1 Samuel 13 Estudo: O Teste da Espera

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Neste capítulo de 1 Samuel 13, veremos que no segundo ano do reinado de Saul, ele tomou para si três mil homens. Jonatas, seu filho, destruiu uma guarnição dos filisteus, de modo que estes o souberam.

Saul tocou a trombeta por toda a terra e todo Israel ouviu dizer que Saul havia derrotado a referida guarnição.

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Então, os filisteus se reuniram para pelejar contra Israel, em grande número, tal como a areia do mar. Os israelitas temeram e passaram a se esconder.

Saul esperou Samuel por sete dias, para oferecer sacrifício e obter a bênção do Senhor, contudo, não vindo dentro da data aprazada, o povo foi se espalhando, de modo que o próprio Saul ofereceu o holocausto. Logo em seguida, Samuel chega.

Ao questionar Saul, esse tenta se justificar, aduzindo que, visto que Samuel demorava e o povo se espalhava, por força das circunstâncias, teve que oferecer o holocausto.

Samuel, então, o repreende e aduz que, por conta daquela atitude desobediente, o reinado de Saul não subsistiria e Deus já havia escolhido outro que lhe agradasse.



Samuel parte e Saul conta o povo que estava com ele e, juntamente com Jonatas, permanece em Geba.

É relatado, ainda, que não se encontrava ferreiro em Israel, de modo que nenhum dos israelitas possuíam armas, apenas Saul e Jônatas.

1 Samuel 13 estudo: Contexto histórico

Anteriormente, vimos que Samuel faz um discurso de despedida de sua função de liderança em Israel e questiona os israelitas sobre sua conduta, os quais testemunham que Samuel procedera de forma íntegra e justa.

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Samuel, em contrapartida, adverte Israel de sua má escolha, ao requererem um rei terreno. Ele clama e o Senhor manda trovões e chuvas, a fim de que, por este sinal, confirmasse esta sua conclusão.

Os israelitas temem, contudo Samuel os acalma aduzindo que, caso fossem obedientes, Deus não os desampararia, porém, caso fossem rebeldes, pereceriam. Ele, ainda, informa que continuaria orando por Israel.

(1 Samuel 13:1) O segundo ano de reinado de Saul

v. 1 Saul reinou um ano; e quando ele havia reinado dois anos sobre Israel, 


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 Manuscritos antigos diferem sobre quantos anos exatamente Saul reinou. Com base em uma comparação desses manuscritos e At 13:21, onde Paulo dá o número arredondado de 40 anos, 42 anos parece muito provável.

(1 Samuel 13:2) O exército de Saul

v. 2 Saul escolheu para si três mil homens de Israel; dos quais dois mil estavam com Saul em Micmás e no monte Betel, e mil estavam com Jônatas em Gibeá de Benjamim; e o restante do povo ele enviou, cada qual, para a sua tenda. 

 O novo rei de Israel começou a estabelecer uma presença militar permanente para o seu reino. À luz do tamanho maior do exército mencionado anteriormente (1Sm 11:8), os três mil homens de Israel podem ter representado uma força combatente de elite para proteger o rei e os interesses locais.

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Micmás ficava cerca de 7 quilômetros a nordeste de Gibeá de Benjamim, cidade natal de Saul e nova capital.

A expressão Monte Betel descreve a região acidentada em torno do antigo local do sonho de Jacó (Gn 28:10-22).

Jônatas era um dos filhos de Saul que faria amizade com Davi e se tornaria importante mais adiante na narrativa [1Sm 18:1-3].

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(1 Samuel 13:3) A guarnição dos filisteus e Jônatas

v. 3 E Jônatas feriu a guarnição dos filisteus que estava em Gibeá, e os filisteus ouviram sobre isso. E Saul soprou a trombeta por toda a terra, dizendo: Que ouçam os hebreus.

A presença de uma guarnição dos filisteus em Gibeá a menos de 5 quilômetros, representava uma significativa ameaça para a região central de Israel e para o reino de Saul.

As notícias de sua derrota às mãos de Jônatas chegaram rapidamente à costa, e Saul mandou tocar a trombeta para alertar Israel que certamente haveria uma batalha maior.

(1 Samuel 13:4) A convocação a Gilgal

v. 4 E todo o Israel ouviu dizer que Saul havia ferido uma guarnição dos filisteus, e que Israel também era tido como abominação pelos filisteus. E o povo todo foi convocado junto a Saul, a Gilgal. 

 Mais homens se juntaram ao rei em Gilgal (ver notas em 1Sm 7:16) para se prepararem para uma contra ofensiva dos filisteus.

(1 Samuel 13:5) A multidão do exército filisteu

v. 5 E os filisteus se reuniram para lutar contra Israel, trinta mil carruagens, e seis mil cavaleiros, e povo como a areia que está na beira do mar em multidão; e eles subiram, e acamparam em Micmás, a leste de Bete-Áven.

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Os filisteus responderam com carruagens e cavaleiros. A saída de Saul de Micmás (v. 1-4) deixou a área aberta para os seus inimigos novamente.

(1 Samuel 13:6) Israel se esconde

v. 6 Quando os homens de Israel viram que estavam em apuros (pois o povo estava angustiado), então o povo se escondeu em cavernas, e em matas, e em rochas, e em lugares altos e em covas.

Os homens de Israel viram que estavam em apuros. Os filisteus controlavam o terreno alto – uma clara vantagem militar.

Além disso, o seu avanço até Micmás significava que eles controlavam grande parte do planalto central de Benjamim, separando efetivamente Israel pela metade e limitando o acesso de Saul ao litoral.

A decisão de Saul de se retirar para Gilgal deu aos seus inimigos o controle desta região; a situação era realmente grave.

(1 Samuel 13:7) A fuga de alguns israelitas

v. 7 E alguns dos hebreus atravessaram o Jordão, para a terra de Gade e Gileade. Quanto a Saul, ele ainda estava em Gilgal, e todo o povo o seguia, tremendo.

 Muitos dos cidadãos de Saul até atravessaram o Jordão e se deslocaram na direção norte à terra de Gade e de Gileade. Eles calcularam que os filisteus ficariam satisfeitos com o território a oeste do rio Jordão.

(1 Samuel 13:8) A espera

v. 8 E ele esperou sete dias, de acordo com o tempo determinado que Samuel havia indicado; mas Samuel não veio a Gilgal; e o povo espalhou-se para longe dele. 

 Samuel tinha dito a Saul para aguardar sete dias em Gilgal, e nesse tempo ele viria e daria mais instruções [1Sm 10:8].

No entanto, Saul olhou ao redor e viu que os soldados começavam a se dispersar à medida que o moral se enfraquecia.

(1 Samuel 13:9) A desobediência

v. 9 E Saul disse: Trazei-me aqui uma oferta queimada, e ofertas de paz. E ele ofereceu a oferta queimada. 

O próprio Saul ofereceu a oferta queimada – uma tarefa que Samuel deveria ter feito como sacerdote de Israel.

Anos mais tarde, o rei Uzias também usurparia os deveres sacerdotais e receberia o juízo de Deus pelo seu ato (2Cr 26:16-21).

(1 Samuel 13:11) Samuel chega

v. 11 E Samuel disse: O que fizeste? E Saul disse: Como vi que o povo estava espalhado para longe de mim, e que tu não vieste dentro dos dias indicados, e que os filisteus se reuniam em Micmás;

 A nefasta pergunta de Samuel: O que fizeste? Faz lembrar a pergunta de Deus a Eva e a Caim (Gn 3:13) como também a pergunta dos marinheiros apavorados a Jonas (Jn 1:10).

(1 Samuel 13:12) A desculpa de Saul

v. 12 por isso disse eu: Os filisteus descerão agora sobre mim em Gilgal, e não fiz súplica diante do SENHOR; eu forcei-me, portanto, e ofereci uma oferta queimada. 

 Saul estimou corretamente a gravidade da ameaça dos filisteus. Se chegassem a Gilgal, eles controlariam o território desde o mar Mediterrâneo ao rio Jordão.

Contudo, o favor do Senhor não vinha por meio de sacrifício mas pela fidelidade, um fato para o qual Samuel mais tarde chamaria a atenção de Saul (1Sm 15:22).

(1 Samuel 13:13) A resposta de Samuel

v. 13 E Samuel disse a Saul: Procedeste loucamente; não guardaste o mandamento do SENHOR teu Deus, o qual te ordenou; pois agora o SENHOR teria estabelecido o teu reino sobre Israel para todo o sempre.

Loucamente é uma palavra que também descreveria reis posteriores que deixariam de depositar sua confiança no Senhor (2Sm 24:10).

(1 Samuel 13:14) O juízo

v. 14 Porém, agora, o teu reino não continuará; o SENHOR procurou para si um homem segundo o seu próprio coração, e o SENHOR ordenou que ele fosse capitão sobre o seu povo, porque tu não tens guardado aquilo que o SENHOR te ordenou.

Os propósitos de Deus continuariam para Israel apesar dos fracassos de Saul, porque o Senhor tinha achado um homem segundo o seu próprio coração.

A frase o SENHOR Ordenou que ele fosse capitão sobre o seu povo indica que, da perspectiva de Deus, Sua obra já estava avançando e estava praticamente acabada, embora Davi não se tornaria rei por vários anos.

(1 Samuel 13:15) De Gilgal à Gibeá

v. 15 E Samuel se levantou, e subiu de Gilgal até Gibeá de Benjamim. E Saul enumerou o povo que estava presente com ele, cerca de seiscentos homens. 

De Gilgal a Gibeá a distância era aproximadamente de 24 quilômetros morro acima – um ganho de altitude em torno de 900 metros. Enquanto isso, apenas seiscentos  homens (cp. v. 2) permaneceram com o rei.

(1 Samuel 13:16) Gibeá

v. 16 E Saul e Jônatas, seu filho, e o povo que estava presente com eles, ficaram em Gibeá de Benjamim; mas os filisteus acamparam em Micmás. 

Sobre Gibeá de Benjamim, ver nota no versículo 3. Apenas três quilômetros aproximadamente separavam as forças de Saul dos filisteus… em Micmás

(1 Samuel 13:17-18) Os espoliadores

v. 17 E os espoliadores saíram do acampamento dos filisteus em três companhias: uma companhia virou-se para o caminho que leva a Ofra, à terra de Sual; 

v. 18 e outra companhia virou-se para o caminho de Bete-Horom; e outra companhia virou-se para o caminho do limite que olha para o vale de Zeboim, em direção ao deserto.

Tropas de ataque protegiam os caminhos de acesso a Micmas. Ofra ficava a noroeste de Micmas  Bete-Horom ficava a oeste, uma importante rota pela aresta em direção à costa.

O vale de Zeboim estava localizado a leste em direção ao deserto que conduzia ao vale do Jordão.

(1 Samuel 13:19) A falta de ferreiro

v. 19 Ora, não havia ferreiro ao longo de toda a terra de Israel; pois os filisteus diziam: Para que os hebreus não façam para si espadas ou lanças; 

 A presença de restrições impostas pelos filisteus sobre o trabalho em metal, que limitavam as armas, àquelas feitas de madeira ou pedra, revela a extensão de seu domínio na região central de Israel.

(1 Samuel 13:20-21) O controle filisteu

v. 20 mas todos os israelitas desciam até os filisteus para afiar, cada qual, o seu arado, e a sua relha, e o seu machado, e o seu enxadão. 

v. 21 Contudo, eles tinham uma lima para os enxadões, e para as relhas e para as forquilhas, e para os machados, e para afiar os aguilhões. 

Os filisteus também controlavam a manutenção das ferramentas agrícolas israelitas e cobravam do povo preços elevados.

(1 Samuel 13:22) A falta de armas

v. 22 Assim sucedeu que, no dia da batalha, não havia espada, nem lança na mão de qualquer um do povo que estava com Saul e Jônatas; porém havia com Saul e com Jônatas, o seu filho. 

A frase não havia espada, nem lança na mão de qualquer um… porém havia com Saul e com Jônatas, o seu filho.

Descreve um quadro sombrio da situação de Israel. O povo precisava desesperadamente de boa liderança para responder à ameaça dos filisteus.

(1 Samuel 13:23) A passagem de Micmás

v. 23 E a guarnição dos filisteus saiu para a passagem de Micmás.

O controle da passagem de Micmas interrompia o avanço de Israel para o norte em direção a essa cidade. Um grande grupo de filisteus controlava o território a apenas uns poucos quilômetros da capital de Saul.

Conclusão

Neste momento, vemos que as escrituras relatam um episódio importante que definiu os rumos da história de Israel.

Saul sabia que deveria aguardar o profeta Samuel para oferecer o holocausto e obter a benevolência divina, porém, ao ser pressionado pelas circunstâncias, vez que, em razão da demora de Samuel, o povo passou a se dispersar, ele cedeu e agiu por sua própria conta.

Interessante como a bíblia faz questão de relatar que, logo em seguida, o profeta Samuel chega, fazendo alusão ao fato de que, se Saul tivesse se mantido firme em esperar, não demoraria para ser recompensado pela paciência e obediência.

O profeta Samuel então anuncia que Saul havia perdido a oportunidade de ter seu reinado confirmado e, portanto, ele não mais subsistiria.

Saul já havia sido vitorioso em sua primeira batalha contra os amonitas, conforme vimos no capítulo anterior.

A vitória sobre os filisteus, após dois anos da proclamação de seu reinado, traria a confirmação e perpetuação de sua liderança.

Deus, em Sua infinita sabedoria, sabia em que Saul deveria ser testado: em sua capacidade de confiar, mesmo contra as circunstâncias.

Embora ele houvesse sido confirmado como rei, na primeira vitória e, ainda, iniciado este reinado de maneira honrosa, seu desafio era demonstrar sua capacidade de resistir e permanecer fiel.

Saul, no entanto, demonstrou um ponto indispensável requerido pelo Deus de Israel: a constância.

Assim como Saul, todos somos testados, diariamente, quanto a nossa fidelidade. Conforme aduzimos, em capítulos antecedentes, embora a forma que iniciamos as coisas seja importante, o fator determinante é como prosseguimos e como concluímos aquilo que fazemos.

Não seremos testados quando estivermos com o entusiasmo do início da nossa caminhada espiritual, mas quando nos depararmos com a espera, com as perdas, com circunstâncias desfavoráveis!

Deus nos ensina que seremos testados neste sentido! Por esta razão, Ele nos manda praticarmos a fórmula da constância, conforme exposto através de Moisés, a qual requer meditação e prática diária de Seus ensinamentos, os quais são fonte de capacitação à obediência (Salmo 119:11).

1 Samuel 13 estudo.

Sobre o Autor

Olá, me chamo Lázaro Correia, sou Cristão, formado em Teologia e apaixonado pela Bíblia. Aqui no Blog você vai encontrar diversos estudos Bíblicos e muito conteúdo sobre vida Cristã.

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