiu companheirismo e apoio mútuo, cumprindo também a exigência do antigo testamento de duas testemunhas (Dt 17:6). “Os Doze” são chamados de “apóstolos após retornarem (Mc 6:30).

(Marcos 6:8-9) Os mandamentos dos discípulos

v. 8 e ordenou-lhes que nada levassem para sua jornada, senão somente um cajado; nem alforje, nem pão, nem dinheiro no seu cinto;

v. 9 mas que fossem calçados com sandálias, e que não vestissem duas túnicas.

Segundo Marcos, os discípulos deviam levar um cajado… cinto… sandálias e túnicas. Estes foram os mesmos itens que Deus disse para os israelitas levarem na saída do Egito (Êx 12:11).

Os relatos de Mateus e Lucas proibiram o bordão (Mt 10:10) e Mateus também proibiu sandálias (Mt 10:10 – Lc 10:4).

Conforme Marcos, eles não deviam levar nem alforje, nem pão, nem dinheiro nem duas túnicas.

(Marcos 6:10-11) Como deveriam agir

v. 10 E ele dizia-lhes: Onde quer que entrardes numa casa, permanecei até partir daquele lugar.

v. 11 E aqueles que não vos receberem, nem vos ouvirem, saindo dali, sacudi o pó que estiver debaixo dos vossos pés, em testemunho contra eles. Em verdade eu vos digo que haverá mais tolerância para Sodoma e Gomorra no dia do juízo do que para os daquela cidade.

 Os discípulos deviam ficar na mesma casa até deixarem a cidade, e não buscar um alojamento melhor. Se não fossem bem recebidos, tinham que sacudir o pó que estiver debaixo dos vossos pés.

Jesus reformula esta declaração ao enviar os 70. Mais tarde isto se tornou um hábito dos missionários primitivos (At 13:51).

Em testemunho contra eles pode ser traduzido por “como testemunho para eles”, significando um chamado ao arrependimento (Mc 13:9).

(Marcos 6:12-13) Se arrependam!

v. 12 E eles foram, e pregando que os homens se arrependessem.

v. 13 E eles expulsavam muitos demônios, e ungiam com óleo muitos que eram enfermos, e os curavam.

Que se arrependessem era o conteúdo de sua pregação ao povo, à maneira das mensagens de João Batista (Mc 1:4) e Jesus (Mc 1:15).

O ministério dos Doze se resumiu a pregação e ensino (Mc 6:30), exorcismo e cura. Ungir doentes com óleo de oliva só é mencionado aqui, e numa parábola em Tg 5:14.

(Marcos 6:14-15) Herodes tem conhecimento de Jesus

v. 14 E o rei Herodes ouviu falar dele (pois seu nome foi propagado amplamente) e disse: João, o Batista, foi ressuscitado dentre os mortos, e por isso estas maravilhas operam nele.

v. 15 Outros diziam: Este é Elias. E outros diziam: Este é um profeta, ou como um dos profetas.

A história de Herodes Antipas, Herodias e João é semelhante à de Acabe, Jezabel e Elias em 1Rs 21. Na verdade, o nome de Elias está intimamente ligado a esta história.

O rei Herodes era Herodes Antipas (nascido em 20 a.C.) filho de Herodes, o Grande. Ele governou a Galileia e a Pereia de 4 a.C. a 39 d.C. Jesus foi propagado amplamente por causa de Suas viagens e pregação e pela missão dos Doze.

As três opiniões acerca da identidade de Jesus (que Ele era João, o Batista…Elias ou um profeta) são repetidas em Mc 8:28 como repercussão da opinião popular.

(Marcos 6:16-17) Herodes e seu casamento imoral

v. 16 Mas Herodes ouvindo isso, dizia: Este é João, a quem eu decapitei; ele está ressuscitado dentre os mortos.

v. 17 Pois o próprio Herodes mandara prender a João, e o confinou na prisão, por causa de Herodias, esposa de seu irmão Filipe; porque ele havia se casado com ela.

 A ideia de Jesus ser João Batista ressurreto levou Herodes a refletir temerosamente no homem que decapitara. João foi preso por causa de Herodias.

Antes, Herodias era casada com o meio-irmão de Herodes, Herodes Filipe, e teve uma filha com ele, chamada Salomé.

Herodes Antipas convenceu Herodias a deixar Filipe e casar-se com ele. Para abrir caminho, Herodes Antipas teve que se divorciar de sua própria esposa.

(Marcos 6:18) João, o Batista, confrontava Herodes

v. 18 Pois João dizia a Herodes: Não te é lícito possuir a esposa de teu irmão.

Várias vezes João Batista afirmou que este casamento não era licito (Lv 18:16).

(Marcos 6:19-20) O desejo de Herodias e o temor de Herodes

v. 19 Por isso, Herodias tinha uma desavença contra ele, e queria matá-lo, mas ela não podia;

v. 20 porque Herodes temia a João, sabendo que ele era um homem justo e santo; e o observava; e ao ouvi-lo, ele fazia muitas coisas, e o ouvia de boa vontade.

Estes versículos contrastam as opiniões de Herodias e Herodes Antipas acerca de João Batista.

Herodias tinha uma desavença contra ele, e queria matá-lo, e procurava uma maneira de conseguir isso (todos os verbos no pretérito imperfeito).

Antipas, por sua vez, temia a João, considerando-o um homem justo e santo.

(Marcos 6:21) A oportunidade

v. 21 E, chegando um dia oportuno, quando Herodes em seu aniversário fez um jantar aos seus senhores, altos capitães, e chefes da Galileia;

Ironicamente, o aniversário do ímpio Herodes tornou-se o dia da morte do justo João.

(Marcos 6:22) A dança da filha de Herodias

v. 22 e entrando a filha de Herodias, e dançando, e agradando a Herodes, e aos que estavam sentados com ele, o rei disse à donzela: Pede-me o que quiseres, e eu te darei.

Marcos não cita o nome de Salomé, mas o historiador judeu Josefo sim. Filha (v. 22, 28) é a mesma palavra que Jesus usou para a menina de 12 anos em Mc 5:41.

Dançando e agradando não necessariamente envolvem sensualidade no relato de Marcos, embora seja possível.

(Marcos 6:23) O juramento de Herodes

v. 23 E jurou-lhe, dizendo: Tudo o que me pedires eu te darei, até a metade do meu reino.

O juramento de Herodes lembra as palavras do rei Assueró a Ester (Et 5:3). Como Antipas era apenas um vassalo de Roma, a promessa representava uma hipérbole, não uma promessa literal (1Rs 13:8).

(Marcos 6:24-25) O pedido de Herodias

v. 24 E, saindo ela, disse à sua mãe: O que eu pedirei? E ela disse: A cabeça de João, o Batista.

v. 25 E ela veio imediatamente para junto do rei, e pediu, dizendo: Eu quero que tu me dês em um prato a cabeça de João, o Batista.

A partir deste ponto, a história caminha rapidamente para a conclusão. Perceba as duas referências imediatamente (v. 25, 27) e as palavras veio apressadamente mesmo no v. 25.

Salomé era um fantoche nas mãos de sua mãe. Ao buscar atender o desejo de sua mãe, ela literalmente disse ao rei: “Eu quero que tu me dês em um prato a cabeça de João, o Batista”.

(Marcos 6:26-28) A tristeza de Herodes e a morte de João

v. 26 E o rei entristeceu-se muito; todavia, por causa do juramento e dos que estavam sentados com ele, não quis deixar de atendê-la.

v. 27 E imediatamente o rei enviou um carrasco, e ordenou que a cabeça dele fosse trazida; e ele foi, e o decapitou na prisão;

v. 28 e trouxe sua cabeça em um prato, e entregou à donzela; e a donzela a deu à sua mãe.

Herodes entristeceu-se. A única vez que Marcos usou esta palavra além daqui foi ao falar de Jesus no jardim do Getsêmani (Mc 14:33).

(Marcos 6:29-31) Jesus tem conhecimento da morte de seu primo

v. 29 E, quando seus discípulos ouviram isso, foram, tomaram o seu corpo, e o puseram no sepulcro.

v. 30 E os apóstolos reuniram-se com Jesus, e contaram-lhe todas estas coisas, tanto o que tinham feito como o que eles tinham ensinado.

v. 31 E ele disse-lhes: Vinde vós, aqui à parte, para um lugar deserto, e descansai um tempo. Porque havia muitos que iam e vinham, e não tinham tempo nem para comer.

Marcos só se referiu aos Doze como os apóstolos aqui e em Mc 3:14, quando foram escolhidos. A Jesus… contaram-te todas estas coisas, tanto o que tinham feito como o que eles tinham ensinado se refere à missão dos v. 7-13.

Um lugar deserto lembra Mc 1:3-5 e cria o cenário ideal para o milagre que recorda a provisão de pão no deserto. Não tinham tempo nem para comer lembra Mc 3:20 e prepara o caminho para a história que segue.

(Marcos 6:32) Viagem para um lugar deserto

v. 32 E eles partiram a sós num barco para um lugar deserto.

Marcos não disse onde era o lugar deserto (Lc 9:10). Em Marcos, esta foi a terceira viagem de Jesus em um barco.

(Marcos 6:33-34) As ovelhas sem pastoreio

v. 33 E as pessoas os viram partir, e muitos o reconheceram, e para lá correram a pé de todas as cidades, e os ultrapassaram, e aproximavam-se dele.

v. 34 E Jesus, ao desembarcar, viu uma grande multidão, e teve compaixão dela, porque eles eram como ovelhas que não têm pastor; e ele começou a ensinar-lhes muitas coisas.

A palavra compaixão (“entranhas”) se refere aos órgãos intestinais, que se pensava serem o centro das emoções. Esta palavra só é usada por Jesus no novo testamento (ver nota em Mc 1:40-45).

Jesus viu o povo sem liderança e necessitado, como ovelhas que não têm pastor. Cumprindo Is 40:11, Jesus cuidou de Seu rebanho. 

PARTE 2 (Marcos 6:35-44)

A alimentação dos quase cinco mil homens (v. 44) é o único milagre registrado pelos quatros Evangelhos (Mt 14:13-21Jo 6:1-15).

(Marcos 6:35-36) O povo seguia Jesus

v. 35 E, quando o dia já estava muito adiantado, os seus discípulos se aproximaram dele, e lhe disseram: Este lugar é deserto, e o dia está muito adiantado;

v. 36  despede-os, para que possam ir nas regiões ao redor, e às aldeias, e comprem pão para si; porque eles nada têm para comer.

As palavras este lugar é deserto marcam a terceira menção de quão afastado era o lugar (v. 31-32,35).

Depois de sinalizar que o dia está muito adiantado, os discípulos pedem para que Jesus mande o povo embora.

(Marcos 6:37) Jesus ordena que os discípulos alimentem a multidão

v. 37 Ele respondendo, lhes disse: Dai-lhes vós de comer. E eles disseram-lhe: Devemos ir e comprar duzentos denários de pão e dar-lhes de comer?

Jesus responde com outra ordem, enfatizando vós. Duzentos denários seria aproximadamente o salário de um ano de trabalho.

Obviamente, os discípulos não tinham tal quantia, já que tinham acabado de voltar de uma missão na qual não levaram pão nem dinheiro (v. 8).

Alimentar essa gente toda era um grande desafio. (cp. a situação de Moisés no deserto em Êx 16:1-35 – Nm 11:13 e Eliseu em 2Rs 4:42-44).

(Marcos 6:38) Cinco pães e dois peixes

v. 38 E ele disse-lhes: Quantos pães vós tendes? Ide e vedes. E, quando eles souberam, disseram: Cinco, e dois peixes.

Os discípulos só viram aquilo que faltava, mas Jesus se focou naquilo que possuíam – cinco pães e dois peixes Provavelmente os pães eram biscoitos de cevada pequenos, redondos e chatos, e os peixes, secos.

(Marcos 6:39-40) Ele ordena que o povo se assente

v. 39 E ele ordenou-lhes que fizessem assentar a todos, em grupos, sobre a grama verde.

v. 40 E eles assentaram-se em grupos de cem e de cinquenta.

Assentar literalmente é “reclinar-se”, a posição tradicional das refeições. Mateus (Mt 14:19) e João (Jo 6:10) mencionam a grama onde as pessoas sentaram, mas somente Marcos fala que ela era verde, indicando a primavera.

(Marcos 6:41) Jesus dá graças pelos alimentos

v. 41 E, tomando ele os cinco pães e os dois peixes, e olhando para o céu, abençoou e partiu os pães, e deu-os aos seus discípulos para que os pusessem diante deles; e dividiu os dois peixes entre todos eles.

Olhar para o céu era uma posição piedosa de oração (Mc 7:34). Os evangelistas não registram a oração de Jesus, mas a tradicional bênção judaica para o pão teria sido adequada: “Bendito sejas tu, Senhor, nosso Deus, Rei do universo, que produziu pão da terra”.

(Marcos 6:42) O milagre farto

v. 42 E todos eles comeram e se fartaram.

A palavra se fartaram é usada para a engorda de animais. Portanto, Jesus proveu abundância, não apenas sustento.

(Marcos 6:43) A sobeja do milagre

v. 43 E recolheram doze cestos cheios dos pedaços, e de peixe.

Os doze cestos equivalem ao número dos apóstolos e das tribos de Israel. A palavra para “cestos” denota recipientes largos e pesados.

(Marcos 6:44) Os números do milagre 

v. 44 E os que comeram os pães eram quase cinco mil homens.

Cerca de cinco mil homens foram alimentados. A palavra de Marcos, Gr. ondres (“homens”), é específica.

Mateus acrescentou: “além de mulheres e crianças” (Mt 14:21), o que indica que bem mais que cinco mil pessoas foram alimentadas.

(Marcos 6:45) A ida para Betsaida

v. 45 E imediatamente obrigou os seus discípulos a entrar no barco e passar adiante, para o outro lado, a Betsaida, enquanto ele despedia a multidão.

A palavra imediatamente é característica do estilo de Marcos (ver nota em Mc 1:9-11). Obrigou…para é um verbo forte com o sentido de “compeliu”.

Marcos não disse por que Jesus apressou a partida de Seus discípulos, mas Jo 6:14-15 mostra que o povo queria fazê-Lo rei. 

(Marcos 6:46) Jesus se retira para orar 

v. 46 E, tendo-os despedido, ele foi ao monte para orar.

Tendo-os despedido se refere aos discípulos. Pela segunda vez em Marcos, Jesus vai orar sozinho.

(Marcos 6:47-48) Jesus anda sobre as águas

v. 47 E, ao anoitecer, o barco estava no meio do mar, e ele sozinho em terra.

v. 48 E viu-os fatigados a remar, porque o vento lhes era contrário; perto da quarta vigília da noite aproximou-se deles, andando sobre o mar, e queria passar-lhes adiante.

As expressões fatigados a remar (lit. “afligidos”) e o vento lhes era contrário não retratam a mesma situação de Mc 4:35-41, em que Jesus acalmou o vento e o mar.

Perto da quarta vigília da noite, reflete o método romano de dividir a noite em quatro vigílias. A quarta era das 3:00 da madrugada às 6:00 horas da manhã.

Andando sobre o mar deve ser entendido literalmente, e é paralelo a “em terra” (v. 47).”

(Marcos 6:49) É um fantasma?

v. 49 Mas, quando eles o viram andar sobre o mar, imaginaram que fosse um espírito, e gritaram;

Os discípulos pensaram que Jesus era um espírito (Gr. phantasma), que expressa a ideia de ilusão.

(Marcos 6:50) Jesus os tranquilizam

v. 50 porque todos o viram, e perturbaram-se. E imediatamente falou com eles, e disse-lhes: Tende bom ânimo; sou eu, não tenhais medo.

Jesus tranquiliza os discípulos com duas ordens: Tende bom ânimo e não tenhas medo. As palavras sou eu literalmente são “eu sou”, conforme no grego, Ego Eimi, o nome de Deus em Êx 3:14 (Is 41:4).

Jesus fez algo que só Deus poderia fazer e usou o nome do Senhor para identificar a si mesmo.

(Marcos 6:51) A vento cessa com Jesus no barco

v. 51 E subiu para junto deles no barco, e o vento cessou; e ficaram maravilhados em si mesmos além da medida,

Em Mc 4:35-41, o vento cessou quando Jesus ordenou que parasse. Nesta passagem, ele parou quando Jesus subiu para junto deles no barco. “Atônitos” era a reação costumeira ao poder de Jesus (Mc 1:22).

(Marcos 6:52) A dureza de coração dos discípulos

v. 52  pois eles não tinham considerado o milagre dos pães; pois o seu coração estava endurecido.

Marcos diagnosticou dois problemas: os discípulos não tinham considerado e o seu coração estava endurecido.

Corações endurecidos, frase que se entende como “insensibilidade espiritual”, caracterizavam os fariseus da sinagoga de Cafarnaum (Mc 3:5).

PARTE 3 (Marcos 6:53-56)

Este é o terceiro resumo do ministério de Jesus em Marcos (Mc 1:35-39). 

(Marcos 6:53) Jesus em Genesaré

v. 53 E, eles passando para o outro lado, chegaram à terra de Genesaré, e atracaram na praia.

Genesaré era uma planície fértil na costa oeste do mar da Galileia, entre Cafarnaum e Tiberíades.

(Marcos 6:54) Eles o conheceram

v. 54 E, quando eles saíram do barco, imediatamente o conheceram,

Imediatamente…o conheceram ao Senhor Jesus. Isso contrasta com os discípulos, que falharam em reconhecê-Lo (v. 49).

(Marcos 6:55) Os enfermos eram trazidos

v. 55 e, correndo toda a região em redor, começaram a trazer em leitos os que estavam enfermos, para onde ouviam dizer que ele estava.

Os leitos (“catres”) nos quais os enfermos eram carregados são do mesmo tipo usado pelo paralítico.

(Marcos 6:56) Todos eram curados por Jesus

v. 56 E, onde quer que ele entrava, em aldeias, ou cidade, ou nos campos, eles colocavam os enfermos nas ruas, e pediam-lhe que eles pudessem tocar somente na orla da sua roupa; e todos quantos o tocavam ficavam curados.

Aldeias… cidade e campos totalizam a região da Galileia: Nas ruas (Gr. ggorg) eram os centros mais ativos da vida local.

A afirmação de que os enfermos…pediam-lhe a Jesus que os curasse lembra o leproso (Mc 1:40), o endemoninhado (Mc 5:10) e o dirigente da sinagoga, visto que se usa a mesma palavra.

Seu desejo de poderem tocar somente na orla da sua roupa lembra o desejo da mulher hemorrágica antes de receber a cura.

5 importantes lições que podemos aprender em Marcos 6

  1. O Poder da Fé: Jesus ensinou seus discípulos sobre a importância da fé e como ela pode realizar milagres. Ele realizou muitas curas e até mesmo alimentou uma multidão com poucos pães e peixes, demonstrando que a fé pode superar as circunstâncias aparentemente impossíveis (Marcos 6:30-44).
  2. A Necessidade de Descanso e Recuperação: Jesus convidou seus discípulos a irem a um lugar tranquilo para descansar, mostrando a importância do equilíbrio entre o trabalho e o descanso. É vital cuidar do nosso bem-estar físico, emocional e espiritual (Marcos 6:30-32).
  3. A Importância da Obediência: João Batista enfrentou a prisão e a morte por sua fidelidade em pregar a mensagem de arrependimento. Sua coragem e compromisso nos lembram da importância de obedecer a Deus, mesmo quando enfrentamos oposição (Marcos 6:17-29).
  4. Receptividade ao Ensino de Jesus: Jesus ensinou em muitas ocasiões, mas nem todos estavam dispostos a aceitar Suas palavras. Ele foi rejeitado em Sua própria cidade, mostrando que a receptividade ao ensino de Jesus requer humildade e abertura de coração (Marcos 6:1-6).
  5. A Empatia de Jesus: Mesmo quando buscava tempo de descanso, Jesus teve compaixão das multidões que o seguiram e ministrou a elas. Sua empatia nos lembra da importância de cuidar das necessidades dos outros e estar disposto a sacrificar nosso próprio conforto em prol do bem-estar dos outros (Marcos 6:34-44).

Conclusão

Jesus continuava a maravilhar as multidões e a irritar os religiosos com a sua nova doutrina, com suas obras de poder e de amor, elevando sua fama entre as autoridades, como Herodes Antipas.

Todos os seus feitos demonstram um Reino de amor e justiça, onde os necessitados são satisfeitos e recebidos como filhos diante de Deus.

O envio dos doze declara que essa era uma obra compartilhada, ou seja, seria feita por muitos, todos os quais, Jesus chamaria no seu devido tempo. A morte de João é um prelúdio do que aconteceria com os discípulos de Jesus.

Marcos 6 estudo.

Sobre o Autor

Olá, me chamo Lázaro Correia, sou Cristão, formado em Teologia e apaixonado pela Bíblia. Aqui no Blog você vai encontrar diversos estudos Bíblicos e muito conteúdo sobre vida Cristã.

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