Mateus 6 Estudo: Jesus Continua seu Sermão no Monte

Mateus 6 apresenta o famoso Sermão da Montanha, onde Jesus instrui Seus discípulos sobre vários aspectos da vida espiritual. Ele aborda temas como a prática da justiça, a oração, o jejum e a confiança em Deus para as necessidades diárias.

Neste capítulo, Jesus oferece ensinamentos profundos e práticos sobre como viver uma vida centrada em Deus e voltada para o Reino dos Céus. Essas instruções são tão relevantes hoje quanto eram na época de Jesus, oferecendo orientações valiosas para os crentes em sua jornada espiritual.

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Contexto histórico

Diante do contexto, no judaísmo posterior, a promoção da justiça na doação de esmolas tornou-se um tanto legal e profissional. Logo, o coxo da porta de Formosa é um exemplo de mendicância profissional porque mendiga “todos os dias”.

A perversão das esmolas recebidas pode ser vista no grito do mendigo, que está implícito na frase: “Abençoe-se dando-me”. Por outro lado, a perversão do ato de dar é vista nos benfeitores que anunciam “com trombeta”, possivelmente uma expressão metafórica.



O desejo de ser “visto” pelas pessoas é o mesmo termo do qual derivamos a palavra “teatro”. Existem duas formas de doação: “doação de panela” e “doação de caixa”. Acompanhe a seguir o estudo de todos os versículos de Mateus 6.

(Mateus 6:1) Jesus fala sobre as esmolas

v. 1 Tendo o cuidado de não praticar as vossas esmolas diante dos homens, para serdes vistos por eles; caso contrário, não tereis a recompensa de vosso Pai que está no céu.

Jesus não proibiu atos públicos de justiça (ver nota em Mt 5:16), entretanto, advertiu que a motivação para tais atos é mais importante que o simples fato de realizá-los.

Todos esses fatos devem ser feitos para a glória de Deus, e não para a reputação humana. Aqueles que buscam aplauso quando realizam boas obras não receberão qualquer recompensa. Nos v. 2-18, Jesus fornece princípios gerais para a realização de atos justos.

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(Mateus 6:2-4) A importância de doar com o coração e não para se mostrar

v. 2 Quando, portanto, deres esmola, não toques a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade eu vos digo que eles já receberam a sua recompensa.

v. 3 Mas, quando tu deres esmola, não deixa a tua mão esquerda saber o que faz a tua mão direita.

v. 4 Para que a tua esmola seja feita em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, ele mesmo te recompense publicamente.

As palavras quando… deres esmola supõe que os discípulos prestarão assistência regular a pessoas necessitadas.


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A proibição não toques a trombeta origina-se do fato de que as caixas de ofertas no templo (caixas do shofar ou caixas da trombeta) possuíam a forma de trombeta com uma ampla abertura onde as moedas eram depositadas e um funil caracolado sempre mais estreito que, em seu ponto mais estreito, sai na caixa.

Esse arranjo impedia que ladrões metessem as mãos no interior da caixa. Deste modo, “tocar a trombeta” é provavelmente uma referência à ação de lançar moedas de maneira ruidosa no cofre em forma de trombeta e por meio disso chamar a atenção para a generosidade pessoal.

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Jesus descreveu tal conduta como hipócrita. A palavra hipócrita (no Grego: hupocrites) originalmente referia-se aos atores que representavam em teatros gregos ou romanos.

Os hipócritas a quem Jesus se referia são atores espirituais que fingem ter piedade a fim de ganhar a aprovação humana.

As instruções sobre a mão esquerda e a direita proíbem que alguém celebre seus próprios atos de justiça. Dê com liberalidade, mas nunca dê ênfase ao fato de que você faz assim.

(Mateus 6:5) Jesus não se agrada da hipocrisia

v. 5 E, quando tu orares, não sejas como os hipócritas; pois eles adoram orar em pé nas sinagogas e nas esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade eu vos digo que eles já receberam a sua recompensa.

Ficar em pé nas sinagogas (locais de reuniões para a adoração judaica) ou nas esquinas ao orar assegura que muitas pessoas vejam que os hipócritas estão orando, mas Jesus ensinou que Deus não possui qualquer consideração por tais ações públicas.


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(Mateus 6:6) Ora a Deus com a sinceridade do teu coração

v. 6 Mas tu, quando orares, entra no teu quarto e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente.

Um quarto (Grego: tameion) era um aposento que não possuía portas ou janelas para o exterior da edificação.

Fechar a porta conferia total privacidade. Visto que o verdadeiro discípulo ora para uma audiência celestial e não para uma audiência humana, a privacidade é ideal para a oração genuína.

Jesus descreveu o Pai como aquele que está em secreto. Deus está sempre presente. O discípulo pode encontrá-lo no local mais obscuro.

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(Mateus 6:7) Evitem repetições

v. 7 Mas, orando, não useis de vãs repetições, como fazem os pagãos, pois pensam que por muito falarem serão ouvidos.

As balbuciadas dos pagãos podem referir-se à palavra sem sentido que aparece nos papiros mágicos gregos.

Tal como o familiar “abracadabra”, estas fórmulas eram combinações despropositadas de sons que as pessoas acreditavam ter um poder especial. Textos antigos mostram que judeus por vezes abraçaram tais práticas.

(Mateus 6:8-9) Jesus ensina a oração

v. 8 Não vos assemelheis a eles; pois vosso Pai sabe do que tendes necessidade antes de lhe pedirem.
v. 9 Orai, pois, da seguinte maneira: Pai nosso que estás no céu, santificado seja o teu nome.

Ao ordenas que Seus discípulos orai… da seguinte maneira em vez de simplesmente “orem isto”, Jesus demonstrou que esta oração foi oferecida como um modelo e não como um mantra para ser recitado.

A primeira pessoa do plural nosso implica que Jesus pretendia que esta oração servisse de modelo para a oração comunitária, ou seja, uma oração para quando os discípulos estivessem reunidos como um grupo.

Isto confirma que no v. 5 não pretendia proibir os discípulos de orar juntos publicamente na sinagoga ou em outros ajuntamentos, mas antes proibia orações motivadas por ostentação religiosa.

Santificado seja o teu nome sugere que Jesus esperava que Seus discípulos vivessem uma vida justa que honrasse e não que profanasse o nome de Deus (Mt 5:16). Esta é uma importante precondição para a oração bem-sucedida.

(Mateus 6:10) Continuação da oração

v. 10 Venha o teu reino, seja feita a tua vontade na terra, como é no céu.

À luz de paralelos com orações judaicas contemporâneas e com o ensino de Jesus de que o reino de Deus é uma realidade presente, mas que também aguarda uma plena consumação futura, a petição Venha o teu reino possui um foco presente e um futuro.

A petição exige que os discípulos se submetam mais plenamente à vontade de Deus como súditos de Seu reino por intermédio de Jesus.

Deveríamos orar diariamente pela consumação futura do governo de Deus no qual Ele reinará plena e completamente sobre o mundo.

(Mateus 6:11) O pão nosso de cada dia

v. 11 O pão nosso de cada dia dá-nos hoje.

Pão de cada dia era a quantidade de pão necessária para sobreviver por um dia. A petição faz lembrar Pv 30:8-9.

Jesus desejava que Seus discípulos vivessem em um estado de constante dependência de Deus e de Sua provisão.

(Mateus 6:12) A importância do perdão

v. 12 E perdoa-nos as nossas dívidas, como nós perdoamos aos nossos ­devedores.

A gramática grega indica que o discípulo ora pelo perdão de Deus somente após ter expressado perdão às outras pessoas.

(Mateus 6:13-15) O reino, poder e glória

v. 13 E não nos conduzas à tentação, mas livra-nos do mal; porque teu é o reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém.

v. 14 Porque, se perdoardes aos homens as suas transgressões, também vosso Pai celeste vos perdoará.

v. 15 Mas, se não perdoardes aos homens as suas transgressões, também vosso Pai não perdoará as vossas transgressões.

Deus perdoa aqueles que estão verdadeiramente arrependidos. O verdadeiros arrependimento resulta em uma prontidão para perdoardes as outras pessoas.

(Mateus 6:16) Instruções para o Jejum

v. 16 Além disso, quando jejuardes, não sejais como os hipócritas, de semblante triste, porque desfiguram a face, para que aos homens pareça que jejuam. Em verdade eu vos digo que eles já receberam a sua recompensa.

Semblante triste… desfiguram a face, refere-se à prática judaica de esfregar cinza na face e apresentar expressões sombrias durante ocasiões de jejum.

Embora esses atos originalmente expressassem verdadeiro arrependimento, os hipócritas os adotaram para mascarar sua falsa piedade.

(Mateus 6:17-20) Mais instruções para o Jejum

v. 17 Tu, porém, quando jejuares, unge a tua cabeça e lava a tua face,

v. 18 para não pareceres aos homens que jejuas, mas a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente.

v. 19 Não ajunteis para vós tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem os corroem, e onde os ladrões arrombam e roubam.

v. 20 Mas ajuntai para vós tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem corroem, e onde os ladrões não arrombam nem roubam.

Jesus acentuou o valor passageiro das riquezas mundanas. As larvas da traça podiam destruir rapidamente tecidos valiosos que estivessem guardados pelos antigos.

A palavra ferrugem significa literalmente “consumir”. Ela pode referir-se à corrosão das moedas de metais ou aos insetos que arruínam valiosos estoques de alimento.

(Mateus 6:21) O coração e o tesouro

v. 21 Pois onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.

Jesus ensinou que o coração de uma pessoa pertence de fato àquilo que ele mais estima.

Visto que o discípulo deve amar a Deus de todo o seu coração (Mt 22:37 – Dt 6:4), o amor às posses e riquezas materiais é uma forma sutil de idolatria (Cl 3:5).

(Mateus 6:22-23) O olho é a luz do corpo

v. 22 A luz do corpo é o olho; portanto, se o teu olho for puro, todo o teu corpo será cheio de luz.

v. 23 Se, porém, o teu olho for mau, todo o teu corpo será cheio de trevas. Se, portanto, a luz que estiver em ti for trevas, como será grande as trevas!

Em escritos judaicos, um olho bom representava uma atitude generosa e um olho mau, uma atitude mesquinha, usurária.

O olho mau (uma visão imprópria sobre a riqueza) resulta em profundas trevas interiores, uma cegueira moral que diminui a capacidade de enxergar e buscar aquilo que é bom.

(Mateus 6:24-25) Somente podemos servir a um Deus

v. 24 Nenhum homem pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se apegará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom.

v. 25 Por isso eu vos digo: Não vos preocupeis pela vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que a comida, e o corpo mais do que o vestuário?

Não é a vida mais do que a comida é um estilo rabínico de argumento. Ele infere que, se Deus faz algo maior para nós, Ele também fará algo menor.

Especialmente, se Deus criou você (a realização maior), Ele certamente é capaz de alimentá-lo (uma realização menor).

(Mateus 6:26) O Senhor provem alimento

v. 26 Olhai para as aves do céu; pois elas não semeiam, nem colhem, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celeste as alimenta. Não sois vós muito melhores do que elas?

Jesus aqui reverteu Seu argumento anterior e inferiu que, se Deus se preocupa em fazer algo menor (alimentar as aves), Ele certamente fará algo maior como alimentar seres humanos.

(Mateus 6:27) A inutilidade da preocupação

v. 27 Mas quem de vós, com suas preocupações, poderá acrescentar um côvado à sua estatura?

As palavras traduzidas por acrescentar um côvado à sua estatura referem-se a longevidade. Preocupar-se é inútil e não pode prolongar a sua vida.

(Mateus 6:28-30) A beleza e a paz de observar as coisas simples

v. 28 E quanto as vestes, por que vos preocupeis? Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham nem fiam.

v. 29 E eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, vestiu-se como um deles.

v. 30 Portanto, se Deus assim veste a grama do campo, que hoje existe, e amanhã é lançada no forno, não vos vestirá muito mais, Oh vós de pequena ?

Jesus revelou que a causa real da ansiedade tem a ver com a pequena fé dos discípulos, querendo indicar a dúvida acerca do poder de Deus e a descrença em Seu desejo de prover para Seus filhos.

(Mateus 6:31-32) Evitem a ansiedade por coisas materiais

v. 31 Portanto, não fiqueis ansiosos, dizendo: O que comeremos ou o que beberemos, ou com que nos vestiremos?

v. 32 (Porque todas estas coisas os gentios buscam). Porquanto vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas estas coisas.

A obsessão com as posses materiais manifesta as prioridades distorcidas dos gentios (Cl 3:5)

(Mateus 6:33) A prioridade deve ser o Reino de Deus

v. 33 Mas buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.

O discípulo que dá valor ao reinado de Deus sobre sua vida e que diligentemente busca uma vida reta pode confiar no Eterno para a satisfação de suas necessidades.

(Mateus 6:34) Jesus ensina a focar no presente

v. 34 Não fiqueis ansiosos, pois, com o amanhã, porque o amanhã cuidará de si mesmo. Suficiente é ao dia o seu próprio mal.

Jesus não proibiu fazer planos para o futuro, mas criticou a inquietação com relação ao futuro. Ele insistiu que, em vez disso, Seus discípulos se concentrassem nos desafios do presente.

5 importantes lições que podemos aprender em Mateus 6

  1. Priorizar o Reino de Deus: Jesus ensina a importância de buscar em primeiro lugar o Reino de Deus e Sua justiça, confiando que todas as outras coisas necessárias serão acrescentadas (Mateus 6:33). Isso nos lembra de colocar Deus em primeiro lugar em nossas vidas e confiar em Sua provisão.
  2. Confiança na Providência Divina: Jesus incentiva Seus seguidores a não se preocuparem com as necessidades materiais, pois Deus cuida até mesmo das aves do céu e das flores do campo (Mateus 6:25-32). Essa lição nos ensina a confiar na providência divina e a abandonar a ansiedade, sabendo que Deus cuida de nós.
  3. Prática da Oração: Jesus ensina sobre a importância da oração sincera e íntima com Deus. Ele dá o exemplo da Oração do Pai Nosso como um modelo para Seus discípulos (Mateus 6:9-13). Isso nos incentiva a cultivar uma vida de oração constante e a buscar comunhão com Deus.
  4. Desapego dos Bens Terrenos: Jesus adverte contra o apego aos bens materiais e ensina a importância de armazenar tesouros no céu, onde não são sujeitos à deterioração ou roubo (Mateus 6:19-21). Essa lição nos lembra da transitoriedade dos bens terrenos e nos encoraja a buscar um tesouro eterno em Deus.
  5. Não Julgar: Jesus instrui Seus seguidores a não julgarem os outros, pois serão julgados da mesma maneira. Ele nos exorta a primeiro remover a trave do nosso próprio olho antes de tentar remover o cisco no olho do nosso irmão (Mateus 6:1-5). Isso nos lembra da importância da humildade e do amor ao lidar com os outros.

Conclusão

Portanto, o Senhor nos ensina diversas coisas, dentre elas que orações repetidas não têm efeito maior. Repetir muitas vezes uma oração pronta não é sinal de fé, mas sinal de incredulidade. Além disso, Jesus ensinou seus discípulos a orar e mostrou-lhes a oração típica de nosso Pai celestial.

A intenção do mestre não era fazer com que os discípulos repetissem nossos pais repetidamente. O desejo de Jesus era que seus discípulos observassem os princípios da oração ideal em nosso Pai.

Da mesma forma, Jesus ensinou que o jejum deve ser acompanhado de cautela. As pessoas não deveriam saber que estamos jejuando, pelo menos não todos.

Mateus 6 estudo.

Sobre o Autor

Olá, me chamo Lázaro Correia, sou Cristão, formado em Teologia e apaixonado pela Bíblia. Aqui no Blog você vai encontrar diversos estudos Bíblicos e muito conteúdo sobre vida Cristã.

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