Mateus 5 Estudo: Os Ensinamentos na Montanha

Em Mateus 5, veremos que os ensinamentos de Jesus no monte é descrito nessa passagem, o Senhor Jesus começou seu sermão mais famoso: o Sermão da Montanha. Diante disso, a riqueza deste conteúdo é imensurável, tendo em conta que o Senhor falou primeiro das bem-aventuranças e enfatizou os privilégios que só os bem-aventurados podem ter.

O mestre ensina seus discípulos sobre o valor do caráter. Ele não pretendia formar uma religião, mas um discípulo. Portanto, a intenção do mestre é que seus seguidores sejam pessoas que sinceramente agradam a Deus e são moralmente corretas para a sociedade.

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Contexto histórico

De acordo com o contexto, a localização do Sermão da Montanha não é especificada nos Evangelhos, mas o local é tradicionalmente associado a Karn Hattin perto de Cafarnaum, mas há poucas evidências de fato.

Diante disso, a palavra “pregação” está enganando a mente moderna. Em vez de dizer que Jesus apareceu, Mateus foi ao púlpito e fez um sermão que ele havia preparado formalmente na silenciosa biblioteca, e então a multidão o seguiu para assistir ao milagre que ele realizou. Acompanhe a seguir o estudo completo de Mateus 5.



(Mateus 5:1) Jesus sobe ao monte

v. 1 E vendo as multidões, ele subiu a um monte; e quando ele estava sentado, aproximaram-se dele os seus discípulos.

Vendo as multidões, Jesus subiu a um monte por considerar a encosta de elevação o melhor lugar para ensinar um grande grupo.

Como o novo Moisés, o fato de Ele proferir a mensagem de Deus do alto da montanha provê novamente outro paralelo ao antigo Moisés.

As palavras gregas traduzidas por subiu a um monte são usadas três vezes no antigo testamento grego (Êx 19:3 – Êx 24:18 e Êx 34:28), e todas as três se encontram na seção que descreve a subida de Moisés ao Monte Sinai.

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Isto se encaixa com o repetido tema de Mateus de traçar paralelos entre Moisés e Jesus, Por exemplo, o nascimento de Jesus faz um paralelo com vários eventos em torno do nascimento de Moisés.

Herodes tentou matar o pequeno Jesus ao ordenar a matança dos meninos de Belém (Mt 2:16-18) assim como Faraó ordenou a execução dos israelitas recém-nascidos do sexo masculino (Êx 1:15-18).

Além disso, o pronunciamento do anjo de que o perigo tinha passado (“estão mortos os que buscavam a vida do menino”, Mt 2:20) é um claro eco de Êx 4:19, “estão mortos todos os homens que procuravam tirar-te a vida” (ver nota em Mt 2:15).

(Mateus 5:2-3) Os ensinamentos de Jesus

v. 2 e ele abrindo a sua boca, ensinava-os, dizendo:
v. 3 Abençoados são os pobres em espírito, porque deles é o reino do céu.


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Uma vez que Mateus introduz o Sermão do Monte salientando a conexão entre Jesus e Moisés, talvez devessem ser lidas contra o contexto histórico dos ensinos de Moisés.

A única vez que o adjetivo abençoado foi usado por Moisés foi ao abençoar Israel (Dt 33:29): “Feliz és tu, ó Israel; quem é como tu, ó povo salvo pelo Senhor, o escudo do teu socorro, e quem é a espada da sua excelência? e os teus inimigos serão descobertos como mentirosos diante de ti, e pisarás em seus lugares altos”.

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A bênção de Israel tinha um foco tanto histórico quanto futuro. “Salvo pelo Senhor” referia-se ao êxodo de Israel do Egito.

O restante da bênção assegurava aos israelitas o sucesso de sua conquista da terra prometida. Contra este contexto histórico, as bênçãos do novo Moisés identificam os discípulos de Jesus como o novo Israel que desfrutará um novo êxodo e uma nova conquista.

O novo Moisés é um libertador espiritual e não um libertador político, e Suas promessas devem ser entendidas sob essa luz.

Nas Bem-aventuranças, o novo Moisés proclama a salvação espiritual (êxodo da escravidão do pecado) e promete vitória espiritual (conquista e herança de uma nova terra prometida) ao novo Israel.

Este contexto histórico é confirmado pela alusão ao êxodo e à conquista de Israel na promessa de que os mansos herdarão a terra (v. 5).


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No antigo testamento, os pobres eram aqueles que clamavam pelo auxílio de Deus, dependiam inteiramente dele para as suas necessidades, tinham um coração humilde e contrito, experimentavam a Sua libertação, e desfrutavam de Seu imerecido favor (Sl 86:1-5).

Contexto do versículo

A luz desse contexto histórico, Jesus estava descrevendo Seus discípulos como pecadores indignos que dependiam da graça de Deis para a salvação.

Embora as promessas nos v.4-9 sejam expressas no tempo futuro, a afirmação deles é o reino do céu encontra-se no tempo presente (v. 3-10).

Isto sugere que o reino já chegara por meio da vinda de Jesus, mas que o cumprimento de muitas promessas do reino ocorrerão apenas no futuro.

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Este cumprimento futuro aguarda a segunda vinda de Cristo. A declaração “deles é o reino do céu” aparece no início e no final do corpo principal das Bem-aventuranças.

Este artifício de colocar entre parênteses sugere que as Bem-aventuranças constituem promessas apenas para aqueles que pertencem ao reino.

Isaías 61:1 prometera que o Messias traria boas novas aos pobres. Esta bem-aventurança serve como um cumprimento dessa profecia (Lc 4:16-21).

(Mateus 5:4) O consolo vem para aqueles que choram

v. 4 Abençoados são os que choram, porque eles serão consolados.

Esta bem-aventurança também é dependente de Is 61: “Ele tem me enviado para atar as feridas do dilacerado… para confortar todos que pranteiam, Para nomear aqueles que pranteiam em Sião, para dar-lhes beleza em lugar de cinzas, o óleo de alegria em lugar de pranto, a veste de louvor em lugar de espírito de opressão” (v. 1-3).

O contexto de Is 61 retrata a lamentação como expressiva da tristeza de Israel por causa do exílio que seus pecados haviam causado.

Sob essa luz, Mt 5:4 expressa a tristeza daqueles que sofrem as consequências do pecado. A atitude deles é a de arrependimento.

(Mateus 5:5) A benção dos mansos

v. 5 Abençoados são os mansos, porque eles herdarão a terra.

Tal como as bem-aventuranças precedentes, esta faz paralelo com Is 61. Isaías 61:7 usa as palavras “eles herdarão a terra”, um paralelo exato a Mt 5:5.

As três primeiras bem-aventuranças confirmam, assim, a identidade de Jesus como o Servo de Is 61. Esta identificação é importante para a compreensão da natureza sacrificial da morte de Jesus, uma vez que Is 52:14 descreve o Servo como sofrendo a punição que somente os pecadores mereciam (ver Mt 8:14 que apelam a Is 53:12).

A bem-aventurança também ecoa Sl 39:11 no qual os mansos são aqueles que resolutamente confiam em Deus e se entregam à Sua autoridade mesmo quando eles não compreendem as próprias circunstâncias.

Herdarão a terra no antigo testamento refere-se à herança da terra prometida de Canaã. Deste modo, a maior parte dos ouvintes de Jesus reconheceu que Seus discípulos constituíam um novo Israel que haveria de herdar a terra prometida a Abraão.

No contexto do Sermão do Monte e do Evangelho de Mateus como um todo, “herdar a terra” implica mais que a promessa de viver na Palestina.

Refere-se a viver em uma terra recriada, sobre a qual Cristo reina eternamente. Mateus 19:28 antecipa a renovação da terra e assegura aos discípulos de Jesus que eles desfrutarão de grande recompensa no reino eterno.

(Mateus 5:6) Jesus olha para aqueles que sofrem injustiças

v. 6 Abençoados são os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão saciados.

Fome e sede são metáforas para o fervoroso desejo de um discípulo por justiça. As palavras serão saciados estão no voz passiva, indicando que a justiça não é algo que os discípulos podem alcançar por seu próprio esforço.

O verbo aqui, tal como os verbos nas promessas dos v 4,6-7, é um “passivo divino” que descreve uma ação de Deus.

Só Ele concede a justiça da qual os discípulos têm fome e sede. Isto é crucial para a compreensão da teologia do Sermão do Monte, no qual Jesus exigiu que Seus discípulos cumprissem o menor dos mandamentos (v. 19), excedessem a justiça dos escrivas e fariseus (v. 20), e fossem “perfeitos, como é perfeito o vosso pai que está nos céus” (v. 48).

Tais demandas podem ser distorcidas em uma falsa teologia em que a justiça é alcançada por obras, mas a justiça que Jesus exige de nós é, na verdade, um dom divino dado a Seus seguidores.

(Mateus 5:7) Os misericordiosos

v. 7 Abençoados são os misericordiosos, porque eles obterão misericórdia.

Os misericordiosos se relacionam com as outras pessoas com um espírito perdoador e compassivo (Mt 2:4). Deus mostrará misericórdia aos misericordiosos.

(Mateus 5:8) A benção dos puros de coração

v. 8 Abençoados são os puros de coração, porque eles verão a Deus.

A expressão puros de coração refere-se a alguém que é genuinamente justo em seu ser interior. A justiça pode ser fingida, como no caso dos fariseus (Mt 23:25-28).

Jesus disse que a verdadeira pureza é alcançada quando Deus a concede à pessoa que dela tem fome e sede.

O cumprimento pleno dessa promessa ocorrerá por ocasião da volta de Jesus, mas a identificação de Seus discípulos como aqueles que são puros mostra que uma dramática transformação ocorre já nesta vida.

A promessa de que os discípulos de Jesus verão a Deus aguarda com expectativa o tempo em que eles literalmente verão a Deus em toda a Sua glória.

As palavras não devem ser interpretadas figuradamente como se elas se referissem meramente a percepções especiais da natureza de Deus ou a uma experiência visionária.

O novo Moisés promete a Seus seguidores um acesso a Deus que nem mesmo o antigo Moisés foi autorizado a experimentar (Êx 33:12-23).

(Mateus 5:9) Os pacificadores e filhos de Deus

v. 9 Abençoados são os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus.

O ministério de pacificação envolve a resolução de conflitos por meio da imediata apresentação de desculpas e atos de restituição, da recusa em buscar vingança, e do humilde serviço e amor aos inimigos (Mt 5:21-26).

A promessa de que os pacificadores… serão chamados filhos de Deus provavelmente significa que os genuínos discípulos de Jesus imitam a Deus ao assumirem o ministério da reconciliação.

Deste modo, no julgamento final eles serão reconhecidos como filhos e filhas de Deus.

(Mateus 5:10) O reino dos céus é dos justos

v. 10 Abençoados são os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino do céu.

A forma mais pura de justiça é buscada por discípulos que sabem que suas boas obras exigem grande sacrifício e que resultarão em dor em vez de recompensa imediata.

Esta é a síntese da justiça do reino exigida pelo Sermão do Monte. Jesus declarou que o reino do céu pertence àqueles que sofrem por causa da justiça.

No texto grego, deles é deslocado de sua posição normal no final da oração para o início dela. Isto dá ao pronome uma ênfase especial indicando que o reino pertence a justos sofredores e somente a eles.

Aqueles que sempre procuram evitar a perseguição não são discípulos verdadeiros seguem a Jesus mesmo ao custo da própria vida (Mt 16:24-27).

O reino do céu é o reino de Deus na pessoa de Jesus, o Messias. Os justos sofredores são súditos do governo de Deus por meio de sua submissão à autoridade de Jesus.

Jesus inaugurou este reino durante o Seu ministério, mas ele será consumado no fim dos tempos.

(Mateus 5:11-12) A recompensa daqueles que forem fieis a Deus

v. 11 Abençoados sois vós, quando homens vos insultarem e vos perseguirem, e falsamente disserem toda espécie de mal contra vós, por minha causa.

v. 12 Alegrai-vos e sejam imensamente felizes, porque grande é a vossa recompensa no céu; pois assim perseguiram aos profetas que foram antes de vós.

As palavras de Jesus revelam que a perseguição é normalmente verbal ou violenta. As formas verbais sçao o insulto e a calúnia.

A palavra perseguir inclui atos de violência física como o tapa de Mt 5:39. Jesus prometeu que o custo do discipulado será compensado pela enormidade da recompensa que o discípulo desfrutará nos céus.

Os líderes judeus rejeitaram e com veemência perseguiram aos profetas do antigo testamento, e Jesus repetidas vezes denunciou esta perseguição (Mt 21:34-36Mt 23:29-37).

Ao tratarem os seguidores de Jesus da mesma maneira que trataram os profetas, os perseguidores judeus involuntariamente conferiram a eles a honra de profeta.

(Mateus 5:13) O sal da terra

v. 13 Vós sois o sal da terra; mas se o sal perder seu sabor, com que se há de salgar? Para nada mais é bom senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens.

O sal possui muitos usos, mas no antigo testamento ele é mais frequentemente um agente de purificação (Êx 30:35 – Lv 2:13).

Como sal da terra, os discípulos de Jesus devem purificar um mundo corrupto por meio de seu exemplo de vida justa e sua proclamação do evangelho.

Todavia, o sal contaminado não promove a pureza. O verbo traduzido por perder seu sabor indica um comportamento insensato e imoral.

Ele se refere a um discípulo professo cujo estilo de vida injusto promove destruição. Tal é o efeito fatal do estilo de vida injusto de um discípulo.

Nada cresce por onde eles passam. O verbo lançar fora descreve o descarte de algo inútil, e o verbo pisado faz alusão ao tratamento que um discípulo imoral recebe do mundo.

(Mateus 5:14-16) A luz do mundo

v. 14 Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade estabelecida sobre um monte;

v. 15 nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas sobre um castiçal, e dá luz a todos que estão na casa.

v. 16 Deixai a vossa luz brilhar diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está no céu.

Vós sois a luz do mundo é uma alusão a Is 9:1-2 – textos que descrevem o ministério do Messias, Servo do Senhor.

Isto indica que os discípulos de Jesus devem ser extensões de Seu ministério, levando a salvação aos confins da terra.

Tal ministério é intrínseco ao verdadeiro discipulado. Um discípulo não deveria ocultar sua justiça ou a mensagem do evangelho assim como uma cidade brilhante não apagaria sua luz à noite.

A referência a dá luz a todos combina com a referência ao mundo para mostrar que o ministério pretende alcançar todos os povos.

Isto antecipa a Grande Comissão de Mt 28:18-20. As palavras de Jesus deixam claro que o discípulo não é o último autor de suas boas obras. Se o discípulo fosse o autor de suas boas obras, ele merecidamente receberia o louvor.

Contudo, Jesus ensinou que somente o Pai, que está nos céus deve ser glorificado por causa das bosa obras de um discípulo, pois Ele é a verdadeira fonte de tais obras (ver nota no v. 6).

Isso não deve ser esquecido. A justiça exigida pelo Sermão do Monte é um dom divino que Deus concede a Seus seguidores.

(Mateus 5:17-20) O cumprimento da lei e da palavra

v. 17 Não penseis que eu vim destruir a lei ou os profetas; eu não vim para destruir, mas para cumprir.

v. 18 Porque na verdade eu vos digo: Até que passem o céu e a terra, um iota ou um traço de letra, não passará da lei, até que tudo seja cumprido.

v. 19 Portanto, qualquer que quebrar um destes mínimos mandamentos, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino do céu; aquele, porém, que os praticar e ensinar, será chamado grande no reino do céu.

v. 20  Porque eu vos digo que se a vossa justiça não exceder a justiça dos escribas e fariseus, de modo algum entrareis no reino do céu.

Ao insistir que veio para cumprir tanto a lei quanto os profestas, que juntos equivalem a todo o antigo testamento, Jesus se defendeu de acusações de estar desprezando a Lei (Mt 9:3 e outros).

A palavra “cumprir” pode referir-se ao cumprimento de profecias do antigo testamento (Mt 1:22). Isto é sugerido pelas palavras tudo seja cumprido.

Consequentemente, as palavras de Jesus implicam que Ele haveria de cumprir todas as promessas do antigo testamento e obedecer a todos os seus mandamentos.

A iota é a menor letra do alfabeto hebraico, yod (‘), que se assemelha a um apóstrofo português. O traço é um leve movimento de pena que diferencia letras semelhantes.

A declaração de Jesus revela que Ele considerava o antigo testamento como preciso e confiável até mesmo nos mínimos detalhes.

De acordo com esta convicção, Jesus ensinou que a fidelidade ao testemunho do antigo testamento determina a estatura de um discípulo em Seu reino.

A verdadeira fidelidade é possibilitada através da obra miraculosa de Deus no coração de um discípulo (ver nota no v. 6).

(Mateus 5:21-22) O Senhor ensina o que não devemos fazer

v. 21 Ouvistes o que foi dito pelos antigos: Não assassinarás; mas qualquer que assassinar estará sujeito a julgamento.

v. 22 Eu, porém, vos digo: Quem quer que, sem motivo, se irar contra seu irmão, estará sujeito a julgamento; e qualquer que disser a seu irmão: Raca!, estará sujeito ao concílio, e qualquer que lhe disser: És tolo!, estará sujeito ao fogo do inferno.

Mateus 5:21 começa uma seção do Sermão do Monte geralmente conhecida como as “Seis Antíteses”.

O título pode parecer sugerir que Jesus se apôs ao antigo testamento de alguma maneira, mas na verdade Ele sempre sustentou autoridade do antigo pacto.

Em vez de contradizer ou subverter os ensinos do antigo testamento, Jesus se opôs a interpretações equivocadas dos escribas e fariseus.

Estes homens se preocupavam apenas com questões superficiais, mas Jesus foi mais profundo do que eles.

Jesus argumentou que a lei proíbe não apenas o homicídio em si, mas também atitudes homicidas. Semelhantemente, temperamentos violentos são condenados da mesma forma que ações violentas.

(Mateus 5:23-24) A importância da reconciliação

v. 23 Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar, e ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti,

v. 24 deixa ali diante do altar a tua oferta, e segue teu caminho: primeiro reconcilie-te com teu irmão, e então vem, e oferece a tua oferta.

Os discípulos devem procurar na primeira oportunidade a reconciliação com um irmão ou irmã que tem algo contra eles, mesmo que para fazer isso tenha que interromper negócios importantes.

Falando ao contexto de Seus dias, Jesus disse que os discípulos deveria buscar reconciliação mesmo que isso significasse parar na metade a oferta de sacrifícios no templo de Jerusalém.

Essa interrupção era expressiva uma vez que os ouvintes originais de Jesus (situados bem longe de Jerusalém) teriam de abandonar sua oferta no altar, viajar alguns dias para chegar à Galileia e buscar reconciliação, e então retornar à Judeia para completar o sacrifício. Tal é a prioridade da reconciliação.

(Mateus 5:25-26) A importância de entrar em acordo com todos aqueles que são nossos adversários

v. 25  Entra em acordo rapidamente com o teu adversário, enquanto tu estás no caminho com ele, para que não aconteça que o adversário te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao oficial, e tu sejas lançado na prisão.

v. 26 Na verdade eu te digo que de nenhuma forma sairás de lá enquanto não pagares o último quadrante.

Uma pessoa pode tipicamente pagar uma penalidade menor por sua ofensa ao buscar uma solução amigável em vez de esperar que a questão seja resolvida em um tribunal.

Isto ilustra que a reconciliação é urgente, porque quanto mais for adiada, mais severas serão as consequências. Quadrante, era uma moeda romana de baixo valor, valia 1/4 de um asse.

(Mateus 5: 27-28) O Senhor adverte acerca do adultério

v. 27 Ouvistes o que foi dito pelos antigos: Não cometerás adultério.

v. 28 Mas, eu vos digo que qualquer que olhar para uma mulher e cobiçá-la, já cometeu adultério com ela em seu coração.

Jesus disse que fitar um membro do sexo oposto com a intenção de despertar desejos sexuais ilícitos é adultério do coração.

A verdadeira justiça, portanto, procura evitar não somente atos adúlteros, mas também pensamentos adúlteros.

(Mateus 5:29-30) A importância de vigiar os pensamentos e atitudes

v. 29 E, se o teu olho direito te ofender, arranca-o e lança-o para longe de ti; pois é melhor perderes um dos teus membros, do que seja todo o teu corpo lançado no inferno.

v. 30 E, se a tua mão direita te ofender, corta-a, e lança-a para longe de ti, porque é preferível para ti perderes um dos teus membros, do que ser todo o teu corpo lançado no inferno.

A automutilação e a amputação não são maneiras efetivas para se dominar o pecado. Afinal, o pecado surge de um coração corrupto, e não da carne e dos ossos (Mt 15:29).

Jesus usa aqui uma hipérbole (exagero intencional com o propósito de salientar um ponto) e uma alegoria (na qual o olho representa uma perspectiva pecaminosa e a mão representa uma ação imoral) a fim de comunicar um requisito vital do discipulado.

Os discípulos deveriam pôr fim aos pensamentos e comportamentos que contribuem para a imoralidade.

(Mateus 5:31-32) Jesus fala sobre o divórcio

v. 31 Isto foi dito: Quem repudiar sua esposa, dê-lhe carta de divórcio.

v. 32 Eu, porém, vos digo que todo aquele que repudiar a sua esposa, a não ser por causa de fornicação, a faz cometer adultério, e qualquer que casar com a divorciada comete adultério.

Jesus desafiou uma paráfrase rabínica livre de Dt 24:1 multiplicou muito o número de ofensas que podiam justificar o divórcio.

Por exemplo, comentários rabínicos sobre Dt 24 citavam reclamações menores tais como o desvanecimento da beleza de uma esposa ou sua inclinação para queimar a comida como alegações legítimas para o divórcio.

Todavia, Jesus se mantém fiel a Dt 24:1 e insistiu que a fornicação é a alegação legítima para o divórcio.

As pessoas que se divorciam por razões frívolas e contraem novo casamento são culpadas de adultério porquanto sua aliança matrimonial original não foi genuinamente dissolvida.

(Mateus 5:33-37) Somente ao Senhor cabe os julgamentos

v. 33 Igualmente, ouvistes o que foi dito pelos antigos: Não jurarás falso, mas cumprirás ao Senhor os teus juramentos.

v. 34 Eu, porém, vos digo: Não jureis de modo algum; nem pelo céu, porque é o trono de Deus.

v. 35 Nem pela terra, porque é o escabelo de seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei.

v. 36 Nem jurarás pela tua cabeça, porque não podes tornar um cabelo branco ou preto.

v. 37 Mas seja o vosso falar: Sim, sim; não, não; porque o que passa disto vem do maligno.

Mas cumprirás ao Senhor os teus juramentos (ou seja, “eu juro a Deus”) eram considerados obrigatórios, entretanto, uma vez que os judeus evitavam o uso do nome pessoal de Deus e em seu lugar usavam substituições reverentes, mentirosos espertos podiam prestar juramento que pareciam apelas a Deus sem tecnicamente fazer assim (Mt 23:16-22).

Jesus ensinou que jurar é errado uma vez que os juramentos demandam a destruição de um objeto ou uma pessoa se o juramento for quebrado.

Deste modo, jurar por céu… terra… Jerusalém, ou mesmo pela própria cabeça, é inadequado porque isso implica que possuímos a autoridade para destruir coisas sobre as quais somente Deus tem autoridade.

Jurar contra Deus e aqueles que lhe pertencem equiparam-nos ao maligno, que tentou assumir a posição de Deus como Regente do universo.

(Mateus 5:38-39) A importância de que as punições sejam realizadas da maneira correta

v. 38 Ouvistes que foi dito: Olho por olho, e dente por dente.

v. 39 Eu, porém, vos digo que não resistais ao mal; mas, se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra.

Jesus explicou que olho por olho (Lv 24:20) foi dado não como uma ordem para a vingança pessoal, mas como um princípios para orientar os tribunais na determinação de punições apropriadas.

O tapa na face direita era um tapa com as costas da não que era tanto afrontoso quanto injurioso.

Para este ato a lei judaica impunha uma penalidade que era duas vezes aquela por um golpe com a palma aberta na face esquerda.

Deste modo, vemos que Jesus instava aos Seus discípulos que não buscassem a vingança até mesmo contra o tipo mais ofensivo de golpe.

As palavras não resistais ao mal não indicam, todavia, que não deveríamos buscar a justiça ou nos defender quando ameaçados de sérios danos físicos.

(Mateus 5:40) A importância de sermos ponderados

v. 40  E, se algum homem te processar na lei, e tomar a tua túnica, permite-lhe levar também a tua capa.

Demandas frívolas eram raras em Israel no primeiro século, pelo que a demanda aqui descrita provavelmente seria uma queixa legítima que o queixoso muito provavelmente ganharia.

Geralmente, os acusados ficam transtornados no caso do julgamento ir contra eles, porém Jesus ordenou que Seus discípulos buscassem a reconciliação com seus oponentes, e fossem muito além das exigências legais a fim de fazer reparações.

A lei judaica permite que um oponente movesse uma ação judicial para possuir uma veste interior, a túnica, de um ofensor.

Normalmente, era uma túnica de mangas que se estendia até os tornozelos e era feita de lá ou de linho. Elas podiam ser valiosas e eram muitas vezes usadas para permutas ou para pagamentos.

A capa era um manto ou agasalho exterior. Ela era a peça de roupa mais essencial, porquanto provia quentura e podia servir de cobertor para os pobres.

Com base em textos do antigo testamento tais como Êx 22:26-27 e Dt 24:12-13, a lei judaica insistia que a capa era isenta de sequestro por parte dos tribunais.

Tomar a capa era uma punição muito severa. Deste modo, Jesus ordenou que Seus discípulos, ao buscarem reconciliação com um oponente, fizessem mais do que os tribunais permitiam.

(Mateus 5:41) Acompanha o teu irmão

v. 41 E, quem quer que te obrigar a caminhar uma milha, vai com ele duas.

Jesus provavelmente tinha em mente a prática muito ressentida da compulsão, na qual oficiais romanos podiam forçar seus vassalos a realizar taregas servis tais como transportar uma carga nas costas (Mt 27:32).

Muitas vezes se diz que os soldados podiam legalmente constranger um vassalo a transportar uma carga por apenas uma milha antes de deixá-lo ir, porém nenhum texto remanescente estabelece essa lei.

É mais provável que a compulsão fosse comumente limitada a uma milha simplesmente por bom senso: as pessoas ficam cansadas após transportarem uma carga por uma milha, e soldados que exigissem mais do que isso arriscavam nutrir perigoso ressentimento entre povos subjugados.

Em contraste com isso, Jesus disse que Seus discípulos deveriam carregar o fardo de seu opressor por obrigação pela primeira milha, mas então deveriam exceder todas as expectativas ao irem uma segunda milhar com um ato de amor e serviço.

(Mateus 5:42) Não vires as costas para teu irmão

v. 42 Dá a quem te pede, e ao que quiser tomar de ti emprestado, não lhe vires as costas.

Visto que todo este parágrafo é dedicado ao ensino de Jesus contra a retaliação, este versículo provavelmente proíbe que os discípulos busquem a vingança contra oponentes, ao lhes recusarem ajuda em uma ocasião de necessidade.

Ao oferecerem a um inimigo as coisas necessárias à vida, os discípulos podem restaurar relacionamentos rompidos (Rm 12:19-21).

(Mateus 5:43) Jesus ensina sobre o amor ao próximo

v. 43 Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo.

As palavras amarás o teu próximo aparecem em Lv 19:18. Contudo, a ordem odiarás o teu inimigo não aparece em nenhum lugar no antigo testamento.

Evidentemente, alguns contemporâneos de Jesus argumentavam que a ordem para amar o próximo também implicava o oposto – que uma pessoa deveria odiar todo Pecado aquele que não fosse o seu próximo.

(Mateus 5:44-45) A importância de abençoar a todos

v. 44 Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos, abençoai os que vos amaldiçoam, fazei o bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos tratam com maldade, e vos perseguem;

v. 45 para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus; porque ele faz que o seu sol se levante sobre maus e bons, e faz chover sobre justos e injustos.

Amar os inimigos e orar pelos perseguidores não faz de alguém um filho de Deis. Só o novo nascimento faz isso.

Contudo, o tipo de amor perdoador que Jesus menciona revela a sua semelhança familiar com o Pai celestial, e assim serve como sinal da sua verdadeira identidade. Deus abençoa aos maus e bons com sol e chuva.

(Mateus 5:46-47) Apenas amem ao próximo, sem pensar em recompensas

v. 46 Pois, se amardes os que vos amam, que recompensa tereis? Não fazem os publicanos o mesmo?

v. 47 E, se saudardes somente os vossos irmãos, o que fazeis mais que os outros? Os publicanos não fazem assim?

Os publicanos eram desprezados porque muitas vezes coletavam mais do que i imposto legal e prestavam serviço a Roma às custas de seus oprimidos contemporâneos judeus.

Jesus ensinou que o comportamento egoísta e a dedicação de amor somente se amardes os que vos amam, assemelha-se ao comportamento de publicanos e de gentios, e não ao caráter do Pai celestial.

(Mateus 5:48) Assemelha-te ao Senhor

v. 48 Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está no céu.

Assim como uma criança se assemelha a seus pais biológicos, os filhos espirituais possuem estreita semelhança com seu Pai que está nos céus.

Consequentemente, os discípulos de Jesus recebem a ordem para mostrarem perfeição moral.

A estreita ligação deste versículo com o ensino de Jesus sobre o amor (v. 43-47) sugere que o amor incondicional é a expressão mais crucial do caráter de Deus na vida de Seus seguidores.

5 importantes lições que podemos aprender em Mateus 5

  1. As Bem-Aventuranças: No início do Sermão do Monte, Jesus apresenta as bem-aventuranças, que são um guia para uma vida abençoada. Elas nos ensinam sobre valores espirituais, como humildade, misericórdia, pureza de coração e paz, e nos desafiam a viver de acordo com esses princípios.
  2. Sal da Terra e Luz do Mundo: Jesus nos chama para sermos sal da terra e luz do mundo, o que implica em influenciar positivamente o mundo ao nosso redor e refletir a luz de Cristo por meio de nossas ações e testemunho. Essa lição nos desafia a viver uma vida que glorifica a Deus e que impacta positivamente as pessoas ao nosso redor.
  3. Cumprimento da Lei e dos Profetas: Jesus ensina que não veio para abolir a lei ou os profetas, mas para cumpri-los. Ele nos lembra da importância da obediência à vontade de Deus expressa na Lei e nos Profetas, mas também aponta para a necessidade de uma justiça que ultrapasse a dos escribas e fariseus, uma justiça baseada no amor e na graça.
  4. Reconciliação e Resolução de Conflitos: Jesus nos exorta a buscar a reconciliação com nosso irmão antes de oferecer nossas ofertas a Deus. Isso nos ensina sobre a importância da resolução de conflitos e da restauração de relacionamentos quebrados, evidenciando a prioridade do amor e da unidade entre os seguidores de Cristo.
  5. Amor aos Inimigos: Jesus desafia seus discípulos a amar seus inimigos e orar por aqueles que os perseguem. Essa lição nos confronta com a necessidade de amar além dos limites convencionais, seguindo o exemplo de amor incondicional demonstrado por Jesus na cruz e nos capacitando a responder ao mal com bondade e graça.

Conclusão

Portanto, Jesus deixou claro que seu objetivo era cumprir a lei da perspectiva de Deus. Diante disso, os fariseus e religiosos da época transformaram a lei de Deus em um monte de regras inúteis. Essas regras apenas afastarão as pessoas cada vez mais de seus criadores.

Entretanto, Jesus Cristo queria mostrar como a lei poderia ser cumprida. Ele nos mostrou que temos que ser pessoas resilientes.

Logo, a raiva e discórdia só geram mais raiva e discórdia, por isso, precisamos valorizar o diálogo e as boas relações para estar em paz com a maioria das pessoas.

Mateus 5 estudo.

Sobre o Autor

Olá, me chamo Lázaro Correia, sou Cristão, formado em Teologia e apaixonado pela Bíblia. Aqui no Blog você vai encontrar diversos estudos Bíblicos e muito conteúdo sobre vida Cristã.

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