2 Samuel 4 Estudo: Ambição
Neste capítulo de 2 Samuel 4, veremos que quando Isbosete fica sabendo da morte de Abner, as escrituras relatam que suas mãos se lhe afrouxaram. Ele tinha, a seu serviço, dois capitães de tropas, sendo Baaná e Recabe.
Em seguido o capítulo traz a informação de que Jônatas teve um filho aleijado dos pés, chamado Mefibosete. Quando sua ama soube da morte de Jônatas e de Saul, fugiu as pressas, de modo que Mefibosete caiu e ficou manco.
Após, é relatado que os capitães Baaná e Recabe vão até a casa de Isbosete e, enquanto dormia, ao meio-dia, o mataram e arrancaram-lhe a cabeça e a levaram até Davi, aduzindo que haviam o vingado de Saul de sua descendência.
Davi, indignado, mandou que aqueles homens fossem mortos, por matarem a um justo, em seu leito. Foram-lhes cortados as mãos e os pés, sendo ainda pendurados junto a um açude, em Hebrom. A cabeça de Isbosete fora enterrada na sepultura de Abner.
2 Samuel 4 estudo: Contexto histórico
Anteriormente, vemos que Abner propõe uma aliança a Davi, o qual aceita, desde que Mical lhe seja devolvida. Após isso, Davi recebe a Abner e lhe oferece um banquete.
Após despedi-lo, em paz, Joabe se indigna com Davi, vez que entendi que Abner não poderia ser de confiança. Então, sem que Davi o soubesse, Joabe manda chamar a Abner de volta, sendo que, ao retornar, Joabe o mata, traiçoeiramente.
Davi, ao saber, amaldiçoa a Joabe e sua casa. Em seguida, Davi pranteia a morte de Abner e o sepulta em Hebrom. Ele ainda jejua, de modo que todo o povo nota que ele não tinha relação alguma com a morte do comandante do exército de Israel.
Por fim, é relatado que Davi reconhece a forte influência de Joabe e seus irmãos e, então, ele roga que Deus o puna, conforme suas maldades.
(2 Samuel 4:1) Isbosete é informado da morte de Abner
v. 1 E quando o filho de Saul ouviu que Abner fora morto em Hebrom, suas mãos ficaram débeis, e todos os israelitas ficaram perturbados.
As notícias da morte de Abner chegaram a Isbosete, que perdeu a coragem porque agora estava sem o seu general mais forte.
Provavelmente todo o Israel que o tinha apoiado estava alarmado pelo fato de temer uma represália da parte de Davi, uma vez que a vitória dele parecia certa.
(2 Samuel 4:2) Baaná e Recabe
v. 2 E o filho de Saul tinha dois homens que eram capitães de bandos; o nome de um era Baaná, e o nome do outro Recabe, os filhos de Rimom, um beerotita, dos filhos de Benjamim; (pois Beerote também era atribuída a Benjamim;
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Como capitães de bandos, isto é, “de tropas”, Baaná e Recabe desempenhavam um papel para Isbosete que era similar ao que Abisai e Joabe exerciam para Davi (2Sm 3:22).
(2 Samuel 4:4) Mefibosete
v. 4 E Jônatas, filho de Saul, tinha um filho que era aleijado do seu pé. Ele tinha cinco anos de idade quando as notícias de Saul e Jônatas chegaram de Jezreel, e a sua babá o tomou, e fugiu; e sucedeu que, enquanto ela se apressava para fugir, ele caiu, e ficou aleijado. E o seu nome era Mefibosete.
Mefibosete, filho de Jônatas, seria tratado com bondade por Davi durante o reinado deste (2Sm 9:1-10).
(2 Samuel 4:6) A ação de Recabe e Baaná
v. 6 E eles chegaram ali no meio da casa, como se tivessem recolhido o trigo; e o feriram debaixo da quinta costela; e Recabe e Baaná, seu irmão, escaparam.
Estes dois homens entraram na casa de Isbosete, algo que não seria incomum para oficiais de confiança (v. 2).
(2 Samuel 4:7) Os capitães matam a Isbosete
v. 7 Porquanto, quando entraram na casa, ele jazia no seu leito, no seu quarto, e o feriram, e o mataram, e o decapitaram, e tomaram a sua cabeça, e se foram pela planície a noite toda.
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Baaná e Recabe tomaram a cabeça de Isbosete, porque queriam provar sua morte a Davi. Indo pela planície, eles atravessaram o vale do Jordão, o percurso mais rápido e direto até Hebrom, cerca de 80 quilômetros a sudoeste.
Eles pensavam que poderiam receber uma recompensa pela eliminação do rival de Davi.
(2 Samuel 4:8) Baaná e Recabe levam a cabeça de Isbosete a Davi
v. 8 E trouxeram a cabeça de Isbosete até Davi em Hebrom, e disseram ao rei: Eis aqui a cabeça de Isbosete, o filho de Saul, teu inimigo, que buscava a tua vida; e o SENHOR vingou o meu senhor, o rei, neste dia, de Saul, e da sua semente.
Com suas palavras: o SENHOR Vingou o meu senhor, Baaná e Recabe atribuíram a Deus o assassinato que eles cometeram.
(2 Samuel 4:10) A reação de Davi
v. 10 quando alguém me contou, dizendo: Eis que Saul está morto, pensando ter trazido boas novas, eu o aprisionei, e o matei em Ziclague, aquele que pensou que eu lhe daria uma recompensa pelas suas novas;
Davi lembrou aos dois assassinos a morte do mensageiro amalequita que reivindicou ter matado o rei Saul (2Sm 1:6-10).
(2 Samuel 4:11) Davi repreende a atitude dos capitães
v. 11 tanto mais quando homens ímpios assassinaram uma pessoa reta dentro da sua própria casa, sobre o seu leito? Não requererei eu, portanto, o seu sangue da vossa mão, e não vos removerei da terra?
Davi contrasta o caráter de Baaná e Recabe com Isbosete, a quem chamou de uma pessoa reta. As palavras dentro da sua própria casa, sobre o seu leito, sugerem que eles tinham cometido um ato covarde a sangue frio (2Sm 3:26-30).
(2 Samuel 4:12) Davi manda matar a Baaná e Recabe
v. 12 E Davi ordenou aos seus moços, e eles os mataram, e cortaram as suas mãos e os seus pés, e os penduraram sobre o tanque de Hebrom. Eles, porém, tomaram a cabeça de Isbosete, e a enterraram no sepulcro de Abner em Hebrom.
Davi ordenou aos seus soldados que cortassem as mãos dos que cometeram o assassinato e os pés dos que tinham corrido para trazer a notícia do assassinato ao rei.
A cabeça de Isbosete foi colocada no sepulcro de Abner, em Hebrom,unindo-o à sua família na morte, mas também, talvez identificando-o sutilmente com Judá.
Conclusão
A semelhança do que pensava o amalequita, que no início deste livro alegou ter matado a Saul, demonstrando um possível entendimento de que aquilo agradaria ao rei Davi, Baaná e Recabe acabaram incidindo no mesmo equívoco.
As escrituras revelam que eles ficavam a serviço de Isbosete, o qual acabara de saber sobre a morte de Abner.
Não podemos afirmar se eles pensaram que Abner havia sido morto por Davi, vez que, no capítulo anterior, todo povo havia notado que o rei não teve participação alguma na morte de Abner.
Contudo, é certo que eles presumiram que Davi desejava a morte de Saul e toda sua família! Na verdade, a ambição imoral destes capitães os levou a buscar se beneficiar a qualquer custo.
Ambição, no entendimento comum, nem sempre está ligada a um sentimento negativo. Seu significado guarda relação com algo mais forte que, simplesmente, desejo.
É um desejo intenso por benefícios ou, ainda, um desejo específico, uma aspiração determinada. Quando falamos de desejos, seja na intensidade que for, é sempre necessário lembrarmos dos conselhos divinos a este respeito.
Guardar e sondar o coração é uma importante tarefa. A bíblia ensina que ele é enganoso. Também, aprendemos que a carne possui muitos desejos, mas, aquele que busca fazer a vontade de Deus, é que encontra vida (1 João 2:17).
A grande questão está no fato de que, quando o homem busca, por si, satisfazer a sua própria vontade, ele se frustra, ele cai em ruína.
Entender que Deus deseja coisas muito melhores para nós é libertador! Isso nos leva a deixar todas as nossas vontades aos pés de Cristo.
As escrituras nos ensinam a não perseguir as coisas deste mundo, mas a buscar nos submeter e cumprir a vontade do Criador, o qual é figurado como um bom pastor que guia as ovelhas para a vida.
Certamente que as bênçãos divinas é que seguirão aos que se ocupam em satisfazer os propósitos do Criador (Salmo 23).
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Sobre o Autor
Lázaro é um dedicado estudioso da Bíblia, com 64 anos de vida e uma paixão inabalável pela Palavra de Deus. Formado em Teologia pela Universidade Messiânica e com uma sólida carreira como advogado, ele utiliza seu vasto conhecimento para compartilhar ensinamentos bíblicos de forma acessível e profunda. Pai de três filhos, Lázaro escolheu a internet como sua principal plataforma para disseminar seus estudos e reflexões, dedicando-se a compartilhar estudos bíblicos, mesmo sem estar vinculado a uma congregação específica.
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