Números 15 Estudo: Lembre-se Disso
Neste capítulo de Números 15 estudo, veremos que o Senhor reforça as determinações inerentes as ofertas pelo pecado e requer que os filhos de Israel, quando chegassem na terra prometida, apresentassem as primícias como oferta ao Senhor.
Após, vemos o reforço quanto aos pecados por ignorância. Deus, ainda, comunica que, aquele que fizesse algo, de maneira dolosa, seria eliminado do povo.
Após, vemos o relato de um homem pego apanhando lenha, no dia de sábado, oportunidade em que o Senhor determina que fosse apedrejado.
Por fim, Deus ordena que os israelitas fizessem borlas, nos cantos de suas vestes, as quais deveriam ser presas por um cordão azul, a fim de que, ao serem vistas, os recordassem dos mandamentos do Senhor.
Números 15 estudo: Contexto histórico
No capítulo 14, de Números, vimos que os israelitas intentam rebelar-se, vez que, influenciados pela negatividade do relatório dos espias, esquecem das promessas divinas de vitória sobre os povos de Canaã.
Então, Deus se ira e Moisés intercede pelo povo. Deus os perdoa, porém, os castiga, ferindo-os e declarando que, seus filhos, apenas entrariam na terra após quarenta anos.
Em seguida, os israelitas intentam conquistar a terra por uma rota diferente da que Deus havia dado. Moisés os adverte que aquele não era o caminho correto, contudo o povo prossegue e morre.
Números 15:1-41 – Orientações divinas
Este capítulo consiste em três unidades destinadas a questões importantes oriundas dos atos rebeldes dos capítulos 11-14: terra, pecaminosidade e necessidade de lembrar de Deus e de Sua revelação.
(Números 15:1-2) Quanto às ofertas
v. 1 E falou o SENHOR a Moisés, dizendo:
v. 2 Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando entrardes na terra das vossas habitações, que eu vos darei,
Quando entrardes na terra sugere claramente que Deus traria a segunda geração à terra que prometera a Abraão e a Moisés (Números 15:3-9).
A oferta queimada apresentada em celebração está em contraste com o fogo destruidor de Deus retratado em Nm 11:1-4.
O livro de Levítico se foca nos sacrifícios animais e na forma como eram oferecidos, ao passo que Números 15 e 28-29 enfatiza a produção da terra – cereal, óleo e vinho – que o Senhor proveria ao Israel fiel.
A oferta de consagração descrita em Levítico 1, em que a oferta inteira era consumida pelo fogo do altar, é a oferta queimada.
Tipicamente, esta forma de dedicação vinha depois da oferta pelo pecado, feita para restaurar o relacionamento da pessoa com Deus através de expiação e purificação.
O sacrifício, para cumprir um voto e a oferta pacífica eram tipos de oferta de paz, destinados a celebrar o relacionamento com Deus entre a comunidade da fé.
A partir destas bênçãos, o povo traria ofertas do produto da terra em celebração à bondade e obras milagrosas do Senhor na história, comemoradas nas seguintes festas: Páscoa, Pentecostes e Cabanas.
Números 15:1-21 complementa Levítico 1-3 com detalhes acerca das quantidades e proporções de cereal, óleo e vinho que complementavam as ofertas normais.
(Números 15:14-16) Quanto aos estrangeiros
v. 14 E se um estrangeiro peregrinar convosco, ou se estiver no meio de vós, nas vossas gerações, e oferecer uma oferta queimada de cheiro suave ao SENHOR, como vós fizerdes, assim fará ele.
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v. 15 Um mesmo estatuto haverá para vós, da congregação, e também para o estrangeiro que peregrinar entre vós, um estatuto perpétuo nas vossas gerações; como vós sois, assim será o peregrino perante o SENHOR.
v. 16 Uma mesma lei e um mesmo hábito haverá para vós e para o estrangeiro que peregrinar convosco.
Os requisitos para o sacrifício eram os mesmos tanto para os israelitas naturais como para os estrangeiros residentes que desejavam se identificar com a fé israelita e se submeter à autoridade da Torá.
Para Israel, a fé não se limitava aos descendentes dos filhos de Jacó. Esta questão complementa o relato da multidão mista que reclamou do suprimento de alimentos no capítulo 11 e também segue a tradição de Nm 9:14 quanto ao estrangeiro que peregrinar entre vós celebrar a Páscoa.
(Números 15:17-21) Quanto às primícias
v. 17 E o SENHOR falou a Moisés, dizendo:
v. 18 Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando entrardes na terra a que os levarei,
v. 19 então quando comerdes do pão da terra, fareis elevar uma oferta alçada ao SENHOR.
v. 20 Oferecereis um bolo das primícias da vossa massa, em oferta alçada; como fareis a oferta alçada da eira, assim oferecereis.
v. 21 Das primícias das vossas massas dareis ao SENHOR oferta alçada nas vossas gerações.
O bolo das primícias da vossa massa, um tipo de oferta de primeiros frutos, era dedicado ao Senhor em celebração da produção abundante da terra.
Durante a colheita da cevada e do trigo na primavera – estação da Páscoa, Pão Ázimo e Pentecostes – a oferta de alimentos de primeiros frutos era apresentada a Deus.
Até mesmo a prática diária secular de sovar a massa de farinha para fazer pão era um momento de adoração e celebração da bondade de Deus (1Co 10:31).
De acordo com Nm 18:11-16, todos os primeiros frutos e toda primeira produção oferecidos em devoção ao Senhor eram dados aos sacerdotes para seu sustento no serviço à comunidade.
(Números 15:22) Pecados por ignorância
v. 22 E se errardes e não obedecerdes a todos estes mandamentos, que o SENHOR falou a Moisés,
Pecados não intencionais incluíam questões nas quais indivíduos ou a comunidade agiam sem perceber e quebravam uma condição legal ou falhavam em executar certas exigências cerimoniais.
(Números 15:24) O sacrifício do pecado por ignorância
v. 24 então, se alguma coisa for cometida por ignorância, sem o conhecimento da congregação, toda a congregação oferecerá um novilho para a oferta queimada em cheiro suave ao SENHOR, com a sua oferta de alimentos e oferta de bebida conforme a sua ordenança, e um bode para a oferta pelo pecado.
Se alguém ou um grupo de pessoas pecava por ignorância, sem o conhecimento da congregação, o sacerdote era obrigado a fazer uma oferta pelo pecado e uma oferta queimada em favor de toda a comunidade.
O requerido de uma pessoa para tais ofensas era uma cabra de um ano. Levítico 4:1-5 fornece vários exemplos destes pecados não intencionais.
(Números 15:30-31) Rebeldia intencional
v. 30 Mas a alma que fizer alguma coisa com presunção, quer seja nascido da terra ou um estrangeiro, o mesmo afronta ao SENHOR, e essa alma será cortada do meio do seu povo.
v. 31 Essa alma será totalmente destruída, porque desprezou a palavra do SENHOR e transgrediu o seu mandamento; e a sua iniquidade será sobre ela.
No pano de fundo textual da rejeição de Israel a Deus e à terra prometida, é levantada a questão da rebeldia intencional à palavra de Deus.
Quando uma pessoa agia com presunção quebrando o relacionamento do pacto, tal pessoa blasfemou contra o Senhor e difamou Sua justa reputação. O castigo era a pena de morte ou o banimento permanente da comunidade da fé.
(Números 15:32-36) Quanto à violação do sábado
v. 32 E, enquanto os filhos de Israel estavam no deserto, encontraram um homem que apanhava lenha no dia do shabat.
v. 33 E aqueles que o encontraram apanhando lenha o trouxeram a Moisés e a Arão, e a toda a congregação.
v. 34 E o puseram sob guarda; porque não estava declarado o que se devia fazer com ele.
v. 35 E o SENHOR disse a Moisés: Certamente esse homem morrerá; toda a congregação o apedrejará fora do acampamento.
v. 36 E toda a congregação o levou para fora do acampamento, e o apedrejou, e ele morreu, como o SENHOR ordenara a Moisés.
A violação intencional da lei de Deus é exemplificada pelo israelita que realizou trabalho de apanhar lenha no dia do shabat. Nenhum trabalho era permitido no shabat.
O shabat era chamado de sinal do pacto, de maneira que violar a lei do shabat era considerado uma rejeição do relacionamento do pacto com Deus. A pena de morte por apedrejamento por quebrar esta lei parece severa para os padrões atuais.
Contudo, neste momento crítico na história de Israel seria estabelecido um caso exemplar de como lidar com pessoas que deliberadamente violavam o pacto.
(Números 15:38) Bodas de fios azuis
v. 38 Fala aos filhos de Israel e dize-lhes que nas bordas das suas vestes façam franjas, pelas suas gerações; e nas franjas das bordas ponham uma faixa azul.
As instruções neste versículo são referentes ao símbolo externo para lembrar o povo de seu pacto de fé – as bordas de fios azuis presas nas franjas das suas vestes (Dt 22:12).
Este costume era seguido no tempo de Jesus e permanece como tradição entre os judeus ortodoxos de hoje.
(Números 15:40) Um memorial
v. 40 Para que vos lembreis de todos os meus mandamentos, e os cumprais, e sejais santos ao vosso Deus.
As palavras para que vos lembreis de todos os meus mandamentos, e os cumprais é um paralelo do estilo dos capítulos 1-10, que diz que o povo e Moisés agiram de acordo com tudo que o Senhor ordenara.
(Números 15:41) O Senhor
v. 41 Eu sou o SENHOR, vosso Deus, que vos tirei da terra do Egito, para ser vosso Deus; eu sou o SENHOR, vosso Deus.
A declaração Eu sou o SENHOR, VOSSO Deus repete traços do pacto, trazendo à lembrança as palavras iniciais do encontro de Moisés com Deus em Ex 6:2-8 e a introdução dos Dez Mandamentos em Êx 20:2.
Conclusão
Neste capítulo, Deus reforça as determinações acerca dos sacrifícios pelos pecados cometidos por ignorância, advertindo que, aqueles que cometessem pecado atrevidamente, deveriam ser eliminados do povo.
Logo em seguida, vemos um homem recebendo a sentença de morte, em razão de ter violado o sábado do Senhor.
Após a morte daquele homem, Deus dá recomendações ao povo, para que fizessem borlas, para serem presas nos cantos das vestes, por cordões azuis, de forma que, quando olhassem para elas, se lembrassem dos mandamentos divinos.
Deus é o nosso Criador. Ele nos fez, nos conhece e sabe que o cérebro humano possui mecanismos naturais de defesa e que o esquecimento é um deles.
O esquecimento nos afasta do estresse cognitivo. É algo natural! Há o entendimento de que, apenas esquecendo, é que podemos escolher aquilo que desejamos lembrar, dando atenção ao que é importante.
O Senhor, em sua infinita sabedoria, nos ensina, por uma simples e eficaz estratégia, a praticar o ato de voltar nossa atenção àquilo que é importante sempre estar fresco em nossas memórias.
As escrituras são claras ao declarar como felizes aqueles que meditam nos mandamentos dia e noite e não se pautam por conselhos e exemplos do ímpio.
Estes serão prósperos e alcançarão seus propósitos. A palavra de Deus é um escudo, onde podemos nos proteger (Provérbios 30:5).
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