1 Samuel 12 Estudo: A Transição do Sistema Político de Israel

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Neste capítulo de 1 Samuel 12, veremos que Samuel, ao resignar seu cargo, chama os israelitas a testemunharem sobre seu procedimento, durante o tempo que julgou Israel. Ele inicia dizendo que envelheceu e estava cheio de cãs. Seus filhos estavam perante o povo, bem como o novo rei escolhido.

Ele questiona se defraudou os direitos deles ou, ainda, se aceitou suborno, de modo que todos testificam sobre a sua integridade.

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Então, Samuel passa a expor o procedimento dos israelitas, aduzindo que estes procederam muito mal ao requererem um rei, contudo, caso eles e o novo rei obedecessem ao Senhor, Ele teria misericórdia.

Caso procedessem mal, amargariam duras penas. Por fim, Samuel pede que Deus mande trovões e chuvas, a fim de que os israelitas soubessem que fizeram mal ao escolherem um rei terreno.

Quando assim se sucede, Israel teme, porém Samuel os acalma aduzindo que, se não persistissem em sua rebeldia e, caso fossem obedientes, Deus não os desampararia, por conta de Sua fidelidade. Samuel continuaria orando por Israel.

1 Samuel 12 estudo: Contexto histórico

No capítulo anterior, os amonitas sitiaram a Jabes-Gileade, de modo que os israelitas propuseram uma aliança. Entretanto, os amonitas condicionaram a aliança a vazarem os olhos dos israelitas, a fim de os exporem ao vexame.



Eles, então, mandam mensageiros por Israel, a fim de receber ajuda, sendo que, quando Saul fica sabendo do ocorrido, o Espírito do Senhor o toma e ele despedaça uma junta de bois, encaminhando suas partes por todo Israel, comunicando que, aqueles que não se unissem a ele e Samuel, perderiam seus bois daquela mesma forma.

Israel teme e obedece ao comando no novo rei. Ao pelejarem, vencem os amonitas. Alguns israelitas procuravam matar aqueles que questionavam o reinado de Saul, contudo, este os incitou a comemorar a vitória, apenas.

Samuel convoca o povo a renovar o reino, em Gilgar e, lá, proclamam Saul como rei de Israel.

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(1 Samuel 12:1) O discurso de Samuel

v. 1 E Samuel disse a todo o Israel: Eis que tenho atentado à vossa voz em tudo o que me dissestes, e preparei um rei sobre vós. 

Samuel falou a todo o Israel, ou seja, a todos os que se reuniram em Gilgal. Considerando que o rei de Israel estava agora estabelecido e a idade de Samuel estava avançada, o profeta de Deus pode ter decidido que esta era a ocasião de começar a encerrar sua liderança.

Ao mesmo tempo, o discurso de Samuel foi vigoroso, chamando Israel para se lembrar de seus fracassos no passado e para viver à luz do pacto de Deus nos dias que estão à frente.


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(1 Samuel 12:2) Sobre a monarquia

v. 2 E agora, eis que o rei caminha diante de vós; e eu estou velho e tenho a cabeça branca, e eis que os meus filhos estão convosco; e eu tenho caminhado diante de vós desde a minha infância até este dia.

O ministério de Samuel tinha começado quando ainda menino ele servia Eli (1Sm 1:24-28). Agora, Saul estava fazendo (caminha) aquilo que Samuel tinha feito (caminhando diante de).

A monarquia estava estabelecida e traria uma administração nova e mais abrangente do que Israel tinha conhecido sob a liderança de Samuel.

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(1 Samuel 12:3) Samuel questiona sobre seu procedimento

v. 3 Vede, aqui estou; testemunhai contra mim diante do SENHOR, e diante do seu ungido: De quem tomei o boi? Ou, de quem tomei o jumento? Ou, a quem defraudei? A quem oprimi? Ou, de quem é a mão da qual recebi qualquer suborno para com isto fechar os meus olhos? E eu o restituirei. 

 Samuel chamou o povo para apresentar diante de Deus e do novo rei qualquer denúncia sobre falta de integridade de sua parte.

Ele desejava resolver publicamente qualquer injustiça, com Deus e Saul como suas testemunhas, diante de todo o povo.


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(1 Samuel 12:4) A resposta dos israelitas

v. 4 E eles disseram: Tu não nos defraudaste, nem nos oprimiste, tampouco tomaste algo da mão de qualquer homem. 

A resposta do povo a respeito de Samuel provê aos cristãos um padrão pelo qual podemos nos esforçar, conforme buscamos completar nossa vida sendo fiéis ao Senhor.

(1 Samuel 12:5) Deus como testemunha

v. 5 E ele lhes disse: O SENHOR é testemunha contra vós, e o seu ungido é testemunha neste dia, de que vós não tendes achado nada na minha mão. E eles responderam: Ele é testemunha. 

A resposta do povo: Ele é testemunha, expressava o acordo deles com a declaração de Samuel.

(1 Samuel 12:6) O papel central de Israel

v. 6 E Samuel disse ao povo: Foi o SENHOR que pôs à frente Moisés e Arão, e que tirou os vossos pais da terra do Egito. 

 A identificação que Samuel faz do Senhor como aquele que designou Moisés e Arão e tirou os vossos pais da terra do Egito lembrava ao povo o papel central de Deus em fazer deles o povo que eles eram.

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(1 Samuel 12:7) Aquietai-vos

v. 7 Agora, portanto, aquietai-vos, para que eu possa arrazoar convosco diante do SENHOR sobre todos os atos justos do SENHOR, os quais ele fez a vós e aos vossos pais.

 A ordem de Samuel (aquietai-vos) é a mesma ordem que ele deu ao povo em 1Sm 10:19, quando eles se reuniram para ver quem Deus tinha escolhido para rei.

Desta vez, Samuel quis declarar a eles os atos justos que Deus tinha realizado na vida deles pessoalmente e na vida de seus pais.

(1 Samuel 12:8) Samuel relembra o êxodo

v. 8 Quando Jacó chegou ao Egito, e os vossos pais clamaram ao SENHOR, então o SENHOR enviou Moisés e Arão, os quais libertaram os vossos pais do Egito, e fizeram com que eles habitassem neste lugar. 

 Mais de quatro séculos separavam a viagem de Jacó ao Egito e o êxodo. Finalmente, após a morte de Moisés e Arão, Deus os estabeleceu na terra prometida.

Ao considerarem a impressionante verdade deste único versículo, os israelitas deveriam ter compreendido que Deus era o seu Rei todo-suficiente. Mas Samuel tinha muito mais história para contar.

(1 Samuel 12:9) O período de juízes

v. 9 E, quando eles se esqueceram do SENHOR, seu Deus, ele os vendeu à mão de Sísera, capitão do exército de Hazor, e à mão dos filisteus, e à mão do rei de Moabe, e eles lutaram contra eles.

O período dos juízes viu Israel repetir um ciclo de quatro etapas: pecado, sofrimento, súplica e salvação.

O povo pecava, então sofria na mãos de seus inimigos por um tempo: o exército de Débora e Baraque combateu Sísera (Jz 4-5), Sansão combateu os filisteus (Jz 13-16} e Eúde combateu Moabe (Jz 3:15-30).

(1 Samuel 12:10) Quanto ao arrependimento de Israel

v. 10 E eles clamaram ao SENHOR, e disseram: Pecamos, porque abandonamos o SENHOR, e servindo os baalins e Astarote; mas, agora, livra-nos da mão dos nossos inimigos, e te serviremos.

A terceira das quatro etapas (ver nota no v. 9) envolvia a súplica, conforme o povo confessava o seu pecado.

Eles concordaram em pôr de lado os baalins e Astarote (ver nota em 1Sm 7:3) para que pudessem prestar culto somente ao Senhor. 

(1 Samuel 12:11) Os juízes usados por Deus

v. 11 E o SENHOR enviou Jerubaal, e Baraque, e Jefté, e Samuel, e vos libertou da mão dos vossos inimigos de todos os lados, e vós habitastes seguros.

Samuel mencionou alguns dos juízes que Deus usou para trazer salvação, a quarta etapa no ciclo (ver nota no v. 9).

O Senhor também usou outros, mas Samuel mencionou estes quatro líderes (inclusive ele próprio) para deixar claro o seu ponto. Deus fielmente defendeu o Seu povo sempre que este O seguia integralmente.

(1 Samuel 12:12) Quanto ao rei humano

v. 12 E, quando vós vistes que Naás, o rei dos filhos de Amom, vinha contra vós, dissestes-me: Não, mas um rei reinará sobre nós; quando o SENHOR, vosso Deus, era o vosso rei. 

 Samuel repreendeu o povo por desejar um rei humano. Quando Naás os ameaçou, eles se esqueceram dos atos de Deus no passado para libertá-los e fizeram questão de ser como as outras nações.

(1 Samuel 12:13) A escolha por Saul

v. 13 Agora, portanto, contemplai o rei a quem escolhestes, e a quem desejastes! E, eis que o SENHOR colocou sobre vós um rei. 

As palavras do rei a quem escolhestes, e a quem desejasse enfatizam que, no final das contas, Saul era o escolhido do povo.

O Senhor conduziu o processo e o colocou no comando, mas unicamente em resposta à negação pelo povo de Sua realeza.

(1 Samuel 12:14) O temor ao Senhor

v. 14 Se vós temerdes ao SENHOR, e servi-lo, e obedecerdes à sua voz, e não vos rebelardes contra o mandamento do SENHOR; então, tanto vós, como o vosso rei, que sobre vós reina, continuareis a seguir o SENHOR vosso Deus; 

Temer o SENHOR implica uma atitude de reverência e respeito para com Deus.

(1 Samuel 12:16) Ficai de pé

v. 16 Agora, portanto, ficai de pé e vede esta grande coisa que o SENHOR fará diante dos vossos olhos. 

 Sobre ficai de pé, ver nota no versiculo 7. O Senhor ia realizar um sinal celestial para confirmar que o povo tinha (1 Samuel 12:17) 

A colheita do trigo normalmente ocorria em torno de maio, e era marcada oficialmente pela festa das semanas (Heb. shavu oth; Nm 28:26-31).

Trovão e chuva normalmente não acontecem em Israel desde aproximadamente o final de abril até um dia qualquer em outubro.

Sua chegada funcionaria como um sinal de que eles fizeram o que o Senhor reprova totalmente, quando pediram um rei.

(1 Samuel 12:18) Samuel pede sinais nos céus

v. 18 Assim, Samuel clamou ao SENHOR; e o SENHOR enviou trovão e chuva naquele dia; e todo o povo temeu muitíssimo ao SENHOR e a Samuel. 

 O povo de Israel compreendeu a natureza miraculosa daquilo que estava acontecendo e temeu muitíssimo ao SENHOR e a Samuel. Um sinal tão espantoso como esse só podia significar que eles tinham ofendido Deus.

(1 Samuel 12:19) O represente do Senhor

v. 19 E todo o povo disse a Samuel: Ora pelos teus servos ao SENHOR teu Deus, para que não pereçamos; pois a todos os nossos pecados acrescentamos este mal, ao pedirmos para nós um rei. 

O povo rogou a Samuel porque ele era claramente o representante de Deus. As palavras a todos os nossos pecados acrescentamos parecem indicar uma certa profundidade de arrependimento, a que Samuel respondeu no versículo seguinte.

(1 Samuel 12:20) Samuel os chama a obediência

v. 20 E Samuel disse ao povo: Não temais; tendes cometido toda esta iniquidade; contudo não vos desvieis de seguir ao SENHOR, mas servi ao SENHOR de todo o vosso coração;

Samuel concordou que o povo tinha feito toda esta iniquidade de pedir um rei.Contudo, o que foi feito estava feito, e agora um rei era a vontade de Deus para Israel.

As ordens não temais e não vos desvieis de seguir enfatizam a urgência. O povo estava temeroso e estava considerando se afastar em vista do julgamento de Deus.

Em vez de temor de fuga,instruiu Samuel,eles deveriam servir ao SENHOR de todo o vosso coração.

(1 Samuel 12:21) Coisas vãs

v. 21 e não vos desvieis para o lado; pois então irieis atrás de coisas vãs, as quais não podem vos acrescentar, nem libertar; posto que são vãs. 

 Em sua estrutura, a ordem não vos desvieis é diferente da ordem no versículo 20. Aqui, ela enfatiza uma proibição geral – “Não vos desvieis”.

A palavra hebraica traduzida como coisas vãs e vãs (Gn 1:2, “sem forma”) e aqui provavelmente designa a inutilidade de seguir falsos deuses. Falsos deuses são comparados a “nulidade em Is 41:29 e a ” em Is 44:9.

(1 Samuel 12:22) A fidelidade divina

v. 22 Pois o SENHOR não abandonará o seu povo por causa do seu grande nome; porque aprouve ao SENHOR fazer de vós o seu povo. 

A honra de Deus estava em jogo porque Ele tinha estabelecido um pacto com os israelitas e aprouve ao Senhor fazer de vós o seu povo. Ele manteria a Sua palavra para que o mundo todo pudesse conhecer o Seu caráter fiel e gracioso.

(1 Samuel 12:23) Samuel continuaria sua missão

v. 23 Ademais, quanto a mim, Deus me livre de pecar contra o SENHOR ao cessar de orar por vós; mas eu vos ensinarei o bom e reto caminho; 

 A promessa de Samuel ao povo foi expressa com os mais fortes termos. Samuel tinha sido o pastor-líder do povo,e,aos seus olhos,deixar de orar por eles seria pecado.

(1 Samuel 12:24) Obediência

v. 24 basta temer ao SENHOR, e servi-lo em verdade de todo o vosso coração; pois, considerai quão grandes coisas ele fez por vós. 

As palavras finais de Samuel resumem ordens que ele já tinha dado ao povo. A consideração da fidelidade passada de Deus os guiaria em uma vida para Ele no presente e no futuro.

(1 Samuel 12:25) A advertência final

v. 25 Porém, se vós continuardes procedendo iniquamente, sereis consumidos, tanto vós, como o vosso rei. 

Tanto o rei quanto o povo podiam esperar consequências desastrosas caso persistissem em fazer o mal.

O pacto de Deus com o Seu povo podia continuar, mas uma geração rebelde não poderia contar com a Sua bênção.

Conclusão

Samuel encerra sua função de juiz sobre Israel, combinando a cerimônia com uma renovação de aliança, marca de todos os servos de Deus, quando encerravam suas atividades.

Agora, a liderança, as decisões, seriam tomadas pelo novo rei, Saul. Samuel, no entanto, continuaria a exercer a função de profeta e sacerdote.

Samuel se mostrou relutante porque sabia que aquela decisão, tomada pelo povo, não os beneficiaria. Ele até mesmo clama a Deus para que comprovasse essa conclusão mandando chuvas e trovões, de modo que o povo temeu.

Apesar disso, vemos que ele aduz que, caso o povo e o novo rei obedecessem, Deus não os desampararia.

O grande desafio do novo líder era atender a vontade do Senhor e não sua própria vontade. O novo rei teria que exercer sua função em conjunto com Samuel e ele sabia que isso seria algo muito difícil.

Embora seja impressionante a dureza do coração dos israelitas, no decorrer da história, Deus estava no controle.

Tudo culminaria, futuramente, no reinado do Messias, o qual, mesmo rejeitado pelos Seus, reconciliou todas as coisas, nos tornou uma família espiritual e deu início a nova aliança, da qual desfrutamos, atualmente e que, ainda, nos levará à plenitude do reino, com Seu retorno.

1 Samuel 12 estudo.

Sobre o Autor

Olá, me chamo Lázaro Correia, sou Cristão, formado em Teologia e apaixonado pela Bíblia. Aqui no Blog você vai encontrar diversos estudos Bíblicos e muito conteúdo sobre vida Cristã.

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