Êxodo 15 Estudo: Lindo Cântico de Adoração ao Senhor

Neste capítulo de Êxodo 15 estudo, apresenta um lindo cântico de adoração ao Senhor entoado por Moisés e pelos filhos de Israel. Eles salmodiam sobre o livramento que Deus os dera.

Vemos, ainda, Miriã influenciando as demais mulheres, as quais, igualmente, saíram com tamborins, cantaram e dançaram sobre o triunfo do Senhor.

Em seguida, após caminharem três dias pelo deserto, a água se acaba e o povo murmura. Então Deus manda que Moisés jogasse uma árvore na fonte amarga, que encontraram, e ela passou a ser doce.

Então, Deus estabelece um estatuto, aludindo que se o povo se mantivesse fiel, sem murmurar e o obedecesse, não experimentariam das pragas que os egípcios experimentaram.

Êxodo 15 estudo: Contexto histórico

No capítulo anterior, vimos o desfecho que Deus reservara para os egípcios. Deus comunica a Moisés que endureceria uma última vez o coração de Faraó.

Então, manda que o povo retrocedesse e faz com que o rei soubesse e, então, este passa a persegui-los. O povo teme, mas Deus os ordena que marchem e que Moisés tocasse no mar e, assim o fazendo, o mar se abre.



O povo de Israel atravessa de pés enxutos, ao passo que os egípcios, ao tentarem fazer a travessia, são engolidos pelas águas.

(Êxodo 15:1) Um cântico ao Senhor

v. 1 Então Moisés e os filhos de Israel cantaram este cântico ao SENHOR, e falaram, dizendo: Cantarei ao SENHOR, porque ele triunfou gloriosamente; lançou no mar o cavalo e o seu cavaleiro. 

Esta recitação poética do evento do êxodo revela uma técnica encontrada na literatura extra bíblica do antigo Oriente Próximo e também em outros lugares no antigo testamento (Dt 32-33), particularmente no cântico de Débora (Jz 5).

Outras reflexões poéticas do êxodo incluem Sl 77. A introdução deste cântico transmite uma mudança de atmosfera e sublinha a importância da ocasião. Enquanto o relato em prosa fala acerca do Senhor, o cântico fala ao Senhor e é mais pessoal.

Visto que Moisés tinha se queixado de ser desarticulado, isso é algo surpreendente também. Além disso, o cântico contrasta com a murmuração e o ceticismo que muitas vezes caracteriza os israelitas.

A linguagem vívida e prosódica da poesia pode convidar os leitores a usar a imaginação para visualizar o mesmo evento de várias formas.



Por exemplo, o cântico comemora que o Senhor lançou ao mar o cavalo e o seu cavaleiro (Ex 15:1), que Ele lançou ao mar os as carruagens de guerra e o exército do Faraó (v. 4), que a Sua “mão direita despedaçou o inimigo” (v. 6), na grandeza da tua excelência derrubaste aqueles que se levantaram contra ti (v. 7), e que Ele enviou a Sua ira (v.7).

Estas e outras descrições da mesma vitória ajudam os leitores a entrar na experiência e comemorar os eventos. Outras vitórias dos israelitas foram também celebradas com cânticos e danças (Jz 5).

(Êxodo 15:2-3) O reconhecimento dos israelitas

v. 2 O SENHOR é a minha força e o meu cântico, e ele se tornou a minha salvação. Ele é o meu Deus, e prepararei para ele uma habitação. Deus de meu pai, e eu o exaltarei.
v. 3 O SENHOR é homem de guerra; SENHOR é o seu nome.

Ele é o meu Deus confirma o objetivo do Senhor de que os israelitas O reconheceram como o seu Deus (Ex 6:7). Não foi Israel quem o escolheu; pelo contrário, foi Ele quem Se revelou, por meio de seus atos, como sendo o seu Deus.

O Deus de meu pai liga este evento ao relacionamento pactual do Senhor com os patriarcas (Ex 2:24). O Senhor é o seu nome para celebrar que a Sua reputação estava crescendo.

(Êxodo 15:7) Os restolhos

v. 7 E na grandeza da tua excelência derrubaste aqueles que se levantaram contra ti; enviaste a tua ira, que os consumiu como restolho.


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Restolho relembra como os egípcios tinham atormentado os israelitas a respeito da obtenção de palha para os tijolos, forçando-os a sair à procura de restolho (Ex 5:12). Agora os egípcios tinham ficado reduzidos a palha.

(Êxodo 15:11) Quem é como Deus?

v. 11 Quem é como tu, ó SENHOR, entre os deuses? Quem é como tu, glorioso em santidade, temeroso em louvores, fazendo maravilhas?

A verdade do poder incomparável de Deus é uma das lições das pragas (Dt 4:39).

(Êxodo 15:12) Tragados pela morte

v. 12 Tu estendestes a tua mão direita, e a terra os engoliu.

A terra os engoliu é um modo poético de dizer que eles morreram (Sl 63:9).

(Êxodo 15:13) A misericórdia de Deus

v. 13 Na tua misericórdia conduziste o povo que resgataste; com a tua força os guiaste à tua santa habitação.

A palavra traduzida como misericórdia refere-se a manifestações de lealdade e de bondosos provimentos de ajuda entre membros da família ou amigos, muitas vezes em situações onde a parte necessitada não teria direito legal a assistência (Ex 20:6 contém os outros usos da palavra em Êxodo; Rt 1:8).

(Êxodo 15:14-16) Um Deus conhecido

v. 14 O povo ouvirá temerá; a dor tomará os habitantes da Filístia. 
v. 15 Então os príncipes de Edom se maravilharam; um tremor apoderou-se dos homens poderosos de Moabe; derreteram-se todos os habitantes de Canaã.

v. 16 Sobre eles caiu medo e pavor; pela grandeza de teu braço, emudeceram como pedra; até que o teu povo passasse, ó SENHOR, até que passasse o povo que tu adquiriste.

Como idealizava, o Senhor estava se tornando amplamente conhecido (cp. Ex 9:16). As nações são listadas na ordem que Israel as encontraria durante o êxodo: primeiro o povo da Filístia, então os de Edom (descendentes de Esaú), Moabe (descendentes de Ló), e Canaã (descendentes de Canaã, filho de Cam).

A ideia de que Deus comprou ou redimiu Israel é também encontrada em outros lugares (ver Sl 74:2, onde “reivindicar” traduz o mesmo verbo). O verbo é usado muitas vezes para a compra de um escravo (Gn 39:1) ou de terra (Gn 47:20).

(Êxodo 15:17) Juntos de Deus

v. 17 Tu os levarás e os plantarás no monte da tua herança, no lugar, ó SENHOR, que fizeste para nele habitar; no Santuário, ó Senhor, que tuas mãos estabeleceram.

Anteriormente, em Êxodo, a terra foi descrita como boa e grande, bem como ocupada por outras nações (Ex 3:8); o cântico a descreve de um modo que sugere privilégio e comunhão. Em resumo, o Senhor estava levando os Israelitas para estarem em casa com Ele (Jo 14:1-3).

(Êxodo 15:20) A profetiza

v. 20 E Miriã, a profetisa, a irmã de Arão, tomou um tamborim em sua mão; e todas as mulheres saíram após ela com tamboris e com danças.

Moisés e Arão já estavam familiarizados com o trabalho profético e a profecia (Ex 4:14-16). Sua irmã Miriã compartilhou desse trabalho (Nm 12:1-15).

(Êxodo 15:21) O cântico de Miriã

v. 21 E Miriã lhes respondeu: Cantai ao SENHOR, porque ele triunfou gloriosamente; o cavalo e seu cavaleiro ele lançou no mar.

As últimas linhas do cântico repetem as primeiras, exceto que a primeira é uma declaração de uma decisão de louvar a última é uma ordem, uma exortação para louvar. O cântico era cantado antigenicamente (cp. Sl 136).

(Êxodo 15:22) Deus e Moisés

v. 22 Assim Moisés trouxe Israel do mar Vermelho, e eles saíram para o deserto de Sur, e foram três dias pelo deserto, e não encontraram água.

Nesta seção, o conflito primário não é mais entre o Senhor e Moisés versus o Faraó e os egípcios, mas entre o Senhor e Moisés versus os israelitas, que ainda tendiam a olhar para trás, para o Egito e suas provisões (Ex 13:17).

O Senhor bondosamente lhes mostrou que, em se tratando de questões básicas para a sobrevivência, Ele era apto para sustentá-los.

O relato da água provida em Mara introduz temas proeminentes nas narrativas do período de Israel no deserto: reclamação, teste, e a necessidade de atenção e obediência às ordens do Senhor.

O deserto do Sul, na península do Sinai, foi mencionado em conexão com Hagar (Gn 16:7-14) e Abraão (Gn 20:1).

Visto que “Sur” significa “muro”, essa área pode ter recebido esse nome por estar associada a fortificações que protegiam a fronteira oriental do Egito, mencionadas em registros egípcios como o “Muro do Monarca”.

(Êxodo 15:24) A queixa dos israelitas

v. 24 E o povo murmurou contra Moisés, dizendo: O que beberemos?

A palavra traduzida como reclamar indica um questionamento hostil e é usada, na maioria das vezes, para descrever as revoltadas queixas dos israelitas.

(Êxodo 15:25-26) O estatuto

v. 25 E ele clamou ao SENHOR; e o SENHOR lhe mostrou uma árvore, que, quando ele a lançou nas águas, as águas se tornaram doces. Ali fez para eles um estatuto e uma ordenança, e ali ele os testou,

v. 26 e disse: Se diligentemente ouvires a voz do SENHOR teu Deus, e fizeres o que é reto à sua vista, e deres teu ouvido aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, não colocarei sobre ti nenhuma destas doenças que eu trouxe sobre os egípcios, pois eu sou o SENHOR que te cura.

A palavra traduzida como “os testou” é usada anteriormente no Pentateuco uma única vez, quando o Senhor pôs Abraão à prova ao lhe ordenar que sacrificasse Isaque (Gn 22:1-2).

A transformação da água amarga faz lembrar quando Deus fez o oposto com a água do Egito (Ex 7:17-24). O que estava em questão no chamado à obediência era a identidade distinta de Israel; espera-se que eles fossem diferentes do Egito.

O Senhor tinha “curado” a água para os israelitas e também de outras maneiras prover cura para eles (Dt 32:39).

Conclusão

Este capítulo mostra duas situações que são importantes características a serem analisadas no povo de Israel. Vemos uma ação de adoração que contrasta com a murmuração que fariam, logo em seguida.

Quando os israelitas presenciam aquele tremendo milagre operado por Deus, eles, então, expressam uma adoração de gratidão. O louvor é uma importante ferramenta de adoração.

Ele não apenas expressa um sentimento, como tem o poder de causar e transformar sentimentos, podendo influenciar, inclusive, na prática da nossa fé.

Quando estamos tristes, cantar se torna uma tarefa difícil (Provérbios 25:20), mas vemos o salmista dando ordem para sua alma, como se, ali, onde habitam os diversos sentimentos, devesse entrar em conformidade com a dignidade de Deus em ser louvado independentemente de qualquer circunstância (Salmo 146).

Em contrapartida, passados três dias de caminhada pelo deserto, a água acaba e, logo, o louvor dos israelitas, dá lugar à murmuração.

Então, Moisés, mais uma vez, pede a Deus uma solução e Ele a dá, fazendo com que as águas amargas, da fonte que haviam encontrado, se transformassem em água doce.

Chama atenção que, neste momento, há uma mudança na atuação de Deus para com o povo. Ele não apenas age misericordiosamente, como o fizera no Egito, mas os adverte de uma penalidade, ordenando que guardassem os seus estatutos e andassem retamente, para que não sofressem as consequências de titubear em dois pensamentos. Deus os ensinaria que, para servi-lo, é preciso coerência!

Êxodo 15 estudo.

Sobre o Autor

Lázaro é um dedicado estudioso da Bíblia, com 64 anos de vida e uma paixão inabalável pela Palavra de Deus. Formado em Teologia pela Universidade Messiânica e com uma sólida carreira como advogado, ele utiliza seu vasto conhecimento para compartilhar ensinamentos bíblicos de forma acessível e profunda. Pai de três filhos, Lázaro escolheu a internet como sua principal plataforma para disseminar seus estudos e reflexões, dedicando-se a compartilhar estudos bíblicos, mesmo sem estar vinculado a uma congregação específica.

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