Rute 1 Estudo: Rute e o Amor

No capítulo 1 de Rute veremos que o livro inicia a história de Rute contando que havia fome sobre a terra, de modo que, um homem, chamado Elimeleque, saiu de Belém de Judá para habitar em Moabe.

Levou consigo sua mulher, Noemi e seus dois filhos. Após, é narrado que Elimeleque morreu, restando apenas Noemi e seus filhos, os quais casaram-se com duas moabitas, sendo elas Rute e Orfa.

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Os dois filhos morreram, então, Noemi decidiu voltar a seu povo, em Belém de Judá, pois ouviu que Deus havia lembrado deles, os concedendo pão.

Assim, Noemi despede suas noras, mandando que elas voltassem a seus pais, para se casarem novamente, contudo as noras lamentavam e choravam por conta daquela situação.



Por fim, Orfa retornou a seus pais, no entanto, Rute decidiu acompanhar a sogra por onde ela fosse, aduzindo que somente a morte poderia separa-la de Noemi.

Então, elas regressam e chegam em Belém de Judá. Logo são reconhecidas e o povo se comove com a história de Noemi, a qual sofria por suas perdas. As escrituras relatam que elas chegaram em Belém no início da sega da cevada.

Principais lições de Rute 1 para os dias atuais

O primeiro capítulo de Rute apresenta a história de Noemi, uma mulher israelita que enfrenta adversidades e perdas significativas em sua vida. Uma das principais lições é sobre a fidelidade de Deus mesmo em meio às dificuldades.

Noemi perde seu marido e seus dois filhos em Moabe, e decide retornar à sua terra natal, Belém. Nesse momento de desespero, ela reconhece a providência e o cuidado de Deus em sua vida.

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Outra lição vital é sobre os laços familiares e a importância do apoio mútuo. Apesar de Noemi encorajar suas noras a retornarem às suas famílias em Moabe, Rute insiste em ficar ao seu lado, demonstrando um profundo compromisso e lealdade familiar.

Além disso, o capítulo destaca a decisão corajosa e determinada de Rute de seguir Noemi e seu Deus. Sua famosa declaração: “Onde quer que fores, irei eu” demonstra uma incrível devoção e disposição para enfrentar os desafios que viriam pela frente.

Em resumo, Rute 1 nos ensina sobre a fidelidade de Deus em meio às adversidades, a importância dos laços familiares e do apoio mútuo, e a coragem e determinação de seguir a vontade de Deus, mesmo diante das incertezas da vida.

Essas lições nos inspiram a confiar na providência de Deus e a permanecer fiéis, mesmo em tempos difíceis. Acompanhe a seguir, o estudo versículo por versículo de Rute 1.


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(Rute 1:1) Fome na terra

v. 1 Ora, sucedeu que, nos dias em que os juízes governavam, houve fome na terra. E um certo homem de Belém de Judá foi residir temporariamente na terra de Moabe, ele, sua esposa e seus dois filhos. 

Na época dos juízes mostra que os eventos desta história aconteceram em uma época em que “cada homem fazia aquilo que era certo aos seus próprios olhos “o que era justo a seus olhos”), época em que “não havia rei em Israel” (Jz 21:25).

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Durante o tempo dos juízes, a fome na terra provavelmente era parte do juízo de Deus sobre Seu povo por O terem abandonado, seguindo os baalins e Astarote (Jz 2:11-15).

Esta fome atingiu até Belém, cujo nome hebraico significa “casa de pão”,Por causa disso, uma família daquela cidade fez o que parecia certo a seus olhos e deixou a terra prometida, indo viver na terra paga de Moabe, onde o aspecto econômico parecia mais favorável. Em alguma parte do caminho, esta mudança temporária tornou- se uma estadia permanente.

(Rute 1:2) Elimeleque

v. 2 E o nome do homem era Elimeleque, e o nome da sua esposa Noemi, e o nome dos seus dois filhos Malom e Quiliom, Efrateus de Belém de Judá. E eles chegaram à terra de Moabe, e ali continuaram. 

Elimeleque significa “meu Deus é rei”, o que aumenta a ironia de sua atitude ao fazer “aquilo que era certo aos seus próprios olhos” já que naqueles dias “não havia rei em Israel” (Jz 21:25).

O nome de sua esposa, Noemi, significa “agradável”, o que lembra Sl 16:6:”linhas caem-me em lugares agradáveis”. Em contraste, ela e seu marido não estavam satisfeitos com as divisas que Deus lhes de signara.


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Os nomes de seus filhos, Malom e Quiliom, parecem estar relacionados às palavras que correspondem a enfermidade e mortalidade.

(Rute 1:3-5) Orfa e Rute

v. 3 E Elimeleque, marido de Noemi, faleceu; e ela foi deixada com os seus dois filhos. 

v. 4 E eles tomaram para si esposas das mulheres de Moabe; o nome de uma era Orfa, e o nome da outra Rute; e eles habitaram ali por cerca de dez anos. 

v. 5 E Malom e Quiliom também faleceram; e a mulher foi deixada sem os seus dois filhos e marido. 

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Na terra de Moabe, o marido de Noemi morreu e ela foi deixada, com seus dois filhos. A expressão hebraica “foi deixada” está relacionada com a palavra “remanescente” e geralmente descreve aqueles que sobrevivem a um derramamento da ira de Deus.

Depois disso, seus filhos tomaram mulheres de Moabe como esposas, contrariando a lei que proibia o casamento com mulheres das nações que serviam a outros deuses (Dt 7:3-4).

As mulheres moabitas, em especial, tinham a reputação de desencaminhar os israelitas e levá-los a adorar outros deuses (Nm 25). Deve ter ficado óbvio que a mão do Senhor estava contra Noemi, em juízo.

(Rute 1:6-9) A despedida de Noemi

v. 6 Então levantou-se ela com suas duas noras para que pudesse retornar da terra de Moabe, pois ela havia ouvido na terra de Moabe como o ­SENHOR havia visitado o seu povo, dando-lhes pão. 

v. 7 Assim ela saiu do lugar onde estava, junto com suas duas noras; e elas puseram-se a caminho, para retornar à terra de Judá. 

v. 8 E Noemi disse às suas duas noras: Ide, cada uma de vós, retornai para a casa da sua mãe; que o ­SENHOR vos trate com benevolência, como tratastes os mortos, e a mim. 

v. 9 Que o ­SENHOR vos conceda encontrar descanso, cada uma de vós na casa do seu marido. Então, ela as beijou; e elas ergueram a sua voz, e choraram. 

 Noemi não tinha muita escolha a não ser deixar Moabe e voltar para casa, mudança encorajada pelas notícias de que o Senhor estava dando-lhes pão ali. Isso aponta para o arrependimento da parte dos hebreus e sua restauração.

Noemi pediu a bênção do Senhor para suas noras na forma de Seu amor fiel (Heb. chesed). Este é um termo do pacto que combina amor e fidelidade, misericórdia e graça-todos os aspectos positivos de um relacionamento com compromisso.

Pedir que o favor do Senhor fosse mostrado desta maneira a pessoas que estavam fora do pacto, como essas mulheres estrangeiras, é algo extraordinário. As mulheres estavam tristes em ter que se despedir. Elas se abraçaram e choraram.

(Juízes 1:10-14) O amor das noras de Noemi

v. 10 E elas lhe disseram: Certamente retornaremos contigo para o teu povo. 
v. 11 E Noemi disse: Voltai-vos novamente, minhas filhas; por que ireis comigo? Há ainda mais filhos em meu ventre, para que possam ser vossos maridos? 

v. 12 Voltai-vos novamente, minhas filhas, segui vosso caminho; pois sou velha demais para ter um marido. Se eu dissesse: Tenho esperança, se eu também tivesse marido nesta noite, e ainda tivesse filhos;

v. 13 vós aguardaríeis por eles até que estivessem crescidos? Guardar-vos-íeis para eles sem tomar marido? Não, minhas filhas; por isso entristece-me muito que por vossa causa a mão do ­SENHOR tenha saído contra mim. 

v. 14 E elas ergueram a voz, e voltaram a chorar; e Orfa beijou sua sogra; mas Rute agarrou-se a ela. 

Orfa e Rute repetiram que queriam voltar para Israel com Noemi. No entanto, Noemi mais uma vez as pressionou a voltarem para casa, dizendo que a melhor perspectiva de um novo casamento para elas era dentro de seu próprio povo.

Noemi presumiu que não havia outra família em Belém interessada em se casar com mulheres moabitas e enfatizou a certeza de que não haveria outros filhos de sua linhagem.

Provavelmente Noemi estava com pelo menos 50 anos de idade naquela época. Mesmo se ela tivesse mais filhos de uma vez, quando eles estivessem crescidos Orfa e Rute seriam velhas demais para ter filhos.

Além disso, Noemi argumentou, ela estava sob maldição: a mão do SENHOR voltou-se contra mim. Não há indícios de que Noemi tenha assumido responsabilidade pessoal ou expressado arrependimento por seus próprios atos ao deixar a terra prometida.

Convencida pelos argumentos de Noemi, Orfa a deixou, porém Rute agarrou-se a ela mesma palavra usada em Gn 2:24 para descrever o laço do matrimônio.

(Rute 1:15-18) A lealdade de Rute

v. 15 E ela disse: Eis que a tua cunhada voltou para o seu povo, e para os seus deuses; retorna tu após a tua cunhada. 

v. 16 E Rute disse: Não me supliques para te deixar, ou para deixar de te seguir; pois para onde fores, eu irei; e onde te alojares, eu me alojarei; o teu povo será o meu povo, e o teu Deus, o meu Deus; 

v. 17 onde morreres, eu morrerei, e ali serei sepultada; que faça-me assim o ­SENHOR, e ainda mais, se algo que não a morte me separar de ti. 

v. 18 Quando viu que estava firmemente decidida a ir com ela, deixou de lhe falar. 

 A intensidade das tentativas de Noemi dissuadir suas noras moabitas de acompanhá-la de volta a Belém sugere que ela não estava totalmente motivada pela preocupação com o bem estar delas.

A presença das noras seria um lembrete constante e constrangedor de sua trágica estadia em Moabe. No entanto, Rute não seria tão facilmente dissuadida. Em um comprometimento cada vez maior, ela se constrangeu a ir com Noemi e a ficar com ela.

De fato, ela se dispôs até a morrer e ser sepultada onde Noemi fosseo maior compromisso possível no mundo antigo.

Ela selou seu compromisso com um juramento auto-imprecatório, tomado no nome pessoal do Deus de  Noemi, o SENHOR.

A resposta de Noemi a este discurso comovente foi surpreendentemente curta. Literalmente, o hebraico do v. 18 diz, “deixou de lhe falar”.

(Juízes 1:19-22) O retorno a Belém

v. 19 Assim, as duas seguiram até chegarem a Belém. E sucedeu que, quando chegaram a Belém, toda a cidade ficou comovida com elas, e disseram: Não é esta Noemi? 

v. 20 E ela lhes disse: Não me chameis de Noemi, mas me chamai de Mara; pois o Todo-poderoso tem tratado mui amargamente para comigo. 

v. 21 Saí cheia, e o ­SENHOR me trouxe de volta para casa vazia: por que então me chamais de Noemi, vendo que o ­SENHOR testifica contra mim, e o Todo-Poderoso tem me afligido? 

v. 22 Então Noemi retornou, e com ela Rute, a moabita, sua nora, as quais retornaram da terra de Moabe; e vieram para Belém, no início da colheita da cevada. 

A pergunta das mulheres da cidade, Não é esta Noemi?, ignorou proposital e deliberadamente a presença de Rute.

Em resposta, Noemi insistiu que a chamassem de Mara, porque o Senhor a tornara amarga, e não “agradável”, que é o que “Noemi” significa.

Foi em Mara que os israelitas encontraram apenas águas amargas para beber depois que saíram do Egito, e então murmuraram contra o Senhor (Êx 15:23-24).

Da mesma forma, o coração de Noemi estava voltado contra o Senhor, apesar desta ligação também trazer a esperança de que o Senhor a curaria de sua amargura e a traria a um lugar de descanso, assim como tinha feito em favor de Israel.

Fisicamente, Noemi tinha voltado de Moabe para Belém. Mas será que ela também iria se arrepender e voltar para o Senhor?

Conclusão

O livro de Rute se inicia demonstrando a razão pela qual ela se tornara a protagonista da história. Ela era uma moça moabita que, no entanto, aduziu expressamente que desejava que o Deus de Noemi fosse seu Deus.

Ela demonstrou muito amor e compaixão à sua sogra, que se tratava de uma mulher idosa que, além de ter que lidar com a viuvez, agora, teria que lidar com a perda de dois filhos.

Conforme já aduzimos, nesta época a realidade social era muito difícil para as mulheres, porém, era ainda pior para as viúvas, vez que se tratava de uma sociedade patriarcal, onde as mulheres se encontravam dependentes dos homens para subsistirem.

Não à toa, Deus fazia expressa determinação, em Sua Lei, para que Israel cuidasse, dentre outros, das viúvas, destinando a elas partes específicas de suas colheitas, de modo que, em contrapartida, seriam abençoados com prosperidade.

Vemos que Noemi, neste momento, demonstra a profunda tristeza, natural, experimentada por todo ser humano quando se depara com perdas pessoais.

Quando ela diz não se chamar mais Noemi e, sim, Mara, expressa um possível sentimento de atribuição de “culpa” divina, contudo, ela não deixa de considerar Deus como Javé, o Todo-Poderoso, o que demonstra seu conhecimento do Senhor e devoção incondicional.

Apesar de suas duras perdas afetivas e familiares, Deus estava revelando uma outra face da vida a Noemi, a presenteando com um relacionamento tão puro e verdadeiro quanto o que pode advir de um familiar, sendo o de sua nora Rute, a qual demonstra amor e lealdade despretensiosos.

As escrituras nos ensinam que o plano do Criador nos tornou filhos por adoção. Além de nos ter feito Seu Israel, mais que uma nação santa, Ele nos deu uma família (Efésios 2:19-22).

Quando compreendemos o propósito da comunhão, de ser um corpo, de sermos uma família espiritual, aprendemos que o Senhor nos abençoou para além dos laços consanguíneos.

Rute 1 estudo.

Sobre o Autor

Olá, me chamo Lázaro Correia, sou Cristão, formado em Teologia e apaixonado pela Bíblia. Aqui no Blog você vai encontrar diversos estudos Bíblicos e muito conteúdo sobre vida Cristã.

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